Odemira é quase sempre “vedeta” em abertura de telejornais, radiojornais e manchetes em jornais devido a muito más notícias. Ainda o foi insistentemente pela sua dedicação ao esclavagismo de imigrantes e também de cidadãos nacionais - no dizer constatado em Portugal e no estrangeiro. Uma vez mais, agora, é notícia péssima e muito triste como a do esclavagismo então demonstrado. Desta feita devido a fogo gigantesco por quase cinco dias se é que hoje o vão conseguir extinguir.
De Odemira, São Teotónio, o fogo caminhou quase livremente para Odeceixe e outras localidades limítrofes a norte e a sul, a leste e a oeste, até chegar ao Algarve mais profundo na Serra de Monchique. As temperaturas ambientes e o vento foram os comandantes do descalabro infernal do fogo, embora o empenho dos milhentos bombeiros e da Proteção Civil, das Autarquias e de imensos populares plebeus prejudicados e nem sequer pagos na labuta a modos esclavagista que os governantes, políticos, doutores, engenheiros e empresários exploradores deste país estão habituados. Só por isso o assunto daria pano para mangas… Adiante.
Vem aí o Expresso Curto que trata do assunto a seu modo. Esse e outros temas serão abordados pelo trato da jornalista Isabel Leiria… Agora por isso: na região de Leiria também o fogo lavrou. Parece que foi fogo posto por pirómanos. E no Sul, Odemira (Baixo Alentejo) e no Algarve não terá sido também obra desses tais pirómanos? E os meios que falharam para dar conta dos fogos. Ah, o ministro dirá que não, ao contrário dos portugueses prejudicados e nem sequer pagos, vítimas das borlas do esclavagismo e de tratos de polé neste Portugal comprovadamente Pátria Madrasta dos descendentes de Aljubarrota e do 25 de Abril de 1974. O que fazer? Protestemos, revoltemo-nos. Pois.
Estamos a esturricar e os donos disto tudo mantêm-se frescos no ar condicionado.
É a vida. Diria o Papa, os papistas e seus antagónicos clérigos anafados nos corpos e nas contas bancárias. Pois e adiante.
O Curto a seguir. Eis o dito cujo… Vá ler.
MM | Redação PG
Isabel Leiria, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia,
À hora que envio esta newsletter, o incêndio de Odemira, que deflagrou no
sábado, continuava em curso e a causar preocupação. Mais de mil bombeiros
tentam conter o avanço das chamas para sul, em direção à serra de Monchique, e
que já atingiram 10 mil hectares de áreas de pinhal, eucaliptal, sobreiros,
medronheiros e mato. Numa semana mais do que duplicou a área ardida em todo o ano de
2023.
Os números estão longe ainda do que foi destruído pelas chamas em 2022 ou no
fatídico ano de 2017, com os incêndios de Pedrógão e da região Centro. Mas
ninguém pode ficar satisfeito perante as imagens de terra queimada que tornam áreas imensas de floresta e mato em paisagens desoladoras,
assustam populações dia e noite e destroem casas e meios de subsistência.
E estes são cenários que, com toda a probabilidade, voltarão a repetir-se uma e
outra vez, em Portugal e um pouco por todo o mundo. Com os eventos
climáticos extremos a sucederem-se com cada vez mais frequência e o planeta a
bater recordes de temperatura, no ar e no mar, estão criadas as condições para
mais tempestades perfeitas. Os alertas também se sucedem, ainda que não tenham conseguido travar esta progressão até ao “caos
climático".
Ontem, veio a confirmação do que já se antecipara: julho foi o mês mais quente alguma vez registado na Terra e
a temperatura da água dos mares à superfície bateu novos recordes. De acordo
com os dados publicados pelo sistema de monitorização europeu do clima
(Copernicus), o mês passado ultrapassou o recorde anterior, registado em
julho de 2019, em 0,33ºC. E estima-se que tenha sido 1,5ºC mais quente que a
média para o período 1850-1900. O valor assume particular importância, já
que este foi o limite máximo de aquecimento global, comparando com os níveis
pré-industriais, que os países subscritores do Acordo de Paris assumiram que
poderia ser admitido, devendo fazer todos os esforços para que não fosse
ultrapassado até ao final do século XXI.
Por agora, aconteceu só num mês. Mas o acontecimento, ainda que temporário,
mostra a “urgência de fazer esforços ambiciosos para reduzir as emissões
globais de gases de estuda, a principal causa destes registos”, lembrou uma das
diretoras-adjuntas do Departamento de Alterações Climáticas do Copernicus.
Para agravar a situação, este ano e o próximo deverão sentir os impactos do El Niño, o
fenómeno atmosférico capaz de extremar as condições meteorológicas a nível
global e que já se faz sentir nas águas do Pacífico, devendo
estender-se nos próximos meses pelo resto do globo.
Outras notícias
Menos candidatos, mais dinheiro A 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior
contou com menos candidatos do que nos dois últimos anos, mas o número
supera os 59 mil e ainda crescerá com as próximas fases do concurso.
Entretanto, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior já garantiu que
terá mais dinheiro para dar a universidades e politécnicos públicos. No próximo ano e até 2027.
Escuteiros a salvo Os 762 escuteiros portugueses que participam num
encontro mundial (jamboree) na Coreia do Sul estão bem e foram ontem retirados,
tal como todos os mais de 40 mil participantes, de Saemangeum para Seul, a 200
kms, devido à aproximação de um tufão. As condições do encontro já tinham sido
alvo de crítica por más condições de higiene e o calor extremo que se fez
sentir durante o fim de semana fez com que 600 participantes sofressem de
insolação ou outros problemas relacionados com as altas temperaturas. O
encontro prossegue agora em Seul, cidade que será a próxima paragem da Jornada
Mundial da Juventude da Igreja Católica, prevista para 2027.
Os fornecedores da Altice A polícia portuguesa identificou mais de 100
entidades em todo o mundo com ligações a Armando Pereira, cofundador da Altice
Portugal, e a outros suspeitos, aos quais se somam vários nomes, alguns dos
quais “portugueses importantes”. A Altice já começou a cortar relações com algumas, poucas, das
que conseguiu identificar, anunciou o dono da empresa, Patrick Drahi.
Mudança de nome e de género Quase 150 menores mudaram de nome e de género no cartão de cidadão
nos últimos cinco anos, a grande maioria de feminino para masculino,
segundo dados do Ministério da Justiça, que mostram um aumento de pedidos ao
longo dos anos. A lei que consagra o direito à autodeterminação da
identidade e a mudança do nome e do género no registo civil a partir dos 16
anos (com obrigatoriedade de um documento passado por um médico ou psicólogo no
caso dos menores de idade) entrou em vigor em agosto de 2018.
Rola a bola O Benfica, campeão nacional de futebol da época passada, e o Porto,
vencedor da Taça de Portugal, disputam esta quarta-feira às 20.45 (com
transmissão na RTP 1) a Supertaça, o primeiro troféu oficial da temporada. .
Ontem, o Braga venceu os sérvios do Backa Topola por 3-0 na 1ª mão da 3ª
eliminatória de acesso à Champions, ficando muito perto do apuramento para a
fase seguinte. Na sexta-feira inicia-se a Liga Portugal 2023/24, com Braga
e Famalicão a darem o pontapé de saída da primeira de 34 jornadas.
Quem governará Espanha? O despique pela formação de um novo Governo
mantém-se, mas a corda volta a esticar-se mais para o lado de Pedro Sánchez, o
primeiro-ministro espanhol que, apesar de não ter sido o mais votado nas
últimas eleições, parece estar a conseguir mais apoios para governar. O Partido Popular, liderado por Feijóo, recebeu o apoio quase
incondicional do Vox, mas ouviu ao mesmo tempo a recusa do Partido Nacionalista
Basco em integrar uma solução que inclua o partido de extrema-direita de
Abascal. Decisões, só depois de 17 de agosto, data da tomada de posse dos
deputados e senadores eleitos a 23 de julho e a nomeação do presidente e das
mesas do Congresso e do Senado.
Itália taxa bancos O governo italiano anunciou que vai aplicar uma taxa de 40% sobre
os lucros extraordinários dos bancos ainda em 2023. A receita adicional,
que pode chegar aos 2 mil milhões de euros, será destinada à descida de
impostos e apoios à compra de primeira habitação.
O que passa no Níger? Os militares tomaram o poder no passado dia 26 de
julho, destituindo o Presidente Mohamed Bazoum, e sucedem-se agora as iniciativas diplomáticas para resolver a
tensão que escala. Ali, e na região do Sahel, rica em petróleo, ouro e urânio.
Frases
“Quero comemorar o que aconteceu aqui. É sempre assim: quando nos casamos, as
pessoas perguntam se queremos ter filhos. Quando venho ao US Classic, toda a
gente me pergunta sobre Jogos Olímpicos. Estou a tentar dar um passo de cada
vez. Vamos ver”, Simon Biles, ginasta norte-americana que, 730 dias depois
de ter anunciado nos JO de Tóquio que precisava de parar por problemas de saúde
mental, voltou a competir no US Classic, arrasando a concorrência
“Na ausência de um pedido de desculpa formal, entendemos que o presidente da
AGIF [Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Florestais] não reúne as
condições necessárias ao desempenho das suas funções, face à quebra
irrecuperável de confiança dos agentes de combate aos incêndios florestais,
devendo por isso demitir-se ou ser demitido”, excerto da carta que a Liga de Bombeiros Portugueses entregou ao
primeiro-ministro, depois de Tiago Oliveira, presidente da AGIF, ter
questionado no parlamento, em julho, o facto de os “corpos de bombeiros
receberem em função da área ardida”, considerando o “objetivo perverso”
O que ando a ler
As primas, de Aurora Venturini
Foi só aos 85 anos e graças a
este romance que Aurora Venturini ganhou visibilidade mundial e saltou para os
escaparates das livrarias. A escritora argentina, que morreu em 2015, tinha já
dezenas de obras publicadas quando recebeu o prémio Nueva Novela (atribuído no
seu país natal). Escrevia à máquina de escrever ou à mão e sempre sobre a sua
ou outras famílias, regra geral disfuncionais ou “monstruosas”, lê-se no
prólogo da edição da Alfaguara.
“As primas” não é exceção. Entre deficiências físicas, cognitivas, abusos e
outras misérias, Yuna, a protagonista que vai descrevendo o horrível mundo
doméstico à sua volta, tenta escapar à violência que a rodeia a si e às
mulheres da sua família através da cumplicidade com a prima Petra e da pintura.
Após cada episódio de desgraça com que se depara, pinta um quadro. Ao
dicionário vai buscar as palavras que não conhece, assinalando-as ao leitor de
cada vez que tal acontece com a palavra idem. “(…) esclareço que idem significa
dicionário, mas por ser um vocábulo mais curto convém-me mais e como nunca fico
com nada pendente digo que esse vocábulo corresponde às minhas averiguações da
cultura do dicionário que me ajuda a sair da deficiência herdada.”
A história da família de Yuna é assim contada, entre um registo cruel e cínico,
mas também com muito sentido de humor, por vezes sem pontos nem vírgulas, que
lhe “enchem a cabeça de visões e modos de pensar incríveis”.
Sugestões de podcasts da equipa
multimédia
"Temos no horizonte a possibilidade de o uso do ciberespaço, só por si,
desencadear uma guerra". Luís Barreira de Sousa veio ao podcast Futuro do Futuro falar
sobre diplomacia digital. Saiba mais sobre ciberataques e a importância de
aplicar as convenções internacionais no ciberespaço para assegurar a democracia
com o novo episódio do podcast
A JMJ acabou com um elogio do Papa e uma celebração que cabe a todos. Mas nem
tudo correu bem. E há um surfista - para usar as palavras de Francisco -, que
quis aproveitar a onda mais do que os outros. Esta Comissão Política olha para os bastidores da Jornada e faz
uma análise política, como não podia deixar de ser, do evento religioso
Portuguesas e portugueses: chegou o governo com 4 ministérios. Uma poupança
monumental nos cofres do país, os quatro ministros até prescindem do seu
salário, mas querem ajudas de custo, como é óbvio. Neste Governo da Má Língua não faltam propostas para tornar
Portugal num país mais pobr…, perdão, mais rico. A boa disposição é certa,
ouça este episódio da Noite da Má Língua e descubra que pastas vão
ocupar os quatro novos ministros
Este Expresso Curto fica por aqui, com votos de um bom resto de semana.
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