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sábado, maio 03, 2008

constatação #36

contradizer-me dá-me a segurança de que atingi a verdade possível.
agostinho da silva, filósofo português, 1906-1994

quinta-feira, maio 01, 2008

a história das coisas

várias verdades inconvenientes. embora seja de origem norteamericana, aplica-se a nós como uma luva. são 21 minutos didácticos de reflexão sobre o nosso sistema actual de consumo, que acaba por condicionar toda a organização social. e as relações internacionas também. poderão dizer que não é bem assim, que as ideias vinculadas não estão totalmente certas, mas parece-me bastante aproximado. desapaixonado, pragmático e não panfletário. bom para reflectir neste 1º de maio, que se quer dos trabalhadores. e das pessoas por detrás desses trabalhadores. algures na história houve uma preversão do sentido do trabalho. quando é que deixámos de trabalhar para a comunidade e passámos a trabalhar para alguns indivíduos? quando é que os pratos da balança se desequilibraram? este documentário devia ser mostrado nas escolas aos nossos adolescentes, seguido de conversa alargada, debate. mas quem controla hoje em dia a escola e as ideias que devem ou não devem ser vinculadas? interessa mesmo fazer das gerações futuras seres conscientes, informados, participantes, ou interessa esconder parte da verdade, parte do sistema? o velho das botas, que caiu da cadeira há uns anos atrás, é que dizia qualquer coisa do género: quanto mais culto um povo, mais difícil de governar.




agradeço à idadedapedra por me ter conduzido até ao vídeo.

quarta-feira, setembro 05, 2007

eu, animal



acabo de ler, num comentário de um blog, uma das frases mais imbecis que ouço ou leio recorrentemente: "não gosto nada de animais". provavelmente pensaram que a frase era bem mais terrível, mas é só isto: "não gosto nada de animais". confunde-me que nestes tempos de sociedade científica, em que desde a mais tenra idade se apresenta aos miúdos o enquadramento filogenético do homo sapiens, ainda haja pessoas que pensem que não são, elas próprias também, animais. afirmar que não se gosta de animais é uma espécie de tiro no pé, de falta de amor próprio, de desnorte existencial. somos o que somos, porque somos animais, porque partilhamos com todos eles moléculas, genes, sistemas fisiológicos, células especializadas, organizações tecidulares. para mim, que abraço demoradamente os dois cães grandalhões cá de casa enquanto eles me mordiscam as orelhas e me lambem o nariz, que toda a vida convivi com cães, gatos, hamsters, coelhos, galinhas, cágados, que levava para casa grilos, cobras d'água e morcegos que encontrava na rua, que fico horas a ver os insectos a labutarem nos canteiros à volta da casa, que estudo a evolução da colónia de passarada que habita a grande araucária nas traseiras da casa, que gosto de observar osgas, aranhas e outras "nojices" do género, afirmações deste tipo dão-me volta ao estômago.

negar a nossa animalidade, é negar a nossa própria essência, o nosso enquadramento natural. não sendo animais, restar-nos-iam as hipóteses de ser planta, fungo, vírus ou bactéria. não me estou a imaginar passar a existência com as raízes enterradas num pedaço de terra, a alimentar-me de matéria orgânica em decomposição, e a existência unicelular ou molecular também não me parece muito atractiva. creio que concordam comigo quando afirmo que ser animal é a melhor existência que nos poderia estar reservada neste calhau à deriva no espaço.

sexta-feira, julho 27, 2007

sexta-feira, julho 06, 2007

pilhagem #3

Cultura muito geral

Aprendemos muito, imenso, com os outros: a família, os mestres, os livros, os amigos. Mas, é na solidão que esse conhecimento se refina e se torna nosso, sob pena de vir embrulhado em ganga e escória inúteis.

pilhado ao josé eduardo lopes, da estrada de santiago

quinta-feira, junho 07, 2007

forma e conteúdo

embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do mundo
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo
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antónio aleixo
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antónio aleixo mal sabia ler e escrever, mas isso não o impediu de ter uma visão crítica dos homens e do mundo. vivemos numa sociedade que confunde frequentemente formação académica com sabedoria e inteligência. é verdade que ler, estudar, a própria vida académica com toda a riqueza de vivências que proporciona, estimulam os neurónios, mas saber ultrapassar as exigências da formação secundária ou universitária não é de maneira nenhuma sinónimo de inteligência ou sabedoria. alguns dos meus melhores amigos, com quem consigo ter conversas verdadeiramente interessantes, não têm grande formação escolar. alguns dos meus colegas, com formação superior, são das pessoas menos cultas e menos sábias que conheço, no entanto em termos sociais consideram-se bem acima de quem não tem um curso universitário. nada disto me admira, numa sociedade que valoriza mais a forma do que o conteúdo. a cultura e a sabedoria nada têm a ver com o grau de formação académico. é algo que é inerente ao indivíduo, tem a ver com a capacidade de observação, de questionar, de pensar e chegar a conclusões próprias. tem a ver com a curiosidade, com o interesse por si próprio e por aquilo que nos rodeia. muitas pessoas nunca questionam, bebem a cartilha social por inteiro, de um só gole, como se fosse a única perspectiva possível. na verdade nada aprenderam, apenas decoraram. é que há uma diferença entre aprender e decorar. grande, muito grande.