Ontem foi dia de meter as mãos - as luvas - na massa - na terra.
Plantei bolbos que prometem mundos e fundos para a próxima Primavera.
A ver vamos.
Os bolbos aguardam vida enquanto repousam junto a um muro. Pareceu-me local adequado, decidi eu do alto da minha quase total ignorância. |
Está visto que exagerei na compra.
Ufa! Terminei! |
Vamos agora às couves!
Observei as couves com olhos de águia, à cata de lagartas, bichos vorazes que reunindo a família se empanturram com a verdura. Implacável, aniquilo-as à unha que aqui, nunca, jamais, em tempo algum entrarão pesticidas. A seguir retiro folhas velhas e mentalmente conversamos:
- Então a promessa de couves para o Natal?
- Então?
- Suas mirradas!
Assumo que não será este o ano com ceia de couves caseiras. São jovens e eu inexperiente- há que dividir responsabilidades.
Lá chegaremos!
Mesmo ao lado num canteiro improvisado crescem alhos, prometendo colheita farta.
É dar-lhes tempo.
Depois ...
Também podei . Podei arbustos .
Até que o cansaço se apoderou de todos os meus músculos, mesmo daqueles que não sabia possuir.
Com botas cobertas de lama, suja da cabeça aos pés decidi parar.
Roupa e botas são as da quinta, quando viro camponesa.
Transformo-me, irreconhecível.
Também por dentro que a libertação é então absoluta.
Terapêutica.
Curativa.
Beijo
Nina