segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RUMO A 2013!

"O passado é história, o futuro é mistério e hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de presente!"
Provérbio chinês

Apesar da proverbial sabedoria chinesa, há previsões que se podem efetuar desde já  para 2013: por muitos que alguns desejem que o tempo volte para trás (quiçá se até à Idade das Cavernas?!?), certo é que não volta! Ligeiras variações, dada a maior precisão científica atual, e os equinócios e solstícios determinam a chegada de uma nova estação. No calendário, evidentemente, porque nada garante que S. Pedro concorde em pautar o frio e o calor por uma agenda estipulada pelo Homem:
- Primavera, a 20 de março;
- Verão, a 21 de junho;
- Outono, a 22 de setembro;
- Inverno, a 21 de dezembro.

Também o calendário chinês não sofre quaisquer mutações: a 10 de fevereiro inicia-se o ano da Serpente, em substituição do do Dragão. Mas a previsibilidade sobre a influência de cada animal no futuro acaba aqui, porque se lá na China parece bater certo, em Portugal nem por isso... Adiante!

12 de fevereiro é a data estipulada para o Carnaval, 29 e 31 março para a Páscoa, mas em relação aos restantes feriados - que alguns "bons alunos" (cóf,cóf,cóf!) pretendem extirpar do calendário à força toda -  o futuro é muito imprevisível. Curiosamente, o dia 25 de abril calha a uma quinta-feira...

366 dias, 52 semanas, 12 meses e 326 posts depois, relembro apenas que as árvores não morrem, apesar das intempéries:  

BOM ANO DE 2013 PARA TODOS!

Imagem do facebook.

domingo, 30 de dezembro de 2012

FOTOGRAFIAS E PASSEIOS...

Fotografias? Muitas! Tantas que lhes perdi a conta... Se as memórias e os bons momentos se pudessem resumir e traduzir fotograficamente, seriam mais ou menos assim: 

Com o companheiro de sempre caminhando a par e passo (exceção às várias voltas na feira do livro), outros familiares e amigos juntando-se pontualmente. Madrid, aqui tão perto, foi sem dúvida a viagem do ano, mas as férias no Algarve, as visitas ao Jardim Zoológico, ao Castelo de S. Jorge,  à casa museu Rafael Bordalo Pinheiro e até a alguns bares típicos, bem como as exposições sobre Fernando Pessoa na Gulbenkian, a da World Press Photo, a d' "O Mar é Fixe" no Pavilhão do Conhecimento, a FIBDA 2012 e os múltiplos passeios por diversos jardins e miradouros foram igualmente memoráveis...

Lisboa, como é óbvio, foi local privilegiado para pequenas e grandes passeatas, aproveitar um solzinho nas ruas e esplanadas, apreciar a panorâmica e as águas aparentemente tranquilas do Tejo, conhecer ou reconhecer doces cantos e recantos. A cidade mais romântica do mundo, segundo o jornal norte-americano on line "Huffington Post" (que amanhã afirmará outra coisa, mas isso agora não interessa nada!), a par de Praga, Paris, San Sebastian, Fez e mais umas quantas. Mas era preciso serem eles a dizer?

As incursões pelo teatro foram apenas três, mas todas as peças foram fantásticas, cada uma no seu género: "Mente Monumentalmente", o poetáculo interativo de Simão Rubim; "Lar Doce Lar", a hilariante comédia protagonizada por Maria Rueff e Joaquim Monchique; e "Londres", o brilhante monólogo dramático interpretado por Carla Maciel.   

E pronto, assim terminam os balanços, balancinhos e balancetes de 2012, há que seguir em frente e 2013 é o caminho: tomara que o novo ano permita tempos de lazer tão prazeirosos e igualmente bem preenchidos. Para nós... e para todos vós!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CHEZ QUIPROQUÓ - 2012!

Não sei que vaipe me passou pela cabeça este ano, que foi um ver se te avias de concursos, passatempos e desafios: uns até ao dia seguinte, outros temporalmente limitados por regras definidas, inventadas à medida. A parte chata da coisa, foi o ter de relembrar que o passatempo estava em curso - detesto pedinchices!

O primeiro foi de escrita, logo em janeiro, e subordinado ao tema "Razões para acreditar em Portugal". Depois em julho e em dezembro houve dois de preencher legendas em cartoons sem elas! Super divertido verificar como a mesma imagem pode ter tantas interpretações, consoante o olhar de cada um...

Finalmente, e no que concerne aos passatempos promovidos pela gerência deste blogue, houve a "Onda fotográfica" em agosto/setembro e ""Mistério... num cartão?" em novembro/dezembro, ambos fotográficos, embora o segundo pudesse incluir desenhos, fotomontagens, colagens, trabalhos manuais e por aí fora. E os resultados são os que se veem nas colagens acima e abaixo, respetivamente.

Espero que ninguém se amofine com o uso das fotos e imagens nas colagens, realizadas por mim (em plena aprendizagem), até porque a intenção é homenagear todos os participantes, nestes e nos outros concursos, desafios e passatempos, que foram os seguintes: Rafeiro Perfumado, Luisa, Moyle, Pedro Farinha, Kim, Maria, W, Nina, Tons de Azul, Graça, São, Mixtu, Carlos II, Kok, Catarina, Rui da Bica, Carlos Barbosa de Oliveira, Vitor, Rosa dos Ventos, Vic, Teresa, Ematejoca, Safira, Poppy, Vício e Pedro Coimbra. Once again, obrigada a todos!

Por seu turno, também participei nas postagens coletivas de "Amor aos Pedaços", da Luma Rosa, Rute e Rosélia, divididas em 5 fases: Encantamento, Desencanto, Esperança, Questionamento e Reintegração. E em vários desafios e adivinhações do Rui da Bica (o nosso "mestre"!) , para além de nas "Praças da minha Vida", que o Carlos Barbosa de Oliveira promoveu em setembro. E por falar nisso, estou atrasada para um cafézinho nas "Crónicas on the rocks", não estou?

Tenham um EXCELENTE FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

LIVROS 2012

Entre todos os balanços possíveis e imagináveis sobre 2012, um não pode faltar aqui: o dos livros! Depois de 29 títulos lidos este ano, o difícil  é eleger os que mais agradaram. Se ainda acrescentarmos o momento de leitura, na calmaria de férias ou em tempos mais assoberbados de trabalho ou problemas, desde logo se entende que a opinião é puramente subjetiva:

- "A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol", de Haruki Murakami, entrou direto no meu top+ de sempre, no que concerne aos livros recentes;

- o clássico que me faltava ler, que igualmente contabilizo nos preferidos de todos os tempos, foi "Não Matem a Cotovia", de Harper Lee;

- o angolano barbudo (e amoroso!), Pepetela, ainda autografou o exemplar que comprei na Feira do Livro deste ano, que foi o que mais gostei em língua lusófona - "O Planalto e a Estepe". Sem desprimor para os restantes escritores portugueses e lusófonos, conhecidos ou não...;

- Agatha Christie e Ruth Rendell não desmereceram a classificação no top+ de policiais, nos livros que li ou reli. Infelizmente, os autores atuais não lhes chegam aos calcanhares, de modo que neste capítulo não há eleição;

- "Últimas Notícias do Sul", de Luis Sepúlveda e Daniel Mordzinski, que reúne uma série de crónicas e fotografias de viagens pela América latina, encantou-me completamente, num género em que raramente pego. 

O prazer de ler é inigualável! Destaco também que alguns dos escritores lidos obtiveram prémios nacionais e internacionais, de maior ou menor prestígio, mas nem por isso influenciaram esta seleção - porque já se sabe que se a leitura não me interessa minimamente, volta à estante para outro momento ou, o mais provável, para nunca mais... Eis a coleção completa de 2012:

 [escusam de fazer contas, que são apenas 28 volumes, só que um é duplo (da "tia" Agatha, como não podia deixar de ser)]

Quais foram os vossos livros preferidos em 2012?

HOTEL TRANSYLVANIA

Nos finais do século XIX, o castelo do conde Drácula é incendiado pela população humana em fúria, mas ele consegue fugir com Mavis nos braços - prometendo à condessa, que perece no incêndio, que velará sempre pela filha de ambos. Superprotetor e dedicado, manda construir o hotel Transylvania, rodeado de florestas e cemitérios assombrados para assustar os humanos, mas onde recebe os amigos monstros de todas as espécies: Frankenstein, Lobisomem, Múmia, Homem Invisível, zombies e tantos outros cujo principal temor é a raça humana. Mas, apesar de desde pequena Mavis ouvir atentamente as histórias de encantar que o pai lhe conta - em que os maus são sempre os Homens - ela sonha em conhecer o mundo e ele acaba por concordar que aos 118 anos a deixará viajar.

Nessa noite organiza uma grandiosa festa com todos os seus amigos, que faz parte do seu cuidadoso plano de permitir que ela saia do hotel por pouco tempo e visitar apenas uma aldeia vizinha. Obviamente esquecendo-se de lhe dizer que essa aldeia é fictícia e os únicos "habitantes" são zombies ao seu serviço, convenientemente disfarçados de humanos. Embora bastante desastrados, Mavis apanha um susto com aqueles tenebrosos "humanos" que caminham na sua direção em chamas (e por vezes sem cabeça) e regressa ao castelo desiludida. Contudo, o conde Drácula não contava que a cena fosse observada de perto por um jovem e incauto aventureiro humano, Jonathan, que de mochila às costas anda a calcorrear a zona e segue para o Hotel, julgando tratar-se de uma pousada da juventude. Perante os convidados, o conde não tem outro remédio senão tentar disfarçar a "humanidade" de Jonathan, que julga estar a participar numa "cena muita fixe"...

Realizado por Genndy Tartakovsky, obtém 7.1/ 10 na classificação da IMBd. Podem visionar o trailer aqui:


Tanto quanto me pude aperceber na sala cheia de miúdos e graúdos no domingo à tarde, o filme agradou ao público presente, que ria frequentemente com as "monstruosas" trapalhadas. Polémicas à parte - por terem convidado o Futre (este está em todas!) e a Júlia Pinheiro para participar nas dobragens, quando há tanto ator desempregado - a dobragem também está 5 estrelas!

Certo é que dos 5 filmes de desenhos animados a que assisti este ano (um já do anterior), gostei de todos, este e "Brave Indomável" são os mais originais. Não são os filmes da nossa vida? OK, mas nenhum desanimou...

Imagem da net.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

PRESENTAÇO!


Não gosto de jingles natalícios: são sempre os mesmos e tocam vezes sem conta durante esta quadra e por todo o lado. Mas este não conhecia, na voz do "tio" Louis Armstrong e não é assim tão "badalado" que não se oiça com prazer, se quiserem música enquanto leem as palavras que se seguem... 

Em tempos que já lá vão, num aniversário do meu avô, a minha mãe decidiu que eu e a minha irmã lhe ofereceríamos um bolo de anos com velas. Foi encomendado numa pastelaria, com uma inscrição do género "Parabéns vovô" e ele comoveu-se até às lágrimas. Fiquei aflitíssima, porque para além de ele não gostar de assoprar velas, não tinha a intenção de o comover. "Por causa de um bolo?", pensei infantilmente.

Não adivinhava então que algum dia me iria comover com um presente. Mas aconteceu neste Natal e o presente foi este: 


uma compilação de estórias e historietas que escrevi aqui no blogue, ao longo dos últimos 5 anos e tal. Com 126 páginas de escrita e de imagens ilustrativas. Só a minha mana, para se lembrar de um presentaço destes, sem grande valor em $€£, mas muito trabalhoso em termos de pesquisa, cópias e estruturação. ADOREI e EMOCIONEI-ME como nunca me tinha acontecido. E não deixou de ser uma grande lição de vida...

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NOITE DE CONSOADA

A minha amiga Inês enviou-me este trecho de "As Farpas", de Ramalho Ortigão, que partilho por ser ainda tão atual:

“Depois celebrava-se a ceia, o mais solene banquete da família minhota. Tinham vindo os filhos, as noras, os genros, os netos. Acrescentava-se a mesa. Punha-se a toalha grande. Os talheres de cerimónia, os copos de pé, as velhas garrafas douradas. Acendiam-se mil luzes nos castiçais de prata. As criadas, de roupinhas novas, iam e vinham activamente com as rimas de pratos, contando os talheres, partindo o pão, colocando a fruta, desrolhando as garrafas.
Os que tinham chegado de longe nessa mesma noite davam abraços, recebiam beijos, pediam novidades, contavam histórias, acidentes da viagem; os caminhos estavam uns barrocais medonhos; e falavam da saraivada, da neve, do frio da noite, esfregando as mãos de satisfação por se acharem enxutos, agasalhados, confortados, quentes, na expectativa de uma boa ceia, sentados no velho canapé de família.
E o nordeste assobiava pelas fisgas das janelas; ouvia-se ao longe bramir o mar ou zoar a carvalheira, enquanto da cozinha, onde ardia no lar a grande fogueira, chegava um respiro tépido o aroma do vinho quente fervido com mel, com passas de Alicante e com canela.
Finalmente o bacalhau guisado, como a brandade da Provença, dava a última fervura, as frituras de abóbora-menina, as rabanadas, as orelhas-de-abade tinham saído da frigideira e acabavam de ser empilhadas em pirâmide nas travessas grandes. Uma voz dizia: - Para a mesa! Para a mesa!
Havia o arrastar das cadeiras, o tinir dos copos e dos talheres, o desdobra do guardanapos, o fumegar da terrina. Tomava-se o caldo, bebia-se o primeiro copo de vinho, estava-se ombro com ombro, os pés dos de um lado tocavam nos pés dos que estavam defronte. Bom aconchego! Belo agasalho! As fisionomias tomavam uma expressão de contentamento, de plenitude. Que diabo! Exigir mais, seria pedir muito. Tudo o que há de mais profundo no coração do homem, o amor, a religião, a pátria, a família, estava tudo aí reunido numa doce paz, não opulenta, mas risonhamente remediada e satisfeita. Não é tudo?
Não é. O primeiro dos convivas que tinha o sentimento dessa imperfeição, era a velhinha sentada ao centro da mesa. Ela, que para nós representava apenas a avó, tinha sido também a filha, tinha sido a irmã, tinha sido a esposa, tinha sido a mãe… No seu pobre coração quantos lutos sobrepostos, quantas saudades acumuladas! Por isso, enquanto os outros riam e conversavam alegremente, a mão dela emagrecida e enrugada tremia de comoção ao tocar no copo, e dos seus olhos cansados despregavam-se silenciosamente duas lágrimas, que ela embebia no guardanapo enquanto a sua boca procurava sorrir e titubear palavras de resignação, de conforto, de felicidade.
Essas lágrimas eram como a evocação do espírito dos ausentes e do espírito dos mortos para aquele banquete. A festa era então interrompida por silêncios graves, pensativos, durante cada um se recolhia em si mesmo e olhava um pouco ao passado e um pouco ao futuro.
Dos que se haviam sentado àquela mesa, em idêntica noite, quantos tinham partido para não voltarem mais! Quantas lacunas dentro dos últimos anos! Dentro de alguns anos mais, quantas outras!
Se havia, como quase sempre sucede, um filho, um neto, um irmão ausente, era em volta da recordação dele que se agrupavam e fixavam esses vagos cuidados dispersos. A mágoa do passado, a incerteza do futuro, acabava por aparecer a cada um sob a figura aventurosa do viajante intrépido ou do trabalhador vigoroso que celebrava aquela noite num país longínquo ou nas águas do mar.
E esse amado ausente era o conviva que cada um sentia mais perto, a essa mesa, junto do seu coração.
suficientemente que o louro menino Jesus que nos sorria no seu bercinho, tão descuidado, tão alegre, no meio do esplendor dos círios e do perfume das violetas, era o mesmo Deus Só nós, as crianças, é que gozávamos nesta festa uma alegria imperturbável e perfeita, porque não tínhamos a compreensão amarga da saudade nem as preocupações do futuro. Para nós tudo na vida tinha o carácter imutável e eterno. O destino aparecia-nos ridentemente fixado, como no musgo as alegres figuras do presépio. Supúnhamos que seriam eternamente lisas as faces de nossa mãe, eternamente negro o bigode de nosso pai, eternamente resignada e compadecida a decrépita figura de nossa avó, toucada nas suas rendas pretas, no fundo da grande poltrona.
Não tínhamos compreendido ainda todo o sentido do Natal. Não nos haviam explicado descarnado e lívido, coroado de espinhos, alanceado no coração, pregado na cruz e exposto no altar. Repugnar-nos-ia acreditar, se então no-lo dissessem, que o terno e suave bambino de presépio, cercado de amores, de cânticos, de festas, de dádivas, de bonitos, cheio de carícias e de beijos, teria um dia de ser um mártir, um herói, um Deus, mas que para isso haveriam de o perseguir como um rebelde, de o torturar como um criminoso, de o justiçar como um bandido, que ele teria de ser esbofeteado, azorragado, traído, que receberia o beijo de Judas, que seria preso entre os seus discípulos no jardim das Oliveiras, qua mandaria embainhar a espada de Pedro para beber o cálice da amargura, que seria levado de Caifás para Pilatos, que seria condenado, que lhe poriam a coroa de espinhos, que o fariam subir o Calvário sob o peso da cruz, que finalmente o crucificariam entre os dois ladrões aos olhos da sua própria mãe.
Não, a vida não é uma festa permanente e imóvel, é uma evolução constante e rude. O Natal é a festa das lágrimas para todos aqueles para quem ele não é a festa da inexperiência. E todavia pensavam alguns que era útil não deixar de a celebrar. Que importa que o número ou que o nome dos convivas varie em cada ano? Que importa que alguns amados velhos faltem ao banquete? Que importa que nós mesmos faltemos para o ano que vem na festa dos mais novos?
Esta noite de alegria para as crianças será sempre de alguma saudade para os adultos. Assim teremos a esperança terna de sobreviver, por algum tempo, na lembrança dos que amamos – uma boa vez ao menos – de ano a ano.”
(Ramalho Ortigão - As Farpas – Vol. I - O Natal minhoto pág. 71)


Continuação de um FELIZ NATAL para todos!

domingo, 23 de dezembro de 2012

É (quase) NATAL!

Ainda faltam mais de 24 horas, mas na dúvida se vai dar tempo para dar uma passeata por todos os blogues amigos a desejar um FELIZ NATAL e de responder aos comentários, decidi antecipar a mensagem natalícia. Além que no dia 24 se passar por cá deve ser de rajada, pois já se sabe que à última hora falta sempre qualquer coisinha e não estou a contar com grandes ajudas dos "meus homens"...

As decorações já estavam a postos desde o princípio do mês, os embrulhos que faltavam foram feitos num serão lá para meados de dezembro, mas o que me tem feito correr "seca e meca" é o centro de mesa. Então uma pessoa compra uma toalha de uma cor diferente (rosa choque) e só lhe apresentam centros vermelhos, com profusão de dourados? Quero rosa e prateado, pá! "Ai não, não, que isso não se vende." "Então e não fazem a pedido?" Uns que não, outros que sim, mas que rosa choque não têm nada, nem velas, nem tintas, nem purpurinas, quando muito só as ramagens verdes e vela e brilhos prateados! E quanto custa um centro pequenino e simples desses? 18,50 euros! Deve ser deve, que já não bastava o Gaspar a roubar e ainda os comerciantes tradicionais se armam em gananciosos. Adiante, que alguma coisa se há de arranjar!

Entretanto recebi dois cartões de Natal, daqueles antigos, que vêm pelo correio. Duvido que o meu primo Julian saiba ou se lembre como gosto de roxo e lilás, mas acertou em cheio! Não são lindos?


FELIZ NATAL PARA TODOS!

sábado, 22 de dezembro de 2012

SÓ FALTAVAM AS LEGENDAS!

O desafio foi lançado aqui e constituía em legendar cada um dos cartoons. Cá estão as legendas, à medida da perceção de cada um:

1. passar os limites emagrece - Vício
1. Ai si eu ti pego… - Graça
1- Gosto muito de vocês, carneirinhos ( com música, claro) - Carlos Barbosa de Oliveira
1 - Fatia de leão; - Pedro Coimbra
1 - A união faz a força, ou um leão de barriga cheia ? - Rui da Bica
1. Isolamento - Poppy
1. No meu reino, só eu é que tasco! - Teté

2. menino colorido vai ser pintor - Vício
2. Todos diferentes, todos diferentes… - Graça
2-Despacha-te lá, que eu quero ir assistir ao fim do mundo! - Carlos Barbosa de Oliveira
2 - Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros; - Pedro Coimbra
2 - Quando não há pão, até migalhas vão. - Rui da Bica
2.O teu carrinho vermelho - Poppy
2. A indiferença não vai lá com paninhos! - Teté

3. vamos provocar um tsunami? - Vício
3. Enquanto há água há esperança… - Graça
3- Hoje está um belo dia de praia. Até choveu! - Carlos Barbosa de Oliveira
3 - Navegar é preciso; - Pedro Coimbra
3 - Mas ca ganda seca ! - Rui da Bica
3.Uau! Ainda existem lagos! - Poppy
3. Que saudades de tanto mar... - Teté

4. diversos individuos abandonam bebé para chegar a um buraco mais rápido - Vício
4. Enquanto o diabo esfrega um olho… - Graça
4- Bora lá brincar aos mineiros? - Carlos Barbosa de Oliveira
4 - Circle of life; - Pedro Coimbra
4 - Do nascimento à morte em 10 episódios. - Rui da Bica
4.O tempo que a vida tem - Poppy
4. Tanta pressa... para quê? - Teté

5. quem usa cigarrilha, chupa na galiza - Vício
5. O povo é sereno! É só fumaça! - Graça
5- Pergunta o cinzeiro ao cigarro: Tens lume? - Carlos Barbosa de Oliveira
5 - Portugal a arder; - Pedro Coimbra
5 - O All garve queimado e … a alastrar. - Rui da Bica
5.Morte premeditada. - Poppy
5. O país apagado! - Teté
6. de "isolar o problema" para "isolar do problema" - Vício
6. Conquistas… - Graça
6-O mundo ao contrário - Carlos Barbosa de Oliveira
6 - A Terra é redonda, não é chata! - Pedro Coimbra
6 - Com tanto criminoso à solta, quem fica preso somos nós. - Rui da Bica
6.Inversão - Poppy
6. Valores e justiça - onde? - Teté

7. velha finge tricotar enquanto familia tenta ver um programa diferente sem sucesso - Vício
7. Mudam-se os tempos… - Graça
7-Já completaste o puzzle? - Carlos Barbosa de Oliveira
7 - Diálogo em família (a idosa está incapacitada); - Pedro Coimbra
7 - Modernices públicas, vícios privados .- Rui da Bica
7. Cada vez mais perto e cada vez mais longe. - Poppy
7. E a comunicação a desaparecer... -Teté

8. In fact… - Graça
8 - "Há duas coisas no Mundo que são infinitas - o Universo e a estupidez humana. Não tenho a certeza absoluta acerca da primeira." (Albert Einstein) - Pedro Coimbra
8 – Hora de mudança para novos mundos. - Rui da Bica

Agradeço a todos a participação!

Imagens do facebook.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

É OU NÃO É PRECISO LATA?

Ontem, numa brincadeira de troca de comentários com a Maria, lembrei-me de uma história antiga, que me faz sempre sorrir. Logo no primeiro ano do liceu fiz amizade com a Alex (chamemos-lhe assim!), que se prolongou durante vários anos após a adolescência, mantendo várias amizades comuns. Entretanto a minha amiga casou com um português emigrante na Suiça e viveu lá alguns meses, quando regressou não disse nada a ninguém. O casamento não resultou - acontece a muito boa gente - mas além disso regressou grávida de outro fulano, também ele casado e com filhos pequenos. Talvez por isso não tenha desejado relatar as aventuras algo rocambolescas que vivenciou.

Mas já se sabe que o mundo é pequeno e logo se soube a historieta toda através dos amigos comuns que de algum modo a viram ou encontraram. Não sou de amuar, mas confesso que fiquei ofendida por ela não me ter sequer telefonado. Um dia lá telefonou e fui beber café com ela, já gravidérrima dos seus 7 ou 8 meses, para me dar uma valente descasca por não lhe ter dado apoio naquele período que mais necessitava. E que, por isso, já não seria madrinha da sua filha, tal como tínhamos combinado outrora. Nem houve discussão, porque o meu ponto de vista era completamente o oposto - cabia-lhe a ela ter ligado, que sempre era melhor ouvir a versão dela e tentar dar a ajuda possível, do que ouvir os boatos e a má-língua alheia que aquelas cenas "da vida conjugal" geraram. E óbvio que a amizade esfriou até a um ponto sem retorno.

Mesmo assim encontrámo-nos várias vezes, quando a minha mãe precisou de ajuda para tratar de umas papeladas em notários, falei-lhe na Alex, que para além de ter o curso de notariado, estava a trabalhar por conta própria e em início de carreira, o que é sempre complicado em termos monetários. E ela que sim, que tratava de tudo e tal. E supostamente estava a tratar, de vez em quando ia pedir dinheiro à minha mãe para custas, papeladas necessárias e horas de serviço dela. E um dia desapareceu do mapa: disse aos pais que lhe surgira uma boa oportunidade de trabalho no Algarve e lá foi ela e a filha, sem deixar contato nenhum. Já foi sem surpresa que, uns tempos depois, a minha mãe veio a descobrir que nenhum dos seus assuntos pendentes fora resolvido... E contratou outro fulano que tratou de tudo em cerca de 2 ou 3 meses! Topam a laia da "companheira" de percurso?

Claro que fomos tendo notícias através de alguns amigos, que os "negócios" dela iam de vento em popa, vivia num enorme palacete e uma vida de estadão. A minha mãe, que mantinha amizade com os pais dela, chegou a encontrá-la em festas e a Alex perguntava-lhe sempre "porque é que a Teté e a mana não me vão visitar?". Simples: porque nunca tinham sido convidadas, nem tinham contatos telefónicos ou outros! E mesmo que tivessem, na altura já estavam suficientemente de pé atrás...

13 anos depois da sua súbita partida para o Algarve, aparece no aniversário de um amigo comum, com o qual nunca perdeu contato. Com todo o à-vontade de sempre e fazendo um grande alarido festivo quando me viu. Durante o ameno convívio monologou românticamente sobre o filme "Os amigos de Alex" e como estava feliz por nos reencontrar a todos, mas que infelizmente nunca íamos aos anos dela (sem convite?). E aí alguém lhe relembrou que outra amiga presente fazia anos no mesmo dia, era impossível comparecer aos dois aniversários, a uma distância de cerca de 240 quilómetros. E aí a iluminada criatura teve um vaipe e decidiu na hora: então este ano juntamos as duas festas! E virando-se para a outra, que igualmente não via há 13 anos, explicou a sua ideia: 
"- Eu venho do Algarve, trago os meus amigos para animar a tua festa e a empregada doméstica para ajudar nos preparativos e comemoramos na tua casa!"

Só não rebolei a rir, porque a outra minha amiga - a verdadeira - estava de boca aberta e queixo caído perante a "sugestão" da Alex...

BOM E SERENO FIM DE SEMANA PARA TODOS!

Imagem da net.  

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CINEMA 2012

Antes de mais, quero agradecer a todos os que já me desejaram um "Feliz Natal"! Agradecer e retribuir, obviamente. Já se sabe que nestes dias (ou semanas?) a blogosfera vai ficar "às moscas", com a debandada para as respetivas terras, para viagens programadas ou com os afazeres dos últimos dias. Nada a criticar - cada um sabe de si! Portanto, sinceros votos de "Boas Festas" para todos os que estão de partida, assoberbados com os preparativos ou... whatever.

Contudo, aqui ninguém vai a lado nenhum. Tanto que a noite de consoada até é cá em casa - e está tudo a postos, exceto aquelas pequenas compras de última hora para um jantar e ceia que se pretende de agradável convívio familiar. As dúvidas que restam são se encontrarei aquelas redondas e pequeninas batatinhas para esmurrar, brócolos frescos ou se têm de sair os congelados e outras trivialidades do género. Adiante!

Chega portanto o momento de avançar com as retrospetivas de 2012. Neste caso, nas de cinema. Na improbabilidade de assistir a mais alguma sessão (quando muito talvez desenhos animados, que vou excluir desta lista, para já), cinjo-a aos cerca de 30 títulos sobre os quais escrevi e opinei. Curiosamente, dois dos filmes que mais me encantaram e entraram diretamente para o meu Top+ de sempre são de anos anteriores e vi em casa: "Cinema Paraíso" (1988) e "O Rapaz do Pijama às Riscas" (2008).

Mas não se diga que 2012 não foi pródigo em bons filmes - o difícil é escolher! "Extremamente Alto, Incrivelmente Perto" já passou pelos escrutínio dos Oscar e não ganhou nada ("acusado" de lamechas por parte dos críticos), mas nos dramáticos foi o que mais gostei. Em termos de comédia, a hesitação ainda é maior, até porque todos eles também ostentam uma componente dramática: "Amigos Improváveis", "Moonrise Kingdom" e "O Exótico Hotel Marigold" foram os prediletos. Assisti a outros filmes muito interessantes destes e de outros géneros, mas a minha escolha é esta...

Entretanto, já foram divulgados os nomeados aos Globos de Ouro 2013, cerimónia que terá lugar a 13 de janeiro de 2013. A informação sobre as nomeações aos da 85ª edição dos Oscar será antecipada para dia 10 do próximo mês - por causa das "tosses" da concorrência? - e a gala decorrerá  a 24 de fevereiro. Acrescento desde já que não conhecia estas notícias antes de selecionar os preferidos do ano, mas concordo inteiramente com a escolha de "Argo", se bem que alguns outros ainda não estejam em exibição em Portugal!    

A colagem (realizada através do site "picmonkey") é de imagens promocionais dos filmes, patentes na net.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

NATAL AOS QUADRADINHOS!

Mais uma coleção de cartoons humorísticos, desta vez alusivos à quadra natalícia! Este peru além de masoquista também é pouco solidário com os seus parentes. De duas coxas, está claro!

Credo, até o Pai Natal aderiu à moda dos telelés! Ainda por cima não cumprindo as regras do código do céu...

- Santinho! 

Isto era o que mais faltava! 

Deve ser por estas e outras que dizem que os galináceos não são muito inteligentes...

Não percebe ele, nem ninguém!

Fumar (também) descongela!

Até o Snoopy gosta das luzinhas de Natal...

Xi, até o Pai Natal tem crise conjugal?

Cartoons e BD (Charles Schulz) do facebook.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

AS LUZES NA CIDADE...

Desde miúda que todos os anos por esta época saíamos de casa depois de jantar, para ir ver as luzes natalícias nas ruas de Lisboa. O meu pai detestava sair à noite, mas esta era uma das raras exceções que concebia. Era um entusiasmo pegado: não só pelo inusitado passeio noturno, mas como pelo fascínio de observar de perto as pequenas lâmpadas coloridas a cintilar. A baixa pombalina era sempre a mais iluminada, mas o passeio estendia-se por outros pontos da cidade. Comentávamos se gostávamos mais desta ou daquela rua ou zona, nem sempre concordávamos, mas voltávamos a casa felizes e satisfeitos!

Tradição que mantive depois de casar, com o maridão, o filhote e, na maior parte das vezes, a minha mãe. Naquele primeiro ano da maior árvore de Natal da Europa (megalomanias!) o trânsito e a confusão era tanto, que teve menos piada que nos anteriores. Nem sei se repetimos a passeata no seguinte...

A fotografia é giríssima, certamente profissional (da net, mas desconheço o autor!) - a minha máquina não dava (nem dá) para sofisticações do género. Certo é que mesmo que o rapaz adolescente já não tivesse vontade de ver as luzes na cidade com os "velhotes", continuámos a ir os três.

Numa invenção alucinada (?!?), em 2011 a CML "apagou" as luzes e substituiu-as por "obras artísticas" que vislumbrámos de passagem e a desistência foi unânime!

OK, durante o dia até pode ter a sua piada, mas à noite... interessa a alguém? Esta até era das melhorzinhas, que no marquês de Pombal a aberração foi completa. O "artista" deve ter considerado que faltavam por ali uns sinais de trânsito... e deu nisto (à luz do dia, que ao luar nem pensar!):

Segundo consta, a CML pagou 150 mil euros pelos mamarrachos pela inovação, mas em 2012 mudou de ideias: puxou os cordões à bolsa e lá arranjou mais uns cobres para iluminar as ruas lisboetas, embora longe da pujança de outrora - menos luzes, mas bem localizadas e bonitinhas...
  
Imagino que não terá nada a ver com as eleições autárquicas do próximo ano, até porque os atuais partidos no poleiro governamental permanecem em queda livre junto do povo (lisboeta ou outro). Nem o apoio do tal Relvas a outro candidato à presidência da CML os deve assustar, que cheira a "presente" envenenado.

Mas gostei do que já espreitei. A voltinha anual aguarda melhores noites!

Fotos da net e do facebook (LISBOA Live).

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SIESTA!

Depois de um belo almoço de cozido à portuguesa, regado com um vinho verde fresquinho (bem sei que devia ser tinto, mas odeio tintol!), havia que desmoer um pouco, mas o tempo não estava de feição para caminhadas. E passeatas pela livraria Barata ou pelo supermercado não contam, mas foi para aí mesmo que me encaminhei, pois não sendo propriamente agradável, pelo menos era útil para colmatar algumas falhas. No super, porque na livraria é sempre um gosto...

Ao final da tarde já estava programada uma sessão de cinema, desta vez com uma amiga: o maridão preferiu ir ver "O Hobbit" com o filhote (não ficaram particularmente entusiasmados com o filme, classificado com 8.7/10, na IMDb), nós fomos assistir a "Amour", o filme europeu que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Protagonizado pelo velhinho Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert e realizado por Michael Haneke, que também tem a belíssima pontuação de 8.1/10.

E agora seguir-se-ia um relato mais ou menos prolongado do argumento do filme, com a minha opinião e respetivo trailer a acompanhar. Hélas, não será possível! O ritmo inicial pareceu interessante, depois foi abrandando e abrandando cada vez mais e... siesta time! (dizem as más-linguas que até ressonei, mas é impossível, porque uma dama não ressona...)

A minha amiga não gostou do filme, outro conhecido presente na sala detestou e parece que a meio da exibição saíram vários espetadores. Não dei por nada... 

Então e porquê a fotografia, que aparentemente não tem nada a ver? Porque nos posts anteriores comentei que cá não existiam árvores de folhas vermelhas, mas afinal enganei-me - não terão a mesma profusão de vermelho e no contraste com o céu cinzento não se nota por aí além. Mas nas caídas no asfalto e na sarjeta o colorido é notório.

Tenham uma boa semana!

sábado, 15 de dezembro de 2012

A AREJAR...

... ao som da voz de Denise Donatelli, uma dos cinco candidatos à 55ª edição dos Grammy - que terá lugar a 10 de fevereiro de 2013 - na categoria de "melhor álbum de jazz vocal em 2012", com "Soul Shadows"


Suave, não é?

Imagem do facebook.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

POESIA E SILÊNCIO

Por esta altura do ano relembro sempre o primeiro poema decorado como trabalho escolar, para recitar na aula. Carregado de nostalgia, numa época em que essa sensação ainda era vaga, imprecisa e aparentemente distante...

À medida que o tempo passa, cada vez leio menos poesia. Por amor e ódio, em simultâneo: amor à envolvência das palavras esteticamente enquadradas naquele ponto preciso; e ódio por me conduzir os pensamentos e os sentimentos a meandros onde não pretendo deambular.

E conseguir alinhavar duas frases, quando essa onda poética avassala? Comparativamente, as palavras que escrevo carecem de significado ou sentido. Resta o silêncio (até a fase desaparecer)! E o desejar um...

BOM FIM DE SEMANA A TODOS!

Imagem do facebook.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS

Entre livros e com o de Paolo Giordano a aguardar vez na estante, foi por ele que me decidi ao saber que era um dos preferidos da Briseis

Alice é uma menina que odeia esquiar, mas desde os 4 anos que o pai a arrasta para a escola de esqui, pretendendo que se torne mais competitiva. Um acidente na neve determina que ela fique coxa de uma perna e que culpe o pai pela infelicidade. Por seu turno, Mattia é um rapazinho muito inteligente, que tem uma irmã gémea deficiente mental, Michela, que na escola é motivo de chacota dos outros alunos. Um dia, ao ser convidado para o aniversário de um colega, resolve deixar a irmã sentada num banco de jardim enquanto vai à festa, mas ao regressar não a encontra. 

Estes traumas de infância condicionam para sempre a personalidade e o comportamento de ambos até à adolescência: ela é anorética e ele mutila as palmas das próprias mãos com qualquer objeto cortante ao seu alcance. Por incapacidade ou desatenção os respetivos pais não os conseguem controlar e a postura anti-social não lhes angaria amigos. Mas é por essa altura que se conhecem, nessa solidão que o autor equipara à dos  números primos, nomeadamente à dos denominados primos gémeos: aqueles que formam "pares de números primos que estão próximos um do outro, aliás, quase próximos, pois entre eles existe sempre um número par que os impede de se tocarem realmente."

O enredo cronológico estende-se por um período de 24 anos (de 1983 a 2007), mas está longe de ser tétrico ou lamechas. Rude e cru em partes, comovente noutras, limita-se a retratar os sentimentos de solidão e de inadaptação frente à sociedade de pessoas (que se julgam) "diferentes". E nos mecanismos de defesa ou de ataque de que dispõem, compreendamos ou não as suas razões... Adorei!

Citações:

"Porque ela e Mattia estavam unidos por um fio elástico e invisível, sepultado debaixo de um monte de coisas de pouca importância, um fio que podia existir apenas entre duas pessoas como eles: duas pessoas que haviam reconhecido uma na outra a própria solidão."

"O arrepio que a percorreu foi uma agradável mistura de arrependimento e trepidação. Pensou que aquele corpo era só seu, que se quisesse até o podia destruir, devastá-lo com sinais indeléveis ou deixá-lo ressequir, como uma flor caprichosamente arrancada por uma menina e depois deixada a murchar no chão."

"Com o passar do tempo convencera-se de que já não sabia fazer nada fora do seu elemento, dos conjuntos ordenados e transfinitos da matemática. As pessoas, envelhecendo, ganhavam segurança, mas ele perdia-a, como se a sua fosse uma reserva limitada."

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As legendas para os cartoons do post anterior ainda estão em aberto até ao próximo dia 20 de dezembro. Serão todas devidamente republicadas dia 22 de dezembro! :)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O FIM DO MUNDO?

1.

O fim do mundo pode ter múltiplas e variadíssimas expressões! Neste caso é em cartoons, sem legendas, que cada um interpretará à sua maneira. Portanto, o desafio consiste em acrescentar uma legenda a cada imagem. Sempre deve ser mais útil do que elaborar teorias sobre profecias que anunciam catástrofes mundiais...

2.

3.

4.

5.

6.

7.

Esta tem legenda e não precisa de explicação. Mas, se existirem extra-terrestres, deve ser a imagem que têm da inteligência no nosso planeta...

Então, está tudo a postos para teclar e legendar? Vamos a isso e... divirtam-se!

Imagens do facebook.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ANNA KARENINA


Segundo a IMDb (7.1/10), este já é o terceiro remake de "Anna Karenina", baseado no famoso romance de Tolstoi, que se desenrola no seio da sociedade aristocrática na Rússia imperial de finais do século XIX. O primeiro filme é protagonizado por Greta Garbo (1935), o segundo por Vivien Leigh (1948), o terceiro por Sophie Marceau (1997) e este por Keira Knightley. Descontando os filmes russos, que parece que também os há aos magotes.

A história é sobejamente conhecida: Anna casou com o ministro Karenin (Jude Law) e teve um filho, por quem demonstra grande afeição; mas o marido é muito sério e ocupado com assuntos do governo, pouca atenção dá à família. Numa visita a casa do irmão que vive noutra cidade, ela é convidada para um baile e conhece Vronski (Aaron Taylor-Johnson), um oficial do exército de nobre ascendência, e dança com ele toda a noite, o que escandaliza os restantes convivas. O romance e a paixão entre ambos evolui, mas a sociedade não tolera mulheres adúlteras e Karenin não parece disposto a conceder o divórcio à mulher ou a permitir a sua presença junto do filho... 

Sucintamente o drama traduz-se assim, com outras nuances mais complexas no desenvolvimento e no final habitual.  Espreitem o trailer:


Para realizar um argumento sem novidade (nenhuma?!?) para o púbico, Joe Wright recorreu a um elenco de nomeada e a uma "encenação" bastante original: a maioria das cenas são filmadas no interior de um teatro - não apenas no palco, mas também na plateia, camarotes, bastidores, átrios, escadarias, portas de acesso, com cenários em constante mutação. Ruas, salões de baile, corridas de cavalos, estações de comboio e tudo se encaixa naquele espaço limitado, como se a vida na época não passasse de um imenso teatro, onde a cada um só coubesse um papel a representar na perfeição... e banido do casting, quando não! 

Gostei, mas a Catarina ainda parece ter gostado mais! Aqui e ali pareceu-me ter falta de fôlego, durante as mais de duas horas de exibição... (ou então as patetas das raparigas sentadas ao meu lado, a comentar "a seca" e a enviar sms, desconcentraram-me!)

Imagem da net.