segunda-feira, 31 de agosto de 2015

TEMPOS ÁUREOS

O teatro português teve tempos áureos, onde o glamour, a fama dos artistas e um público sempre sedento de conhecer a última peça em cena enchia salas, bastidores e páginas de jornais. Tenho ideia que aí o 25 de Abril de 1974 contribuiu em grande para uma mudança de programação, que nem por isso agradou ao público português: nada de comédias, tudo teatro sério e/ou experimental, revolucionário, cultural. Haverá coisa mais chata do que quererem "cultivar-nos" à força, seja com Brecht ou outro dramaturgo qualquer? 

O resultado foi o de produções teatrais com salas "às moscas", inclusive no teatro de revista, que também sofreu desse divórcio do povo com o teatro - durante uns largos anos catalogado como "chato" e caro... ainda por cima! "Passa por mim no Rossio" foi um ponto de viragem para os revisteiros, mas quem não passou por aí continuou a penar...

Confesso que já fiz as "pazes" com o teatro há muitos anos. Mas só no início deste século voltei a ver salas cheias, durante meses - na peça "Arte", com António Feio, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme e, depois disso, em mais umas quantas outras. Mas não é fácil!

Agora já não ia há muito tempo e o convite partiu de uma amiga facebookiana. Um monólogo, interpretado por Guida Maria, no Villaret. Alinhei. O título da peça não é do mais cativantes - "Sexo? Sim, mas com orgasmo" - e o pessimismo do maridão catalogou-a logo de "grande banhada". Não foi e a comédia de Jacopo Fo (filho de Franca Rame e Dario Fo) resultou em pleno: o público não regateou risos, sonoras gargalhadas e um grande aplauso final! Também não quisemos deixar de congratular a atriz pelo seu magnífico desempenho e ela simpaticamente acedeu a tirar uma fotografia com o nosso grupo.

Assim, dá vontade de regressar ao teatro (muitas) mais vezes! 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

LEMBRETES E MAIS LEMBRETES!

A fotografia é minha, mas certamente não é esta que vou usar no passatempo "Gota d'água", para não facilitar demais. Devo dizer que já recebi 11 fotos (com a minha são 12), mas os prazos mantêm-se, logicamente, para dar tempo ao tempo - de ir e vir de férias, fotografar, etc. e tal.

Por outro lado, acabei de atualizar a lista de participantes confirmados no almoço-convívio de 18 de outubro de 2015, que continuará a ser atualizada sempre que necessário. (Como TPC de fim de semana vou ver se a consigo colocar ali na faixa lateral, para se tornar mais fácil a consulta a qualquer instante - esses são outros 5 paus, dada a costumeira nabice informática). Claro que a informação relativa ao restaurante também será acrescentada, assim que fizermos a reserva. Mas enfim, caso descubram algum erro ou omissão agradecemos que nos avisem, para que seja prontamente retificado. Curioso também é que a data coincide com o 3º aniversário de blogue da (nossa) amiga Afrodite, como a Flor de Jasmim bem reparou. E esta hein?!?

Na rotina habitual, a chegar ou a partir para férias, desejo a todos um...

FIM DE SEMANA MUITO FELIZ!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A FAMÍLIA BÉLIER

Paula é uma adolescente como tantas outras, tendo a particularidade de ter nascido na família Bélier: um casal de agricultores e os seus dois filhos, em que ela é a única que não é surda-muda. Assim, os pais apoiam-se um pouco mais nela para tratar de alguns assuntos que eles não conseguem - vender queijos ao público, falar ao telefone, ir ao médico, etc. e tal.

Paula tem uma grande amiga na escola, Mathilde, mas as raparigas estão em aulas diferentes, pelo que decidem inscrever-se numa actividade extra-curricular conjunta. Como Paula mantém uma secreta paixão por Gabriel, um colega de escola, acaba por se inscrever no grupo coral, quando percebe que é aí que o rapaz está inscrito. O professor do grupo coral, Thomasson, é um homem desiludido com a vida - sonhava com a ribalta e em vez disso vê-se a dar aulas na província a um grupo de alunos desinteressados - mas, inesperadamente, encontra em Paula um verdadeiro talento para o canto. E convence-a a participar num concurso para entrar numa escola de canto em Paris.

O dilema da jovem é como deixar os pais, que dependem dela para tantos assuntos, para seguir a sua vocação. Vejam o trailer:


Um filme amoroso sem ser lamechas, classificado com 7,3/10 na IMDb (o que para filme francês é bastante bom) e que valeu à protagonista, Louane Emera, o prémio de melhor atriz revelação deste ano na 40ª edição dos Cesar.

Imagem de cena do filme, da net.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AS FÉRIAS DA "SOBRINHA"...

... são cá em casa. Não é que ela dê muito trabalho, que é quase só comer e dormir, embora nos primeiros dias andasse muito assustadiça com todos os "novos" barulhos. Entretanto só tivemos de pôr as plantas todas na marquise e fechar portas e janelas, para bem das ditas e também da bichana.

Ah, e tivemos de comprar tabuleiros novos, porque a Pixel vem mal habituada a andar por cima de tudo, nomeadamente da mesa onde comemos e considerámos a medida mais prática e higiénica. Curiosamente, os tabuleiros também são com gatos, talvez por terem sido comprados na loja do "Gato Preto".

xxx

Não são giríssimos?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ALMOÇARADA

Caros amigos:

Depois de uma prolongada e improfícua troca de mails, a COACBLA (Comissão Organizadora de Almoçaradas e Convívios Bloguistas de Lisboa e Arredores) resolveu reunir-se ao vivo e tomar algumas importantes decisões. 

Assim, os elementos desta Comissão, a saber Ricardo Santos, Henrique Antunes Ferreira e eu própria, concordámos que a data mais indicada para realizar o próximo almoço-convívio será o dia 18 de outubro de 2015, pelo que pedimos a todos os eventuais interessados que nos comuniquem a sua disponibilidade de participar no evento. 

Entretanto, também já foram sugeridos alguns locais para a realização do referido almoço, mas ainda se estão a equacionar várias hipóteses - tendo em conta a refeição, preços, estacionamento, acessibilidades, etc. - pelo que a Comissão aceita outras sugestões que os futuros convivas pretendam fornecer. Claro que para avançar para a marcação do restaurante temos de ter uma ideia do número de participantes, pelo que agradecemos a vossa resposta com a brevidade possível. 

Gratos pela vossa atenção, relembramos que depois de marcarem a data nas vossas agendas, basta munirem-se de alegria e boa disposição... para garantir que este almoço-convívio seja um sucesso, tal como o(s) anterior(es).

COACBLA

Teté

§ - A foto foi tirada na Marina de Lisboa, enquanto pesquisava possíveis futuros restaurantes para o encontro. Ao que as pessoas se sujeitam nestas pesquisas, né? :)

UM FELIZ FIM DE SEMANA PARA TODOS!

ADENDA a 28 de agosto de 2015
ADENDA a 1 de setembro de 2015
ADENDA a 8 de setembro de 2015
Após o anúncio deste almoço-convívio de 18 de outubro de 2015, reunimos as seguintes confirmações:
Graça Sampaio;
Manu;
Rafeiro Perfumado + Gata Verde (facebook);
Fatifer (facebook e não só);
Lopesca;
Maria Araújo (facebook);
Rui Espírito Santo + Lena;
Kok;
Isabel Pires;
Afrodite;
Fê Blue Bird + 1
Ricardo; 
Henrique Antunes Ferreira + Raquel;
Eu.

Ainda a aguardar confirmação:
Luisa;
Gábi.

Em princípio não poderá comparecer:
Papoila.

Obviamente, as inscrições continuam abertas. E para quem não se lembrou disso, agradecemos que indiquem caso venham com acompanhante(s). Estas informações serão atualizadas sempre que necessário. Obrigada a todos!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

NÚMERO ZERO

"O livro deverá dar ideia de um outro jornal, mostrar como, durante um ano, eu me esforcei para realizar um modelo de jornalismo independente de qualquer pressão, dando a entender que a aventura acabou mal porque não era possível dar vida a uma voz livre. Para isto, preciso que você invente, idealize, escreva uma epopeia, não sei se me faço entender..." É esta a proposta que Simei, o diretor de um jornal que nunca irá sair, faz a Colonna, um jornalista e escritor pouco conhecido, que ronda os cinquenta anos: que seja uma espécie de ghost writter do livro que publicará após a experiência gorada, enaltecendo a sua dedicação ao projeto de jornalismo livre e independente. Que, está bem de ver até pelo teor da proposta, é mera ficção - os números zero do jornal serão financiados por um tal de comendador Vimercate, um indivíduo que tem um império multifacetado entre hotéis, casas de repouso, televisões locais e publicações variadas, mas cuja ambição desmedida pretende levá-lo mais longe, nomeadamente a entrar no mundo da alta finança, como por exemplo em bancos, grandes jornais diários ou canais televisivos. Os números zero do referido jornal servirão assim os seus interesses, podendo eventualmente ser mostrados às pessoas certas, em momentos oportunos. Como forma de pressão, para não falar em chantagem...

É assim que de um dia para o outro a redação do "Amanhã" se instala no open space de um palácio no centro de Milão, onde se cruzam jornalistas que acreditam piamente em todas as teorias da conspiração havidas e por haver, que apesar da sua inteligência são despachados para a astrologia e necrologia pelo facto de serem do sexo feminino, ou até aquele que se desconfia ser espião não se sabe bem de quem, mas que convém tratar com algum cuidado. Nenhum destes elementos está a par do contrato entre as "chefias" e Colonna, também ele um pobre diabo que acaba por aceitar o seu humilhante papel, para aumentar o seu até então parco pé de meia.

Se o romance de Umberto Eco tivesse sido escrito no tempo em que decorre a ação (de 6 de abril a 11 de junho de 1992) poder-se-ia dizer que se tratava de uma premonição de como muitos meios de comunicação social iriam descambar numa espécie de pasquins dos poderosos, que através deles tentam influenciar a opinião pública. Mas não, o escritor escreveu o livro em 2015, pelo que no fundo retrata ironicamente uma realidade cada vez mais notória, explicando também o descrédito que alguns desses meios hoje têm junto do grande público ou, pelo menos, do mais informado. Em suma, como a contracapa do livro indica "este é o manual perfeito para o mau jornalismo que, gradualmente, nos impossibilita de distinguir uma invenção de um directo".

A temática pode não ser muito original, mas a história em forma de romance aligeira um pouco a crítica evidente, enquanto a ironia sempre patente nestas 163 páginas contribui para tornar a leitura mais prazeirosa, quiçá até um pouco alucinada. Muito bom! 

Citações:
"A questão dos telemóveis não pode durar. Primeiro, são caríssimos e só poucos têm meios para os comprar. Segundo, as pessoas irão descobrir em breve que não é indispensável telefonar a toda a gente a todo o momento, sofrerão com a perda de conversação privada, cara a cara, e no fim do mês vão aperceber-se de que a conta atingiu cumes insustentáveis. É uma moda destinada a esgotar-se no espaço de um ano, no máximo, dois."

"Isto é, seria bom sugerir que, em vez de dizer caralho todas as vezes que se quer exprimir surpresa ou desapontamento, se deveria dizer «Oh, órgão externo do aparelho urinário masculino em forma de apêndice cilíndrico inserido na parte anterior do períneo, roubaram-me a carteira!»"

"A questão é que os jornais não são feitos para difundir, mas para encobrir as notícias. Acontece o facto X, não podes deixar de falar nele, mas embaraça demasiada gente, e então, nesse mesmo número, metes grandes títulos de fazer eriçar os cabelos, mãe degola os quatro filhos, talvez as nossas poupanças acabem reduzidas a cinzas, [...] e por aí fora, a tua notícia afoga-se no grande mar da informação."

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

AS FLORES DOUTROS QUINTAIS

Num final de tarde destas férias, enquanto o maridão tinha ido arrumar o carro junto ao restaurante onde íamos jantar, entretive-me a fotografar as belíssimas flores do quintal da casa ao lado. Estava distraída, vi que se notava um carro em plano de fundo e mudei de posição para tirar a fotografia de outro ângulo. E foi aí que reparei que vinha uma mulher de dentro de casa na direção do portão. E a alma caiu-me aos pés!

Não sei se é de ler muitos policiais, fico sempre com a ideia que as pessoas desconfiam quando veem alguém fotografar a casa delas - se bem que não fosse a casa, mas o arbusto. A mulher parecia apressada e eu, em frente dela sem jeito nenhum, só me lembrei de elogiar as lindas florinhas e de perguntar se ela sabia como se chamavam.

Devo dizer que ela devia ler muito menos policiais que eu, que não me pareceu nada desconfiada. E a resposta dela foi bastante sui generis: "Como se chamam não sei, mas lá que fazem uma grande porcaria, lá isso fazem!" Ainda me contou que tinha acabado de regar o jardim e de dar umas mangueiradas nas ditas flores, para ver se elas caíam, uma vez que deitam uma espécie de resina que lhe suja o chão todo.

Lembrei-me desta cena, por duas razões: a primeira foi que a mulher era algarvia mas não se chamava Luisa, pois ela havia de saber o nome das flores que tinha no seu próprio quintal; a segunda, foi da remodelação do jardim da Papoila, que a ficar parecido ao da imagem onde se baseou ficará lindíssimo - mas mesmo que mudes de ideias, fica o aviso que estas sujam muito...

Ah, e claro, fiquei sem saber o nome das ditas. Alguém sabe? (isto não é desafio, que eu não sei a resposta)

Adenda a  21 de agosto de 2015: Pelas vossas sugestões, cheguei à conclusão que se trata de uma videira de trombeta ou trepadeira de trombeta ou bignónia (tarantella), que por sua vez pertencem à família das Bignoniaceae. Mas enfim, como bem diz a Janita, em matéria de botânica a net é fraquita: quase tudo o que li foi traduzido literalmente do inglês, pelo que é possível que estes arbustos sejam conhecidos por outros nomes mais vulgares, que ainda encontrei a designação de videira colibri. Mas será por aí... Gracias a todos pela informação! 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

POR UMA GOTA D'ÁGUA...

... lá volto eu à pedinchice. Não é que esteja com sede, mas é para mais um passatempo fotográfico, desta vez a condizer com o verão: em férias o que não faltam são fotografias que metam água - do mar, das ondas, do rio, da piscina, do lago ou da fonte e muitas, muitas mais. E para quem ainda não gozou do merecido descanso, há sempre a águinha da torneira, que pinga ou enche copos, garrafas, banheiras, etc. e tal.

Portanto, o pedido é simples: uma fotografia inédita da vossa autoria, que envolva água e que deverá ser enviada para o meu mail ([email protected]) até às 23 horas e 59 minutos do dia 14 de setembro. No dia 16 de setembro publicarei todas as fotos recebidas e caberá a cada um de vós adivinhar quem fotografou o quê, e a mim esclarecer quantos palpites acertaram (ou não). Por experiências anteriores já se sabe que não é tarefa fácil, mas no final prevalece a persistência e a lógica. E, espera-se, que também a boa disposição! Se entretanto ninguém conseguir identificar a autoria de todas as fotos, eu própria o farei no sábado 19 de setembro. Resumindo, todas as fotos serão devidamente identificadas, como manda o figurino - nome e/ou nickname e link do blogue (caso o autor tenha blogue, evidentemente, que o passatempo está aberto a todos que queiram participar).

Como alguns já adivinharam, as fotografias podem ser antigas ou recentes, não devem é ter sido publicadas anteriormente. E água aqui pode ser em qualquer estado - sólido, líquido ou gasoso - num vasto oceano ou num único pingo. Mas não vale a pena complicar, não precisa de ser a "última gota d'água no deserto"* em termos fotográficos, uma fotografia comum ao amadorismo de (julgo) todos nós serve perfeitamente. Quer dizer, não se trata de escolher a foto mais bonita, certo?

O porquê destes prazos tão dilatados? Pois, já se vê, para dar tempo a que vão e venham de férias e eventualmente pensem no passatempo com carinho e não com pressas de última hora. Porque, já se sabe, a própria foto pode conter algumas pistas que a tornem mais fácil de identificar e isso pode demorar algum tempo a engendrar. Por outro lado e de caminho, também para variar da politiquice nacional, que deverá estar ao rubro e (e)levada a extremos de enjoo em meados de setembro...

Enfim, até lá publicarei alguns lembretes, mas com calmex, que é verão e tempo de férias e isso é que é importante aproveitar bem. Bons clicanços, que cá ficarei a aguardar a vossa sempre simpática participação!

* - O meu filho usa as expressões "a última coca-cola no deserto" ou "a última bolacha do pacote", depreciativamente, para o que ou quem se considera superior, sem qualquer sentido. Eu acho piada às expressões, embora use mais frequentemente "o suprassumo da beterraba", para essas superioridades descabidas! Fica a explicação da alteração da expressão.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

UM ÁLBUM INVULGAR...

Verdade, é muito invulgar tirar fotos a nuvens que passam, nem que seja para recordar as formas mirambolantes que descobríamos nos seus contornos em crianças: ali é um pato, acolá um barco, mais além parece o Adamastor, no nosso livro da primária. E a brincadeira podia continuar durante horas, que as férias de verão eram longas... Óbvio que tenho muitas fotos com nuvens, em crepúsculos de tons rosados, como "figurantes" de outros motivos, até cinzentas e prontas a descarregar grandes chuvadas, mas só assim branquinhas a pintalgar um céu azulão e como personagens principais... nem por isso! 

Surpresa, foi encontrar uma gaivota a beber água da piscina. Se está habituada a beber a do mar, como é que não distingue a diferença? Ou será que é indiferente para a sua goela?

Já tinha passado ao lado deste burro umas largas centenas de vezes, sem querer exagerar. E não é hoje, é amanhã ou qualquer dia, nunca o tinha fotografado. Desta vez não perdoei: "Para aí!" e cliquei.

Mas não foi o único burro que vi por lá! De carne e osso é que não tive a sorte de encontrar nenhum, nem de passagem. Da classe dos mamíferos perissodáctilos, claro, que dos outros acabam sempre por aparecer uns quantos!

Ah, e o "meu" peneco, tal como o olhava diariamente em férias que já lá vão. A zona em redor está isolada, porque deve haver o risco de cair um pedregulho lá de cima, mas noutros tempos era uma espécie de guarda sol gigante para os tesos de férias ou das redondezas. Os toldos é que eram diferentes e ficavam muito mais próximos do rochedo.

Embora tipicamente algarvias, as chaminés não são fáceis de fotografar, dado o grande número de antenas e parabólicas em volta. Esta não sofria dessa maleita.

Claro que para quem é fascinado por janelinhas, não podia resistir à originalidade desta - junto ao azulejo da virgem imaculada, proclamada padroeira (da terra?) há mais de três séculos -

nem à típica e bonita cortina de crochet, tão bem enquadrada nesta outra.

Caracóis no Algarve existem em muitos locais, estes chamaram o nosso nome numa esplanada da Guia, que está sempre cheia de clientes. Não admira, são uma delícia!

Deliciosos também devem ser estes figos, ainda a amadurecer nas árvores, pelo menos a avaliar pelo perfume que já paira no ar.

A marina de Albufeira também é um local aprazível para dar um passeio ou para esplan(ad)ar um pouco ao final da tarde... Quer dizer, em julho, que nesta altura não faço a menor ideia.

Sei que a animação já se fazia sentir no dia 1 de agosto, quando estes veraneantes (de fim de semana ou não, que isso agora não interessa nada!) deram um ar da sua graça cantarolando à desgarrada fados, cantares alentejanos e MPB. Para gáudio de todos os presentes, que aplaudiram a alegre atuação.

E pronto, de caminho este carocha pestanudo piscou-nos o olho... e prometeu que nas próximas férias haverá mais!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O PÁTIO DAS CANTIGAS

Afirmar que este é um remake do "Pátio das Cantigas" acaba por ser um grande exagero: tirando os nomes das personagens, tratar-se de um filme de comédia e de decorrer numa Lisboa em plenas festas populares, as parecenças não são nenhumas. Nem podiam ser, já que um remake de um filme de 1942 não poderia ter qualquer pretensão: para fazer igual, perdia na comparação; para fazer diferente e atual, pois acaba por ser um novo filme. Como é o caso.

Portanto, tenho para mim que lhe deram o mesmo nome para cativar um público saudoso desses filmes antigos, que obtiveram grande sucesso junto a várias gerações. Ora isto tem vantagens e desvantagens. A primeira das quais é a inevitável comparação. Um dos críticos do "Expresso", Jorge Leitão Ramos, que lhe dá uma redonda bolinha em vez das mais ou menos estrelas (de 1 a 5) de classificação, chega à preconceituosa conclusão que tal tentativa estaria sempre condenada ao fracasso - porque a outra era uma geração de atores de talento inigualável e de comediógrafos (como lhes chama, certamente para designar argumentistas de comédia) "que já não há". É verdade: já morreram todos, 70 e tal anos volvidos, o que não é muito de espantar...

Partindo do princípio que até concordava com as superiores capacidades dos antigos atores e argumentistas sobre os atuais, o que é que JLR sugere? Que se deixe de fazer comédias, já que não se consegue que sejam tão boas? Acontece que até nem concordo: endeusar filmes que gostamos, porque nos habituámos a vê-los desde pequeninos, não significa que sejam realmente tão fabulosos quanto os julgamos. E se o talento de alguns dos atores dessa época é inegável, o dos atuais não lhes fica muito atrás - se bem que com menos experiência, já que se realizam poucas comédias em Portugal (e entende-se porquê, quando lemos o artigo de JLR). Quanto aos grandes comediógrafos de antigamente, pois, na minha modesta opinião não eram assim tão excecionais, além de que o humor também tem a sua época, que se torna cada vez mais exigente com o passar do tempo...

Dito isto, o filme vê-se bem e é engraçado, mas está longe de ser uma obra-prima. A representação de Miguel Guilherme, que se cola um bocado à de António Silva pode suscitar alguma controvérsia - há quem adore e também quem deteste! - mas mesmo alguns dos atores que conhecia pior surpreenderam-me pela positiva, nomeadamente César Mourão ou Dânia Neto. O argumento tem algumas "trapalhadas", aquele final apressado à Bollywood desagradou-me profundamente, mas no geral foi uma sessão de cinema divertida. Com uma sala cheia de gente e, note-se, aplausos no final, o que é bastante inusitado. E deve ser isto que desgosta os críticos da sétima arte: que as pessoas vão ao cinema com o simples intuito de se divertirem! (e o demonstrem tão claramente, digo eu!)

Imagem da net.

sábado, 8 de agosto de 2015

ÁLBUM À ALGARVIA

Terminei por estes dias de fazer o álbum das mini-férias de Roma ("terminei" é uma força de expressão, que ainda estou à espera da resposta da editora para um problema que não consigo resolver sozinha) e pensei que era uma tremenda injustiça não fazer um sobre as férias algarvias: no fim de contas tenho passado lá tantos e bons momentos ao longo dos anos... Mas pronto, tem a explicação óbvia que acabo por cirandar sempre pelos mesmos locais, pelo que as fotos não têm grande novidade no geral, uma vez por outra lá se capta uma diferente do habitual. A de cima é mais uma das milhentas fotos de praias algarvias, desta feita na praia do Castelo, na segunda-feira 20 de Julho. "Anotem" aí, que a fotografia está lá por uma razão que perceberão mais adiante.

Entre as fotos pouco originais, constam sempre umas versões mais ou menos semelhantes a estas, no "Túnel", em Albufeira:

Isto deve ser para eu ficar com inveja de mim própria o resto do ano: cervejinha, numa esplanada à beira-mar, com um livrinho por perto, hummm... Sai uma saladinha de camarão e frutos, para compor o ramalhete!

Inusitado será fotografar este local, mas à distância. Numa pequena incursão do que resta da Albufeira da minha adolescência.

Olha, lá está ela! Na linha da frente de uma Albufeira onde abundam os cerros, que ali não se chamam de colinas, como em Lisboa.

E a torre da Igreja, cujo sino depreendo que dá horas para toda aquela cidade, que noutros tempos nem muito longínquos era apenas uma vila. E depreendo porque oiço o repenicar, mas sem certezas se é dali que provém o badalar do sino. A lembrar aquele poema que João Villaret tão bem declamava!

E a lua, que os amigos facebookianos não se cansam de avisar que em breve vai ficar azul? Para já, de azul só o céu...

Mas uma semana depois lá estava ela altaneira, se bem que de tons de azul só aqueles que acrescentei à força de "pintura"... para não defraudar expetativas. Cheia e redonda, mas pálida como sempre!

Oops, mas afinal em 479 fotografias até há algumas fora do (meu) vulgar, mas como já enchi o post de fotografias e historietas, terão de ficar para uma próxima oportunidade.

Então mas a que propósito está aquela foto lá em cima, já que não é nada original? Para uma má comparação: esta foi tirada noutra praia (do Lourenço), no sábado 1 de agosto. Topam porque é que lhe chamam silly season?

Com ou sem férias, tenham um...

EXCELENTE FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O OLHAR DOS INOCENTES

Como muitos dos que passam por aqui saberão, sou fã de policiais, de um modo geral, e da escritora sueca Camilla Läckberg, em particular: este é o último livro dela publicado em Portugal e o oitavo da coleção que tem o inspetor Patrik Hedström e sua mulher Erica como protagonistas principais.

Nestas 471 páginas, o mistério envolve a pequena Ebba, uma bebé de meses que é encontrada na casa onde funciona o colégio dirigido pelo pai, no domingo de Páscoa de 1974, tendo desaparecido toda a restante família sem deixar rasto, após o almoço familiar: pai, mãe e três meio-irmãos, com idades compreendidas entre os 7 e os 17 anos. O alerta às autoridades é dado pelos cinco alunos que não foram a casa nas férias e que, não tendo sido convidados para o almoço, foram pescar. Sem que a polícia consiga descobrir nenhuma pista sobre o que se passou, a bebé é criada por uma família adotiva. Mas tantos anos volvidos, depois de perder um filho pequeno num trágico acidente, Ebba e o marido resolvem voltar à pequena ilha frente a Fjällbacka, para transformarem a casa numa pousada. E, após um inexplicável incêndio, começam a acontecer outros incidentes que levam a suspeitar que alguém não os quer por lá. É aí que Patrik é chamado a investigar o caso, contando com a sua equipa e  a perspicaz ajuda de Erica, escritora e conhecedora da história local.

Enfim, mesmo numa pequena localidade sueca é pouco provável que a polícia possa contar desta maneira com o apoio da população civil, mesmo tratando-se de familiares próximos, mas ficção é ficção, não tem de se comparar à realidade existente. De qualquer das formas, bem patente está o ressurgimento de grupos nazis na sociedade sueca atual e, essa sim, parece não ser fruto da imaginação da autora. Muito bom, para todos aqueles que apreciam enredos policiais.

Em relação aos restantes livros lidos nas férias, por muito que aprecie a escrita de John Grisham, este "Calico Joe" foi nitidamente um erro de "casting" - nunca o devia sequer ter comprado. Consegui lê-lo até ao final porque Grisham tem aquela facilidade de cativar os seus leitores - e porque o livro não chega a ter 200 páginas, diga-se em abono da verdade! - mas basebal não é definitivamente assunto que me interesse minimamente, nem sequer entendo como se joga. Se bem que o autor tenha feito um esforço de explicar as regras do jogo na introdução e por muito que tente resumir os momentos que ele considera empolgantes, aqui e ali parecia um daqueles romances russos com muitas personagens, sendo que neste caso eram os membros das equipas de basebal. Que tédio! Mesmo que não seja relevante para a história se jogou assim ou assado, é óbvio que um fã do jogo cai na tentação de contar episódios verídicos e feitos estrondosos de alguns jogadores, o que para quem não gosta da modalidade diz zero.

Para quem preferir uma leitura bem ligeira em tempo de férias, "O Carteirista que Fugiu a Tempo", de Francisco Moita Flores, é a escolha ideal: menos de 150 páginas, um tom de comédia, o dia a dia dos pequenos meliantes numa grande cidade, os planos arrojados que levam a cabo para enriquecer rapidamente, já que com os cartões multibanco os carteiristas profissionais têm a vida complicada - não conseguem gamar dinheiro a ninguém! Muito engraçado, sem dar cabo dos neurónios de nenhum leitor...

E autografado pelo escritor, que este ano encontrei em plena Feira do Livro de Lisboa!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

FOFOCAS EM DIA!

E quando estamos de férias e apanhamos uma carraspana daquelas que nos faz ficar em casa, controlar a febre e tomar remédios consoante a indicação do termómetro? Pois, há que pôr a leitura em dia, nomeadamente a das revistas cor de rosa, que são esquecidas durante o resto do ano, à exceção de uma esporádica folheadela no dentista.

Ficamos assim a saber que um blogger "famoso" fez uma festa badalada (e fotograficamente documentada em várias revistas) para comemorar o seu primeiro ano na blogosfera (ahn?!?), que o Nicolau Breyner se está a divorciar da sua quinta mulher, que embora sem confirmação se suspeita que Angelina Jolie e Brad Pitt estão a enveredar pela mesma solução, enquanto ponderam comprar uma ilha grega, que aliás parecem estar em saldos para milionários, sendo que é dado que Johny Depp já comprou uma, que Alberto do Mónaco batizou os seus filhos gémeos, e que por esses dias um dos seus sobrinhos, filho da sua irmã Carolina, também casava pelo civil com a devida pompa, além de uma série de outras notícias igualmente de grande relevo. 

Mas pronto, aliadas a estas também não faltaram os resumos dos próximos capítulos das telenovelas portuguesas, sempre de vento em popa para ter os maus mais mais de toda a humanidade e os bons mais panacas de todo o planeta que caem em todas as trapaças.

Não sei se influenciada por este clima fofoqueiro, também passei o tempo a fotografar uns vizinhos próximos, antes que desalvorassem para outras paragens (o que realmente veio a acontecer, antes de voltarmos para Lisboa):

Eis a rolinha junior antes de aprender a voar e de abandonar o seu ninho...

... e a parentela que esvoaçava por ali perto e alimentava a pequena ave.

Enfim, felizmente foram só dois dias, o chato da coisa é que tive de pôr de lado outros planos que não se chegaram a concretizar, pois o tempo não é elástico.  Mas, quem sabe... numa próxima oportunidade? (e sim, também dei um avanço nos meus livrinhos, mas sobre esses talvez fale noutro dia)