A estátua ainda lá está, garanto! Ontem estavam até a montar um palanque, que deve ser palco hoje das cerimónias oficiais. Com a devida pompa e circunstância. Pró ano... já não interessa nada!
Se os mortos se revolvessem na tumba, por esta altura os 40 conjurados que - arriscando a própria vida e a dos seus familiares mais próximos - decidiram acabar com o domínio castelhano a 1 de dezembro de 1640 e restaurar a independência de Portugal, certamente estariam em grande desassossego e atividade, assombrando o pouco patriotismo dos atuais governantes. Eram nobres, magistrados e militares da melhor estirpe, que nessa manhã de revolução entraram pelo Paço com o apoio popular, prenderam a duquesa de Mântua (que reinava em Portugal em nome de Filipe III) e atiraram o seu lacaio, o traidor português Miguel de Vasconcelos, pela janela do palácio, gritando pela independência e liberdade.
Claro que nada desta história parece muito gratificante a outros lacaios, dobrados ao serviço de outras "majestades" estrangeiras e aos interesses do capitalismo (puro e duro)! Passar uma esponja sobre esses acontecimentos, que dignificaram os homens (e mulheres, que Filipa de Vilhena e Mariana de Lencastre também contribuíram, ao incentivar os seus filhos a participar na revolução) patriotas de outras eras, não é de hoje! Além de que lembrar revoluções do passado e o que normalmente acontece aos lacaios, ainda interessa menos...
Acresce ainda que, entre muitos outros motivos, a excessiva carga de impostos sobre os portugueses foi decisiva para despoletar a Restauração da Independência! Topam?