MISCELÂNEA 2009

Pronto, o 255º post não correu na perfeição! Eleger os melhores do ano como, se adorei metade dos livros e filmes que vi e a maioria dos restantes também eram bastante bons? E viagens, convívios e outros momentos inesquecíveis podem ser eleitos? Então se não há lugar a eleição, reserve-se um canto a tudo o que não se escreveu ou publicou. À undécima tentativa parece que funcionou, em imagens, para não se tornar tão cansativo...

****************************************************************************

Eram mais, bastante mais, daqueles pedaços de 2009 que ficaram na memória, sem encontrar a luz do dia. Mas para não regressar às tropelias de desaparecerem textos ou fotografias, resume-se assim. A miscelânea continua, no próximo capítulo...

FELIZ

2010

PARA TODOS!

JOGATINA

Depois das festas natalícias e de um fim-de-semana quase todo alontrado no sofá, a ver todos os filmes e séries televisivas de enfiada, resolvi mudar de programação: poker, no féisbu (vulgo, FB ou Facebook)! Sim, que espírito de lavradora ou de mafiosa não tenho nenhum...

Sempre gostei de jogar às cartas com amigos, mas poker, ainda por cima virtual, não é de todo a minha praia! (nada de confusões, não envolve dinheirama, só fichas ou feijões...) À primeira tentativa lá ganhei uns jogos, perdi outros, até que um safardana resolveu apostar todo o montante das minhas fichas, lá fui com as couves! Muito contente, por já estar no grandioso nível 3. À segunda tentativa, o mesmo, passei para o 4, comecei a prestar mais atenção aos pomposos títulos dos meus companheiros de "casino": bad dog, cowboy e shark! Modestamente intitulada de fish, nem percebi o que aconteceu - com fichas q.b., o jogo indaga se quero mais, cancelo e PUFFF... desapareci, juntamente com as ditas! BATOTEIROS!!!

E pronto, assim vou regressar aos livros e filmes, onde não existem tantas (des)ilusões...
(acreditem se quiserem, que a teimosia não mora aqui, ihihih!)

Imagem da net.

NOITES DE JAZZ...

Fotografia de Ian Britton

Não vos dá um aperto no coração quando locais que frequentaram alegremente noutros tempos desaparecem do mapa? Ou porque os proprietários os venderam ou trespassaram - mesmo que o ramo seja o mesmo, o ambiente nunca se repete - ou porque o edifício foi demolido, ou, como no caso do Hot Club de Portugal, porque um incêndio devastou parte do prédio e a água usada para o apagar inundou a cave onde funcionava, inutilizando completamente equipamentos e instalações? A Praça da Alegria mudou de nome para nostalgia...

Na verdade, nunca fui frequentadora muito assídua, pois o espaço era bastante claustrofóbico e degradado (há que esclarecer!), preferia outro em Campo de Ourique onde ouvi Maria João, Rão Kiao e Naná Sousa Dias, entre outros músicos menos conhecidos de jazz e blues, onde de vez em quando cantava este senhor, quando estava disposto a isso:

Mas esse também foi trespassado lá para finais dos anos 80, o grande bastião do jazz continuou a ser o Hot Club, com mais de 60 anos de existência. Agora tem o seu destino nas mãos dos políticos da Câmara de Lisboa, que, para começar, nunca se interessaram em fazer obras no edifício camarário. É esperar para ver se o jazz não jaze sem qualquer glamour, na capital...

AMIZADE ESPONTÂNEA!

O primeiro encontro de Suryia, um jovem orangotango, e Roscoe, um cão aparentemente perdido que seguiu o pessoal do "The Institute of Greatly Endangered and Rare Species (TIGERS)" - em Myrtle Beach, na Carolina do Sul - espantou tratadores e veterinários: os bichos entenderam-se imediatamente nas suas brincadeiras, numa amizade "à primeira vista" inusitada entre as duas espécies. Ou, pelo menos, assim acreditavam...

O canídeo encontrava-se magro e possivelmente com fome, pelo que foi tratado e cuidado até encontrarem alguém que o reclamasse. Como tal nunca aconteceu, este acabou por ficar instalado no instituto, onde a amizade com Suryia cresceu de dia para dia, ao longo dos últimos dois anos, até se tornarem praticamente inseparáveis:

Brincam na água...

... riem em conjunto...

... e a ternura que nutrem um pelo outro é notória em cada fotografia!

As imagens foram recebidas por mail, (e a história também, só que muito mais lamechas, talvez fruto de uma má tradução), mas uma das vantagens da net é precisamente essa: à distância de um clic cedo descobrimos a veracidade do relato. Assim, embora aí também coexistam as duas versões, esta pode ser comprovada neste site e em vários vídeos do Youtube. Mas que há amizades absolutamente inesperadas e fantásticas, não restam dúvidas...

(Obrigada, Paulinha!)

VELAS ASSOMBRADAS

Fotografia de Ian Britton

Naquela terra gelada, onde só por mistério a neve não caía, a família enrolava-se em mantas e rodeava a lareira, enquanto na panela de ferro fervia a sopa que serviria de ceia tardia, aquecendo o corpo e o espírito. As velas tremeluziam, estampando figuras fantasmagóricas nas paredes acinzentadas pelos fumos, uma das crianças choramingou de medo daquelas imagens estranhas, que se movimentavam constantemente como se dançassem ao som de uma música secreta e inaudível.

A anciã contava lendas de outras eras sobre o baile de solstício de inverno, em que bruxas, feiticeiras e fadas se reuniam na floresta, em redor de fogueiras fenomenais com todas as cores do arco-íris, rezando lengalengas desconhecidas e exibindo coreografias inusitadas, possivelmente para decidirem entre elas o destino dos homens e do mundo. Não se sabia ao certo, porque nenhum ser humano sobrevivera para divulgar esse ritual, as próprias árvores enfeitiçadas cerravam fileiras construindo um muro intransponível para quem as quisesse ultrapassar. "Alguns animais também serviam de guardiões à cerimónia encantada e atacavam todos os que ousassem penetrar no emaranhado do arvoredo", prosseguia a velha. Marta, com os olhos muito abertos e o lábio inferior a tremer, aproximou-se da janela e com a mão pequena e sapuda desenhou uma circunferência no vidro embaciado, espreitando para o exterior. Aliviada, não vislumbrou sombra de chamas ou de incandescências no matagal próximo, só a chuva e a imensa escuridão da noite...

- Oh, mãe, pare de contar essas histórias, que está a assustar as crianças! - admoestou a filha, preocupada com os olhares amedrontados da sua ninhada - Afinal de contas, só faltou a luz!

Contrariada pela interrupção, a idosa aconchegou o seu xaile e apenas resmungou: "Pois, pois, mas pelo terceiro dia consecutivo e durante um par horas dá para congelar os ossos, como se ainda vivêssemos nas cavernas..."

DE MALAS AVIADAS...

... é como já anda muita gente, para revisitar a sua terra natal nesta quadra natalícia, mas aqui é só o título de mais uma comédia romântica (no original "New in Town"), interpretada por Renée Zellweger, Harry Connick Jr., Frances Conroy e Nathan Fillion, entre outros, e realizada por Jonas Elmer.

Enquanto terminava os últimos embrulhos, no canal Hollywood iam passando filmes: uns desenhos animados engraçados de que não recordo o título, mas envolviam um pequeno macaco, o "Cume de Dante" - aquele filme em que Pierce Brosnan e Linda Hamilton fogem espavoridos em frente de um vulcão quase a tempo inteiro e que nunca tinha visto - e ainda começou um terceiro, déjà vu. Estava previsto cinema à séria, mas se "Avatar" estava esgotado (ou quase), "Julie & Julia" só em poucos centros comerciais nem muito próximos. E, já se sabe, nesta época não apetece nada ir para o meio das enchentes - muito menos depois de assistir ao drama de Pierce e Linda a fugir das perigosas cheias enxofradas...

"Quem não tem cão caça com gato" (duvido que resulte, mas pronto, também não sou fã de caçadas!), portanto, MEO que caíste do céu diz lá o que tens para oferecer, que chegue aqui ao aconchego do sofá? Renée?! Venha ela!

Lucy é uma jovem e ambiciosa directora executiva de Miami, que na ânsia de progredir na carreira se oferece para dirigir uma fábrica na "escancha" e despedir metade do pessoal da mesma (hummm... não sei porquê, este enredo soa tão familiar!). Mas o clima de Miami é muito diferente do de Minnesota, nem as fatiotas janotas da executiva se enquadram no ambiente fabril, ainda menos os seus saltos agulha, que se enterram na neve a torto e a direito. Gente simples mas desconfiada das intenções da directora (assim lhes dita a experiência), não facilitam a tarefa de Lucy que se vê a braços com alguma animosidade e um delegado sindical muito sexy...

Happy end garantido, evidentemente, até porque o trailer é como o algodão - não engana:

*******
PARABÉNS, PINOKA!!!
(e não, ele não 'tá no meu féisbu, só na minha agenda, onde ainda existem mais dois aniversariantes este mês!)

Imagem da net.

ÂNGULOS E PERSPECTIVAS

Em tempos conheci uma fotógrafa, bastante simpática por sinal, que trabalhava como free-lancer para jornais e revistas, dedicando-se especialmente às festas do jet-set, que poucos profissionais gostavam de fotografar, porque além de serem quase todas ao fim da tarde e à noite tinham de decorar o nome daquelas tias todas e ainda apontar pormenores tão relevantes como o do vestido da Micó ser do estilista Augustus e o anel de platina cravejado a diamantes do terceiro noivado da Kika, com um proeminente empresário do Norte, ser da Tiffany. Adiante! A mulher possuía um equipamento fotográfico invejável - segundo a má-língua dos outros fotógrafos graças a um dia de sorte no Casino, de que era aficcionada convicta e assumida - mas talento para a fotografia era pouco ou nenhum. Ela queixava-se, certamente com razão, que os ambientes mal iluminados não permitiam obter imagens melhores. E anteontem, depois do meu fiasco na "sessão fotográfica", lembrei-me dela: para fotografar não basta ter uma máquina na mão e clicar...

Na verdade tenho aprendido bastante na blogosfera sobre ângulos e perspectivas e até encontro novos motivos de interesse em objectos que anteriormente nem imaginava captar. Ian Britton tem sido uma fonte de inspiração, a Gata Verde, o Predatado, o Vício, a Sun, o Condado, o Kim e Armando Gaspar, a par de outros que colocam mais esporadicamente fotos que realizaram, também. Agora falta a parte técnica (leia-se, ler o manual de instruções!rsrsrsss) - mesmo que a câmara não seja lá essas coisas com zoom XPTO que dá para fotografar uma formiga em tamanho XXXL - porque sem essa análise de erros efectuados... os desaires tendem a repetir-se! Portanto, faça-se luz!

Bom fim-de-semana para todos e boas férias (para quem as tem)!!!

E, claro:

GATINHA!!!!!!!
(tudo de bom para ti, hoje e sempre!)

SE PERGUNTAREM POR ALICE...

... digam que ela tem voado pelo mundo da literatura infantil e juvenil como nenhum outro escritor em Portugal, esvoaçando também pelo da poesia, do teatro ou do romance histórico, numa escrita fluente e criativa ao longo das últimas três décadas...

Assim, para celebrar os 30 anos de carreira de Alice Vieira - iniciada com a publicação do título "Rosa, Minha Irmã Rosa", em 1979 - o grupo Leya promoveu uma homenagem à escritora, que se realizou hoje às cinco da tarde no Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa, e que contou com a presença de muitos dos seus amigos e colegas.

O encontro informal foi apresentado por Manuel Luis Goucha, também ele amigo de longa data, "desde o tempo em que eu ainda era um actor novato", como o próprio revelou, e vários participantes contaram episódios vividos e partilhados durante todos estes anos. Desde a velha tia que se orgulhava da sobrinha médica, da sobrinha advogada e quando lhe perguntavam por Alice respondia que "essa, lá anda...", até ao aluno de uma escola que visitou no dealbar dessa carreira, e que se espantou por a encontrar pois "julgava que os escritores estavam todos mortos!", passando pela da ceguinha de Braga (que já aqui relatei).

O actor João d'Ávila leu um pequeno excerto do primeiro livro e declamou alguns dos seus poemas, Goucha e Victor de Sousa encarregaram-se de divulgar algumas das mensagens de todos os que não puderam comparecer à comemoração. (as fotos ficaram uma lástima, mas nem a luz, nem a máquina, nem a "fotógrafa" ajudaram...)

Mas pronto, 70 títulos publicados (outro que sairá em breve) e traduzidos em várias línguas, 2 milhões de livros vendidos, 10 prémios literários em Portugal e no estrangeiro, qual é a dúvida?!

Ora, anda lá Alice, continua a voar...

O REGRESSO DE CLOONEY!

Foram hoje divulgados os filmes candidatos à 67ª edição dos Globos de Ouro, que se realizará a 17 de Janeiro de 2010. "Nas Nuvens" obteve 6 nomeações (alegrem-se, meninas, que vem aí o Clooney!!!) nas categorias de: filme dramático, realização (Jason Reitman), actor principal (adivinharam?) e duas actrizes secundárias (Vera Farmiga e Anna Kendrick). Mas como isto de quantidade de nomeações nem sempre se traduz em prémios, "Nine", "Avatar" e "Sacanas sem Lei" também são sérios concorrentes, o primeiro a 5 categorias e os outros a 4 - todos na de melhor filme, sendo que "Nine" se insere no género musical.

A leitura da lista completa pode tornar-se fastidiosa, mas para quem estiver interessado basta clicar neste link. Resta apenas focar algumas curiosidades: Meryl Streep é nomeada duas vezes na mesma categoria de actriz principal de comédia (por "Julie & Julia" e "It's Complicated"); Sandra Bullock também corre a dois carrinhos como melhor actriz principal, só que a título de drama ("The Blind Side") e de comédia ("A Proposta"); idem para Matt Damon, como melhor actor de comédia ("The Informant") e melhor secundário ("Invictus", realizado por Clint Eastwood, que como sempre não falhou a nomeação); Pedro Almodóvar e o seu "Abraços Desfeitos" também entram na corrida para filme estrangeiro; por último, Martin Scorsese vai receber o prémio Cecil B. DeMille, que visa essencialmente destacar a sua espantosa carreira cinematográfica.

Mas como nem só de boas notícias vive o homem (neste caso, mais a mulher!), o nosso amigo George só regressa no ano que vem, primeiro lá na gala dos Globos - não se esqueçam, 17 de Janeiro - no cinema só a 11 de Fevereiro de 2010. Em abono da verdade, salvaguardando raras excepções de filmes que já estiveram ou ainda estão em cartaz, a maioria dos indigitados ainda nem sequer tem data de estreia marcada em Portugal. "Avatar" é que é já a seguir, ou seja, esta quinta-feira... talvez para não destoar do género fantástico, que abunda nas salas de cinema!

*******
Adenda a 16 (dado o adiantado da hora): PARABÉNS, TÁ-SE BEM!! Um excelente dia para ti e para a tua família, sem esquecer os bichanos...

Foto da net.

OS CARTÕES VERMELHOS VÃO PARA...

O desafio partiu da Teresa, do blog "Continuando assim...", e consiste em listar 10 coisas (ou comportamentos) que detestamos. Segue para quem o quiser agarrar, evidentemente, e os cartões vermelhos vão para...

Violência - na guerra, deixando atrás de si um rasto de sangue, horror e mágoa; do mais forte sobre o mais fraco; do criminoso sobre a vítima; física ou psicológica; doméstica, aproveitando da forma mais cobarde a proximidade de uma relação ou parentesco; sobre os animais, quer em touradas, caças à raposa, luta de cães ou galos, etc., como no próprio abandono dos de estimação.

A indiferença perante a miséria alheia, ainda mais se o indivíduo, para alcançar os próprios objectivos, não se importa de gerar novos conflitos. Aliada a esta surgem também os chicos-espertos, que vão desde o vendedor que vende um produto estragado ao empresário ou político corrupto, passando pelo vulgar cidadão que se aproveita de determinadas circunstâncias para obter benefícios a que não tem direito e por todos o bruxos, videntes ou seitas que prometem a felicidade eterna em troca de uns "trocos". A inveja promove estes actos, a mentira deslavada ou o mexerico costumam ser armas tão eficazes como a justiça (portuguesa, e não só) inoperante!

Arrogância e vaidade também merecem o vermelhusco, quaisquer que sejam as causas: beleza, elegância, berço de ouro à nascença, status, poder económico, grau de cultura, fama, bom emprego, etc. Não nascemos todos iguais nem todos tivemos as mesmas vantagens, daí até a "ilustre" criatura andar de nariz empinado, como se a restante humanidade se devesse curvar aos seus pés e prestar-lhe vassalagem, pois, já são outros 5 paus...

Todos precisamos desabafar de vez em quando, mas passo-me dos carretos com lamentações constantes: um dia é porque dói o calo do mindinho do pé esquerdo, outro porque não se soube aproveitar uma excelente oportunidade que surgiu há 23 anos, num terceiro porque morreu aquele vizinho do 10º direito que cumprimentava sempre com um "bom dia!" em eventuais encontros no elevador, e por aí adiante. (no mínimo, parece gozo com todos aqueles que apenas sobrevivem miseravelmente sabe-se lá como - em palcos de guerra ou em países onde grassa a fome - que nunca na vida souberam o que era uma oportunidade ou que estão verdadeiramente doentes!)

Por último, tudo isto se resume à ESTUPIDEZ humana, falha de sentido de humor, em que a capacidade de discernimento raramente ultrapassa o nível do próprio umbigo...

Fotografia da net.

MISSÃO (QUASE) CUMPRIDA!

As mulheres adoram fazer compras?! Não sei se será mais mito que realidade, pessoalmente não morro de amores e conheço muitas como eu ou que têm até uma verdadeira aversão a esse banho de lojas. As de Natal até costumo iniciar em Julho (leram bem, JULHO!), para repartir a despesa e a azáfama por vários meses e evitar o frenesim de última hora. Por razões várias, tal não aconteceu este ano. Aliás, nem férias tive na época, mas adiante!

Assim, ontem lá meti mãos à obra (e à carteira) e durante quatro longas horas dediquei-me à tarefa. Correu bem e a missão foi (quase) inteiramente cumprida! Não me livrei do estafanço, logo a seguir ao jantar estendi as pernocas cansadas no sofá e PUFF, nem consegui ver a mosca tsé-tsé que me atacou, quanto mais o concurso do Malato, o blog ou o féisbu...

Mas pronto, já estou mais aliviada e até arranjei mais alguns chocolatinhos (de qualquer das formas nunca se estragam, eheheh!), para colmatar qualquer imprevisto. Agora segue a parte dos embrulhos, mas essa até dá prazer!

BOM FIM-DE-SEMANA, PESSOAL!

*******
PARABÉNS para ti, LAURINHA!!!

RECONCILIAÇÃO

Ultimamente não tenho escrito sobre livros, precisamente porque não tenho conseguido acabar de os ler. O que é mau sinal! E a mania que todos os escritores têm agora de misturar capítulos de presente e passado, em múltiplos flashbacks, como se de um filme se tratasse? Quando ainda por cima relatam histórias paralelas, às vezes é cá uma salgalhada...

Mas pronto, para me curar desse desinteresse passageiro, lá tirei este da prateleira, que é constituído por doze contos policiais das melhores escritoras do século XX, escolhidos por Elizabeth George - ela própria uma grande escritora americana do género, que tem a particularidade de situar todas as suas histórias na velha e tradicional Grã-Bretanha - neste segundo volume, que comprei por 2 euros na Feira do Livro deste ano (tenho de comprar uma agenda urgentemente, para assentar que para o próximo devo procurar pelo primeiro, onde constam nomes como Ruth Rendell e Dorothy L Sayers). Bem empregues, que o valor irrisório não significa páginas a cair, traduções mal feitas e gralhas em catadupa, como já tenho encontrado noutros bem mais carotes.

A reconciliação foi rápida, já estou a ler outro também policial e estreei-me nas compras de Natal com um livro para mim própria!

Chiu! Não contem nada a ninguém, que é surpresa...

A NAMORADA DO MEU MELHOR AMIGO

Leve e engraçado, mas uma americanice pura: Tank tem um trabalho chato, a atender clientes que reclamam do sistema de ar condicionado comercializado pela sua empresa, mas nas horas vagas tem um "biscate", onde ajuda amigos e conhecidos a retomar o namoro com as ex-namoradas - basta convidá-las para sair, comportar-se como um cretino a noite inteira, que elas fogem espavoridas e telefonam logo de seguida aos ex para tentar a reconciliação. Argumento básico e infantilóide, como se todas as mulheres fossem baratas tontas... Mas, no filme, o esquema dá resultado!

Até que o melhor amigo dele, Dustin, lhe pede para se encontrar com Alexis (uma colega de trabalho que ele corteja sem grande sucesso) e o estratagema não decorre conforme o previsto. Obviamente...

A realização de "A Namorada do Meu Melhor amigo" ("My best friend's girl", no título original) pertence a Howard Deutch e Dane Cook, Kate Hudson, Jason Biggs e Alec Baldwin interpretam os principais papéis desta divertida comédia, como podem verificar no trailer.

Ah e tal que filme bom é sério e com imensas mensagens filosóficas? Pois, OK, mas em fins-de-semana pardacentos e no aconchego do sofá, estas comédias ligeiras sabem-me lindamente... e as catástrofes, fantasmas, ETs, mortos-vivos e vampiros exibidos nas salas de cinema não me cativam minimamente!

Imagem de uma cena do filme, na net.

PONTES PARA OUTRAS MARGENS...

Há pontes e pontes: as que caem e as que que ficam de pé; as que delimitam fronteiras estipuladas pelos homens ou as que providenciam uma maior comunicação entre eles; as de pedra, ferro e cal e as invisíveis de laços virtuais nem sempre lineares ou concordantes...

Estranho é percebermos que em tantos cantos do mundo existe gente como nós, apesar de todas as diferenças:

PARABÉNS, QUERIDA SUN!

LÁPIS ARTÍSTICOS

Jennifer Maestre nasceu em Joanesburgo, na África do Sul, mas vive nos Estados Unidos da América, onde completou o B.F.A. no College of Art de Massassuchets nos finais dos anos 90.

As esculturas de Jennifer foram inicialmente inspiradas pelas formas dos ouriços-do-mar, nos seus espinhos tão perigosos quanto belos, que constituem uma séria advertência para evitar o contacto físico. As fontes de inspiração da artista não se cingem apenas aos ouriços, outros animais e plantas têm sido reproduzidos nas suas estatuetas, conforme as imagens documentam.

Numa primeira fase começou por utilizar pregos em tela, mas posteriormente optou pelos lápis, que possibilitavam formas mais complexas. A técnica - que ensina há vários anos - consiste basicamente no seguinte: afia centenas de lápis, que corta com cerca de uma polegada e junta-os, furando-os e cosendo-os com um fio ou arame, até obter a forma desejada. Parece fácil, não é?!

Nestas duas imagens, os ouriços de pregos e o exemplo de um pin, que também executa.

Fotografias da net.




Podem ler mais no site da artista, aqui.

E pronto, vem aí mais um fim-de-semana... (prolongado e tudo, eheheh!)

DIVIRTAM-SE!!!

CAÇA AO PATO!

Fotografia de Ian Britton

Ele era um caçador, orgulhava-se da sua pontaria, não havia bicho que escapasse a ela! Preferia os de maior porte (javalis, por exemplo), mas não desdenhava coelhos, lebres ou perdizes. Tiros certeiros e PUM! lá ia o bicharoco parar ao prato de alguém ou a uma valeta qualquer, porque a fome não era muita. Armas, de todos os moldes e feitios, eram sempre o seu tema predilecto de conversa. Lutas e mais lutas, numa época em que ainda não existiam PlayStations e afins para acalmar o furor sanguinário.

OK, era jovem! Trinta anos volvidos, aí anda ele a proclamar o seu amor pelos animais. Não exactamente gatinhos ("frouxo", mas não tanto!), mas cães, lobos, linces, golfinhos, touros, águias, focas e outros que tais. Activista em todas essas causas e a reclamar que a malta não se mexe do sofá! Ahn?!

Nem se percebe essa onda de 8 para 80, a não ser pelos fundos que estes movimentos em favor dos bichinhos - muito em voga - recebem de todos os seus apoiantes! Uma PeTA que angaria adeptos e seguidores, na caça ao "pato"...

CANÇÃO DE NATAL

Há quem não aprecie a época natalícia. Pessoalmente, adoro! Embora a entenda como triste, para todos os que revivem natais passados, tal como Ebenezer Scrooge, o famoso personagem de Dickens. Os fantasmas dos que amámos e já partiram ensombram o espírito festivo...

Mas a vida é em frente, nem há que martirizar as novas gerações com essas recordações de um passado que é exclusivamente nosso!

O desafio partiu da Teresa, do blog "Ematejoca Azul", e trata apenas de referir a nossa canção preferida de Natal. Não tendo nenhuma em especial, gosto muito desta, que catrapisquei do blog do Pinoka (copiar é feio, não é?), mas tenho quase a certeza que ele me vai perdoar...

E segue para todos que o queiram apanhar, obviamente!

Fotografia da Kavewall.

ELOGIO AOS HOMENS!

Se todos os homens fossem assim sexys e giraços...

... sedutores e giraços...

... charmosos e giraços...

... irreverentes e giraços...

... o mundo era perfeito, não era?!

Felizmente, não são! Por detrás de um ecrã podem ser todos lindões, mas ao vivo e a cores a história é outra, algumas até bem tristes! (não especificamente dos exemplos acima, note-se!)

Homens bons, ternurentos, sensíveis, amigos, que dão atenção à família, cuidam dos filhos, passeiam o cão, brincam com o gato, alimentam o periquito e ainda partilham tarefas domésticas são excelentes companheiros e é a eles que este elogio se dirige. E o meu enorme aplauso também! Ah e tal que nem todos têm a mesma carinha laroca dos giraços acima, nem são tão sexys? Ora, ainda bem! Cromos coleccionam-se e estampam-se em cadernetas, mas não é com eles que desejamos passar o resto da vida, até que a morte nos separe...

Fotografias da net.

CARROSSEL

Fotografia de Ian Britton

Há precisamente três anos estava aqui em frente ao PC, de língua de fora, a tentar deslindar como se abria um blog! Ajudada por uma cábula que a Isa teve a pachorra de me enviar, não só com o procedimento básico, mas também com outros pormenores de contador de visitantes ou de como colocar música de fundo! Cingi-me ao elementar e, surpresa das surpresas, consegui!!!

O carrossel blogosférico já deu muitas voltas, alguns apearam-se a meio do caminho, por razões óbvias ou alegando que não queriam "brincar mais". Fazer o quê? Se ainda estivéssemos no pátio do recreio da escola perguntaríamos o porquê. Mas esse tempo já passou, portanto só nos resta aceitar as decisões alheias. E logo outros sobem para os cavalinhos de madeira ocupando os lugares vagos e o mecanismo continua a girar, como se nada tivesse acontecido! Aos poucos, a sensação de perda ou abandono vai desaparecendo, como no antigo pátio...

Felizmente, também ainda muitos se mantêm no seu posto - dos amigos (virtuais e não só) desses primórdios, até alguns mais recentes. É com eles (todos vós!) que quero continuar a "brincadeira", mesmo que o corcel tenha altos e baixos... como tudo na vida!

AO REDOR DESTA LAREIRA...

... EU JÁ TIVE... saudade!
... EU NUNCA... afirmo que desta água (cerveja, vinho, chá, café, laranjada, whisky) não beberei!
... EU SEI... que pouco sei! (mais que Sócrates, topam a "arrogância"?!)
... EU QUERO... ser feliz para sempre, como nos contos de fadas!
... EU SONHO... mais acordada do que a dormir!

O desafio (completar as frases em maiúsculas) da Ematejoca e da Licas segue para quem o quiser apanhar! (e pronto, sê gentil, Sunzinha... eheheh!)

Prémios?! Onde é que eles estão?! Vieram do blog Ematejoca Azul e também são para todos os linkados que os queiram agarrar! Obrigada, Teresa! Um cabaz cheio, a abarrotar, que encontram aqui. Porque o outro bloguito se deve estar a sentir triste e usado, só experiências e prémios, nada de protagonismo. Então, desta vez, a honra de cartaz é para ele...

Fica uma musiquinha de outros tempos, que ainda hoje mexe comigo, nomeadamente como mote deste post:

UM FELIZ FIM-DE-SEMANA PARA TODOS!

TORTILHA À ESPANHOLA

Bom, não tenho por hábito colocar aqui receitas, mas não há regra sem excepção! Passo a explicar: nos últimos meses recebi, de seis pessoas diferentes, uma corrente de trocas culinárias. Como odeio correntes, que além de atravancarem os mailitos (o meu e os alheios) não servem rigorosamente para mais nada, não respondi a nenhum desses pedidos. Não existiam pragas ou desgraças associadas a quem a quebrasse (oh, que grande preocupação!), mas nem a eventual possibilidade de receber alguns segredos gastronómicos me convenceu - isto, quando adoro cozinhar e experimentar novos pratos!

Daí, em jeito de compensação, ter resolvido partilhar esta receita da minha tia Marita - espanhola de gema, que se refugiou em Portugal durante a Guerra Civil espanhola e por cá ficou, e que recordo quase sempre que descasco batatas, porque esmerava-se a tirar apenas a película mais fina da casca (quando já se passou fome, não se desperdiça nada, não é?!) - que é fácil de confeccionar e barata:

Ingredientes (para 3 pessoas)
6 ovos
6 batatas médias
1 cebola média
óleo
sal

Descascam-se as batatas e a cebola. Cortam-se as batatas em quadradinhos pequenos e a cebola em rodelas fininhas. Depois de lavadas e secas num pano, colocam-se numa frigideira com o óleo quente mas em lume brando, até amolecerem (tipo transparentes), retirando-se do lume em seguida. Devem ficar sobre um papel absorvente, para escorrer o óleo. Batem-se os ovos numa tigela, juntam-se as batatas e a cebola já escorridas, e tempera-se com sal. Entretanto, tira-se o óleo da frigideira, deixando apenas uma fina camada no fundo e vai ao lume (mais forte) com todos os ingredientes já envolvidos. Após alguns minutos e quando lhe parecer que já está tostada na superfície inferior, vire a tortilha (usando a tampa de uma panela ou um prato de diâmetro maior ao da frigideira, preferencialmente no lava-louça, porque pode escorrer algum óleo ou ovo), rapidamente, mas com cuidado para não se queimar. Deixe tostar a outra face e sirva, podendo acompanhar com uma salada. Ah, e claro, também pode ser servida fria, em jeito de petisco!

Na foto, o meu jantar de ontem, eheheh! Bom apetite!

DIVÃ

Mercedes leva uma vida rotineira e normal ao lado do marido, Gustavo, e dos dois filhos de ambos. Ao consultar um psicanalista por mera curiosidade, e no relato da sua vivência aparentemente perfeita, a mulher de 40 anos começa a questionar o seu casamento (que dura há 20), o seu desejo de seduzir e ser seduzida e a própria realização profissional. As mudanças tornam-se inevitáveis, quando toma consciência que a estabilidade e a segurança alcançadas são mais fachada do que realidade...

O medo do envelhecimento, a traição e a solidão conduzem a novas aventuras desvairadas, em que a personagem se assemelha a muitas outras que cruzam o nosso dia a dia com frequência. Entre risos e choros - a busca da felicidade raramente é fácil - vale a Mercedes a amiga de longa data, Mónica, que mesmo não concordando com todas as suas opções a apoia incondicionalmente.

Gostei do filme realizado por José Alvarenga Jr. e da excelente interpretação de Lília Cabral, bem como da dos restantes actores do elenco: José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, entre outros.

O trailer contém cenas demasiado reveladoras do enredo, mas deixo aqui para quem o quiser ver.

Diz Gustavo (José Mayer) sobre a separação: "A gente só está tentando transformar uma vida chata em duas divertidas!"

Imagem do filme, da net.

VAI UM CARTÃOZINHO?

Um dia destes, uma amiga minha atendeu uma chamada no telelé da filha, porque esta não se encontrava por perto.

A oferta era de um cartão de crédito para a adolescente, com múltiplas vantagens, segundo assegurava o vendedor. "Não, ela não está interessada!", respondeu calmamente a mãe. O homem insistiu que a proposta era tentadora, blá, blá, blá, e que se calhar a jovem ficaria entusiasmada...

"Quem não está interessada sou EU!" - rematou, de forma mais ríspida. - "Ela entrou recentemente para a Faculdade, não tem emprego, de modo que não precisa de cartão de crédito nenhum, nem tem como o pagar!"

"Ah, pois, sendo assim... é capaz de ter razão... E a senhora, não quer o nosso cartão???"

Fotografia da net (autor: Fotero)

O DIA DO PASTEL DE NATA

O ser humano é um animal de hábitos. Ora se durante anos raramente comia uma fatia de bolo (nem em aniversários, diga-se de passagem), porque é que nos últimos tempos, todos os Domingos, começámos a comprar um bolinho, daqueles tipo caseiro, em que raramente sobrava uma migalha para amostra no dia seguinte? (se bem que não seja eu a comer a maior porção, note-se!) E depois dessa fase, começou a dos pastéis de nata: que se vendem aos magotes, no mesmo local, havendo até gente a fazer fila para a gulodice dominical. Na verdade, têm um folhadinho estaladiço e um creme delicioso, de deixar a um canto os famigerados pastéis de Belém...

Em miúda costumava ouvir a minha avó citar uma frase popular: "Não há Sábado sem sol, Domingo sem missa, nem Segunda sem preguiça!" Como os tempos mudam! Sábados soalheiros este ano foram raros, mesmo quando a malta passava a semana a suar as estopinhas e a sonhar com a praia ao fim-de-semana, que amanhecia invariavelmente chuvoso ou nublado.

Hummm... Domingo sem missa, pois, contam-se pelos dedos de uma só mão os católicos que conheço que ainda lá vão. Porque não simpatizam com o prior da freguesia, preferem ir passear ou ficar na cama a dormir. Obviamente são opções, mas eles é que acreditam em pecado e Inferno... Por aqui o único ritual é o do pastel de nata domingueiro (nham nham) e quando falha, como hoje, porque havia jogo na Catedral (ai, ai!) e a zona estava mais densamente povoada do que o costume, faz cá uma falta. Tanta que tive de a compensar com uns chocolatinhos - e ainda me admiro de ter engordado cinco quilos nos últimos 3 anos! (ai, ai!)

Onde o provérbio continua actual e a fazer todo o sentido é na preguiça de Segunda-feira... (ai, ai!)

KA... ESTAMOS EM FESTA!!!

Ka... estamos cantando os Parabéns!

Ka... estamos erguendo a taça de champanhe para um Tchim-tchim!

Ka... estamos preparados para provar a deliciosa fatia de bolo!

Ka... estamos desejando muitas felicidades para ti!

Ka... estamos fazendo votos de muita Paz, Amor, Saúde e Alegria! Hoje e sempre!

P A R A B É N S, KA!

E BOM FIM-DE-SEMANA PARA TODOS, está claro!

Imagem da net.

A MÍSTICA DE UM JARDIM

Bruno Torfs é um pintor e escultor sul-americano que, a certa altura, resolveu mudar-se com a sua família para a Austrália, encontrando perto de Marysville (um pequena cidade a cerca de 95 quilómetros de Melbourne) o local ideal para construir a sua casa, galeria e um jardim de sonho...

A galeria destinava-se aos seus quadros e esculturas mais pequenas e o jardim iniciou-se com quinze estátuas de terracota em tamanho real, que foi completando e acrescentando ao longo dos tempos, enquanto atraía a presença de milhares de visitantes de todos os cantos do planeta.

A temática variada denota as viagens que o artista efectuou por vários países do mundo, por vezes com toques místicos e encantados, onde pululam fadas, duendes e feiticeiros, alguns a relembrar as personagens de Tolkien no "Senhor dos Anéis"...

A comunhão com a Natureza era perfeita, já que as esculturas se assemelhavam a uma extensão da floresta circundante, num enquadramento adequado à sua exposição.

Até que a 7 de Fevereiro deste ano um fogo arrasador destruiu tudo à sua passagem, ceifando vidas de pessoas e animais, bem como as casas e a verdejante floresta que acolhia as obras do artista. Bruno e a família ainda conseguiram fugir das chamas a tempo, nem toda a vizinhança teve a mesma sorte...

Quando as autoridades permitiram a família regressou ao local, embora sabendo de antemão que da casa e da galeria não restavam mais que cinzas e destroços. Surpreendentemente, cerca de 60% das estátuas estavam intactas ou podiam ser reparadas, mesmo que a paisagem fosse desoladora, como o demonstra a imagem:

Com a ajuda de familiares, amigos e vizinhos, Bruno Torfs dedica agora os seus dias a reconstruir o seu jardim encantado, como podem verificar no seu site - Bruno's Art & Sculpture Garden.

Aos poucos a Natureza também vai lambendo as imensas feridas do incêndio devastador, fetos e arbustos começam a pontilhar de verde as árvores calcinadas, mas é certo que ainda vão decorrer muitos anos até se parecer ao que era, como podem observar aqui:

Há gente absolutamente fantástica, não há?!

Fotos da net.

OS HOMENS NUNCA MUDAM?!

Fotografia de Ian Britton

Em finais dos anos 80 trabalhei como secretária do departamento comercial de uma média empresa de informática. Uma certa tarde, apareceram por lá quatro raparigas a pedir para falar com o gerente: pretendiam autorização para falar com os empregados, durante uns breves minutinhos, para divulgar os livros de uma editora e verificar o interesse que eles suscitavam junto ao pessoal - resumindo, eram vendedoras! Afirmavam ainda ser estudantes universitárias e que essa "prospecção" as ia ajudar a angariar pontos, necessários para lhes custear os estudos. O gerente, homem na casa dos trinta e tais, era tudo menos parvo, mas imagino que tivesse ficado bem impressionado com a lábia e a indumentária das jovens: os tailleurs escuros conferiam-lhes um ar profissional, embora as mini-saias a exibir uns bons nacos de pernas fossem escusadas, os saltos bem altos dos sapatos e as maquilhagens cuidadas também. Avisou que ele próprio não estava interessado, mas que tinham autorização para falar com os funcionários, desde que não interrompessem o normal funcionamento da empresa durante muito tempo.

Quando vi aquelas quatro criaturas, bamboleando as ancas, enquanto avançavam pelo corredor na direcção da sala do departamento comercial, até tive vontade de rir. Os gajos também eram vendedores (à excepção do maridão, que ainda estava longe de ser namorado, que por acaso também se encontrava lá devido à análise de um programa ou coisa) de modo que esperava um baile... Santa ingenuidade! As meninas, muito solícitas, começaram por lhes fazer um pequeno inquérito sobre os interesses pessoais de cada um e eles adoraram esclarecê-las com todos os pormenores e mais alguns, quase babavam perante o "insuspeito" interesse delas! Nunca na vida tinha visto uma massagem ao ego tão bem feita... e a maioria nem era dada a literaturas de qualquer espécie! Até o director comercial não resistiu a ir lá meter o bedelho e dois dedos de conversa...

Entretanto saí da sala para fazer não sei o quê, encontrei uma colega de outro sector - essa sim, uma leitora compulsiva - ainda comentámos a patetice dos homens. As moças lá fizeram o "tour" pelos vários sectores, não incomodaram ninguém que dispensasse a "divulgação" (como eu, essa amiga e outros), na verdade sucesso de vendas foi só no comercial. Ao fim da tarde a romaria foi outra, cada um ia lá perguntar o que eles tinham comprado - assim como quem não quer a coisa, só por simples curiosidade... -, um que nem o jornal lia tinha encomendado as obras completas não sei de quem, outro dois livros de culinária e de costura para oferecer à mãe no aniversário e no Natal (ui, a coitada deve ter rebentado de tanta felicidade!), outro idem para a mulher (se o arrependimento matasse...), mais um ou outro livrito solto dos mais moderados, a bem dizer só um dos presentes escapou à "sedução" das vendedoras. Mas que o caso deu risota durante meses, lá isso deu!