quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A caverna de Ali-Babá e os 40 ladrões


A história de Ali-Babá e os 40 ladrões, ouvida, lida e repetida deixou marcas no meu imaginário.
Aquela caverna, tapada a entrada com um rocha colossal,  que só se abria à voz de comando de um "Abre-te Sésamo!", quando criança, paralisava-me de espanto.
A seguir, a visão de tesouros acumulados em sacos, arcas transbordantes, relampejando faíscas de ouro e gemas raras, preenchia os meus delírios de fantasia.
Confesso que, ainda hoje, nos meus mais loucos devaneios, imagino, passeando descalça pela areia da praia,   que os meus pés nus calcam, ao acaso,  uma preciosidade, uma jóia ou,( quem sabe? ), batem  mesmo numa garrafa depositária do mapa de um tesouro.
Se estiver num dia de sorte, nada me impedirá, até,  de tropeçar no báu enterrado por piratas, contendo preciosidades incalculáveis.
Isto porque, lá no fundo, há um lado de criança que nunca cresce, diria mesmo, que se recusa a crescer no mais pintado dos doutores-arquitetos-engenheiros do planeta.

Repito, sofro do síndrome do Ali-Babá e, enquanto não encontro a caverna que se abre com um " ABRE-TE SÉSAMO!" , vou-me consolando com uns achados preciosos e imperdíveis.

Assim, descobri há anos, em França, uma cadeia de lojas representada na maior parte das suas cidades, com o prosaico nome de CASAS DO MUNDO.



Sendo o que o nome indica, dentro delas encontramos fascinantes mundos.
Perco-me por lá, como quem se perde num museu observando  obras de arte.
O facto de, frequentemente viajar de carro, permite-me volumes e pesos de compras incompatíveis com o avião.


De lá, concretamente, de Paris, vierem estas absolutamente deslumbrantes e decadentes flutes, que transformam o mais   manhoso espumante , no champagne mais exótico e inacessível.
Medem 30 centímetros.
São imponentes.
Comprei 12, mas uma já se partiu.
Qualquer reunião de amigos ascende a um nível de sofisticação incrível, ainda que nelas se beba refrigerante.
Por momentos, somos reis.
Não sei precisar o preço, mas garanto que era perfeitamente acessível.

Em Agosto último, o meu olhar incidiu sobre três peças em gesso, com um ar inacabado, uma patine de antigo, irresistível, e, como sempre acontece, optei por ficar escrava delas.
Comprei-as.
Lindas!
Pesadíssimas!
E, irresistivelmente acessíveis.
Tinham, à sua espera, o local certo na minha casa de banho.

Um dos nichos de uma casa de banho ficou assim... um SPA!


O vaso com a orquídea que ontem postei, veio de Besançon.
Pesadissimo, mas tão lindo, que, pobre de mim, não resisti!

Um anjinho tocando violino, rechonchudo, precioso, observa o duche!

O busto de uma grande dama, completa o conjunto.

Não resisti, voltei a fotografar, agora bem, a minha orquídea fabulosa.

Quando voltar a França, voltarei a perder-me nas Maisons du Monde.


Beijos,
Nina