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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

PSP inicia operação para combater 'bullying' nas escolas

A PSP inicia [iniciou] esta segunda-feira a operação "Bullying é para fracos" junto da comunidade escolar em todo o território nacional, promovendo ainda uma campanha nas redes sociais para aumentar o conhecimento sobre estes fenómeno e fomentar a sua rejeição.

Em comunicado, a PSP explica que, no ano letivo 2023/24, nas mais de 2.900 ocorrências criminais registadas pelas equipas do Programa Escola Segura (EPES), 134 estão relacionadas com situações de 'bullying' e 30 com casos de 'cyberbullying'.

A operação deste ano decorre até dia 25 de outubro e abrange os estabelecimentos de ensino do 1.º ao 3.º ciclos, assim como do ensino secundário, envolvendo crianças e jovens dos seis aos 18 anos de idade.

Além das ações de sensibilização junto da comunidade escolar - direcionadas para alunos, pais/encarregados de educação, professores e auxiliares - decorrerá uma campanha nas redes sociais com partilha de conteúdos sobre como identificar o fenómeno e ajudar as vítimas deste tipo de crime.

No domingo assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying, mas a PSP sublinha que a luta contra este fenómeno "não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas", pois tem de ser "diária e constante" e a responsabilidade cabe a toda a comunidade.

O 'bullying' é um anglicanismo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s).

"Muitas crianças e jovens têm de lidar diariamente com este problema suscetível de interferir, de forma negativa e com grande impacto, no seu crescimento físico, emocional e psicológico", explica a Polícia de Segurança Pública.

'Cyberbullying' preocupa cada vez mais

Num mundo cada vez mais digital, associado ao crescente recurso às novas tecnologias numa fase mais precoce da vida das crianças e jovens, o 'bullying' tem assumido novos contornos, nomeadamente no domínio das redes sociais, passando o fenómeno a chamar-se do 'cyberbullying'.

Este tipo de vitimização poderá ocorrer durante bastante tempo até ser notado e/ou denunciado, uma vez que é passível de ocorrer de forma dissimulada ou de ser desvalorizado, contribuindo de forma significativa para a degradação do sentimento de segurança, especialmente no seio da comunidade escolar.

Além de aumentar o conhecimento sobre estes fenómenos, a operação da PSP pretende fazer crescer o sentimento de intolerância e de rejeição para com as práticas de bullying e fomentar a confiança nas capacidades das autoridades para intervir e lidar de forma eficaz com este problema.

Pretende ainda captar a atenção dos pais, educadores e outras testemunhas, aumentando a confiança na denúncia aos polícias da Escola Segura para ajudar a resolver o problema.

Só no último ano letivo, foram realizadas mais de 6.600 ações (+6,8% do que no ano anterior 2022/2023), abrangendo um total de 132.307 alunos.

Na nota divulgada, a PSP apela à denúncia destas situações, podendo estas ser feitas em qualquer esquadra ou através do e-mail [email protected].

Fonte: SIC Notícias por indicação de Livresco

terça-feira, 18 de junho de 2024

"O bullying não é brincadeira". Casos de crianças com comportamentos autolesivos estão a aumentar

"O bullying que existe nas escolas não é uma brincadeira", alertou, esta quarta-feira, a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), Rosário Farmhouse, durante uma audição parlamentar na Comissão de Educação para analisar o dever de reporte das escolas face às suspeitas de violência sobre crianças.

Rosário Farmhouse revelou que as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) receberam "um aumento enorme de comportamentos autolesivos, grande parte delas vítima de bullying, de qualquer tipo de bullying, mas muito deste bullying que os pais não tem noção do que se está a passar, porque é mais invisível e só em casos extremados é que se apercebem".

Farmhouse referia-se ao "bullying social", dando como exemplos histórias em que todos os colegas da turma são convidados para uma festa menos um: "Ela percebe que foram todos a uma festa e ela foi excluída. E fazem-no sistematicamente".

"O bullying social é mais invisível mas tem trazido consequências enormes nas crianças, principalmente com comportamentos autolesivos", alertou, voltando a reforçar que o bullying é muitas vezes desvalorizado pelos próprios colegas, "que acham que é só a brincar". "Não é a brincar quando se faz um ato repetido, quando se exerce poder e quando a outra pessoa não quer, sejam humilhações, violência verbal ou física", salientou.

Alguns destes casos chegam à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que hoje também esteve no parlamento e disse receber em média oito denúncias por dia de famílias que se queixam de falta de apoio por parte das escolas quando sentem que os seus filhos são vítimas de um qualquer tipo de agressão.

"As crianças são confrontadas com formas perversas de violência dolorosas", disse David Cotrim, da APAV, apontando como as situações mais comuns na escola a indisciplina em sala de aula, os comportamentos antissociais e delinquentes, o bullying e atos de agressão contra profissionais de educação.

Apesar das críticas, tanto a coordenadora nacional das CPCJ como o representante dos diretores escolares Filinto Lima, defenderam que são "casos pontuais" aqueles que não são reportados às autoridades.

Dez mil casos de crianças em perigo

No ano passado, as escolas denunciaram quase dez mil casos de crianças em perigo às comissões de proteção de menores: Houve "9.929 comunicações de perigo vindas diretamente das escolas", disse Rosário Farmhouse, citando dados do relatório anual que será entregue ainda este mês no parlamento.

Este número revela um aumento em relação a 2022, quando houve 9.082 comunicações à CPCJ por parte de estabelecimentos de ensino, acrescentou a deputada Isabel Mendes Lopes, do Livre, partido que requereu a audição parlamentar de hoje.

Durante a audição, a presidente nacional das CPCJ aproveitou ainda para alertar para o modelo de proteção de dados que "muitas vezes protege os dados e não protege as pessoas".

Farhmouse disse que tal como está desenhada a legislação, a comissão nacional acaba por ter muita dificuldade em ter acesso a informações básicas, mesmo "quando uma criança está desaparecida".

Questionados por um tribunal sobre se existem processos a favor da criança desaparecida, "nós temos de dizer ao tribunal que escreva para as 312 comissões para saber se existe processo porque não temos acesso a isso", lamentou a presidente, apelando a um modelo semelhante ao de outros países, onde "são bastante mais protetores das crianças".

"As nossas plataformas correm o risco de serem vedadas pela proteção de dados de não termos este acesso transversal aos dados, respeitando na integra os dados das crianças, mas por uma questão de proteção das crianças termos acesso para as melhor proteger", concluiu.

Fonte: JN por indicação de Livresco

quarta-feira, 12 de junho de 2024

"Bullying nas escolas não é brincadeira." Há "um aumento enorme" de crianças com comportamentos autolesivos

As comissões de proteção das crianças e jovens estão a receber cada vez mais casos de crianças com comportamentos autolesivos, muitas delas vítimas de bullying nas escolas, alertou esta quarta-feira a presidente da comissão nacional.

"O bullying que existe nas escolas não é uma brincadeira", afirmou a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), Rosário Farmhouse, durante uma audição parlamentar na Comissão de Educação para analisar o dever de reporte das escolas face às suspeitas de violência sobre crianças.

Rosário Farmhouse revelou que as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) receberam "um aumento enorme de comportamentos autolesivos, grande parte delas vítima de bullying, de qualquer tido de bullying, mas muito deste bullying que os pais não tem noção do que se está a passar, porque é mais invisível e só em casos extremados é que se apercebem".

Farmhouse referia-se ao "bullying social", dando como exemplos histórias em que todos os colegas da turma são convidados para uma festa menos um: "Ela percebe que foram todos a uma festa e ela foi excluída. E fazem-no sistematicamente".

"O bullying social é mais invisível, mas tem trazido consequências enormes nas crianças, principalmente com comportamentos autolesivos", alertou, voltando a reforçar que o bullying é muitas vezes desvalorizado pelos próprios colegas, "que acham que é só a brincar".

"Não é a brincar quando se faz um ato repetido, quando se exerce poder e quando a outra pessoa não quer, sejam humilhações, violência verbal ou física", salientou.

Alguns destes casos chegam à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que também esteve no parlamento e disse receber em média oito denúncias por dia de famílias que se queixam de falta de apoio por parte das escolas quando sentem que os seus filhos são vítimas de um qualquer tipo de agressão.

"As crianças são confrontadas com formas perversas de violência dolorosas", disse David Cotrim, da APAV, apontando como as situações mais comuns na escola a indisciplina em sala de aula, os comportamentos antissociais e delinquentes, o bullying e atos de agressão contra profissionais de educação.

Apesar das críticas, tanto a coordenadora nacional das CPCJ como o representante dos diretores escolares Filinto Lima, defenderam que são "casos pontuais" aqueles que não são reportados às autoridades.

No ano passado, as escolas denunciaram quase dez mil casos de crianças em perigo às comissões de proteção de menores: Houve "9.929 comunicações de perigo vindas diretamente das escolas", disse Rosário Farmhouse, citando dados do relatório anual que será entregue ainda este mês no parlamento.

Este número revela um aumento em relação a 2022, quando houve 9.082 comunicações à CPCJ por parte de estabelecimentos de ensino, acrescentou a deputada Isabel Mendes Lopes, do Livre, partido que requereu a audição parlamentar.

Durante a audição, a presidente nacional das CPCJ aproveitou ainda para alertar para o modelo de proteção de dados que "muitas vezes protege os dados e não protege as pessoas".

Farhmouse disse que tal como está desenhada a legislação, a comissão nacional acaba por ter muita dificuldade em ter acesso a informações básicas, mesmo "quando uma criança está desaparecida".

Questionados por um tribunal sobre se existem processos a favor da criança desaparecida, "nós temos de dizer ao tribunal que escreva para as 312 comissões para saber se existe processo porque não temos acesso a isso", lamentou a presidente, apelando a um modelo semelhante ao de outros países, onde "são bastante mais protetores das crianças".

"As nossas plataformas correm o risco de serem vedadas pela proteção de dados de não termos este acesso transversal aos dados, respeitando na integra os dados das crianças, mas por uma questão de proteção das crianças termos acesso para as melhor proteger", concluiu.

Fonte: RR

terça-feira, 24 de outubro de 2023

GNR revela número preocupante de casos de bullying nas escolas

De acordo com o comunicado emitido pela GNR, o ano letivo 2022/23 registou mais de 100 casos de bullying e cyberbullying em contexto escolar.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) divulgou estatísticas preocupantes, que revelam que no ano letivo 2022/2023 foram registados 140 casos de bullying e cyberbullying em escolas por todo o país. Esta triste realidade tem levado a força de segurança a intensificar as suas ações de sensibilização e de combate à violência no contexto escolar.

“No mesmo ano letivo, a guarda registou 140 crimes, envolvendo ‘bullying’ e ‘cyberbullying’”, revelou a GNR num comunicado emitido no Dia Mundial de Combate ao Bullying (20 de outubro).

Nesse mesmo comunicado, a GNR detalhou que no âmbito das suas responsabilidades na prevenção criminal, realizou 1.285 iniciativas de sensibilização no ano letivo passado e que estas ações foram dirigidas a um público de 52.652 crianças, jovens e adultos.

Através destas ações, a GNR tem como objetivo alertar e sensibilizar a sociedade em geral, com foco especial nas crianças e nos jovens. A estratégia de consciencialização procura contribuir para a transformação dos comportamentos na sociedade, fomentando uma maior intolerância social em relação à violência nas escolas.

A GNR também chama a atenção para o facto de que a violência muitas vezes “ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas esconde ou evita a denúncia da agressão sofrida”. Esta sensibilização é extensível aos pais, professores e funcionários das instituições de ensino, que são encorajados a reconhecer e a denunciar os sinais de alerta tanto no ambiente escolar como em casa.

A GNR revela ainda que continua empenhada na realização de campanhas educativas que abordem questões de violência, cidadania, não discriminação, direitos humanos e direitos da criança, bem como das regras para o uso responsável da internet. Para além disso, a GNR dispõe ainda de “militares com formação especializada, que desempenham um papel essencial no acompanhamento personalizado às vítimas, encarregando-se de encaminhar as mesmas para outras instituições com competências neste âmbito”, pode ler-se no respetivo comunicado emitido.

O que é bullying e cyberbullying?

O bullying é uma série de atos intencionais e repetidos de violência física ou psicológica, praticados por uma ou mais pessoas numa relação desigual de poder, causando dor e angústia nas vítimas. Com a crescente presença das redes sociais, surgiu a variante virtual conhecida como cyberbullying.

Os sinais de alerta para o bullying muitas vezes são silenciosos e podem estar associados a mudanças de humor, desânimo físico ou psicológico, impaciência, ansiedade, queixas físicas persistentes como dores de cabeça e/ou de estômago, distúrbios do sono e hematomas inexplicáveis. Embora o bullying não seja categorizado como um crime específico na legislação penal de Portugal, o mesmo está ligado a vários delitos, incluindo ofensas à integridade física, injúrias, ameaças e coações.

Fonte: New Men por indicação de Livresco

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O que precisa saber sobre o bullying em 11 perguntas

No ano lectivo passado, as situações de bullying em contexto escolar aumentaram 37%. A PSP registou 2847 ocorrências criminais com as injúrias e ameaças a atingiram o valor mais elevado dos últimos nove anos lectivos, revelam dados daquela polícia, no Dia Mundial do Combate ao Bullying, que se assinala nesta quinta-feira.

A pensar nas crianças e nos jovens que são vítimas ou agressores, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) criou um documento com o intuito de ajudar a aumentar a consciencialização para a gravidade deste fenómeno que deve ser acompanhado por pais e professores, mas também pelos alunos.

O que é o bullying?

Chama-se bullying a qualquer comportamento agressivo que seja exercido repetidamente, por um indivíduo ou grupo, com a intenção de magoar alguém física ou psicologicamente. Trata-se de um comportamento premeditado e repetitivo que acontece com o propósito de provocar mal-estar e ganhar controlo sobre outra pessoa.

Que comportamentos podem ser considerados bullying?

Todos os comportamentos que implicam uma forma de “intimidação, agressão ou humilhação física, psicológica, relacional ou sexual”, responde o documento “Vamos falar sobre Bullying”.

De acordo com a OPP existem vários tipos de bullying entre os quais o físico que envolve comportamentos como bater ou cuspir, mas também comportamentos de cariz sexual como acariciar ou tocar alguém contra a sua vontade. Fala-se também no bullying verbal que se manifesta através de insultos, ameaças ou provocações, e no bullying socioemocional que envolve o isolamento ou exclusão social de alguém fazendo com que se sinta rejeitado.

A Internet tornou-se também o palco para outro formato de bullying conhecido por cyberbullying e que envolve a sua utilização para enviar mensagens de cariz insultuoso e para a partilha de informação de alguém contra a sua vontade.

Com que frequência o bullying acontece?

Este é um fenómeno muito comum entre as crianças e os jovens ocorrendo, na maioria das vezes, em ambiente escolar. Apesar disso, a OPP afirma haver uma dificuldade na exactidão com que este fenómeno é praticado dado que mais de 60% das vítimas opta por não denunciar o agressor.

Segundo os dados da PSP, a que a Lusa teve acesso, houve um aumento do número total de ocorrências depois do período em que os estudantes estiveram em casa, por causa da pandemia de covid-19. No entanto, registou-se “um decréscimo no número de ocorrências registadas em contexto escolar relativamente ao ano lectivo de 2018/2019, último antes da pandemia”. Nesse ano foram registandas 3079 ocorrências criminais em contexto escolar, 1151 das quais por agressões e 721 por injúrias e agressões.

Quem pode ser vítima de bullying?

Qualquer criança ou jovem pode ser vítima de bullying, no entanto, a OPP considera que existem alguns factores que podem levar a que alguém seja mais propenso a tornar-se uma vítima como o facto de ser visto como diferente pelos outros.

As vítimas de bullying são frequentemente vistas como mais frágeis, por parte dos agressores, e são geralmente mais novas. De acordo com o relatório publicado pelo Projecto Free, em Maio de 2022, em Portugal as vítimas preferenciais de bullying são jovens LGBTQ+ com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos.

Quem pode ser um bully?

Bully é o nome que se dá aos agressores, a quem pratica o acto de bullying, podendo ser qualquer jovem com as mais diversas características. Este comportamento é, frequentemente, visto como associado à dificuldade que o agressor tem em gerir emoções, o seu preconceito em relação à vítima — seja por esta possuir uma aparência diferente ou pela sua etnia, religião ou orientação sexual —, ou como resposta aos comportamentos agressivos a que é exposto, por exemplo, em casa.

São jovens em que se reconhece geralmente menos empatia pelo outro, dificuldades em seguir regras e uma atitude positiva em relação a atitudes violentas.

Quais são os impactos do bullying?

O bullying afecta todos os envolvidos, directa ou indirectamente. As vítimas podem ter o seu desenvolvimento afectado comprometendo a sua aprendizagem e relações interpessoais. Também os agressores podem revelar consequências dos impactos do bullying entre as quais dificuldades académicas ou maior propensão ao consumo de substâncias.

Este fenómeno afecta também as testemunhas, dado ser frequente que as ocorrências aconteçam perante outras pessoas, levando as “testemunhas passivas a desenvolver sentimentos de culpa e vergonha”. Também as famílias “podem ser afectadas por sentimentos de preocupação e impotência, níveis mais elevados de stress, dúvidas e incertezas sobre como ajudar”, enumera o documento da OPP.

Como identificar uma vítima de bullying?

É importante que se esteja atento aos possíveis sinais de que uma criança ou jovem possa ser uma vítima como, por exemplo, a ocorrência de alterações de humor, demonstrações de medo e preocupação constantes, isolamento dos outros sem explicação, desconforto em ir à escola.

Podem também existir sinais visíveis como nódoas negras ou feridas sem explicação coerente. No entanto, é importante compreender que estes sinais nem sempre estão associados a situações de bullying, podendo ser comuns a outras situações.

Como saber se alguém pratica bullying?

Existem também alguns sinais que podem ajudar a identificar um bully, entre os quais se inclui o sentimento de dominar ou subjugar os outros, tentar obter o que deseja com ameaças, intimidação das crianças com quem brinca ou zangar-se facilmente com os outros. É também recorrente haver dificuldades em obedecer às regras ou desafiar a autoridade dos pais ou dos professores.

Como ajudar um amigo/a ou colega que é vítima de bullying?

A frequência com que as situações de bullying acontecem perante testemunhas demonstra o quão importante é fazermos alguma coisa para ajudar a travar este comportamento e não optarmos por incentivá-lo ou agir como meros espectadores.

O primeiro passo passa por falar com um adulto de confiança, explicando-lhe da melhor maneira possível o que se viu. Existem também outras coisas que podemos fazer para ajudar como o simples de acto de fazer companhia ao colega vítima de bullying, ajudando a que se sinta mais seguro por não estar sozinho, tal como travar estes comportamentos quando os vemos a acontecer dizendo ao bully para parar.

Como pais ou cuidadores o que fazer para ajudar?

A OPP considera que o envolvimento “dos pais, mães e cuidadores/as é essencial na prevenção do bullying”. Devido às dificuldades que podem existir de identificar alguns dos sinais ou comportamentos resultantes deste fenómeno é importante que os adultos prestem atenção a qualquer mudança de comportamento.

"Às vezes as crianças sentem que o bullying é culpa sua, que se tivessem agido de forma diferente, não teria acontecido. Às vezes, têm medo que o bully descubra que contaram a alguém e que tudo piore. Outras têm receio que os pais não acreditem nelas”, enuncia o documento da Ordem dos Psicólogos, apelando a que os pais não menosprezem o que lhes é relatado.

​Nesse sentido, a melhor forma de ajudar passa por ouvir e compreender se se trata de bullying, falando sobre a importância de estar atento e como se pode defender, garantindo que a criança ou o jovem compreende a gravidade e se sente segura para denunciar e procurar ajuda quando necessitar. É ainda fundamental fornecer-lhe um espaço seguro para que possa conversar abertamente.

A forma mais eficaz de falar com as crianças e os jovens passa por uma abordagem directa em que se tenta perceber o que entendem por bullying e como reagiriam em determinadas situações. É importante realçar que a gravidade do tema implica que seja frequentemente abordado, também dada a dificuldade que algumas crianças, mais introvertidas, possam ter de se pronunciar sobre o assunto.

A OPP recomenda aos pais que se reconhecerem alguns sinais nos seus filhos de que possa estar a praticar bullying, também é importante intervir e fazê-los compreender que não se trata de um comportamento “normal”.

A organização apela ainda a que se “resista à tendência para negar ou desvalorizar a gravidade do problema”, tentando ajudar a modificar os comportamentos agressivos que a criança possa ter face aos outros e mostrando-lhe que se trata de um comportamento inaceitável, sem nunca recorrer a castigos físicos porque apenas “reforçará a crença de que a agressividade e o bullying são aceitáveis”.

Sou professor/a ou educador/a, o que posso fazer?

Com a frequência em que situações de bullying ocorrem em contexto escolar torna-o o cenário privilegiado para a sua prevenção, devendo as escolas procurar colaborar com os pais e as mães neste trabalho.

Assim, no âmbito da prevenção, é fundamental que as escolas continuem o seu trabalho de sensibilização através da abordagem do tema em sala de aula e dando um espaço aos alunos para que discutam sobre o fenómeno, tal como se deve privilegiar a criação e implementação de acções de formação e sensibilização que ajudem a reconhecer e denunciar este género de comportamentos.

Na escola, é também importante promover um ambiente de respeito pelo próximo e procurar estar atento aos espaços onde o bullying pode ocorrer, entre os quais o recreio, as casas de banho ou os corredores da escola, e interferir ao menor sinal.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses destaca ainda a importância das políticas anti-bullying nas escolas e da implementação dos programas de desenvolvimento de competências socioemocionais, com o apoio de psicólogos.

Fonte: Público

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

225 casos de bullying reportados pelas escolas no último ano letivo

Gabinete do ministro da Educação adianta que, para o próximo ano, 240 estabelecimentos de ensino vão aderir ao Plano Escola sem Bullying.

As escolas reportaram 225 casos de bullying e de cyberbullying, no último ano letivo, um por cada dia de aulas. Os dados, cedidos (...) pelo Ministério da Educação (ME), foram recolhidos através do Sistema de Informação de Segurança Escolar, que permite a identificação deste tipo de episódios apenas desde 2019. (...)

Fonte: CM por indicação de Livresco

domingo, 1 de agosto de 2021

“O Bullying deve ser encarado com urgência como um problema estrutural”

Os dados mais recentes mostram que a pandemia e dois confinamentos não foram o bastante para impedir que o fenómeno do bullying crescesse em Portugal. Criado em janeiro de 2020, dois meses antes de declarada oficialmente a pandemia à escala mundial, o Observatório Nacional do Bullying (ObNB) é uma iniciativa da Associação Plano i, cujo objetivo é mapear o fenómeno do bullying em Portugal com base nas denúncias informais efetuadas por vítimas, ex-vítimas, testemunhas e pessoas que tiveram conhecimento da vitimação. De resto, só durante o primeiro período de confinamento motivado pela pandemia por COVID-19, “foram reportados ao ObNB cinco casos, quatro de ex-vítimas e um de uma vítima, três raparigas e dois rapazes. Num dos casos, a vitimação ocorre desde 2017”, revela aquela organização.

A verdade é que em menos de dois anos o ObNB tem feito a diferença em todo o território nacional. Porque apesar do tema fazer parte da esmagadora maioria dos planos de ação dos agrupamentos, e do combate ser unanimemente referido em todo o universo escolar, o flagelo faz-se sentir cada vez mais. A poucos dias do final do ano letivo, mais um caso chocou o país: no Seixal, três raparigas adolescentes foram filmadas a fazer bullying a um rapaz que acabou por ser atropelado enquanto fugia das agressões. As jovens acabaram por ser suspensas pela escola. É um entre as centenas de casos que chegaram ao conhecimento do Observatório, que logo no seu primeiro ano de funcionamento registou um total de 407 denúncias, 307 realizadas por pessoas de sexo feminino e 100 por pessoas de sexo masculino. Mas este ano o número foi superado.

Paula Allen, vice-presidente da Associação Plano i e co-coordenadora do ObNB, disse ao EDUCARE.PT que, para além das respostas aos pedidos de apoio - 466 denúncias e 204 pedidos de ajuda -, o grupo tem desenvolvido várias ações de sensibilização e formação para pais, docentes, assistentes operacionais técnicos da área psicossocial, entre outros.

“Lembramos que o Observatório Nacional do Bullying, e a equipa de especialistas que o coordena e realiza as ações de sensibilização/formação, trabalha gratuitamente uma vez que o projeto não se encontra financiado”, ressalva aquela responsável.

Projeto-piloto em Matosinhos

A Associação Plano i desenhou recentemente um projeto denominado Bairros Sem Bullying, que será financiado pela linha de Bairros Saudáveis e que irá permitir trabalhar esta matéria com crianças, jovens, famílias, profissionais de Educação e de Ação Social em conjuntos habitacionais e escolas de Matosinhos, durante cerca de um ano. Paula Allen adianta que estará pronto a arrancar dentro de um mês e que será um projeto de intervenção múltipla, de fora para dentro, “um pequeno exemplo do muito do que se pode fazer”.

“O bullying deve ser encarado com urgência como um problema estrutural que deixa marcas sérias e que atinge muitas crianças e jovens. Não se pode continuar a trabalhar nesta área de forma reativa e pontual. É urgente mudar o paradigma e prevenir, efetivamente”, sublinha Paula Allen.

De acordo com os dados revelados em janeiro deste ano no último relatório do ObNB, em 67% dos casos as pessoas denunciantes são encarregadas de educação das vítimas ou ex-vítimas. A média de idades das pessoas denunciantes é de 32 anos e na sua maioria tiveram conhecimento da existência do ObNB através das redes sociais. Em 66.3% casos chegaram ao Observatório através dos media tradicionais, em 13% dos casos por via de pessoas amigas ou conhecidas e há ainda7.9% de outras fontes.

A adolescência continua a revelar-se o ponto mais crítico em matéria de faixas etárias no que toca a esta questão. A média de idades de quem sofreu bullying é no caso das raparigas de 11.84 e no caso dos rapazes de 11.67 anos. Em 11.3% dos casos o bullying foi praticado quando as vítimas frequentavam o 5.º e o 7.º anos respetivamente e, em 10.6%, o 6.º ano. A média de idades de quem o praticou é no caso das raparigas de 12.56 e no caso dos rapazes,de 12.37 anos, sendo que a maioria dos agressores são do sexo masculino (211), seguindo-se depois os do sexo feminino (134).

Quando e onde acontece o bullying

O relatório disponibilizado pelo Observatório indica ainda que em 94.6% dos casos, tanto as vítimas como as pessoas agressoras frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino. De resto, no que respeita ao modus operandi, na maioria dos casos continua a ser presencial (74%). Apenas em menos de 5% dos casos a violência é exercida online, e em 20% dos casos é um misto dos dois. Geralmente acontece no recreio, durante os intervalos, mas também antes mesmo das aulas começarem ou à hora de almoço.

Já os motivos que estarão na origem da prática de bullying são diversos, embora o aspeto físico surja à cabeça de todos: 51,80%. Seguem-se os resultados académicos (34,89%), a idade das vítimas (16,50%), a diversidade funcional (13,30%), o sexo (12%), a orientação sexual (9,10%), a nacionalidade (4,80%). A etnia e a identidade de género são ainda motivos apontados pelas vítimas, cada uma delas com pouco mais de 4% dos casos.

O último relatório do ObNB revela ainda que 24.3% dos casos ocorreram no distrito do Porto, 20.9% no de Lisboa, 10.6% no de Braga e 8.1% no de Setúbal. Em todas as vítimas o bullying deixa um rasto de destruição, que se traduz em impactos diversos. A maioria das vítimas revela dificuldades de concentração, tristeza, distúrbios de sono, ansiedade, nervosismo, vergonha e dores de cabeça.

O Observatório disponibilizou um formulário online que visa a recolha informação sobre a ocorrência de situações de bullying em Portugal.


Fonte: Educare

sábado, 5 de junho de 2021

Como saber se o seu filho é vítima de «bullying»?

A escola, espaço de eleição para educar para a cidadania, para a não violência, para a paz, é muitas vezes palco de situações violentas que marcam para a vida. A vitimação por "bullying" prejudica seriamente a competência escolar dos alunos e promove o insucesso escolar, pois afeta-os não só a nível social mas também a nível académico.

Bullying é qualquer tipo de agressão entre pares (crianças ou jovens), em que um ou vários indivíduos abusam intencionalmente da sua situação de superioridade sobre a vítima, sem que tenha havido provocação prévia, e que ocorre, repetidamente, ao longo do tempo.

As intimidações e a vitimação não acontecem ao acaso; o bully, ou agressor, é mais forte a nível físico, tem um perfil violento e ameaçador, o que impede as vítimas de se defenderem ou de pedirem auxílio. As consequências são, potencialmente, graves.

É importante referir que as brincadeiras em que existe envolvimento físico, o “andar à luta” e outras formas de comportamento agressivo, mas que não têm a intenção de causar danos, não podem nem devem ser consideradas bullying.

Podemos classificar os envolvidos nas situações de bullying em três tipos: vítimas passivas, vítimas provocadoras, que são simultaneamente agressores e vítimas, e os agressores (bullies).

Quanto aos tipos de bullying, podemos referir os seguintes: físico (bater, empurrar), mais usado pelos rapazes; verbal (ameaçar, chamar nomes, chantagear, contar segredos ou levantar rumores), mais usado pelas raparigas; social (exclusão do grupo de pares); cyberbullying (abuso através de meios eletrónicos e novas tecnologias da comunicação). A todos estes tipos de bullying está associada a agressão psicológica.

O que fazer se suspeitar que o seu filho é vítima de bullying?
  • Incentivar a partilha de problemas, especialmente se notar alterações no comportamento: recusa em ir para a escola, queixas somáticas constantes (dor de cabeça, de barriga, tonturas…), mas sem insistir em demasiado.
  • Ouvir atentamente, sem críticas e julgamentos negativos, o relato de situações problemáticas e elogiar essa partilha.
  • Averiguar da veracidade do relato, discretamente.
  • Fazer um diário dos acontecimentos.
  • Abordar a escola (professor, diretor de turma, direção) e apresentar calmamente a situação para, conjuntamente, serem encontradas soluções.
  • Reunir regularmente com o interlocutor escolar para fazer o ponto da situação.
  • Aconselhar o jovem a procurar evitar o(s) agressor(es), especialmente se estiver sozinho, e a procurar ajuda junto dos adultos (professores, assistentes operacionais).
  • Tentar "treinar" o que fazer na próxima situação (verbalizar «não, afasta-te de mim», etc.); deve enfrentar o bully mas não usar da agressividade e violência deste.
  • Monitorizar diariamente junto da criança/adolescente o problema, de forma calma e ponderada, e respeitando o tempo e a vontade da criança/adolescente.
As consequências das situações de bullying, quer a curto, médio ou longo prazo, são dramáticas e repercutem-se por todas as áreas da vida do indivíduo. Assim, o bullying pode afetar a saúde física, emocional e social das crianças envolvidas e ter consequências graves, tais como depressões e, em última análise, suicídio.

Os envolvidos em situações de bullying – vítimas, vítimas provocadoras, agressores e, inclusive, espectadores – devem ser encaminhados para acompanhamento psicológico ou outro, no sentido de minorar as consequências.

O bullying é um problema da sociedade, não só dos intervenientes. Quanto à escola, esta deve, em primeiro lugar, reconhecer o problema, querer resolvê-lo, definir prioridades e delinear programas de prevenção do bullying que simultaneamente envolvam alunos, pais, professores, técnicos (psicólogos, assistentes sociais, etc.), assistentes operacionais e a comunidade envolvente. Só a cooperação entre todos permitirá reverter ou minorar esta problemática.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Unicef defende programas para encarregados de educação sobre bullying

“A violência contra as crianças é real e diária”, alertou o Comité Português para a Unicef, lembrando que metade dos alunos em todo o mundo, com idades entre os 13 e os 15 anos, disseram ter sido vítimas de violência de colegas quando estavam na escola ou nas suas imediações.

A violência atinge cerca de 150 milhões de jovens em todo o mundo, segundo números do estudo internacional realizado pela Unicef e divulgado em 2018 e hoje recordado pelo comité português.

Na semana em que foi divulgado um vídeo de um aluno que é atropelado perto da escola, no Seixal, ao tentar fugir de um grupo de colegas que, alegadamente, lhe estariam a fazer bullying, a Unicef Portugal defendeu que “a ação é urgente e necessária”.

A organização das nações unidas apelou à criação de programas dirigidos a encarregados de educação ou cuidadores que “promovam comportamentos e atitudes parentais positivas, de não violência, de respeito e empatia, e o acesso a informação que os ajude a detetar sinais de alerta de bullying e ferramentas para apoiar os seus filhos”.

Em declarações à Lusa, também a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) defendeu esta semana que é essencial envolver e responsabilizar os pais nestes processos.

A Unicef defendeu ainda a criação de uma campanha nacional de sensibilização e programas que envolvam as crianças na prevenção da violência, garantindo que os mais novos conhecem os seus direitos e sabem atuar para os defender e proteger os outros.

A PSP, através das equipas da Escola Segura, tem vindo a desenvolver há vários anos ações junto da comunidade escolar, sendo uma delas precisamente sobre o bullying.

Também o Ministério da Educação lançou um “Plano de Prevenção e Combate ao Bullying e ao Ciberbullying” nas escolas, destinado a erradicar este fenómeno.

Para a Unicef Portugal é preciso dar aos professores e restantes profissionais da educação ferramentas que permitam “promover a criação de relações seguras e positivas, o respeito, a tolerância e a não discriminação, prevenindo e atuando, de forma articulada e atempada, em situações de perigo ou risco”.

O bullying é uma forma de violência em que todos os envolvidos, incluindo quem testemunha os atos, são afetados “de forma profundamente negativa e prejudicial, enquanto o ambiente escolar se deteriora significativamente”, alertou a organização em comunicado.

Para a criança que o pratica, pode ser uma “manifestação de situações de frustração, humilhação ou raiva, ou para alcançar reconhecimento ou um determinado estatuto social, e as suas ações podem causar danos físicos, psicológicos e sociais”, alerta a organização internacional.

Já para a criança vítima de bullying estes atos podem manifestar dificuldades nas relações interpessoais, ser sinal que se sentem sozinhos ou ansiosos ou terem “baixa autoestima, com decisivo impacto no seu bem-estar e aproveitamento escolar.

Se a Convenção sobre os Direitos da Criança reconhece o direito a todas serem protegidas contra todas as formas de violência, cabe ao Estado desenvolver políticas e programas para a prevenção dos abusos e proteção das vítimas, lembrou a Unicef.

“Não garantir às crianças um lugar seguro para aprender, para além de ter um custo social e económico, com impacto nas famílias e sociedades como um todo, põe em causa o bem-estar e o pleno desenvolvimento das crianças”, alerta.

A violência pode manifestar-se de várias formas e acontecer em vários contextos, não apenas no interior das escolas, mas no caminho ou nas suas imediações e de forma crescente também através da Internet, lembrou.

“É urgente acelerar os esforços para pôr fim à violência que diariamente compromete o desenvolvimento e a proteção das crianças”, apelou o Comité Português da UNICEF.

Fonte: Educare

segunda-feira, 5 de abril de 2021

“Na escola sofria de bullying por ser burro”. Lenine Cunha respondeu com 218 medalhas

As máscaras ocultam as expressões faciais, mas os olhos arregalados deixam transparecer o fascínio pelo bronze olímpico. “Irra, esta é pesada”, sussurra uma das atletas da secção de atletismo do Clube Futebol Oliveira do Douro, enquanto segura a medalha conquistada por Lenine Cunha nos Paralímpicos de Londres, em 2012. Esta é a primeira vez que o grupo contempla ao vivo e a cores a medalha mais importante da carreira do atleta. Se precisasse de exibir todas, ocuparia uma faixa considerável do relvado do Estádio Municipal de Gaia, local habitual de treino. Com 218 medalhas conquistadas, Lenine é, afinal de contas, o atleta mais medalhado do mundo.

A primeira década de vida é uma incógnita. Com apenas quatro anos, Lenine sofre um ataque de meningite que o obriga a ficar durante um mês no hospital de Vila Nova de Gaia. A violência da complicação foi tal que locomoção, fala e competências sociais desaparecem. Mais de três décadas depois, mantém sequelas desse fatídico dia.

“Nem vendo fotografias da época tenho qualquer recordação. Antes dos oito ou nove anos de idade não me consigo lembrar de nada. A meningite afectou-me o lado esquerdo da face, só vejo 10% da vista esquerda – soube isso há menos de um ano e meio. Tinha feito uma avaliação há 20 anos e já só via 30%, a minha visão foi regredindo com o passar dos anos”, afirma (...). Conduzir, por exemplo, está fora de questão – o exame de código é uma barreira intransponível.

Regressemos à infância de Lenine no Canidelo: com as capacidades sociais arrasadas, a mãe leva-o para o desporto, com a esperança de que o filho conheça e trave amizade com outras crianças. De imediato, a vida atlética torna-se uma distracção das dificuldades do dia-a-dia, que o jovem sentia tanto em casa como na escola.

“Atravessámos muitas dificuldades quando era mais novo. Não vou dizer que passámos fome, mas foram momentos difíceis. Tivemos de recorrer à família, nomeadamente a tias, para ter comida na mesa. Tanto é que desisto da escola em 1998. Tinha chumbado duas vezes no sétimo [ano] e três no oitavo. Disse aos meus pais que ‘não dava’ para estudar e fui para ajudante de electricista aos 15 anos.”

A decisão de abandonar os estudos não é difícil, até porque o percurso para a escola é muitas vezes feito em lágrimas e com medo. “Sofria muito de bullying por ser burro. É mesmo esta a palavra. Havia dias em que não queria ir. Já praticava desporto e não via a hora de chegar as 18h30 para ir ao treino. No treino tratavam-me bem, não sentia qualquer tipo de discriminação por sofrer de deficiência, era o meu mundo”.

Os 12 anos de injustiça

A paixão pelo atletismo cresce e as conquistas nas primeiras provas nacionais chegam ainda fora do universo do desporto adaptado. A expressão “deficiência mental” – usada nos tempos em que a actual categoria da “deficiência intelectual” era ainda inexistente – assustava-o. Lenine considerava essa categoria reservada apenas para os portadores das deficiências mais graves e incapacitantes. Até que, com 16 anos, conhece José Costa Pereira, treinador que o acompanha há quase 22 anos e o motiva a inscrever-se nas competições.

Estive presente nas 218 medalhas do Lenine. Ainda o ‘apanhei’ com 16 anos, praticamente nos 17. Começo a ser treinador dele curiosamente no dia de aniversário dele, 4 de Dezembro de 1999”, recorda com o treinador com nostalgia.

Em Março de 2000 Lenine conquista as primeiras medalhas internacionais, estabelecendo um recorde mundial do triplo salto, no Campeonato da Europa realizado na Suécia. Meses depois — e ainda menor de idade —, assegura uma vaga na equipa portuguesa que viajou até Sidney para os Jogos Paralímpicos. O quarto lugar arrecadado na Austrália é um indicador positivo para as provas seguintes: com um pouco mais de maturidade, Lenine poderá subir ao pódio no futuro e, quem sabe, conquistar o ouro olímpico. Mas essa premonição não viria a concretizar-se, por factores que fugiram ao controlo do atleta.

Mais de 20 anos depois, os Jogos Paralímpicos de Sidney continuam a ser recordados pelo escândalo que envolveu a selecção espanhola de basquetebol: uma investigação do jornalista Carlos Ribagorda revelou que a formação convocou jogadores sem deficiência para a prova, com o objectivo de conquistar a medalha de ouro. Como consequência, a categoria de deficiência intelectual — em que Lenine Cunha se insere — esteve banida durante 12 anos dos Jogos Paralímpicos.

“Lamento que por causa da fraude de alguém que não deficiente intelectual tenha pagado toda uma estrutura organizativa mundial. Eu sei que o Lenine, apesar das 218 medalhas e do bronze conquistado em Londres, poderia ter chegado mais alto. Ele fala de Atenas [2004], mas eu falo mais em Pequim [2008], teria mais maturidade do que na Grécia. Se tivesse competido em Atenas teria só 21 anos, com 25 seria muito mais maduro. E relembro que entre 2005 e 2007, o Lenine fez competições muito fortes”, explica José Costa Pereira. Estes anos em que Lenine não conseguiu mostrar o seu valor nos Jogos Paralímpicos foram a “maior mágoa” enquanto treinador.

As maiores conquistas a seguir às maiores derrotas

Apesar de estar afastado do maior palco, o português soma e segue nas restantes competições. As medalhas chegam nas mais variadas provas – muitas vezes às três e quatro por evento –, frustrando os adversários. Até ao momento de publicação desta reportagem, Lenine soma 218 subidas ao pódio, mas duas vitórias concentram especial carinho. A primeira é a conquista do bronze em Londres, corria o ano de 2012. A marca de 6,95 metros garantiu o terceiro lugar no salto em comprimento, mas ao simbolismo da prova juntou-se uma perda pessoal. Enquanto espera para ouvir o hino, o pensamento de Lenine volta-se para a irmã, falecida dois anos antes.

Lenine esteve perto de não se sagrar campeão do mundo em Outubro de 2015, três anos após a conquista nos Jogos Paralímpicos. Cerca de meio antes, em Março, a mãe de Lenine morre com cancro. O atleta tinha-a acompanhado a cada passo na dura e longa luta contra a doença oncológica, que se prolongava há quase dois anos. As últimas palavras, proferidas um dia antes da morte, foram de incentivo para as provas futuras. Lenine saiu do hospital com uma premonição negativa: nessa madrugada o telefone tocava com as más notícias. “Estivemos com ela nesse dia e por volta das 5h disseram-nos que ela tinha tido um ataque. Fomos para o hospital e vi mesmo a minha mãe a falecer...a parar de respirar. Quando cheguei a casa virei-me para o meu colega e disse-lhe que não me sentia bem. Ligavam para mim e eu não acordava.”

Nenhuma lesão tinha sido tão incapacitante quanto a morte da mãe: tentava correr, mas às primeiras passadas as lágrimas corriam-lhe da face: “Estive três semanas parado. Depois comecei aos poucos – esses ‘poucos’ foi quando vinha para aqui e chorava. O clique deu-se em Abril, mais ou menos. Disse para mim mesmo: ‘Vamos lá arrebitar, vamos lá treinar’. Treinei bem, até demais, dediquei-me a 110%.”

Em Doha, desta vez no triplo salto, chegou aos 14,16 metros, a melhor marca pessoal. A entrega da medalha abriu os noticiários. Por mais que relembre o momento, Lenine ainda não consegue arranjar uma explicação lógica para a torrente emocional que se desencadeou – mas acredita piamente que foi a forma escolhida pela mãe para uma despedida final.

“A minha mãe era a minha maior fã e melhor amiga. Posso dizer-te que naquele momento senti a minha mãe comigo. Não te sei explicar. É como se ela me estivesse a dizer adeus, esteve comigo até àquele momento e depois largou-me.”

“Antigamente, o nível três eram 150 euros mensais”

Lenine Cunha ainda não conseguiu os mínimos para assegurar uma presença em Tóquio: neste momento, não aufere qualquer rendimento do Comité Paralímpico de Portugal. O atleta, contudo, diz não ter motivos de queixa: 2021 marca o ano em que a bolsa atribuída a atletas paralímpicos atinge o mesmo valor dos congéneres olímpicos. Depois de anos de denúncia e revindicação — em 2016, Lenine vivia com 386 euros mensais —, a remuneração já pode ser considerada uma ajuda eficaz na prossecução do sucesso.

“Não quero cair em erro, saiu agora o novo valor, mas estamos equiparados aos atletas olímpicos, foi uma subida gradual. Em 2017, ganhávamos 50% do que os olímpicos, depois passámos para os 70%. Em 2019, subimos para os 85% e em Janeiro deste ano para os 100%. Não digo que fui um factor [importante para a equiparação], mas andei a lutar por isto durante duas décadas — porra, sou mesmo velho — com alguns colegas que acabaram por abandonar a carreira. Posso ter ajudado de alguma maneira, é uma honra e um orgulho que a geração mais jovem possa usufruir do que não consegui”, prossegue o atleta.

Neste tema em particular, o treinador José Costa Pereira não reserva tanta modéstia quanto Lenine: “Foi uma conquista. O Lenine foi um dos que lutou por isso e não foi um dos grandes beneficiários dessa luta”, refere.

Quando fizer mínimos para os Jogos Paralímpicos, Lenine Cunha volta a entrar no nível III da bolsa para os atletas paralímpicos. Trocado por miúdos, recebe cerca de 600 euros mensais. A verba não é suficiente para cobrir todas as despesas inerentes à alta competição, mas podia ser pior: “Se não fossem os patrocinadores não chegava para continuar, mas já foram 150 euros por mês. Eu faço disto vida, tenho de comer e viver”.

Os olhos estão agora colocados em Tóquio, naqueles que “provavelmente” serão os últimos Jogos Paralímpicos do atleta de 38 anos: “Primeiro, a minha expectativa é lá estar e depois tudo poderá acontecer. Volto a dizer isto, mas sei que desta vez é verdade... provavelmente estes são os meus últimos Jogos como atleta.” Ainda não pensa muito em acabar a carreira, mas sabe que esse dia terá inevitavelmente de chegar. Quando isso acontecer deverá transitar para treinador, estando já a tirar os cursos que lhe permitem dar o salto.

Conselhos para a juventude

Às 18h30, o frio começa a fazer-se sentir junto ao Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, e convida ao regresso a casa. Um pouco abaixo, no Estádio Municipal, 40 jovens equipam-se para cumprir o treino diário. Lenine é inevitavelmente o centro das atenções, procurado por todos para conselhos nos saltos, barreiras e corrida. Esta experiência foi, em parte, o que chamou a atenção da secção de atletismo do Clube Futebol Oliveira do Douro, formação que o atleta integra.

“O Lenine está connosco há duas épocas. A vantagem de o ter no clube é enorme, o currículo fala por si, a postura também. Simplificando a resposta: é um exemplo para todos”, diz Ana Carneiro, directora técnica da secção de atletismo do clube. A exposição que Lenine trouxe — bem como a captação de novas patrocinadores — é um factor preponderante para a sobrevivência da formação, admite, mas “Lenny”, como é carinhosamente tratado, é uma peça fundamental da estrutura que incorpora 120 atletas.

Essa influência é perceptível durante o treino. Junto à caixa de areia, observa os saltos dos mais novos e oferece algumas correcções. “Olha, da próxima vez faz assim”, exemplifica Lenine, esticando os braços. Afastada da azáfama, Fabiana Lucarter treina o salto à vara no canto esquerdo do recinto. No fim-de-semana, nas provas nacionais, o objetivo são os dois metros, fasquia que Fabiana tem obrigatoriamente de ultrapassar. A vigiar atentamente a atleta de 16 anos está o treinador André Assunção, que procura polir alguns detalhes técnicos. A adolescente, contudo, não escondia algum receio quanto aos saltos.

“Para saltar à vara não é preciso grande esforço, a vara faz tudo. Tenho medo é de largar a mão direita [de apoio]”, explicou Fabiana. André Assunção não censura as hesitações da atleta. “Quanto mais alto vamos, de maior altura caímos. [O que apara a queda] Pode chamar-se colchão, mas não é nada como os que temos nas camas”, explica o treinador, depois de um salto completado com sucesso por Fabiana que deixou a jovem com queixas no pescoço.

Do lado oposto, Taís treina o salto em altura, modalidade que no início de Março valeu o ouro a Lenine Cunha nos Europeus de pista coberta. Desta vez, era Ana Carneiro a distribuir as correcções. Mesmo sendo o melhor da Europa, “Lenny” também não se livra das críticas construtivas. “Ao ver as fotos do Lenine percebemos que ele tem de fazer algumas correcções. Tende a olhar para a fasquia e deve alterar isso”, explica a coordenadora técnica.

O treino chega ao fim por volta das 20h30. Os holofotes já estão desligados e Lenine arruma o equipamento e as medalhas que trouxe para mostrar à equipa. Quando terminar a mudança de casa voltará a ter uma parede destinada à exibição dos galardões. Até lá, pode ser que junte mais algumas medalhas à colecção.

Fonte: Público

terça-feira, 16 de março de 2021

Ministério da Educação cria Comissão de Acompanhamento do Combate ao Bullying e ao Ciberbullying nas escolas

Sabendo da importância e da necessidade de continuar a apostar na erradicação da violência em contexto escolar, e em particular do bullying e do ciberbullying, o Ministério da Educação criou uma Comissão de Acompanhamento do Combate ao Bullying e ao Ciberbullying nas Escolas.

Com a missão de zelar por uma escola inclusiva, promotora de um ambiente seguro e saudável, esta Comissão, com carácter permanente - e que sucede ao Grupo de Trabalho criado em 2019 - terá, entre outras atribuições, de:
  • Desenhar estratégias de prevenção e combate ao bullying e ao ciberbullying;
  • Promover e monitorizar a formação do pessoal docente e do pessoal não docente, na área do desenvolvimento de competências sociais e emocionais;
  • Impulsionar, acompanhar e monitorizar o Plano de Prevenção e Combate ao Bullying e Ciberbullying;
  • Monitorizar a existência de situações de violência em contexto escolar, em particular destes dois fenómenos;
  • Apresentar, no final de cada ano letivo, propostas de atuação.
A prevenção e o combate à violência em contexto escolar, em particular ao bullying e ao ciberbullying, afigura-se como essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2016-2030, que visam assegurar uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, desenvolvendo sociedades pacíficas e inclusivas.

Neste contexto, ao longo dos últimos anos, o Ministério da Educação tem vindo a promover iniciativas concretas de apoio à comunidade educativa no sentido de minimizar o fenómeno de violência em contexto escolar, enquadradas na Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC) e que têm contribuído para concretizar o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

De entre as várias medidas, destaque para o Plano de Prevenção e Combate ao Bullying e Ciberbullying nas escolas, lançado em outubro de 2019, no âmbito do projeto «Escola Sem Bullying | Escola Sem Violência». Atendendo aos condicionamentos provocados pela pandemia da doença Covid-19 na execução de algumas das medidas previstas para 2019/2020, o projeto foi relançado este ano.

A Comissão de Acompanhamento do Combate ao Bullying e ao Ciberbullying nas Escolas é presidida pela Direção-Geral da Educação.

Fonte: Governo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Bullying: como pôr um ponto final?

Viu o filme What Lies Beneath (A Verdade Escondida)? Trata-se de um thriller americano de 2000, dirigido por Robert Zemeckis, que teve como principais protagonistas, Michelle Pfeiffer, Claire Spencer, e Harrison Ford, tal como Norman Spencer. No elenco, ainda estão os nomes de Diana Scarwid (Jody), Miranda Otto e Amber Valletta.

Porquê falar de um filme que já tem 14 anos de vida? Porque a história verídica de dois alunos do 4.º ano desenterrou-o da minha memória, embora aparentemente sejam duas histórias que nada têm em comum.

No filme citado, Claire Spencer imaginava levar uma vida perfeita até que descobre que, afinal, o marido, Dr. Norman Spencer, é uma ameaça à sua integridade, apesar de a relação entre ambos, aparentemente muito boa, nada indiciar nesse sentido.

No filme real, vivido por um aluno do 4º ano, o amigo preferido, excelente aluno, com quem partilhava a carteira e em quem confiava bastante, decide, de uma forma dissimulada, destruir-lhe a autoconfiança, com gestos e palavras destrutivas e com a manipulação de vários colegas da turma contra ele.

Claire Spencer e este aluno de que falo tiveram de enfrentar a dura questão: em quem posso afinal confiar? Se estes em quem eu confiava me traíram, então como saberei, no futuro, a quem revelar a minha intimidade?

Para este aluno, perceber que estava a ser alvo de bullying e conhecer os contornos deste fenómeno foi muito importante. Compreender que afinal ele não era a pessoa desprezível que o outro queria que ele acreditasse que era foi absolutamente fundamental. Foi igualmente decisivo refletir sobre as características que o tornavam o alvo perfeito: corava, chorava e nunca retribuía os insultos.

Para os pais desta criança, também protagonistas desta história, a sensação de estarem a viver um filme de terror deixou-os completamente perturbados e desorientados. O filho, anteriormente bem-disposto, feliz e com grande interesse e motivação pela escola, tornara-se, sem eles compreenderem porquê, numa criança pálida, de semblante carregado, com sinais de tristeza e apatia, aversão à escola e sintomas físicos, como dores de barriga e cabeça. À questão “O que se passa contigo?” a resposta era sempre a mesma “Nada”. Também estes pais, perturbados e ansiosos, precisaram de ajuda pois filmes com esta carga negativa ninguém deseja viver na primeira pessoa.

E a confiança? Como ajudar esta criança a recuperar a confiança nos outros, se o amigo mais íntimo se tornara o maior inimigo? Em quem poderia realmente confiar dentro daquele grupo de crianças que, manipuladas pelo outro rapaz, fugiam dele no recreio? Para ajudar a encontrar pistas e potenciais apoios, foi fundamental a aplicação de um teste sociométrico, instrumento muito útil para estudar a relação entre os diferentes elementos que constituem um grupo. As conclusões a que foi possível chegar foram que este menino era realmente muito aceite na turma e que havia colegas que claramente gostavam de estar com ele na sala de aula e no recreio. Ter percebido que afinal não era desprezível mas aceite por muitos colegas foi para ele um enorme alívio! A professora foi também envolvida em todo o processo, ficando igualmente estupefacta com o comportamento do agressor, que para ela estaria longe de qualquer suspeita.

O que fazer com o agressor e com os pais deste? Também eles serão envolvidos estando já agendados momentos em que tudo isto será analisado e estudado com eles, para que histórias como esta não se repitam.

Para finalizar um ramalhete de questões, que poderão parecer descontextualizadas. Quem trabalha estas problemáticas nas escolas? Quem tem formação para adequadamente chegar a todos os alvos envolvidos num processo que de simples só tem a aparência? Porque continuam as escolas sem psicólogos para responder a estas e a muitas situações que diariamente surgem? Até quando os que já estão colocados aguentarão tantas solicitações e a frustração de não conseguirem responder adequadamente ao que lhes é solicitado?

Adriana Campos

Fonte: Educare

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Combater o ódio e a violência online

Prevenir o ódio e a violência online de forma mais eficaz é o motor que faz girar a parceria estabelecida entre o Cyberbullying.pt, iniciativa portuguesa que surgiu para sensibilizar e combater o cyberbullying, e a Respect Zone, organização não governamental francesa que luta contra a ciberviolência. As duas estruturas decidiram trabalhar em conjunto por ocasião da segunda edição da Global StopCyberbullying Telesummit, realizada virtualmente a partir de Portugal.

A parceria prevê a criação de uma rede de apoio jurídico em Portugal que, em breve, ajudará vítimas a defenderem o seu direito à integridade e dignidade digital. O acesso às ferramentas criadas pela Respect Zone também entra neste trabalho conjunto. Ou seja, cidadãos e organizações podem adotar a Carta Para o Respeito Digital e sinalizar a sua adesão, exibindo o logo da Respect Zone nos seus perfis e páginas em redes sociais. Como um primeiro passo para melhorar o clima digital.

Esta junção de vontades com objetivos comuns inclui ainda um kit para a educação e comunicação disponível para a comunidade educativa, um curso online de formação em moderação de conteúdos desenvolvido no âmbito do projeto Scan, iniciativa financiada pela União Europeia, bem como ferramentas de formação específicas para os ensinos Básico, Secundário e Superior.

“A Respect Zone tem uma larga experiência na comunicação não violenta de prevenção do assédio, discriminação, incitamento à violência online e em espaços públicos. Esta parceria terá impacto não apenas na comunidade estudantil, mas em toda a comunidade escolar, municípios e empresas, pois estas são as frentes que têm sido trabalhadas pela Respect Zone”, adianta Tito de Morais, em representação do Cyberbullying.pt, ao EDUCARE.PT.

O combate ao discurso de ódio e ao cyberbullying deve começar o mais cedo possível. “Este combate tem de começar em idades precoces porque os valores para os quais somos educados, tais como a tolerância e o respeito pela diferença, precisam de alicerces firmes que se começam a construir desde tenra idade”. “Só assim conseguiremos construir uma sociedade que se caracterize pela igualdade de oportunidades para todos, independentemente da sua ascendência, sexo, orientação sexual, identidade de género, raça, língua, origem étnica ou nacional, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou deficiência física ou psíquica”, sublinha Tito de Morais.

O Cyberbullying.pt aprofunda, com esta parceria, o seu compromisso internacional de longo prazo na luta contra a ciberviolência. A Respect Zone assegura assim uma presença ativa em cinco países: França, Bélgica, Suíça, Estados Unidos e Portugal. O Cyberbullying.pt é uma iniciativa portuguesa, fundada em 2016, composta por uma página, um site, um livro para pais e educadores, e com uma presença assídua nas redes sociais com os objetivos de informar, sensibiliza e educar para prevenir, intervir, identificar e combater o cyberbullying.

“Numa época em que a sociedade civil europeia enfrenta um aumento da exposição à ciberviolência, em resultado dos confinamentos impostos para combater a pandemia de COVID-19, esta parceria permitirá oferecermos as respostas e as ferramentas necessárias para lhes fazer frente”, refere Tito de Morais. “Esta parceria é também o princípio de uma frente comum associativa para defender os interesses das vítimas de ciberviolência nas instituições europeias, onde se está a discutir o Digital Services Act”, acrescenta Philippe Coen, da Respect Zone, num comunicado enviado aos media.

Fonte: Educare

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Observatório Nacional do Bullying: Denuncie aqui!

O Observatório Nacional do Bullying é uma iniciativa da Associação Plano i e tem como objetivo recolher informação sobre a ocorrência de situações de bullying em Portugal, em diversos contextos (presencialmente – no interior dos estabelecimentos de ensino e nas suas imediações -, e via online).


O Observatório materializa-se num questionário online, que deve ser preenchido por pessoas que são/foram vítimas de bullying, que são/foram testemunhas de bullying ou que tomaram conhecimento do mesmo. Os dados, que serão lançados anualmente, serão utilizados para o mapeamento e caracterização do fenómeno, bem como para o reforço da prevenção e do combate ao bullying.


Fonte: Observatório Nacional do Bullying

domingo, 26 de janeiro de 2020

30 janeiro 2020 - Dia Escolar da Não Violência e da Paz


No próximo dia 30 de janeiro, assinala-se o Dia Escolar da Não Violência e da Paz.

Uma vez que a educação para a paz, a promoção de valores como o respeito, a igualdade, a tolerância, a solidariedade, a cooperação e a não violência contribuem para uma Escola sem Bullying. Escola sem Violência, convidamos os Agrupamentos de Escolas e as Escolas Não Agrupadas, bem como as respetivas comunidades, a divulgarem as suas iniciativas e a partilharem os registos das atividades desenvolvidas, através do e-mail: [email protected].

Fonte: DGE