sexta-feira, dezembro 06, 2024

Henrique Mota: uma vida dedicada ao Associativismo


Deixámos para o fim, propositadamente, Henrique Mota, um dos três fundadores da SCALA, que ainda estão entre nós.

Foi vice-presidente Cultural da nossa Associação nos dois primeiros mandatos da direcção, num período de grande crescimento, para o qual deu um importante contributo.

Depois verificaram-se algumas desinteligências e o Henrique foi um dos protagonistas da segunda cisão que se deu no seio da SCALA, partindo para outros desafios associativos (sem nunca deixar de ser nosso associado) , mais ligados ao património de Cacilhas, sendo o principal fundador e o presidente da Associação de Cidadania de Cacilhas o Farol (cargo que mantém).

Em alguns períodos, o Farol chegou a rivalizar com a SCALA, e até a querer mesmo sobrepor-se no panorama associativo local às nossa Colectividade. Houve um ou outro mal entendido, mas foram facilmente ultrapassados, por, em parte, haver uma história comum.

De uma forma geral tem sido possível manter um bom entendimento e organizar várias iniciativas em conjunto ao longo dos últimos vinte anos, em prole da Cultura e da História do nosso Concelho, graças ao bom senso e sentido colectivo de Henrique Mota e dos dirigentes da SCALA.

(Gente da História da SCALA - XXX)

Fotografia de Gena Souza)

domingo, novembro 24, 2024

Ofélia Cruz: um grande exemplo de amor à liberdade e à poesia


Ofélia Cruz não fez nada de especial para estar aqui, na lista dos "trinta" da história da SCALA.

E é por isso mesmo que está aqui. Por ser uma mulher simples, que amava sobretudo a liberdade e gostava muito de "poemas de combate", que recitava muito bem, renovando a força das palavras dos poetas (como ele gostava de Sidónio Muralha...), nos recitais colectivos da SCALA.

Também era presença assídua nas nossas "Tertúlias do Dragão", por gostar das coisas da cultura e de estar com os amigos.

Não podemos, nem devemos, esquecer o seu papel de lutadora antifascista e de Mãe, que educou os seus filhos com grande sacrifício, nos anos em que o seu companheiro de sempre, esteve encarcerado nos calabouços destinados aos nossos presos políticos.

Para nós, foi uma honra termos conhecido, e sermos amigos desta senhora extraordinária, que lutou por um mundo com espaço para todos, onde a igualdade e a justiça social não fossem apenas uma miragem.

(Gente da História da SCALA - XXIX)

Fotografia de Luís Eme)


sábado, novembro 16, 2024

Américo Morgado: a eloquência e o gosto da partilha do saber


O professor Américo Morgado foi uma das boas surpresas que surgiram no seio da SCALA.

Filósofo de formação, era um verdadeiro pedagogo e também um excelente comunicador. E claro, era um dos poetas Scalanos (além de ter uma vasta obra publicada, estava sempre disponível para colaborar num dos muitos cadernos que editámos ao longo do tempo).

Felizmente, a SCALA e os Scalanos beneficiaram do seu saber, tanto nas suas "Tertúlias do Dragão" como noutros encontros formais e informais, realizados em vários lugares de Almada, onde bebiam cada uma das suas palavras, com grande satisfação.

Calmo e extremamente bem formado, tinha sempre uma palavra amiga para todos, dando um grande contributo para o nosso bem-estar colectivo.

(Gente da História da SCALA - XXVIII)

(Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, novembro 08, 2024

Guiomar Malaquias e Joana Corte, uma cumplicidade feminina especial no seio da SCALA


Guiomar Malaquias e Joana Corte foram duas das presenças mais assíduas nas "Tertúlias da SCALA do Dragão", e por isso mesmo faziam parte da chamada "Família Scalana". 

Sem qualquer desprimor para outros associados, foi nesta Tertúlia, que se criou um ambiente quase familiar, com todos aqueles que só faltavam um dos nossos serões culturais mensais, por razões inadiáveis.

A Guiomar e a Joana, faziam parte deste grupo, eram duas das pessoas que tinham prazer em conviver com os outros amigos, num ambiente de grande amizade e companheirismo. Aproveitando ao mesmo, para adquirir mais algum conhecimento, sobre isto ou sobre aquilo.

Sem fazeram parte dos "activos culturais" da SCALA, foram duas peças fundamentais para o bom relacionamento humano que se vivia na nossa Associação, num tempo diferente deste que se vive na actualidade...

(Gente da História da SCALA - XXVI e XXVII)

(Fotografia de Luís Eme)


sábado, outubro 26, 2024

Rosette Coelho: a escolha da poesia como companheira, na luta com o dia-a-dia...


Há mulheres que depois de ficarem sozinhas, fecham-se em casa, como se o mundo estivesse para acabar. Vestem-se de negro e esperam a sua vez, presas à memória do tempo em que pensavam ser felizes.

Há outras, que depois do primeiro embate com a "solidão", resolvem resistir. Dão uma ou duas voltas à vida  e levantam-se, com vontade de ir atrás de qualquer sonho lindo, que lhes ficou de "uma outra vida qualquer"...

E é assim que regressam a experimentar uma ou outra coisa, que noutros períodos da vida, as faziam sentir-se bem, criativas, mais livres e também mais preenchidas.

A SCALA teve a alegria de receber algumas destas mulheres, como foi o caso de Rosette Coelho, que trouxe consigo o amor à poesia, e ainda um sorriso contagiante, fundamentais para o nosso convívio, que juntava o social ao cultural, abrindo portas a novas amizades e à troca de saberes.

A Rosette trouxe-nos as palavras dos poetas que amava. Poetas que declamava com talento e emoção, sozinha ou em grupo (sim, fez parte do primeiro grupo de "Poetas da Scala", juntamente com Idalina Alves Rebelo, Cristina Fernandes, Nogueira Pardal e Fernando Barão).

E claro, uma alegria contagiante, que recordamos com saudade...

(Gente da História da SCALA - XXV)

(Fotografia de Luís Eme - com a Rosette a sorrir, na companhia do Fernando e da Guiomar)


terça-feira, outubro 08, 2024

Mártio: o lado artístico de Mário Martins


Já o dissemos mais que uma vez, que a SCALA foi quase obrigada a olhar para as artes plásticas, como parte integrante da Associação, devido à aderência de vários pintores, cuja qualidade deu logo nas vistas, nos nossos primeiros anos de vida. 

Um deles foi o Mártio (Mário Martins), que já era um pintor reconhecido no Concelho e não só, quando a SCALA foi fundada, em 1994 (começou a expor, individualmente desde 1963...).

Mas Mártio é um artista multifacetado, cujo talento nunca se cingiu apenas à pintura figurativa, mesmo que esta fosse  a técnica que mais o inspirou e fez dar nas vistas, ao longo de uma vida artística, de mais de sessenta anos. O impressionismo, o surrealismo também fazem parte do seu percurso como pintor, tal como realismo, entre outras experiências pictóricas.

Desenhou a carvão, modelou barro - os seus frades fizeram história -, pintou aguarelas, acrílicos, óleos, etc. Também fez ilustração - é autor de algumas capas de livros de amigos - e até de caricaturas (também ficou famosa a sua série das "Tias"...).

Olhando de soslaio para o seu outro lado, é importante referir que o Mário, além de ser um inventor premiado, fez parte do rico movimento associativo almadense, nas colectividades da sua Cova da Piedade. Especialmente na SFUAP, onde teve um papel fundamental no  crescimento e desenvolvimento do campismo.

Voltando à história da SCALA, sem o Mártio, o Mário Nery ou o Aníbal Sequeira, que estiveram connosco praticamente desde a primeira hora, a nossa Festa das Artes (entre outros eventos artísticos) não teria sido a mesma, ao longo de praticamente três décadas.

(Gente da História da SCALA - XXIV)

(Fotografia de Luís Eme )


domingo, setembro 15, 2024

Clara Mestre: o amor pela poesia e pela imagem


Durante a minha passagem pela SCALA, de praticamente duas décadas e meia, houve três mulheres que foram especiais, por razões diferentes. Já falámos de duas delas (Idalina Alves Rebelo e Gena Souza), falta falar da terceira: Clara Mestre.

Embora a Clara aparecesse na SCALA numa fase mais recente, graças à poesia (ela adora escrever e declamar...), faz parte da sua história.  Foi parte integrante da animação dos "Doces da Mimi", espaço que acabou por ser um bom ensaio para as actividades da SCALA, quando nos foi atribuída, uma sede, pelo Município.

Além da poesia, a Clara também gosta da imagem e da fotografia. E por essa razão foi uma das poetisas que aderiram de imediato à "poesia ilustrada", participando de uma forma entusiasta, ilustrando com alguma originalidade os seus poemas, com imagens que descobria aqui e ali.

A par das suas qualidades poéticas, estão as suas qualidades humanas. Não temos dúvidas de que é uma das pessoas que mais tem contribuido para que exista um ambiente saudável no seio da SCALA.

Acabou também por fazer parte dos Corpos Gerentes da SCALA, em cargos não executivos, em vários mandatos, tal é o seu gosto em participar, em fazer parte do rico associativismo almadense.

(Gente da História da SCALA - XXIII)

(Fotografia de Luís Eme)


sexta-feira, agosto 16, 2024

Luís Bayó Veiga e Modesto Viegas: a paixão comum pela Imagem e pela Cultura


Desta vez homenageamos uma dupla, pois foi assim que surgiram no panorama cultural da SCALA, quando fizeram a apresentação de um dos seus belos trabalhos de multimédia sobre Lisboa, na nossa memorável "Tertúlia do Dragão".

Falamos de Luís Bayó Veiga e de Modesto Viegas, que se tornaram posteriormente associados da SCALA e têm tido uma passagem associativa e artística bastante meritória, contribuindo para a valorização da Cultura, no seio da SCALA e no Concelho de Almada.

Luís Bayó Veiga, por residir em Almada (Modesto vive em Carcavelos...), acabou por se aproximar de uma forma mais efectiva. Tornou-se frequentador assíduo da "Tertúlia do Repuxo" (foi um dos últimos resistentes, a par de Luís Milheiro, Diamantino Lourenço e Abrantes Raposo...), partilhando o seu conhecimento e paixão pela história dos bairros antigos de Lisboa, assim como as suas memórias da Cacilhas da sua infância e adolescência. Memórias que passaram a livros (felizmente), Foi também dirigente da SCALA, em cargos não executivos, em mais que um mandato.

Modesto Viegas tem tido uma participação activa sobretudo como fotógrafo de grande qualidade, apaixonado pela fotografia de natureza (embora também adore fixar alguns pormenores urbanos...), valorizando a nossa Festa das Artes da SCALA, além de outras exposições, colectivas e individuais.

Embora não tenha presente o número de apresentações multimédia que já nos ofereceram, a maioria sobre a Lisboa Antiga, penso que já ultrapassam a dúzia. São sempre momentos exaltantes, pela beleza das imagens que nos oferecem, e também pela boa escolha das musicas de fundo.

Não menos importante, é o facto de serem ambos gente boa, que gosta, e sabe estar, no meio Associativo e Cultural de Almada.

(Gente da História da SCALA - XXI e XXII)

(Fotografia de Luís Eme)