Mostrar mensagens com a etiqueta animais. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta animais. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, setembro 25, 2007

o cão português


este cão é português. como qualquer bom português, sabe que as leis, as indicações de utilização do espaço público, as regras de trânsito e as obrigações fiscais não são para cumprir. o cão português, em nome da liberdade individual, não liga a essas coisas e despreza quem lhes dá atenção. despreza e goza os pobres coitados que vivem limitados por tão ridiculas ninharias. pensa que quem não faz tramóia é porque não sabe, porque não é tão inteligente como ele. ou então estão-se a armar ao cucos, a dar uma de bom cidadão, quando no fundo são tão sacanas como ele. o cão português pensa que se não fôr visto, não há problema. e mesmo que seja apanhado em flagrante e alguém lhe chamar a atenção, pode sempre fazer uso da sua testosterona mal controlada e mandar o outro para o caralho, ou à merda, se fôr uma senhora. o cão português acha que o mundo não é mais do que um palco para a sua gloriosa existência e que todos os outros são personagens secundárias.

as minhas sinceras desculpas:

à k., autora do gatilho, de onde pilhei a foto;

aos menores de idade e às pessoas mais sensíveis, pelo uso de palavrões;

aos cães genuínos, pelo uso abusivo do seu bom nome.

quarta-feira, setembro 05, 2007

eu, animal



acabo de ler, num comentário de um blog, uma das frases mais imbecis que ouço ou leio recorrentemente: "não gosto nada de animais". provavelmente pensaram que a frase era bem mais terrível, mas é só isto: "não gosto nada de animais". confunde-me que nestes tempos de sociedade científica, em que desde a mais tenra idade se apresenta aos miúdos o enquadramento filogenético do homo sapiens, ainda haja pessoas que pensem que não são, elas próprias também, animais. afirmar que não se gosta de animais é uma espécie de tiro no pé, de falta de amor próprio, de desnorte existencial. somos o que somos, porque somos animais, porque partilhamos com todos eles moléculas, genes, sistemas fisiológicos, células especializadas, organizações tecidulares. para mim, que abraço demoradamente os dois cães grandalhões cá de casa enquanto eles me mordiscam as orelhas e me lambem o nariz, que toda a vida convivi com cães, gatos, hamsters, coelhos, galinhas, cágados, que levava para casa grilos, cobras d'água e morcegos que encontrava na rua, que fico horas a ver os insectos a labutarem nos canteiros à volta da casa, que estudo a evolução da colónia de passarada que habita a grande araucária nas traseiras da casa, que gosto de observar osgas, aranhas e outras "nojices" do género, afirmações deste tipo dão-me volta ao estômago.

negar a nossa animalidade, é negar a nossa própria essência, o nosso enquadramento natural. não sendo animais, restar-nos-iam as hipóteses de ser planta, fungo, vírus ou bactéria. não me estou a imaginar passar a existência com as raízes enterradas num pedaço de terra, a alimentar-me de matéria orgânica em decomposição, e a existência unicelular ou molecular também não me parece muito atractiva. creio que concordam comigo quando afirmo que ser animal é a melhor existência que nos poderia estar reservada neste calhau à deriva no espaço.

sexta-feira, julho 27, 2007

domingo, junho 03, 2007

the deep book

a natureza não pára de nos surpreender. estas imagens são retiradas do livro "the deep: the extraordinary creatures of the abyss", compilado por claire nouvian, uma jornalista, produtora e realizadora que se deixou encantar pela beleza dos seres das profundezas oceânicas. há quem diga que é o livro de fotografias sobre os oceanos mais belo de sempre. a julgar por esta pequena amostra das mais de 200 fotografias, acredito que sim. o site oficial do livro também é de um bom gosto irrepreensível. agradeço à idadedapedra pela dica.
.

(clique nas imagens para as ver em tamanho grande)
.























.

domingo, abril 29, 2007

bichos com a pele de outros bichos


estranho hábito este de bichos acharem que têm o direito de usar a pele de outros bichos. a pele sintética é tão vistosa como a verdadeira, mas apesar disso há quem continue a achar que um casaco de pele verdadeira é que é bem e que as imitações são para a plebe. são bichos alienados, que nem sequer querem saber como são obtidas as peles dos outros bichos que deram origem à peça que com tanto orgulho ostentam. a mim metem-me nojo. longe vão os tempos em que a humanidade aproveitava a pele dos animais que tinha que matar para comer. hoje em dia nada justifica esta barbárie. divulga a p.e.t.a. que 85% das peles usadas nesta tenebrosa indústria provém das chamadas "fur farms", em que os animais são criados em cativeiro com um único propósito: o de serem esfolados vivos por outros animais bem mais selvagens, num sofrimento indescritível. se tem estômago, veja as filmagens não autorizadas que a p.e.t.a. disponibiliza online. e depois venham falar-me de humanidade...

sexta-feira, janeiro 19, 2007

vida de cão

Foto@EPA/Sergey Dolzhenko
Uma estilista penteia o seu cão durante um espectáculo de moda em Kiev.
.
eu já sabia que a vida no mundo da moda tinha muitas vicissitudes e que às vezes os(as) modelos eram tratados(as) abaixo de cão. o que eu não sabia era que alguns cães também sofriam as mesmas vicissitudes. atente-se à expressão do animal, os olhos lânguidos e o sorriso forçado, numa meia expressão, que não conseguimos bem descrutinar se é altivez, agressividade ou sorriso mal parido, e lembramo-nos facilmente de que já a vimos em rostos humanos, desfilando na passerelle. foto do dia, hoje, no portal sapo.