A sucursal do “meu” banco, no meu bairro, é muito pequena. Talvez tenha uns dez funcionários. Em épocas remotas conhecia todos eles porque ia ao banco com frequência. Hoje em dia, naturalmente,
utilizo o online banking! Quando lá vou, vejo caras novas.
Tive hoje que tratar de assuntos que exigiam a
minha presença. A certa altura, sentada em frente da gerente dos serviços
financeiros, pergunto-lhe se a G. está no seu gabinete. Diz-me que não. A G.
reformou-se em maio.
- Ah, sim? E quem é agora a consultora
financeira?
- A F.
- Não sei quem é.
- É a rapariga indiana...
- A de vestido muito curtinho?!
Fiquei surpreendida com a minha pergunta. Noutras
circunstâncias e talvez noutro local, não me teria referido ao comprimento do
vestido da rapariga. A única explicação que tenho é que já conheço a gerente há
bastante tempo, há uma certa familiaridade entre nós e o vestido da conselheira
financeira (talvez de uns 30 anos) era de facto tão curtinho à frente e atrás
(de lado tinha pontas até ao meio da perna) que se se inclinasse um nadinha
para a frente ver-lhe-íamos o “derrière” mesmo com meias pretas. Poderia ter-me
referido à cor da roupa que usava,(cinzento e preto) ou ao comprimento e à cor dos
cabelos, à sua altura... Estas seriam as características físicas que
identificariam a pessoa... sem recorrer ao comprimento do seu vestido!