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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

ratos e homens

"- o que eu digo não tem importância, entende? seja como for, você não se lembrará. muitas vezes vi isso... um homem que fala com outro e não se importa se o outro escuta ou compreende. a questão é falar, ou então ficar calado, sem falar. não há diferença, nenhuma diferença. (...) george pode dizer-lhe qualquer disparate, é o mesmo. o caso é falar. o caso é estar com outra pessoa. isso é tudo. (...) você tem george. sabe que ele voltará. mas imagine se não tivesse ninguém. imagine se não pudesse ir ao quarto dos peões jogar às cartas por ser negro. (...) imagine que tinha que ficar aqui sentado, a ler, a ler. os livros não servem. um homem precisa de alguém, alguém que esteja perto. ficamos como loucos quando não temos ninguém. (...) uma pessoa fica aqui sentada de noite, a ler livros, ou a pensar ou qualquer coisa assim... às vezes, ficamos a pensar e não temos ninguém que diga sim ou não. quando vemos alguma coisa, não sabemos se está certo ou errado. não podemos perguntar ao outro se viu também. não podemos falar. não temos com quem discutir. tenho visto muitas coisas aqui. e eu não estava bêbado. não sei se estava a dormir... se tivesse um companheiro comigo, ele podia dizer se eu estava a dormir e tudo ficava bem. mas não sei..."


ratos e homens de john steinbeck, publicado pela primeira vez em 1937, é um soco no estômago que se devora em pouco mais de uma hora. um fresco do realismo habitado por personagens consistentes, um texto cinematográfico de onde se desprendem sentimentos tão comuns como a amizade, a solidão e o ensejo de uma vida digna. há livros que não envelhecem com o passar dos anos e este é, certamente, um deles.

domingo, novembro 18, 2007

sms

se há coisa que me dá gozo na vida são os processos dinâmicos e as intercepções desses processos dinâmicos, que são o que fazem, afinal, o nosso mundo relacional. somos bichinhos que gostam de trocar. coisas, objectos, carinho, afecto.

terça-feira, julho 24, 2007

porque "a vida sem amigos é como cuecas sem elásticos"

desta vez o nosso vagabundo preferido acertou na mouche. com poucos dias de existência, esta música já é um clássico e vai marcar este verão. esta vai dedicada a todos os meus amigos, fora e dentro da blogosfera. porque a amizade, a troca e a partilha, o escutar e o desabafar, o estar a nú sem defesas, sem máscaras, o rir e o chorar em conjunto é das coisas mais importantes que temos a honra de experimentar enquanto seres sensíveis. encostem-se a mim.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

folias

foi um bom carnaval. sábado disfarcei-me de preguiçoso, domingo de consumista, segunda de trabalhador e terça de membro de um bando de amigos almoçando tarde fora.