São quem nós escolhemos, quem por direito merece ascender a essa posição.
De certo ângulo, são mais importantes do que a família, porque não sujeitos à imprevisibilidade hereditária, biológica ou, se quiserem, aos laços de sangue.
Amigos, nós escolhemos, abrimos as portas de casa, da alma e do coração.
Numa multidão informe, encontramo-nos e decidimos que funcionamos no mesmo cumprimento de onda, tornando-nos inseparáveis, mesmo quando a vida se encarrega de nos separar.
Dou por mim, frequentemente, a pensar na minha melhor amiga dos tempos do liceu.
Chamava-se Gigi.
Não nos vemos há muitos anos, seguimos rumos distintos e até suponho que ela, presentemente, vive no Brasil.
Tenho, contudo, para mim, que a ela lhe ocorrerão as mesmas recordações, antecipando igual prazer, se um dia, as circunstâncias nos colocarem à mesma hora , no mesmo local, ainda que correndo o risco de, momentos volvidos, chegarmos à conclusão, que foi num outro tempo, numa outra vida , que a cumplicidade nos atou.
Falo de amizades de adolescente, mas há outras.
Eu tenho a imensa felicidade de ter amigos, poucos, muito poucos, quatro ou cinco, mas muito bons, para o que der e vier.
Tenho também muitos e muito agradáveis conhecidos, cuja companhia muito me enriquece e muito prezo.
Mas AMIZADE é outra coisa, outro cimento que nos ata, , mas sustem.
É o ombro, é o colo, é o poço sem fundo onde despejo aflições, o espelho em que me desnudo sem pudor, a quem me dou, de quem recebo tudo ou nada, quem vejo diariamente ou revejo ocasionalmente, quem não me falha, a quem não falho!
AMIZADE é a mais elevada forma de amar.
Beijos,
Nina