sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A ÁRVORE DAS ROLHAS

Confesso que não tenho jeito nenhum para trabalhos manuais, disciplina que em tempos idos me dava "água pela barba" só para ter a nota mínima. Mas para provar que na minha família há quem tenha essa habilidade natural, fica aqui uma árvore de Natal montada  com cento e tal rolhas, que demoraram dois anos a coleccionar. A ideia não é original (suponho que foi tirada de uma revista), mas a realização é da minha mana, que também faz tricot e ponto cruz, quando está para aí virada. E não é a única, que a minha cunhada também é adepta do ponto cruz, embora nos últimos tempos se tenha dedicado mais à ourivesaria. Resumindo, aqui a única "ovelha ronhosa" sou só eu, mas não posso dizer que tenho pena, porque aproveito os meus tempos livres para ler, coisa que elas fazem pouco ou (quase) nada... Cada uma com os seus hobbies, não é verdade?

Claro que em vésperas de consoada, a árvore das rolhas serve também uma segunda finalidade: a de desejar a todos um...

F E L I Z   N A T A L!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O ÚLTIMO ADEUS

Pelo relvado e restante enquadramento dá para ver que este livro não foi lido recentemente, mas nas férias de verão. Como era para ser discutido em sede de Clube de Leitura, como realmente aconteceu em Outubro, fiquei a aguardar a opinião das minhas parceiras, para não vos levar ao engano com o meu arrebatamento por Kate Morton.

Tanto tempo volvido sobre a leitura e a discussão, obviamente falham-me alguns pormenores, mas não serão certamente os mais relevantes. Tal como é costume da escritora, o livro está dividido em capítulos, mais ou menos intercalados, de 3 épocas diferentes: uma primeira à roda de 1911/1914: uma segunda no Verão de 1933; e a terceira e última em 2003, quase sempre entre a Cornualha e Londres.

Portanto, pode dizer-se que não existe uma mas duas tramas, que estão interligadas, constituindo aquela primeira parte uma espécie de explicação do que está para vir. Assim, é durante a festa do solstício de Verão de 1933, que a família Edevane costuma dar na sua casa de Loeanneth, na Cornualha, que o inesperado acontece - o filho mais novo do casal, Theo, de apenas onze meses, é raptado; algumas horas depois é encontrado o corpo de Llewellyn, um velho amigo da família e que com eles reside, sem que se percebam os motivos que levaram à sua morte.

Setenta anos volvidos, Sadie Sparrow, investigadora da Scotland Yard, visita o seu avô Bertie na Cornualha, quando é afastada de um caso que tinha em mãos e, por acaso, dá com a velha e desabitada casa de Loeanneth, e rapidamente se interessa sobre o que outrora lá se passou. Ao pôr-se  em campo, parece-lhe urgente entrar em contacto com os elementos da família que ainda estão vivos: Alice  e Deborah, duas das três irmãs mais velhas do rapazinho desaparecido. E a investigação começa...

Todas as participantes do Clube de Leitura gostaram deste romance cheio de segredos e mistérios, embora a algumas tenha desagradado a "conveniente" coincidência final. Nem por isso deixa de ser uma daquelas escritoras que nos "agarra" da primeira à última página. E atenção que aqui são 615!

Citações:
"Dou por mim a discutir com a televisão. Pior, tenho a forte desconfiança de que estou a perder."

"Em tempos,o pai dissera-lhe que os pobres podiam sofrer de pobreza, mas os ricos tinham de se debater com a inutilidade e não havia nada pior que o ócio para corroer a alma de uma pessoa."

"Estar debaixo de um tecto, com a esperança de estar quente e seca dentro em breve, enquanto a chuva caía lá fora, era uma esplêndida e simples felicidade."


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A próxima reunião ainda não tem data propriamente marcada, mas será em Janeiro, com o livro "Uma questão de classe", de Joanne Harris.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ADIANTADA...

... só na árvore, que já está pronta e bem iluminada, que no ano passado duas séries de luzes fundiram e ela, coitada, iniciou 2016 meio ao lusco-fusco...

De resto ainda me faltam muitas compras para fazer, que ao contrário do que tem acontecido em anos anteriores - que começo a ver prendinhas em julho (de férias, portanto) - ficou tudo para a última hora!

Mas pronto já se sabe que estes preparativos são como como diz o provérbio, "grão a grão...", sendo que a galinha sou eu. Sem desmerecer de outras galinhas e galos, evidentemente (entendidos, KOK?).

Daí uma menor assiduidade aqui e nos vossos cantinhos, pedindo desculpa pelo facto, mas para a semana conto recuperar a dinâmica do costume. Inté!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

TRADIÇÕES VALENCIANAS

Se há tradição tipicamente espanhola, a hora da siesta é uma delas. O comércio de Valência segue-a à risca, portanto se vai para compras tenha atenção que as lojas estão quase todas fechadas entre a uma e as quatro da tarde - exceção seja feita a centros comerciais, à maioria dos restaurantes e cafés e ao mercado  central, que merece uma visitinha (entre as 7 da manhã e as 3 da tarde):

Os azulejos exteriores, os vitrais, as inesperadas cúpulas, a par da exposição dos diversos produtos tornam este mercado bastante diferente dos nossos.

Nesta zona antiga da cidade podemos encontrar bastantes igrejas, palacetes e grandes edifícios, nem todos vocacionados para cultos religiosos, mas também para funcionamento de repartições oficiais ou organismos autárquicos, bancos, etc. 

A Bolsa da Seda deve ser dos mais visitados, até pelo preço simbólico das entradas: 2 euros. Não é que tenha muito para ver, um jardim com laranjeiras e um lago em forma de estrela, uns claustros e uns vitrais, um vídeo sobre a arquitetura do local e pouco mais.

Já a catedral, cuja entrada custa 6 euros, vale bem a pena, pelo menos para quem aprecia visitar igrejas...  

Diz que tem uma vista sobre a cidade fabulosa, para quem se dispuser a subir os 207 degraus que levam ao seu topo, mas não posso garantir, que nós passámos!

É também nesta zona antiga da cidade que os espanhóis comemoram a festa mais tradicional de Valência, las fallas (lê-se falhas), no dia de S. José, a 19 de Março. Segundo aqueles que já assistiram a estas festas, é assim uma espécie de Carnaval, com queima de bonecos simbólicos e atraem milhares de turistas, de toda a Espanha como de todos os lados. 

A gastronomia espanhola é sobejamente conhecida e elogiada no mundo inteiro, mas, talvez devido aos 18 mil maratonistas e respectivos familiares e amigos que "invadiram" a cidade neste fim de semana, tivemos alguma dificuldade em encontrar restaurantes de jeito: uma excelente pizza num italiano e este delicioso gelado (na plaza de la Reina, mesmo à saída da catedral abundam as gelatarias) foi o melhor que comi. Já a horchata, a bebida típica de Valência - à base de água, açúcar e um tubérculo local - é uma zurrapa que não aconselho a ninguém!

Ainda na plaza de la Reina aproveitámos para alugar uma charrete para dar um passeio por esta zona da cidade (e não só), de ruas estreitas e pouco ensolaradas, onde proliferam os graffitis, mas também o repenicar dos sinos nas horas, as bicas que certamente noutros tempos matavam a sede aos valencianos, candeeiros de todas as formas e feitios e as lojas de recuerdos.

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Os 40 euros por 45 minutos de passeio de charrete valeram bem a pena e ainda deu para descansar um pouco as pernas das caminhadas mais ou menos longas. Isto porque a rede de transportes públicos não é cara (pelo menos se comprarmos o passe de 3 dias, que custou menos de 12 euros para metro e autocarro, sendo que 2 eram do cartão recarregável), mas o metro não fica muito perto das zonas turísticas da cidade e não conhecíamos bem os percursos das diferentes carreiras de autocarros.

Mesmo assim, não deixámos de dar uma saltadinha à praia, mas naquele fim de tarde a temperatura estava a descer a pique, bem como o céu a enevoar, de modo que nos ficámos pelas vistas, não pusemos o pé no areal.

Se não tirámos uma foto do cimo da catedral, não nos esquecemos de captar uma da vista do hotel, que sempre dá uma ideia sobre a cidade.

Last but not least, o dia da maratona foi uma autêntica festa na cidade, com a música a tocar por toda a parte desde manhã cedo, os valencianos todos na rua a apoiar os atletas - mascarados, a aplaudir e incentivar alegremente, os transportes parados nas zonas do percurso, em suma, uma grande confusão. E eu, que detesto e fujo de multidões, até achei piada àquela alegria tão genuína e contagiante...


TENHAM UM EXCELENTE FIM DE SEMANA!