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domingo, outubro 13, 2024

Uma Bela Surpresa para Todos os Familiares e Amigos de Fernando Barão


Ontem, durante a apresentação do livro da minha autoria, "Fernando Barão; (Quase) Tudo o que Vivi", as mais de cem pessoas que encheram a Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, em Almada, tiveram uma bela surpresa, durante a intervenção do vereador Filipe Pacheco, que fez parte da mesa de honra, em representação do Município de Almada.

O Vereador deu a todos a excelente notícia, que iria ser atribuído, brevemente, o nome de "Largo Fernando Barão", ao espaço que ainda continua a ser conhecido, popularmente, pelo "Largo da Bomba", onde em temos idos existiu uma bomba de água que abastecia os locais deste bem precioso. Ou seja o Largo junto ao Centro de Turismo de Almada, que foi durante quase todo o século XX, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.

Este lugar tem ainda outra particularidade, foi o lugar de "namoro à janela" de Fernando Barão com a jovem e bonita Isabel, que viria a ser a esposa e companheira da uma longa vida. Foi ainda a propósito deste namoro que o Fernando ganhou a alcunha do "Vai à Bomba"...

Em suma, uma escolha muito feliz do Município, que muito honra os familiares e amigos mais próximos do nosso "Barão de Cacilhas".

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, setembro 30, 2024

O Adeus de um Grande Companheiro e Amigo...


Jaime Soares deixou-nos no dia 26 de Setembro. Era conhecido entre amigos apenas por "Jaiminho", um daqueles diminutivos que duraram a vida inteira, sem que fizesse alguma vez sombra ao grande desportista, ao grande associativista e ao ser humano de excepção, que sempre foi, defendendo e lutando por uma sociedade mais igualitária, fraterna e solidária.

Graças à "Tertúlia do Bacalhau com Grão", tornámo-nos bastante próximos (almoçarmos lado lado ajudou, porque a sua surdez acabava por ser um obstáculo no convívio com os amigos...). Era um prazer vê-lo "desempatar", as discussões acaloradas entre o Chico e o Orlando, quando andavam às voltas pela "Rua Direita" e metiam o número da porta de uma taberna ou da casa de um amigo comum, ligeiramente ao lado. E o Jaiminho lá explicava que a pessoa em causa morava em tal sítio, com argumentos que facilmente rendiam o Chico e do Orlando, que acabam a dizer "tens razão, é mesmo aí."

O mesmo se passava quando era o Almada, a Incrível ou a Academia, que, alimentavam as nossas memoráveis conversas. Apesar de ter sido operário a vida toda, era bastante culto e continuava a gostar de estar bem informado. O jornal continuava a ser uma das suas companhias durante o café da manhã (mesmo sabendo que o "Público" já não era o que tinha sido...).

Sei que há por aí muita gente que "detesta" a palavra coerência, e normalmente até metem "burros" ao barulho, para a denegrir. Eu sempre gostei, e continuo a gostar muito dela, tal como a maior parte dos amigos da nossa memorável "Tertúlia".

O Jaiminho além de ter sido sempre coerente com os seus princípios, foi uma das pessoas mais autênticas que tive o  prazer de conhecer, nesta terra especial, que é Almada.

(Fotografia do Carlos da "Olivença" - o Jaiminho aparece em primeiro plano à direita...)


terça-feira, julho 02, 2024

"Santos da terra não fazem milagres..."


É costume dizer-se que "santos da terra não fazem milagres", quando sentimos que não se dá o devido valor a alguém, que nasceu ou cresceu em determinado lugar.

Sempre senti isso em relação a Almada e a Manuel Cargaleiro. O melhor exemplo é o facto de não existir qualquer espaço museológico dedicado à sua obra, extensa e variada, tal como acontece em Castelo Branco (que belo museu...) ou no Seixal. E foi aqui que ele sempre viveu (se não contarmos com Paris e Lisboa nos últimos anos...).

O facto de ele sempre ter usado a sua Arte como o seu principal interesse e a única política, onde era realmente hábil, explica algumas coisas. Também não lhe devem ter perdoado o facto de ter sido vogal (nesse tempo não existiam vereadores...) da Câmara Municipal de Almada nos anos 1950, com o pelouro da Cultura, ou seja, no tempo do "outro senhor".

Tive o grato prazer de o conhecer e de viajar pelo seu mundo artístico, quando ainda não existiam estes museus e a sua "Quinta da Silveira de Baixo" tinha uma autêntica "caixa-forte" onde guardava parte da sua obra e as suas colecções particulares, especialmente a de cerâmica, que devia ser das mais importantes do mundo (até tinha peças de barro da autoria de Picasso...). É importante referir que a maior parte do dinheiro que o Mestre Manuel Cargaleiro ganhou com a sua pintura, foi investido em arte, de outros artistas...

Ainda tenho bem presente a visita guiada que fiz à Quinta da Silveira, com o Mestre Cargaleiro a mostrar-me com orgulho, as suas várias colecções (tinha obras de cerâmica do mundo inteiro) de arte, ao mesmo tempo que me ia contando uma ou outra história mais curiosa, sobre algumas peças.


É comum dizer-se que ficamos todos mais pobres quando desaparece algum dos nossos melhores. Almada ainda fica mais pobre, porque não soube aproveitar a arte de um artista tão singular e de renome mundial, como foi Manuel Cargaleiro.

Felizmente temos o seu mural publico, em azulejo, no Jardim Alberto de Araújo...

(Fotografias de Luís Eme - Sobreda e Almada)


quarta-feira, junho 19, 2024

"uma pequena viagem pelo mundo de Fernando Barão"


É a segunda exposição que idealizo e organizo, em homenagem ao meu amigo, Fernando Barão, que fez em Janeiro 100 anos. É um pretexto natural para que se vá festejando (mesmo que de uma forma tímida...), a comemoração do seu Centenário.

Esta "Viagem ao pequeno mundo de Fernando Barão" tenta dar a conhecer, pequenos pormenores da vida deste "Renascentista da Cultura", que poderão ter escapado aos almadenses, que se interessam pela cultura e pelo associativismo.

Mesmo sendo suspeito, não tenho dúvidas que é uma mostra quase biográfica, que merece ser visitada, por todos aqueles que conheceram o Fernando Barão, e também por quem tenha curiosidade em ficar a conhecer um pouco esta grande Personalidade Cacilhense, a quem nunca ficou mal o título de "Barão de Cacilhas".

A exposição é inaugurada no próximo sábado, 22 de Junho, às 16 horas, na Sede/ Galeria da SCALA.


quarta-feira, abril 17, 2024

Visita a Exposição de Abril com Adeus a um Escritor de Abril e de Almada


Depois do almoço fui visitar a exposição, "25 de Abril de 1974, Quinta-Feira" (patente no "Museu de Almada, Casa da Cidade") com uma companhia agradável, num ambiente de Liberdade, proporcionado pelas fotografias cheias de história de Alfredo Cunha e também pelas nossas palavras.

Sabe sempre bem ver uma exposição e fazer de cada imagem deu um motivo para falarmos do que olhamos e também do que pensamos...

Já no final da visita recebemos uma má notícia, sobre o desaparecimento de António Policarpo, um dos escritores de Almada, que bem merece o epiteto de "Escritor de Abril", pelas suas origens operárias, pelo seu passado de luta e sobretudo pelo amor à história de Almada e pelo seu exemplo de partilha.

Quando o chamamos "Escritor de Abril", não nos referimos apenas aos vários livros que escreveu - de grande importância local. Recordamos sobretudo a sua abertura e disponibilidade para apoiar projectos de outros escritores. Conversámos sobre muitas assuntos, talvez mais sobre as Colectividades de Almada e a sua história. Também partilhámos saberes, porque nunca olhámos para a História como um compartimento fechado. E ainda bem.

Que o teu exemplo perdure, em Almada e no Mundo, mesmo que os tempos sejam de outros "ismos", António!

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, fevereiro 27, 2024

Recordar Fernando Barão na USALMA...


Uma das várias homenagens, que serão feitas a um dos meus grandes amigos de Almada (e em que participarei com todo o gosto)...


quarta-feira, janeiro 17, 2024

"Fernando Barão a SCALA e as suas Gentes"

Mesmo que nem sempre seja evidente, há algum grau de loucura quando pensamos em fazer coisas um pouco fora do habitual.

Foi o que aconteceu com a exposição que será inaugurada no sábado, na Sede/Galeria da SCALA, de homenagem a Fernando Barão.

Pensámos que por se comemorar o seu centenário era giro reunir 100 imagens que pudessem documentar a passagem do Fernando por esta Sociedade Cultural que ajudou a fundar. Só quando começámos mesmo a procurar, a escolher, é que percebemos que as coisas nunca são assim tão simples...


terça-feira, janeiro 02, 2024

Fernando Barão faz cem anos


Um dos meus melhores amigos de Almada faz hoje cem anos. 

Embora já não esteja por cá para festejarmos este número redondo (falhou por menos de quatro anos...), Fernando Barão merece ser homenageado e recordado, por tudo o que nos deu. Foi por isso que criei um blogue para ele, Fernando, o "Barão de Cacilhas", onde irei recordar um pouco do que foi a sua vida, enquanto grande Associativista e Homem das Culturas, do nosso Concelho.

Se vos apetecer passem por lá...

(Fotografia de Luís Bayó Veiga - na nossa Incrível)


quinta-feira, dezembro 28, 2023

A importância de manter vivo o "jovem" que está dentro de nós...


Há pessoas que podem envelhecer fisicamente, mas nunca deixam fugir o jovem que continua bem vivo dentro deles.

E ainda bem, Se puderem, continuam a ser criativos, como é o caso de uma mulher que tem a idade da minha mãe e que continua com tanta poesia dentro de si.

Estivemos alguns minutos juntos antes do Natal. Não deu para meter toda a conversa em dia, mas mesmo assim, foi bom. Até porque ela presenteou-me com as suas últimas criações, que são um excelente exemplo de poesia ilustrada.

É também por isso que desejo que a Clara continue, sempre, com esta vontade de criar...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, dezembro 01, 2023

Mais uma coisa pouco compreensível em Almada (a somar a dezenas)...


Só ontem é que reparei que a Pista de Atletismo da Sobreda tinha recebido o nome de alguém, e que agora se chamava "Pista de Atletismo Alberto Chaiça".

Durante anos foi apenas a "Pista de Atletismo da Sobreda", porque quando foi construída, apesar de haver um nome que se destacava de todos os outros, em termos de currículo atlético (Francisco Bastos, que foi campeão nacional mais de uma dezena de vezes, campeão ibérico e recordista nacional de várias corridas, dos 400 aos 3000 metros), havia quem também quisesse atribuir à pista o nome de Almerinda Correia, que embora tivesse sido uma boa atleta (campeã nacional de lançamentos), beneficiou do fraco nível do atletismo feminino. E foi assim que a pista acabou por ficar sem patrono...

Embora não tenha nada contra Alberto Chaiça que foi um excelente fundista, com uma participação olímpica na maratona, não está sequer no "top 3", em termos curriculares, de atletas do Concelho. E além disso foi sobretudo um corredor de provas de estrada, e por isso, nem fazia muito sentido atribuir-se o seu nome a uma pista...

Depois de passar pela pista, fiquei perplexo e senti logo que havia por ali qualquer coisa, no mínimo, injusta. Lembrei-me logo do Chico Bastos, embora reconheça que agora seria mais justo atribuir o nome a uma mulher que ainda está entre nós (se é que seguiram essa premissa...). Foi por isso que me recordei da Naide Gomes, que é a grande campeã da Margem Sul (a par da Carla Sacramento, embora esta pertença ao Seixal...).

Naide Gomes foi campeã Mundial de pista coberta de pentatlo e do salto em comprimento. E foi também bi-campeã europeia de salto em comprimento. Além de ter sido recordista nacional do salto em comprimento, do pentatlo e do heptatlo e campeã nacional várias vezes.

Alberto Chaiça, se foi campeão nacional, foi apenas na maratona. E nunca bateu qualquer recorde nacional, nas chamadas disciplinas olímpicas.

Se há um atleta (neste caso, uma...) que merecia dar o seu nome à pista de atletismo, é Naide Gomes.

É apenas mais uma coisa pouco compreensível, a somar a muitas que se passam neste concelho...

(Fotografia de autor desconhecido)


domingo, outubro 01, 2023

175 Anos de História e de (tantas) Estórias...


A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense festeja hoje o seu 175.º aniversário, um momento impar na história de Almada e do Associativismo Popular Português.

Apesar dos muitos problemas que enfrenta o associativismo (em particular o almadense, devido à falta de apoios autárquicos...), a Incrível faz o que sempre fez, segue em frente, tentando aproveitar o que de melhor lhe pode oferecer o futuro, sem esquecer o passado, tão rico em história e em estórias.

A sua idade maior, nunca fez da Incrível uma "sociedade velha" (mesmo que tenha sido apelidada desta forma na primeira metade do século XX, porque a Academia Almadense era a "sociedade nova"...), é sim a mais antiga de todas as de Almada. Sempre se tentou adaptar aos novos desafios. E é o que tem feito neste primeiro quarto do século XXI.

Não existem colectividades sem pessoas. É por isso que presto homenagem aos milhares de Incríveis, que tornaram possível ultrapassar mais este marco histórico na vida da nossa Sociedade Filarmónica. 

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, abril 20, 2023

Um Convite Incrível Especial


Quando recebi o telefonema do presidente da Incrível Almadense, a pedir-me para escrever dois artigos de homenagem a dois amigos, que nos tinham deixado no começo do ano, senti-me bastante honrado e só podia dar uma resposta. Claro que escreveria, com todo o gosto, pela nossa Amizade, mas sobretudo, por terem sido duas pessoas extraordinárias no panorama cultural e associativo, com quem partilhei e aprendi tantas coisas nos últimos vinte anos, especialmente no seio da Incrível, na "Casa da Amizade" e sobretudo na nossa "Tertúlia do bacalhau com grão".

Foi uma honra Fernando, homenagear e dar a conhecer um pouco melhor, quem foram os "Incríveis", Orlando Laranjeiro e Carlos Guilherme.


terça-feira, março 21, 2023

"A única coisa que sei, é que era Liberdade"



A única coisa que sei, é que era Liberdade 

Olho para trás, sem virar o pescoço.
Bebo o café com mais prazer
porque sinto que estou acompanhado, 
por quase uma dúzia de amigos
que já não há.

Não sei se era poesia.
Talvez não. Era um misto de sensações,
onde cabia uma anedota e um pedaço de história,
um sorriso com e sem espanto.

Olho para trás, continuo sem mexer o pescoço.
Finjo desconhecer
se incomodávamos, ou não, os outros
plantadas nas mesas em redor.
Provavelmente sim.
Uns com inveja de não ter uma "tertúlia"
outros incapazes de ler o jornal sem silêncio.

Não digo que fosse melhor ou pior
era sim um tempo diferente,
as pessoas gostavam mais de conversar
de ler jornais e de conhecer os livros por dentro.

Olho para trás, sem conseguir mexer o pescoço.
Sem fazer contas com os dedos
sei que nesses anos noventa
havia menos dedos e mais tertulianos.
Hoje sobram tantos dedos...

Não resisto a dizer
que éramos mais livres.
Falávamos de tudo e mais alguma coisa.
O café era igual ao país,
muito, muito mais democrático.

Continuo sem saber se era poesia
o que se colava à nossa mesa.
A única coisa que sei, é que era Liberdade. 

Luís [Alves] Milheiro


(não sei se é poema, sei apenas que é a minha homenagem aos meus amigos tertulianos, que me receberam de braços abertos no "Repuxo" e foram fundamentais para conhecer e gostar da Almada da história e das culturas...) 


sexta-feira, janeiro 20, 2023

"A Avenida Central e Histórica da Nossa Terra"


Poucas pessoas conseguiram expressar o seu amor por Almada e pelo Associativismo Popular, através de palavras, como o Orlando Laranjeiro. Tem poemas muito bonitos e sentidos, mas também muita prosa. A sua "Rua Direita" (Rua Capitão Leitão), está sempre presente, como neste pequeno texto onde recorda a importância do Associativismo na vida dos Almadenses:

«Embora já, com grande dificuldade, ainda me consigo deslocar até à minha velha Rua Direita, que foi a Avenida central e histórica da nossa Terra, onde passearam e viveram muitos dos grandes vultos Almadenses.
Avenida onde funcionaram e ainda funcionam, embora de maneira mais lenta, as suas velhas “Universidades,” reconhecidas como Colectividades de Cultura e Recreio. Quanto a mim, as mais importantes. Mas também por lá nasceram, moraram e ainda moram, outras agremiações, tais como: Associação de Socorros Mútuos, Almada Atlético Clube, Clube campismo de Almada, e Associação Amigos da Cidade de Almada, que também contribuíram e têm contribuído de maneira empenhada, para o nível Associativo, cultural e cívico, que constituiu, e de certo modo, ainda constitui, o ADN de 
grande parte dos Almadenses.»


(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, janeiro 18, 2023

Mais um Grande Amigo que nos Deixa...


Não quero transformar o "Casario" num obituário, mas não posso deixar de prestar aqui, a minha homenagem a um dos meus grandes Amigos e um excelente Mestre da história e das histórias de Almada, que nos deixou hoje.

Falo de Orlando Laranjeiro, que foi um dos grandes associativistas do concelho de Almada do século vinte (fez um trabalho notável na Incrível Almadense), um desportista de grande valor (atleta internacional de andebol e treinador vice-campeão nacional com as cores do seu Almada), mas sobretudo, um homem de grande carácter e dignidade.

E como ele gostava de estar com os amigos... Foi por isso que ajudou a criar várias tertúlias e jornadas de convívio, que também serviram para homenagear grandes figuras de Almada.

Embora não gostasse de ser tratado como poeta ou escritor, também nos deixa uma obra de grande valia no contexto local, com três livros ("Almada, Terra Coragem"; "Deixem-me ser Quem Sou!" e "Almada nas Asas do Sonho") que dizem muito sobre a personalidade deste homem solidário, amante da verdade e extremamente sensível, em relação à história da sua Terra e também às questões sociais que nos rodeiam. 

Não era por acaso que, algumas das coisas que mais o incomodavam nos seus últimos tempos era o crescimento do egoísmo, do individualismo e do populismo (que trazia quase colada a extrema-direita...).

A melhor maneira de fechar este pequeno texto, é recorrer à parte final do prefácio que escrevi do seu terceiro livro: "Nunca é demais agradecer-te, Orlando, por seres um gigante no Amor, na Amizade e na Solidariedade!"

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, janeiro 08, 2023

O Adeus de Carlos Guilherme (1941-2023)


Carlos Guilherme Sanches de Almeida, além de ter sido um dos "Capitães de Abril", foi um grande associativista almadense, fazendo jus à herança familiar deixada pelo seu pai, António Henriques, o grande historiador da Incrível Almadense.

Foi também a Incrível que nos aproximou e fez com que, além de nos tornarmos amigos, fossemos também os "pais" de várias iniciativas culturais, inclusive  a co-autoria de dois livros ("A Incrível e a Poesia Através dos Tempos, 1884-2012)" e "António Henriques, O Associativista e o Historiador de Almada e das suas Colectividades, 1915-2015").

Além dos habituais convívios com os seus antigas camaradas de armas na "Associação 25 de Abril", ajudou a fundar a "Tertúlia do bacalhau com grão" no restaurante Olivença (com o Chico, o Orlando e comigo), em Almada, onde durante alguns anos nos reunimos, semanalmente. Nesta tertúlia de amizade, aberta a outros bons amigos - que chegaram  a ser uma dúzia -, falávamos de tudo o que nos apetecia, com a Incrível e a História de Almada sempre presentes (e falamos...), o Carlos, com alguma ironia, gostava de afirmar que "nunca se dizia mal de ninguém".

Infelizmente, devido a problemas de saúde foi forçado a deixar este nosso convívio.

E hoje recebemos a triste notícia do seu adeus...

Sobra a saudade e a memória, capaz de "manter vivos" tantos momentos inesquecíveis, passados na companhia do Carlos e de outros amigos...

(Fotografia de João Miguel - Almada)


sexta-feira, dezembro 30, 2022

Louvor à "Teimosia" e à Memória de Elias Garcia


José Elias Garcia continua a ser um dos grandes vultos que nasceram na localidade ribeirinha de Cacilhas. 

Foi uma das grandes figuras do movimento republicano na segunda metade do século XIX e é por todas essas razões que é recordado todos os anos pela Associação de Cidadania de Cacilhas, O Farol.

Este pequeno texto é sobretudo um louvor à teimosia dos dirigentes de O Farol, que não se esquecem de recordar ano após ano, no dia 30 de Dezembro, este ilustre cacilhense e de lhe dedicar algumas palavras e flores.


quarta-feira, novembro 16, 2022

Recordar José Saramago no Dia em que Faz 100 anos...



Nada melhor para festejar o Centenário do nascimento de José Saramago, que republicar um texto que escrevemos, quando o escritor foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, publicado no boletim "O Scala" (n.º 8, Verão de 1998):

«Foi com com grande alegria que vimos José Saramago deixar o hall de entrada da sala, destinada aos eternos perdedores do Prémio Nobel da Literatura, com a serenidade que o caracteriza, depois de ser “Levantado do Chão” pela Real Academia Sueca da Língua.

O país voltou a sorrir de satisfação – e com a Expo 98 ainda tão perto na nossa memória... --, ao ponto de transformar a vitória de Saramago, num êxito de todos os portugueses. Foram erguidas bandeiras de Norte a Sul, levando bem alto “Todos os Nomes” deste escritor, digno herdeiro de Camões, Eça, Camilo, Pessoa, Aquilino e Torga.

A Escandinávia dobrara pela primeira vez a coluna à língua portuguesa. Depois de um longo “Ensaio Sobre a Cegueira”, acabou por reparar uma  injustiça quase do tamanho deste século.

Embora Saramago seja um caso à parte, se fizermos uma “Viagem a Portugal”, encontramos uma mão cheia de poetas e ficcionistas que também poderiam ter sido inscritos nos “Apontamentos” da Academia Sueca.

Quando dizemos que ele é um caso à parte, estamos a basear-nos  num estranho casamento das Letras com Números que nos prova que Saramago é o escritor português vivo, mais conhecido e lido no mundo inteiro.

A sua obra literária é um manancial de estórias sobre a nossa História, “Deste Mundo e do Outro”, não sendo por isso de estranhar que alimente algumas polémicas. E quando se fala de coerência – uma palavra usada para dignificar Saramago e todos os seus camaradas que se mantém fiéis ao comunismo --, devemos fazer uma vénia ao Município de Mafra que continua a defender que “O Memorial do Convento” ofende o bom nome dos seus habitantes; e ao Papa, que  ao folhear “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, continua a perguntar a Deus com um olhar triste e angélico, “Que farei Com este Livro?”, por manterem vivas as suas opiniões divergentes em relação ao escritor.

Mesmo sabendo que este não é o melhor momento para  falarmos da nossa taxa de analfabetismo, não devemos esconder a nossa triste realidade usando o Nobel da Literatura como peneira.

Saramago sentiria, “Provavelmente Alegria”, se usássemos o seu Prémio para sensibilizar os portugueses a visitarem o campo aberto das letras, mostrando-lhes o poder da luz “Poética dos Cinco Sentidos” que nos ilumina nas nossas viagens deliciosas pelo interior dos livros.

E se nos fosse permitido sonhar, gostaríamos que o Nobel produzisse o mesmo êxito na Literatura que as medalhas milagrosas de Carlos Lopes e Rosa Mota obtiveram no Atletismo, fomentando de uma forma avassaladora a leitura nas escolas e nos lares portugueses, arrebatando toda “A Bagagem do Viajante” de Lanzarote e de outros grandes escritores.» 

(Foto de Luís Eme - Feijó)


sábado, outubro 01, 2022

O Outubro "Incrível" em Almada


Almada festeja mais uma vez o aniversário da Incrível Almadense durante o mês de Outubro. E começa a ser um número quase digno do "guiness", pois a nossa Colectividade comemora o seu 174. º aniversário.

Por andar atarefado com outras coisas, acabei por saber, por intermédio de uma terceira pessoa (passei por lá para lhe entregar um documento e também para lhe oferecer livro de poesia que ilustra este texto), que hoje à tarde se realizava uma "Sessão de Poesia Incrível", no Salão de Festas da nossa Colectividade.

E por ser da Incrível e de poesia que falamos, não posso deixar de recordar o livro que coordenei, juntamente com o meu amigo Carlos Guilherme, em que fizemos a recolha de todos os poemas (que encontrámos...) que fossem dedicados ou falassem da Incrível Almadense.

Chama-se "A Incrível e a Poesia Através dos Tempos (1884-2012)" e foi editado em 2012 com 139 poemas de dezenas de Incríveis. 

Poemas que atravessam três séculos, tal como a "Incrível" Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.