sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Testes de avaliação e a CIF

A questão da quantificação dos dados obtidos durante o processo de avaliação de um aluno, após a referenciação, é de substancial importância. Não só para os docentes de Educação Especial mas também para os docentes do regular que intervêm no processo de avaliação. Os psicólogos têm testes que permitem quantificar esses resultados. Pessoalmente, nunca tive formação sobre essa matéria.
No Agrupamento, temos seguido a metodologia de recolha de informação, essencialmente descritiva, junto dos docentes do grupo/turma, que, conjugada com o resultado das avaliações psicológicas e/ou com os relatórios médicos, nos permitem tirar as conclusões que consideramos serem as mais adequadas à caracterização da situação do aluno.
Não conheço testes cujos resultados estejam de acordo com a CIF. Nas formações que tenho frequentado, não têm sido apresentados. Aquando do processo de monitorização dos alunos com NEE, efectuado pela Equipa de Apoio às Escolas, os colegas preocuparam-se essencialmente em verificar os relatórios psicológicos e/ou médicos. Sendo assim, há que haver algum bom senso na apreciação dos caos e pensar nas melhores soluções para os alunos.
Lanço o apelo à troca de material e de sugestões.

Alteração da legislação dos concursos

O Diário da Repúblico contém o Decreto-Lei n.º 51/2009, de 27 de Fevereiro, que procede a alterações à legislação dos concurso (Decreto -Lei n.º 20/2006, de 31 de Janeiro, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto -Lei n.º 35/2007, de 15 de Fevereiro).

Relativamente aos docentes de Educação Especial, introduz o artigo 25.º -A, com a seguinte redacção: Aos professores da educação especial, integrados nos grupos de recrutamento 910, 920 ou 930, colocados ao abrigo do presente decreto -lei, pode ser distribuído serviço noutro agrupamento de escolas ou escola não agrupada no mesmo concelho ou em concelho limítrofe.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A PROCOMLEI: uma prova de avaliação da compreensão leitora

a Procomlei é uma prova de avaliação da compreensão leitora de crianças que frequentam o 1º Ciclo do Ensino Básico (com idades entre os 6 e os 10 anos, aproximadamente).
Pretende avaliar a utilização que os leitores iniciados fazem de processos linguísticos de leitura que têm sido identificados como fundamentais, tanto na fase do domínio da leitura, quanto numa fase em que esse processo se encontra automatizado.

Governo quer gestão mais eficaz e transparente no sistema de apoios a deficientes

O Governo aprovou hoje um decreto que pretende introduzir regras de maior eficácia e transparência na atribuição pelo Estado de produtos de apoio a cidadãos com deficiência ou incapacidades temporárias.
Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Moniz, disse que o novo sistema de atribuição de produtos de apoio a pessoas com deficiência e a pessoas com incapacidade temporária passará a ter um novo parceiro, o Ministério da Educação, além dos ministérios do Trabalho e da Saúde.
De acordo com os dados apresentados pela secretária de Estado, em 2008 "foram atribuídas cerca de 19500 ajudas técnicas de forma gratuita, o que correspondeu a um investimento da parte do Estado (repartido entre os ministérios do Trabalho e da Saúde) de 12,5 milhões de euros".
"As principais preocupações inerentes ao novo sistema é continuar a atribuir de forma gratuita e universal os produtos de apoio às pessoas com deficiência e incapacidades temporárias, mas também a de fazer uma gestão mais eficaz da atribuição e dos financiamento destes produtos de apoio", apontou Idália Moniz.
A partir de agora, a secretária de Estado da Reabilitação afirmou que haverá um sistema informático centralizado, permitindo evitar o duplo financiamento aos beneficiários, assim como desburocratizar o sistema.
Com a entrada em vigor do decreto, os beneficiários passam a poder solicitar on-line a atribuição dos produtos e prevê-se a reutilização de alguns produtos de apoio.
Com esta medida, Idália Moniz advogou que se evitará casos de desperdício com cadeiras eléctricas de rodas, ou próteses que deixem de estar conformes (por alteração da estrutura do corpo) e que poderão ser reutilizadas em outras pessoas.
"Queremos uma gestão mais eficaz de todo este sistema de produtos de apoio", disse, antes de referir a intenção do executivo de criar um catálogo on-line com informação e que permitirá o acesso a todos os interessados.

Avaliação das dificuldades de leitura/escrita

No processo de avaliação dos alunos referenciados, deparamo-nos com a falta de instrumentos que permitam identificar as dificuldades e quantificá-las por referência à CIF. Procurando contribuir, de algum modo, para essa tarefa, deixo algumas sugestões/grelhas que podem ser aplicadas, no âmbito das dificuldades da leitura/escrita.

Diagnóstico das Aquisições Perceptivo-Auditivas
Teste de Síntese Auditiva
Teste de oclusão auditiva
Teste de Discriminação Auditiva
Prova de Leitura
Ditado
Teste de fluência verbal
Registo de erros (escrita)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Aparelhos criam cérebros preguiçosos

O uso desregrado das novas tecnologias pode ser meio caminho andado para uma má memória na velhice. O cérebro, não sendo um músculo, comporta-se como tal. Se não for usado, enferruja, alertam os especialistas.
"Se não se fizer alguma coisa já, teremos uma geração onde imperará a lei do menor esforço. Estamos a ficar escravos das máquinas. Sem estimulação, o cérebro ficará mais preguiçoso", alerta Manuel Domingos, coordenador da Unidade de Neuropsicologia do Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, e presidente da Comissão Científica da Sociedade Portuguesa de Neuropsicologia.
O cérebro parece estar a cair em desuso para muitas tarefas. Graças ao telemóvel, não é necessário memorizar números. As caixas registadoras fazem os trocos, enquanto o GPS retira a necessidade de ter "mapas mentais" ou pontos de referência. Poupa-se no cálculo e no raciocínio e corre-se o risco de alterar o funcionamento do cérebro, gerando massas cinzentas apáticas, atrofiadas.
Para o neuropsicólogo, as crianças são o grupo de maior risco. Na escola, o cálculo mental anda muito substituído pela calculadora. Em casa, são as consolas, os computadores e a televisão que captam as atenções, porque é mais seguro brincar em casa ou por falta de tempo dos pais, mergulhados nas lides domésticas.
Os circuitos cerebrais envolvidos na interacção com os outros ficam relegados para segundo plano, critica, por seu turno, Ana Queiroz, psicóloga no Porto. A má socialização, o isolamento, as distorções verbais, a dificuldade em interpretar mensagens verbais e de expressão são algumas das consequências nocivas para as crianças decorrentes dos excessos. A estes malefícios acrescem os casos extremos de fotossensibilidade, que podem até descarrilar em crises de epilepsia, quando os monitores passam a ser a única companhia diária.
"A culpa é da sociedade e dos planos de ensino, pelo mau uso que se dá às novas tecnologias e por não se estimular mais o cálculo mental. A escolaridade básica está a ficar muito dependente, escrava da maquinaria", diz o neuropsicólogo Manuel Domingos.
"Em vez de se fazer uma multiaprendizagem, restringem-se as actividades, penalizando a aprendizagem futura", reforça Ana Queiroz, lembrando a facilidade com que uma criança é capaz de aprender duas línguas em simultâneo e como pode ser demorado e difícil alfabetizar um adulto.
Na óptica dos especialistas, exercitar os neurónios enriquece o cérebro. É uma espécie de "seguro" de vida. Uma boa ou má reserva cognitiva será uma defesa ou um risco para a vida futura.
"Fala-se da estimulação cognitiva para prevenir doenças degenerativas, utiliza-se a mesma nessas doenças como forma de atrasar o processo. No entanto, no dia-a-dia, com todos os facilitismos à disposição, não implementamos comportamentos que nos ajudariam a manter as nossa capacidades em constante desenvolvimento. Prevenir nunca fez mal a ninguém", sustenta Ana Queiroz.

Escolas de risco vão escolher professores

As 35 escolas e agrupamentos integradas no Programa dos Territórios Educativos de Intervenção prioritária (TEIP) vão já este ano poder começar a recrutar directamente os professores do quadro, revelou ao PÚBLICO o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. O despacho que contempla esta medida já está assinado, acrescentou. O programa TEIP abrange estabelecimentos com elevado número de alunos em risco de exclusões social e escolar que estão, por isso, a ser alvo de "medidas excepcionais para combater a insegurança, a indisciplina, o insucesso e o abandono escolares". Entre este lote irá figurar agora também a possibilidade de contratarem directamente todos os seus docentes. O que constitui uma estreia no ensino básico em Portugal.
Até agora, as escolas só podiam recrutar directamente professores para substituições temporárias, para áreas técnicas e para projectos especiais de enriquecimento curricular. Mas a contratação da maioria do corpo docente continua a ser feita por via do Ministério da Educação, o que é vista por críticos do actual sistema como uma medida "altamente limitadora" da autonomia das escolas.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Para a Avaliação do Desempenho de Leitura


Na procura de instrumentos que permitam proceder a uma avaliação dos alunos ao nível da Actividade e Participação, de acordo com a CIF, deparei-me com o estudo Para a Avaliação do Desempenho de Leitura. Apresenta a pesquisa, a selecção e a análise de materiais nacionais de avaliação de leitura, e um conjunto de propostas de procedimentos a adoptar para o estabelecimento de referenciais nacionais da aprendizagem da leitura ao longo dos dois primeiros ciclos do ensino básico.

Um dos objectivos do estudo consiste na identificação de materiais de avaliação de leitura, utilizados com população portuguesa, quer resultantes de trabalhos conducentes a graus académicos (publicados ou não), quer de projectos de investigação, quer ainda de instrumentos existentes no circuito comercial, inéditos, traduzidos ou adaptados de produções estrangeiras.

De facto, em anexo, surgem: Grelhas de Análise dos Instrumentos de Avaliação e Emergência de Leitura; Provas de Avaliação de Leitura; Provas de Avaliação de Emergência de Leitura; Lista de Palavras.

Penso que este estudo pode servir como base de trabalho no domínio da avaliação do desempenho da leitura.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

I Congresso Internacional "Educação Especial"


O Congresso pretende constituir-se como uma oportunidade de apresentação de resultados de trabalhos realizados e em curso por investigadores nacionais e estrangeiros e, em simultâneo, como espaço de reflexão por parte dos agentes educativos que, no quotidiano, intervêm em contextos de ensino especial.
As suas temáticas, transversais ao espírito da legislação em vigor – recentemente revista em Portugal – estão ampliadas à Escola multicultural e inclusiva, às exigências e às especificidades da educação especial e, em dimensão holista e sistémica, às questões de relacionamento entre a Escola e as relações sociais primárias e secundárias.
O I Congresso Internacional FAMÍLIA, ESCOLA E SOCIEDADE, subordinado ao tema da Educação Especial, pretende reunir contributos intra e extra académicos no quadro da Escola Inclusiva e visa consolidar saberes e práticas em matéria de integração de crianças com necessidades educativas especiais no ensino regular.

O Congresso decorre nos dias 9, 10 e 11 de Julho, na Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos


Embora o texto tenha sido publicado em 2006, considero-o pertinente no âmbito da compreensão da actual situação da inclusão e do papel da Educação Especial. O texto é da autoria de Isabel Sanches e António Teodoro. Transcrevo apenas a introdução.

A partir dos anos 1960, novos conceitos e práticas começaram a ser introduzidos no âmbito das respostas educativas a dar às crianças e jovens em situação de deficiência. A grande mobilidade das pessoas, o alargamento da escolaridade obrigatória e a consequente diversificação dos seus públicos trouxeram para a discussão educativa o papel e as funções da escola. Da procura de respostas para as situações de deficiência à necessidade de promover o sucesso para todos os alunos da escola, um longo e difícil caminho está a ser percorrido, com perspectivas e tomadas de posição algo controversas. Para que as palavras/expressões não sejam usadas aleatoriamente ou despidas do significado que esteve na origem da sua utilização educativa, procedeu-se aqui à sua definição e contextualização, segundo as perspectivas divulgadas mais recentemente.


Requisitos que conferem habilitação profissional para a docência nos grupos de recrutamento da educação especial


O Diário da República contém a Portaria n.º 212/2009 que visa enquadrar um conjunto de qualificações que conferem aptidão para o exercício docente nos grupos de recrutamento destinados aos recursos humanos da educação especial, de molde a cumprir com as exigências da escola actual.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Casa sem solidão para deficientes

O conceito "open space" esteve subjacente ao projecto de arquitectura do futuro complexo residencial da Maia para acolher 29 pessoas portadoras de deficiência. O investimento será de 870 mil euros ficará pronto em 2010.
Segundo contou ao JN o autor do projecto, a empreitada terá duas zonas espaciais distintas, mas interligadas e direccionadas para o jardim circundante ao complexo. Além de permitir o acolhimento para 24 pessoas portadoras de várias deficiências, será edificada uma residência autónoma para cinco utentes, também com deficiências, mas com alguma autonomia de movimentos. A visão integrada do conjunto visa promover a interactividade e actividades ligadas ao bem estar físico, motor e ocupacional de forma a por exemplo, incentivar os utentes a fazer coisas aparentemente banais como cozinhar ou lavar a loiça.
"A geometria dos espaços irá permitir o contacto entre as pessoas e em vez do isolamento, como acontece em muitos lares de idosos, vamos incidir muito na vertente ocupacional. Não podemos deixar uma pessoa deficiente numa cadeira de rodas a olhar para a televisão todo o dia ou deitada numa cama", lembrou José Manuel Soares.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Investigadores premiados por estudo do tracto vocal

Um grupo de investigadores da Faculdade de Engenharia do Porto recebeu o Best Paper Award pelo desenvolvimento de uma nova abordagem imagiológica para o estudo do tracto vocal, que abre novas perspectivas na área das perturbações da fala.
O prémio, entregue na International Conference on Imaging Theory and Applications, que decorreu em Lisboa, distingue uma investigação iniciada em 2004 tendo em vista a utilização de imagens de ressonância magnética no estudo do tracto vocal.
A investigação, realizada por Sandra Ventura, Diamantino Freitas e João Manuel Tavares, assume particular importância, atendendo a que se estima que um terço da população mundial apresente perturbações ao nível da voz.
Nessa perspectiva, o estudo morfológico e dinâmico do tracto vocal na produção de sons, através da utilização inovadora de imagens de ressonância magnética, pretende caracterizar a fala da língua portuguesa, possibilitando a aplicação de novas técnicas de reabilitação.Tendo como base a aquisição e combinação de imagens em diferentes orientações, o estudo desenvolvido pelos investigadores portugueses conduziu à construção de modelos morfológicos em três dimensões para um número considerável de sons da língua portuguesa.
O estudo assume, desta forma, especial relevância no tratamento e reabilitação de doentes com perturbações na fala, já que ainda é muito reduzido o número de trabalhos existentes relativos aos sons da língua portuguesa.

Criada cadeira de rodas movida a impulsos cerebrais

Investigadores italianos apresentaram uma cadeira de rodas inteligente, capaz de se mover dentro de casa de acordo com os impulsos cerebrais do seu utilizador.
A cadeira de rodas motorizada é equipada com dois computadores de bordo, que analisam as ondas cerebrais e orientam o movimento, com o auxílio de câmaras e dispositivos espalhados pela casa.
Os investigadores acreditam que a cadeira, que poderá ser usada por pessoas com diferentes graus de deficiência física e dificuldades de movimento, possa chegar ao mercado entre cinco a 10 anos.
Os cientistas acreditam que o mesmo sistema poderá ser usado nas cidades para permitir a locomoção de deficientes com a cadeira «inteligente».
protótipo, resultado dos esforços de uma equipa multidisciplinar que envolveu o Departamento de Bioengenharia, responsável pela descodificação dos sinais humanos, além do hospital San Camillo, em Veneza, e da clínica de reabilitação Maugeri, em Verona, foi construído pelo Departamento de Inteligência Artificial e Robótica do Politécnico de Milão e está em fases de testes de aperfeiçoamento.
O projecto experimental usa processadores de última geração, com baixo consumo de energia e que são integrados a um aparelho capaz de registrar graficamente as correntes eléctricas do cérebro.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais tempo na rua é bom para a visão

As crianças que passam mais tempo ao ar livre vêem melhor e têm menos probabilidades de vir a desenvolver miopia (visão à distância condicionada). É esta a conclusão de um estudo realizado em Boston que oferece aos pais mais uma razão para proporcionarem aos filhos mais oportunidades de estar fora de casa.
Estar longe da televisão e ter horizontes mais largos parecem ser factores protectores para a miopia, mas os investigadores não conseguiram ainda determinar quais os mecanismos que estão por trás desta relação.
Mesmo para as crianças e jovens adultos a quem já foi diagnosticado o problema, os investigadores aconselham actividades ao ar livre como forma de controlar a prograssão da miopia.
Os resultados deste estudo foram publicados no número de Janeiro da revista médica Optometry and Vision Science.

Exames Nacionais: adequações aos alunos com NEE



O Despacho Normativo n.º 10/2009, de 19 de Fevereiro, veio proceder a alterações aos Regulamentos do Júri Nacional de Exames dos Ensinos Básico e Secundário.
As alterações efectuadas na regulamentação da educação especial, nomeadamente pela aprovação do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, implicam a adaptação das normas actualmente em vigor respeitantes aos exames realizados pelos alunos abrangidos pelo citado Decreto-Lei.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Aprovada a educação sexual nas escolas

A partir do próximo ano lectivo, a educação sexual passa a ser ensinada nas escolas do ensino básico e secundário, depois de o Parlamento ter hoje aprovado um projecto de lei do Partido Socialista, com votos favoráveis de PS, PSD, PCP e PEV e com a abstenção do CDS-PP e do BE. A educação sexual terá uma carga horária mínima de de 12 horas por ano lectivo, desde o 1.º ao 12.º ano. No ensino básico (1.º ao 9.º), integra-se no âmbito da educação para a saúde, nas áreas curriculares não disciplinares, enquanto no Secundário (10.º ao 12.º) integra-se nas áreas curriculares diciplinares e não disciplinares.
O projecto de lei estipula que cada escola ou agrupamento terá de designar 'um professor-coordenador da educação para a saúde e educação sexual', bem como um professor responsável pela área para cada uma das turmas. Será o Governo a definir por despacho as habilitações necessárias para estas funções.
Cada escola terá ainda de criar 'uma equipa interdisciplinar de educação para a saúde e educação sexual', à qual caberá gerir o gabinete de informação e apoio ao aluno. Estes gabinetes serão criados na escolas de 2.º e 3.º ciclo e nas secundárias. O diploma determina ainda que em cada ano lectivo haja o dia da educação sexual.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Orientações PNL – Alunos com NEE – Síndroma de Down / Trissomia 21

Ao longo das últimas décadas, temos assistido a mudanças significativas nas atitudes e nos comportamentos perante os indivíduos com síndroma de Down, verificando-se um interesse progressivo que se tem traduzido num aumento substancial de trabalhos de investigação sobre as suas características e possibilidades a nível escolar, social e laboral.
Os dados actuais permitem afirmar que a maioria dos indivíduos com síndroma de Down funciona com um grau de atraso ligeiro ou moderado, contrastando com descrições, que felizmente têm cada vez mais um carácter histórico, em que se afirmava que o atraso era de grau severo. Esta mudança relaciona-se, quer com programas específicos que se aplicam nas primeiras etapas de vida destas crianças, quer com uma atitude de maior abertura e enriquecimento ambiental que, globalmente, actuam sobre estas pessoas na sociedade actual. De acordo com Troncoso e Cerro (2004), diferentes estudos têm demonstrado que uma intervenção educativa precoce, contínua e adequada permite que a criança adquira competências em áreas diversificadas, nomeadamente:
- Um bom desenvolvimento da percepção e da memória visuais;
- Orientação espacial adequada;
- Uma boa compreensão linguística desde que se fale de uma forma clara e com frases curtas;
- Alguma capacidade em reter o que foi aprendido, embora seja necessário reforçar e consolidar as aprendizagens;
- Alcançam frequentemente um bom nível de adaptação social.
O texto, acima, foi transcrito do manual Orientações PNL – Alunos com NEE – Síndroma de Down / Trissomia 21. Penso que constitui uma boa ferramenta para quem trabalha com alunos portadores de Síndroma de Down/Trissomia 21.

Concurso Express@tem. AЯTE

O Concurso [email protected]ЯTE é promovido pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular e tem como objectivos promover e estimular o potencial artístico dos alunos a frequentar os ensinos básico e secundário, bem como dar visibilidade às criações artísticas de qualidade.
Abrange os seguintes domínios: - Escrita- Artes Visuais- Artes Performativas- Música.
Foram definidas as seguintes categorias de candidatos:
- 1ª categoria – 1º ciclo do Ensino Básico
- 2ª categoria – 2º ciclo do Ensino Básico
- 3ª categoria – 3º ciclo do Ensino Básico
- 4ª categoria – Ensino Secundário
- 5ª categoria – Educação Especial
Aceitam-se inscrições até ao dia 3 de Abril de 2009.
Ficha de inscrição
Regulamento do concurso

"Ainda não nos entendemos sobre o que é educar", diz o presidente do Conselho Nacional de Educação

O presidente da Conselho Nacional de Educação (CNE), Júlio Pedrosa, disse no Porto que, em Portugal, ainda não houve um entendimento "sobre os fins da educação e o que é educar".
Segundo Júlio Pedrosa, "é por isso é que às vezes há tantos conflitos entre quem está dentro da escola e quem é encarregado de educação". (...)
Júlio Pedrosa considerou que "faz falta conversar" acerca dessa questão, situando-a no centro da discussão sobre o papel de cada uma das partes envolvidas na educação.
"Aquilo que neste momento me anda a interessar mais é o envolvimento familiar na escola, que é uma das questões mais prementes e vai ser cada mais aguda e crítica, à medida que a nossa sociedade se vai tornando mais complexa", acrescentou.
"Quando nós éramos crianças estava relativamente claro quais eram as responsabilidades da escola e da família e nessa altura cada um assumia essas responsabilidade", à luz do que era então a sociedade, afirmou o também antigo reitor da Universidade de Aveiro. (...)
Comentário:
Embora algumas das afirmações proferidas no debate sobre a autonomia sejam polémicas e mereçam algumas reticências, concordo com estas afirmações seleccionadas! De facto, faz falta um entendimento claro sobre o papel da escola, as suas finalidades, o que é educar, qual a sua abrangência!
Pode pensar-se, com justiça, que tudo isso está presente na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE). Está escrito na LBSE! Mas, será assim tão claro, no nosso dia-a-dia? A distinção e a interacção de funções, pelos diversos agentes educativos, está de facto consagrada? Vivemos, já, em comunidade educativa?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais 12 centros de recursos TIC da Educação Especial a funcionar

Nos centros de recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação da Educação Especial existem equipamentos preparados para responder às necessidades de crianças com paralisia cerebral ou dificuldades motoras. A partir deste mês estão a funcionar em pleno mais 12, completando-se assim a rede de 25 prevista pelo Governo.
Os centros de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Educação Especial contam com computadores, programas e outros equipamentos adaptados às limitações dos alunos, sejam motoras e físicas ou cognitivas. Por exemplo, com sistemas que permitem a uma criança interagir com uma aplicação informática através do simples movimento dos olhos, respondendo o computador a esse estímulo.
"Neste momento não estamos a pensar aumentar o número de centros TIC. O importante agora é consolidar. Consideramos que estes 25 centros são suficientes para as respostas necessárias, mas o passar do tempo ditará se há necessidade de criar novos centros", acrescentou Valter Lemos.
No âmbito da reforma da Educação Especial, o Ministério da Educação criou por todo o país, além destes centros, salas especializadas no apoio a alunos cegos, surdos, multideficientes e autistas e aumentou o número de técnicos, terapeutas e professores a trabalhar neste sector.
O objectivo da tutela é ter até 2013 todos os alunos com necessidades educativas especiais no sistema de ensino regular, ao mesmo tempo que as escolas de ensino especial são transformadas em centros de recursos humanos e materiais.
"Estamos a fazer transformações que têm implicações muito significativas para todos os actores. Não é uma questão meramente material, de colocar recursos, mas sim de mentalidades e condições de trabalho. É preciso agir no campo das atitudes e isso não muda repentinamente. Os actores precisam de sentir confiança e quando os resultados forem obtidos será possível andar mais depressa", afirmou Valter Lemos.
No entanto, o secretário de Estado garante que a reforma da Educação Especial "está dentro das expectativas" e que, em algumas matérias, "está a andar mais depressa do que o inicialmente previsto".

Disléxicos avaliados como alunos normais

Miguel quer ser desenhador e seguir Artes na universidade, mas o seu sonho pode vir a torna-se num pesadelo. Tem 18 anos e sofre de dislexia auditiva e, tal como cerca de cinco mil outros alunos do ensino Secundário com este distúrbio de aprendizagem, vai ser avaliado nos exames nacionais com os mesmos critérios que os restantes estudantes sem necessidades especiais.
A aplicação do Decreto-lei nº 3/2008 obriga os alunos com dislexia a serem avaliados como todos os outros, apesar de terem sérias dificuldades de aprendizagem e expressão escrita. Os encarregados de educação destes alunos entendem que se trata de "uma extrema injustiça" e pedem soluções ao Ministério da Educação, por temerem que o resultado venha a ser a baixa de notas e a impossibilidade de seguirem para as universidades.
"O meu filho sempre foi apoiado ao longo dos anos. Agora que vai fazer os exames mais importantes para o futuro dele é que lhe vão cortar as pernas e que o podem levar à reprovação", receia Maria Augusta Sousa, encarregada de educação do jovem que frequenta a Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, em Olhão. O receio desta mãe não é isolado.
Dezenas de queixas têm chegado à Associação de Dislexia e estão a criar polémica entre pais e Ministério da Educação, que atira responsabilidades para as escolas. Estima-se que existam cerca de 50 mil alunos com dislexia no total das escolas. Cinco mil, que frequentam o Secundário, vão ser avaliados, pela primeira vez, depois de lhes ser retirado o apoio e a atenção a que sempre tiveram direito.
São dezenas de queixas as que têm chegado à Associação Portuguesa de Dislexia (APDIS). A posição do Ministério da Educação é considerada pela dirigente Helena Serra como "uma lacuna", porque vai "cortar as pernas a alunos inteligentes". A APDIS reuniu dirigentes do Ministério da Educação e uma das medidas urgentes propostas foi "tornar extensiva a adaptação das condições de avaliação aos alunos disléxicos nos exames nacionais e de aferição, mesmo não estando ao abrigo do novo decreto-lei".

Cientistas holandeses apagaram memória associada a um medo induzido em voluntários

Há memórias que perseguem algumas pessoas que viveram acontecimentos traumáticos. Por exemplo, um acidente de automóvel, ou uma situação de guerra. E, ao serem evocadas, estas memórias desencadeiam a vivência de medo e de ansiedade que lhes está associada. Uma equipa de cientistas da Universidade de Amsterdão, na Holanda, testou agora com sucesso, ao nível da memória, uma droga normalmente utilizada para controlar a tensão arterial. A equipa admite que no futuro ela possa servir apagar lembranças assustadoras.
(...)

Novas tecnologias no ensino de crianças com deficiência


A RTP passou, no domingo, no mesmo horário da TVI, a reportagem Novas tecnologias no ensino de crianças com deficiência.

Segundo o site, cerca de 200 unidades especializadas em todo o país tentam ajudar e integrar as 45 mil crianças com deficiência, com mais dificuldades de aprendizagem. O ensino especial que vai ter agora um novo reforço financeiro.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Um grau de diferença"


"Um Grau de Diferença" é a reportagem da jornalista Ana Leal, com imagem de Ricardo Ferreira, sendo a montagem é de Pedro Cordeiro, que foi emitida hoje, dia 15 de Fevereiro, a seguir ao Jornal Nacional no Repórter TVI. Uma oportunidade de visionar!

Expo Criança 2009 Santarém


A DGIDC realiza um Seminário: Operacionalização das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar: formação e documentação de apoio no âmbito da Matemática e da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita, onde apresenta as publicações no âmbito destes domínios, com o testemunho de formadoras e formandas que participaram no processo.
Para participar no Seminário faça aqui a sua inscrição.

Ministério quer reduzir internamento de doentes mentais

O Ministério da Saúde está a ultimar um diploma que permitirá alargar os cuidados continuados aos doentes mentais, substituindo o internamento nos grandes hospitais psiquiátricos por apoios diversos junto da comunidade onde residem.
"Estamos a desenvolver os cuidados continuados em saúde mental. O diploma está na fase final de aprovação e vai ter financiamento, com um valor que não está ainda determinado", disse hoje a ministra Ana Jorge, na inauguração da Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras.
"A par e passo vamos conseguir descentralizar e desinstitucionalizar os doentes para que cada vez mais haja menos doentes internados", afirmou, recusando as críticas feitas hoje ao Jornal de Notícias pelo director do Serviço de Psiquiatria do Hospital Júlio de Matos.
José Jara disse que a reforma da psiquiatria "visa apenas poupar dinheiro" e que, com a redução do número de internamentos, "a situação é grave porque há doentes que carecem de protecção institucional em permanência".
Esta visão de "pessoas com esquizofrenia ou doença bipolar depositadas" em hospitais psiquiátricos, como o Júlio de Matos, "não é aceitável", frisou o coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental, José Miguel Caldas Almeida.
"Essas pessoas devem estar com as famílias, desde que estas tenham apoio e serviços perto, ou devem estar em unidades residenciais onde possam ter os cuidados de que necessitam", defendeu.
Aproximar os cuidados de saúde mental dos doentes, através da descentralização de serviços ou de cuidados continuados que possam ser prestados em estreita ligação com os centros de saúde, é o principal objectivo da reforma da psiquiatria.
"Porque os serviços ainda estão muito inacessíveis e centrados nos grandes hospitais psiquiátricos, muitos doentes mentais graves continuam sem tratamento em Portugal", alertou o coordenador.
Neste sentido, a ministra anunciou uma linha de apoio de cinco milhões de euros para incentivar a criação de novas unidades locais de saúde mental, com o intuito de passar a haver "um melhor acompanhamento [dos doentes crónicos] após a alta junto da comunidade" e assim reduzir o tempo de internamento.
Só no Centro hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, de que depende a unidade torriense, a reforma permitiu reduzir o número de camas ocupadas de 262 para 186, bem como o tempo internamento de 37 para 20 dias.
Desde que abriu no início do mês, a Unidade Comunitária de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras já atendeu 99 doentes, 16 dos quais recorreram a apoio médico pela primeira vez.
Com consultas de psiquiatria, psicologia, psicoterapia e ainda serviços de enfermagem e apoio social, a nova unidade pretende responder a uma população de 118 mil habitantes dos concelhos do Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, que até aqui tinham de se deslocar ao Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"Um grau de diferença"

Terminou agora mesmo a reportagem da TVI. Gostei! Gostei sobretudo pela naturalidade e pela seriedade da abordagem do tema da Educação Especial e, em particular, da problemática da Inclusão.
Ainda um pouco a frio, há algumas ilações a tirar:
- O ME, pela voz do Secretário de Estado, desconhece a realidade das escolas e da Inclusão! Este, refugiou-se no desconhecimento de situações concretas e socorreu-se das intensões, do desejável no futuro! E o presente? E o dia-a-dia das escolas?!
- As escolas, por outro lado, continuam sem condições arquitectónicas e recursos para poder responder de forma eficaz às características e às necessidades das crianças com NEE!
- Os docentes das turmas/grupos regulares não estão preparados para lidar com muitas das crianças com NEE. De facto, sente-se, no dia-a-dia, a angústia desses docentes na procura de soluções e na gestão pedagógica do tempo educativo de forma a poderem corresponder globalmente a todos os alunos da turma/grupo, respeitando as suas diferenças e limitações e os seus ritmos de aprendizagem!
- Os docentes de Educação Especial deparam-se, dia-a-dia, com situações onde são exigidos autênticos milagres, tendo, muitas das vezes, de recorrer aos seus recursos económicos e materiais na procura das respostas possíveis para os seus alunos.
Há, ainda, muitos trilhos a percorrer! E, para isso, cá estamos! Mas, penso que, para tal, devem ser criadas as condições mínimas exgidas para essa caminhada! Para o bem dos nossos alunos (com NEE) e da sociedade, em geral!

"Um grau de diferença" - reportagem TVI


"Um Grau de Diferença" é uma reportagem da jornalista, Ana Leal com imagem de Ricardo Ferreira, a montagem é de Pedro Cordeiro, que será emitida hoje, dia 15 de Fevereiro, a seguir ao Jornal Nacional no Repórter TVI.

A TVI foi conhecer a educação proporcionada pelo Estado às crianças que sofrem de uma qualquer deficiência - alunos cegos, surdos, autistas, com trissomia 21, com paralisia cerebral...
Foram às escolas de referência e o que encontraram foi surpreendente: a escola modelo, apresentada pelo próprio Ministério da Educação, é uma escola onde ninguém teve formação para estes alunos "especiais", onde não há materiais adequados, e onde os professores acabam por comprar, do seu bolso, muitos dos elementos necessários para estas aulas!

Comentário:

Vou tentar assistir a esta reportagem. Gostaria que os visitantes comentassem, sobretudo com as experiências que vão vivendo nas suas escolas.

Continuação de bom fim-de-semana!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Unidades de autismo do Porto com "falhas graves"

Um grupo de pais da Área Metropolitana do Porto queixa-se da escassez de recursos das unidades de autismo. No início do ano lectivo, a associação que dava apoio a estas estruturas renunciou ao contrato, alegadamente por cortes de verbas. A DREN encontra-se a monitorizar o projecto no terreno e rejeita as limitações financeiras.
Em Dezembro de 2008, um grupo de pais de unidades de autismo da Área Metropolitana do Porto enviou uma carta aberta à Direcção-Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), queixando-se da escassez de recursos humanos e apoios educativos destas unidades. A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) garante que "as situações são corrigidas à medida que se vão identificando".
Fernando Azevedo, pai de um menino de 7 anos com autismo, começa por avançar o que se tornou um lugar comum entre os pais contactados pelo EDUCARE.PT: "Em papel, a legislação para a educação especial está quase perfeita". No terreno, a Unidade de Ensino Estruturado (UEE) da Triana Santegãos - em Gondomar, onde se integra a EB1 da Boucinha -, na opinião de Fernando, funciona de uma forma deficiente. "Temos apenas 45 minutos quinzenais de terapia da fala e apoio psicológico", adianta.
Os encarregados de educação denunciam "diversas falhas, consideradas graves". Por exemplo: "A EB1 da Maia tem 10 alunos para três professores, numa sala estruturada para apenas seis alunos." Além disso, assinalam, na terapia da fala, "o apoio quinzenal ou semanal de 30 minutos", na psicologia, "terapias durante o período de aulas das crianças", na psicomotricidade "ausência de apoios individuais ou 30 minutos semanais".
As UEE para alunos com Perturbações do Autismo (PEA) são uma novidade da actual legislação, embora, na prática, muitas destas estruturas já existissem antes do Decreto-Lei n.º 3/2008, que entrou em vigor em Janeiro do ano passado. Segundo declarou ao EDUCARE.PT Conceição Menino, coordenadora do Gabinete de Acompanhamento à Educação Especial da DREN, "na região Norte existem mais 10 a 12 unidades", o que corresponde a um reforço de 260 mil euros. Ao todo, para 2008/2009, a DREN dispõe de um milhão de euros. À Direcção Regional cabe gerir os recursos, sendo que às escolas cumpre sinalizar as Necessidades Educativas Especiais (NEE).
"O sistema pode funcionar"
Entre umas e outras competências, na perspectiva de Sofia (nome fictício), algo se perde pelo caminho. "O que eu sinto é que, mesmo que haja boa vontade a nível superior, há pouco envolvimento e esforço da parte dos agrupamentos", confessou esta mãe de uma criança autista, que pede o anonimato para revelar a opinião.
Quando Irene Barreira temia que o filho recebesse mal a novidade de mudar de escola, tudo se conjugou para a solução perfeita. Em vez de deixar a EB1 da Praia, em Leça da Palmeira, esta mãe encontrou abertura suficiente para ter António na mesma unidade do ensino regular, enquanto faz o apoio individualizado na unidade de Santa Cruz do Bispo, também no concelho de Matosinhos. É certo que Irene continua a pedir "mais verbas e mais supervisão da DREN nas unidades". Como argumenta, "se uma terapeuta tem 80 crianças numa semana, é impossível fazer reuniões de avaliação e cruzar resultados entre colegas". No entanto, a sua experiência diz-lhe que, "afinal, o sistema pode funcionar, as boas vontades das pessoas é que nem sempre funcionam".
A mudança de ano lectivo traduziu-se em preocupação para Maria (nome fictício). Até aqui, o filho, que frequenta o estabelecimento de ensino do 1.º ciclo do Bom Sucesso, no Porto, beneficiava de uma hora por semana de terapia da fala, quando no início do ano lectivo esta emagreceu 30 minutos. "O que é meia hora de terapia da fala?", questiona. Também no Agrupamento de Escolas de Valadares, em Vila Nova de Gaia, o filho de Luís Ramos (que frequenta a EB1 de Lagos) recomeçou a escola com 30 minutos semanais de terapia da fala. "Em meia hora, o meu filho mal consegue chegar, sentar e estabilizar", afirma.
"Número de técnicos é igual"
"Se compararmos este ano com o anterior, vemos que o número de técnicos é igual", defende Conceição Menino. Para a coordenadora, tudo se baseia nas necessidades específicas de cada criança. "Temos unidades com sete alunos e três professores, como outras com sete alunos e dois professores, dependendo das necessidades em questão", explica. "Para a DREN, trata-se de um processo administrativo", comenta Luís Ramos, que, em Dezembro, ainda não tinha o Programa Educativo Individual do seu filho aprovado.
Embora a Direcção Regional rejeite a existência de restrições orçamentais, este é um factor que os pais referem sistematicamente. Em Setembro, a AICI (Associação para a Integração de Crianças Inadaptadas) rompeu o protocolo com o Estado, alegadamente, "porque esta associação estava a sofrer muitos cortes", afirma Sofia. No mesmo sentido, Luís Ramos cita exemplos: "Estrangularam [financeiramente] a balneoterapia, que com a mudança da associação foi extinta". Segundo revela este pai, "no ano lectivo de 2008/2009 houve um corte de 25% na verba atribuída pela DREN à AICI". Conceição Menino diz desconhecer os motivos que levaram ao rompimento do protocolo, mas afasta a questão monetária. "Suponho que não [se deve a cortes nas verbas], porque os financiamentos foram muito superiores e os agrupamentos tiveram reforço financeiro".
Os pais reclamam, ainda, da "instabilidade do pessoal e falta de auxiliares". Fernando Azevedo declara que, na Boucinha, "as auxiliares não têm formação em autismo". Luís Ramos aponta a mesma falha em Lagos. "Todo o trabalho com o meu filho está a ir por água abaixo, porque não há uma passagem de testemunho", conclui. "Tentámos, sempre que possível, manter os técnicos e arranjar outros com formação na área", responde Conceição Menino, manifestando confiança no trabalho do Instituto São Manuel, que "dá garantias de sucesso do projecto".
Unidade de multideficiência no caminho "ideal"
Há 10 anos (tantos quantos tem a sua filha) que Rui Silva, presidente da Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola do 1.º ciclo e Jardim de Infância de Lagos (APELA) decifra o vocabulário da educação especial. Inserida numa unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência, a menina de Rui "só pode andar apoiada e tem que ter acompanhamento personalizado". Para este pai, a nova legislação foi uma bênção: "Nós gostamos deste modelo, queremos as nossas crianças junto de outras, no ensino regular e com apoio individualizado."
A unidade de Lagos para a multideficiência tem sido apoiada pela Cercigaia e, na opinião de Rui, "este ano está a caminhar para o ideal". O que não o impede de desejar um maior patamar de qualidade. "Necessitamos de equipamentos técnicos especializados na área das tecnologias, que estão para chegar", enuncia.
Sendo a actual legislação muito específica nas necessidades a atender (autismo, multideficiência, educação bilingue de alunos surdos, cegos e com baixa visão), é omissa relativamente às NEE que não encaixam nestes parâmetros, como a dislexia ou a hiperactividade. "Há muitas crianças que, possivelmente, não estão abrangidas pelos apoios e ninguém tem a noção do número dos que padecem de outras necessidades", comenta Rui Silva. "Eu já quase que dou graças a deus por o meu filho ser autista", ironiza Irene Barreira.
Comentário:
Bem... cada qual tire as suas conclusões!! Pelo que conheço, de agrupamentos vizinhos, as unidades não estão a funcionar correctamente, nem sequer possuem os técnicos necessários, identificados no processo da sua criação! Mas enfim, aguardemos pela avaliação relativa à implementação da CIF!

Congresso Internacional - International Congress - Participação do Prof. Doutor António Damásio


O CADIn está a preparar o Congresso internacional - "Perturbações do Desenvolvimento: da Infância à Idade Adulta", que se irá realizar de 25 a 28 de Março de 2009. Este será um evento de referência na área, onde estarão presentes convidados nacionais e internacionais. Trata-se de uma oportunidade única para conhecer os dados mais recentes de investigação no âmbito da avaliação e da intervenção em Perturbações do Desenvolvimento.

Competência social nos alunos com NEE: nível de inteligência, idade e género

Neste trabalho avaliam-se os aspectos da competência social nos alunos diagnosticados com atraso mental.

Três crianças por dia fazem exame por violação

Segundo os dados disponíveis do Instituto de Medicina Legal (IML), relativos ao ano de 2007, mais de metade dos 1108 exames por violações realizados tiveram como vítimas menores de 14 anos. Dividindo os 720 casos pelo número de dias úteis em que os serviços estão a funcionar, dá uma média de quase três por dia. De acordo com um porta-voz oficial desta entidade, os números de 2008 ainda não estão consolidados "mas não deve haver uma grande alteração em relação a 2007".
Teresa Magalhães estudou e comparou os casos de abuso sexual, intrafamiliar e extrafamiliar, de crianças. O trabalho compreende um período de dez anos, entre 1997 e 2007. Foi feito o perfil da vítima e do agressor.
De acordo com esta investigação, há menos violência física, que nos casos que acontecem fora da família, mas a violência psicológica é muito maior. "Há crianças que chegam aos nossos serviços e, antes de começarem a falar, perguntam: 'vão prender o meu pai?' Têm medo de represálias", conta Teresa Magalhães.
Recuperar de um trauma desta dimensão é quase impossível, como confirma Cristina Soeiro, psicóloga da Polícia Judiciária, especialista neste tipo de crime. "O risco é tanto maior quanto maior é a diferença de idade entre a vítima e o agressor, quanto mais cedo começar o abuso e quanto mais tempo durar". Determinante para a recuperação é, sublinha esta perita, "um bom suporte social, principalmente da mãe".

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tratamento psicológico da hiperactividade infantil: um programa de intervenção no âmbito escolar

Nas minhas "viagens internéticas", deparei-me com este texto, no blog Terrear, que me despertou interesse.
O artigo "Tratamento psicológico da hiperactividade infantil: um programa de intervenção no âmbito escolar" apresenta um modelo para tratar a hiperactividade em contexto escolar. A actuação terapêutica é desenvolvida através de um programa de natureza multimodal, estruturado em seis fases sucessivas, com objectivos específicos e actividades precisas, desenhadas para cada uma das etapas previamente diferenciadas.
O artigo está escrito em castelhano.

Escola não ajudou aluno ferido

Há quatro meses, um corte de x-acto na aula de Educação Visual fez Pedro Nuno, de 14 anos, trocar o basquetebol e a BTT pela fisioterapia. Os pais acusam a Escola Secundária da Trofa de "negligência" e de não terem accionado o seguro.
Um colega feriu Pedro acidentalmente no polegar direito com um x-acto, no dia 16 de Outubro passado. A lâmina cortou-lhe um tendão. "Fui à professora, mostrei-lhe a mão e ela ficou desnorteada. Disse para eu ir às empregadas", contou, ao JN, o aluno do 7.º ano. O aluno pediu ajuda a uma colega de turma com a docente dentro da sala.
A sangrar, abeirou-se das auxiliares que, sem o acompanharem, o "mandaram para outro pavilhão". Só aí lhe foi prestado auxílio. "A empregada desinfectou-me o dedo e mandou-me cá para fora". Segundo o rapaz, que se queixava de "não sentir o polegar", nunca lhe foi dito que iria ser levado ao hospital.
Incapacidade permanente
Alertados pela colega de Pedro, os pais levaram o filho ao Hospital da Trofa, onde foi operado - o dedo não dobra, mas a fisioterapia deu-lhe escassos milímetros de mobilidade. De acordo com os médicos, o rapaz arrisca-se a ficar com "incapacidade permanente", facto que obrigaria a Escola Secundária da Trofa a comunicar o acidente à Direcção Regional de Educação do Norte. Não se sabe se tal foi feito nem se foi instaurado um inquérito ao acidente, apesar de o advogado ter inquirido o Conselho Executivo. "Estou à espera de alguma resposta desde o dia 23 de Dezembro", contou Hernâni Gomes.
Conta de 1400 euros
Com uma conta 1400 euros da cirurgia do filho por pagar, Nuno e Miquelina Pereira querem "que a escola assuma as responsabilidades". Porque, até agora, "não há descrição do acidente para se accionar o seguro" escolar, alerta o advogado da família, que estranha a actuação da escola: "O que mais me faz impressão é o total desacompanhamento" da criança.
O Conselho Executivo não recebeu os pais de Pedro nem sequer os contactou. Nuno e Miquelina só conseguiriam falar com a directora de turma, que lhes disse não terem "direito a nada" por se socorrerem de uma unidade de saúde privada. "É o hospital mais próximo", contrapõe Hernâni Gomes - a unidade pública mais perto fica em Santo Tirso. Miquelina indigna-se: "Qual era o pai que não fazia o que nós fizemos?".
Em carta de 22 de Dezembro, a escola afirma ter "chamado a ambulância dos Bombeiros Voluntários da Trofa para o conduzir [o aluno] ao hospital". Contactada pelo JN, fonte da corporação garantiu "não ter registo" de chamadas perto da hora do incidente. "Dos dados de que disponho, os bombeiros não foram contactados via escola nem via INEM".
O presidente da Direcção Executiva da Secundária da Trofa, José Manuel Antunes, recusou-se a responder aoJN, declarando que, "de acordo com a lei, o seguro só paga os tratamentos que são feitos nos estabelecimentos de saúde públicos". "Tratamos do caso com profissionalismo e de acordo com a lei", acrescentou.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Currículo Funcional no Contexto da Educação Inclusiva

Currículo Funcional no Contexto da Educação Inclusiva
Ana Maria Bénard da Costa

Introdução
Ao longo de todo o século passado, os programas de “educação especial” dirigidos para as crianças e jovens com deficiência intelectual acentuada foram marcados, nos países em que este sector educativo assumiu mais vastas dimensões, por diversos factores: (a) a publicação da lei norte americana PL.94/142, (b) os desenvolvimentos de estratégias comportamentalistas, (c) a introdução de programas de educação precoce e, de um modo geral, (d) o progresso nos domínios da avaliação e da intervenção educativa especializada. Uma crescente percentagem desta população passou a ser admitida em estruturas educativas, na maior parte dos casos escolas ou classes especiais, diminuindo progressivamente o número dos que eram excluídos de qualquer programa ou enviados para instituições de carácter assistencial ou psiquiátrico.
No entanto, ao longo dos anos 70, a análise da situação dos jovens com este tipo de deficiência que tinham saído dos programas educativos especiais revelou fragilidade e ineficiência desses mesmos programas. De facto, inúmeros estudos de follow-up realizados em diversos países revelaram que a maioria não tinha conseguido as condições de autonomia e de integração social e laboral que permitissem ter uma vida considerada com qualidade. Com base nestes dados, surgiram diversos estudos e projectos de intervenção que questionaram os programas educativos vigentes, e propuseram caminhos radicalmente diferentes que visassem a preparação destes alunos para uma vida autónoma e integrada. Colocou-se no cerne do processo educativo a questão da transição dos alunos para uma vida activa e foram experimentadas estratégias diversificadas envolvendo, não somente as escolas, mas os serviços de acção social e emprego, os recursos da comunidade, as famílias e os próprios alunos.
É neste contexto que surge, entre muitas outras, a obra do Professor Lou Brown que tivemos ocasião de conhecer e de poder utilizar na orientação do trabalho que realizámos em Portugal e que, neste artigo irei, de forma breve, apresentar. O nosso objectivo com este artigo é oferecer aos educadores uma abordagem que tem revelado enorme eficácia na inclusão educativa, social e profissional desta população a qual, em tão elevadas percentagens se mantém em situações de segregação, inactividade, dependência e solidão.
Em primeiro lugar vamos apresentar a definição da população-alvo destes programas de tipo funcional, tal como ela nos é apresentada por Lou Brown;
Em segundo lugar, centramo-nos sobre os conceitos que norteiam as práticas propostas para as crianças e para os jovens em causa;
Em terceiro lugar referimos as características fundamentais desta abordagem funcional e a forma como ela pode ser posta em prática nas escolas regulares, no meio familiar, na comunidade e nos contextos laborais.
Em quarto lugar focamos as estratégias preconizadas por Lou Brown para aplicação dos programas educativos funcionais.
Em quinto e último lugar enquadramos a perspectiva funcional no contexto da educação inclusiva.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

“Dez ideias (mal) feitas sobre a Educação Inclusiva”

Podemo-nos perguntar: Que é então estar incluído? Como se articula a necessidade imperiosa de ter uma identidade numa comunidade restrita de pertença com a inclusão em grupos mais latos?
Como se relaciona a Inclusão com a mobilidade da pessoa em diferentes grupos e contextos sociais? De que forma estar fortemente integrado num determinado contexto identitário pode ser impeditivo da pessoa participar ou se relacionar com outros contextos? A Inclusão é necessária?
E é essencial? Para quem?
E a Inclusão na Educação?
O conceito de Inclusão no âmbito específico da Educação, implica, antes de mais, rejeitar, por princípio, a exclusão (presencial ou académica) de qualquer aluno da comunidade escolar. Para isso, a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusiva (EI) desenvolve políticas, culturas e práticas que valorizam o contributo activo de cada aluno para a construção de um conhecimento construído e partilhado e desta forma atingir a qualidade académica e sócio cultural sem discriminação.
Este extracto foi retirado da introdução do texto “Dez ideias (mal) feitas sobre a Educação Inclusiva”, da autoria de David Rodrigues.

Biblioteca Digital

Como o saber nãpocupalugar, divulgo o endereço de uma biblioteca digital, com bastantes obras disponíveis. Em Língua Portuguesa, podemos encontrar 730 obras.
Neste lugar, podemos ir, gratuitamente, ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;vescutar músicas em MP3 de alta qualidade; ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia; ter acesso às melhores histórias infantis e vídeos da TV ESCOLA e muito mais.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conferências “ Viver com Qualidade”

A Fundação Beatriz Santos tem a sua actividade orientada para a promoção da qualidade de vida das pessoas. Vai promover o ciclo de Conferências “ Viver com Qualidade” que decorrerá em Fevereiro Março e Abril de 2009 , em Coimbra.
A entrada é livre mas sujeita a inscrição.

"São precisos professores que gostem de ler"

Carlos Reis foi convidado pelo actual Governo para coordenar a equipa que elaborou os novos programas de Português dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, actualmente em consulta pública.
As crianças a que se destinam os novos programas são muito diferentes daquelas às quais se dirigiam os que estão em vigor, de 1991?
Muito. Em 1991 as crianças não mandavam mensagens de telemóvel e agora mandam, não escreviam em "salas" de conversação na Internet e agora escrevem - e isso faz uma diferença brutal. Os protocolos de escrita mudaram completamente, houve uma certa dessacralização da linguagem. As palavras não se escrevem por inteiro, a sintaxe desintegrou-se...
Até que ponto isso é negativo?
Em si, não é negativo nem positivo. O problema é que, tanto quanto me parece, há uma geração que incorporou esse tipo de linguagem como normal e não é capaz de destrinçar os usos e os contextos em que a pode usar.
Combater essa tendência é uma preocupação nos novos programas de Português?
Sim, há orientações bastante claras quanto a isso. Não faz sentido contrariar o uso daquele tipo de linguagem, mas é necessário estabelecer critérios. Fazer com que os alunos percebam claramente que não podem escrever da mesma maneira quando enviam uma mensagem e quando estão a fazer um exame.
Alguns dos elementos da geração a que se refere já são professores...
Esse é um dos problemas, mas não o único. Não se pode, naturalmente, generalizar, mas há muitos professores - não só, mas principalmente os que saíram dos institutos politécnicos - que foram formados à luz de uma concepção... eu diria... muito desenvolta, muito expedita do que é falar e escrever em português.
Refere-se à falta de qualidade da formação de que falou, recentemente, o secretário de Estado da Educação?
Não, essa é outra questão, grave e a exigir actuação imediata. Quando falo dos politécnicos, refiro-me ao facto de nos últimos 20 a 30 anos se ter dado uma importância excessiva à componente pedagógica pura e dura. Não nego a sua relevância, mas teve um desenvolvimento e um peso que puseram em causa a dimensão científica. Esqueceu-se o óbvio: eu não posso ser um bom professor de Física se não souber Física, não posso ser um bom professor de Português se não tiver um conhecimento aprofundado e sistemático da língua.
Esses professores de que fala são os mesmos que vão implementar os novos programas de Português. Não estamos perante um ciclo vicioso?
Que tem de ser cortado. Para implementarem os novos programas, os professores deverão ser apoiados com acções de formação nas respectivas áreas científicas. E em relação aos alunos o programa é muito claro no combate a uma cultura de facilitismo e de tolerância ao erro, também ela relacionada com determinadas concepções pedagógicas.
Como é que, na prática, isso se combate?
De duas formas. Antes de mais, acabando com a chamada "pedagogia do erro". Aquela coisa de "se o menino erra tem de se valorizar o erro, a expressividade...". Sou completamente contra isso. Um erro é um erro, em Português como em Matemática. Se no discurso corrente, quotidiano, o sujeito não concorda com o predicado, isso é um erro.
E a segunda......
está profundamente relacionada com o primeira. Os novos programas revalorizam aquilo a que os especialistas chamam o conhecimento explícito da língua e, dentro dele, o domínio da gramática, que durante anos foi, por assim dizer, marginalizada. Não pretendemos martirizar ninguém, mas sim que a língua mantenha alguma coesão. Porque a gramática não é um fim em si mesmo, é um instrumento fundamental para que possamos, justamente, ter a noção do erro.
Há uma intenção de ruptura na elaboração dos programas, então?
Não, isso não. Não poderia haver. Os programas - estes ou os de qualquer outra disciplina - não são feitos para um colégio privado. São para funcionar num espaço nacional, têm de ter em conta todos os professores (o que sabem e o que podem aprender) e todos os alunos (os ricos e os pobres, os que têm famílias cultas e os que não têm). Não é possível fazer rupturas, apenas ir mudando alguma coisa.
Há muito que se reclama uma revalorização dos textos literários. Isso acontece com estes novos programas?
Devido ao contexto de que falei, talvez não tanto quanto muitos esperavam. Mas, sim, há a revalorização do seu papel formativo. Actualmente, os poucos textos literários apresentados aos alunos são utilizados como textos ilustrativos de coisas que têm pouco a ver com a literatura. Usar um soneto de Camões para explicar o que é o discurso argumentativo, por exemplo, é matar o soneto de Camões. Ele tem de ser percebido pelos alunos como uma grande peça lírica, que representa e modeliza uma emoção, uma visão do mundo, um sentimento. Mas, mais uma vez, esse não será um objectivo fácil de atingir sem, paralelamente, fazermos os possíveis e os impossíveis para que os professores sejam grandes leitores.
E não o são?
Infelizmente, não acho que sejam. Terão excelentes explicações - não têm tempo, o trabalho na escola está muito burocratizado... -, mas isso não resolve o problema. Para termos alunos que gostem de ler são precisos professores que gostem de ler, que entendam a literatura como um domínio de representação cultural com uma grande dignidade e com uma enorme capacidade de nos enriquecer do ponto de vista humano. Claro que isto ultrapassa, em muito, a esfera de actuação de quem prepara programas de Português, e está intimamente relacionado com a actual crise das Humanidades.
Essa crise deve-se às opções políticas?
Também. Nem toda a gente tem de ler Platão e de traduzir latim. Mas está à vista que a hipervalorização, às vezes até um bocadinho provinciana, das tecnologias traz consigo lacunas consideráveis na forma de olharmos para o outro, de pensarmos no que é justo ou injusto, no que é solidário e não o é, no que é bonito e no que é feio - e que encontramos na Literatura, na História, na Filosofia....
A recuperação do atraso científico e tecnológico não deve ser feita à custa da desqualificação - política, até - de outras componentes da nossa cultura. A distribuição de computadores, dos Magalhães, pelas crianças não faz passar a mensagem inversa?
Faz. É um esforço muito interessante, mas que se arrisca a pôr em causa outros tipos de saberes. Quero acreditar no argumento de alguns - o de que o Magalhães permite o primeiro acesso à leitura por parte de muitos miúdos que não têm livros em casa. Mas, ainda assim, não deixa de ser necessário contrabalançar esta hipervalorização do computador com outras medidas. Com o investimento no Plano Nacional de Leitura, a criação de bibliotecas...
O contributo dos programas de Português para a transformação da relação com a língua que pensa ser necessária acaba por ser escasso...
O programa provoca uma transformação, isso é claro. Combate a cultura do facilitismo e contraria o erro; procura valorizar a sistematização da língua, incentivar a leitura de bons textos... Mas, sim, que não haja a ilusão de que novos programas, sejam do que for, resolvem, só por si, os problemas. A situação exige muito mais.
Público em suporte de papel 09/02/2009

Proposta sobre a estruturação da carreira docente

O Ministério da Educação apresentou às associações sindicais propostas sobre a estruturação da carreira, designadamente a introdução de novos escalões e a regulamentação de um prémio de desempenho de acordo com os resultados da avaliação.
Comentário:
Em época de crise, e para suavizar a crítica do economicismo subjacente ao modelo actual da carreira docente, o ME resolveu abrir os cordões à bolsa ao definir e propor prémios pecuniários para várias situações! Como se o dinheiro comprasse tudo!!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Que geração será a das crianças que vão passar doze horas na escola?

Adolescentes como os do filme Paranoid Park, quase delinquentes. Ou como os outros, sem mais dramas. Mas o tempo a mais na escola deve ser para brincar
Diz o psiquiatra Daniel Sampaio: "O que é preciso é modificar os horários dos pais e não aumentar o tempo de permanência das crianças na escola. Se persistirmos neste modelo, estaremos a criar uma geração de adolescentes como a do Paranoid Park, do Gus Van Sant", ou seja, jovens a arriscar a fronteira da delinquência.
Desdramatiza o neuropediatra Nu-no Lobo Antunes: "Não antecipo na-da esse cenário. Não creio que a permanência das crianças na escola durante mais tempo vá provocar uma hecatombe ou deitar a perder uma geração. Não sendo a situação ideal, não me parece que as crianças fiquem mal empregues".
A possibilidade de as escolas do 1.º ciclo do ensino básico funcionarem 12 horas por dia, entre as sete da manhã e as sete da tarde, posta esta semana em cima da mesa pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), está longe de gerar consensos. A filosofia é adequar o horário das escolas públicas às jornadas de trabalho dos pais, libertando-os da necessidade de recorrer aos ATL (Actividades de Tempos Livres) que, ainda por cima, saem muito caros. De caminho, procura-se pôr a escola pública a funcionar numa lógica de centro escolar, capaz de oferecer terreno seguro para a brincadeira e para aprendizagens alternativas.
O Ministério da Educação garante que nada está decidido. "As actividades de enriquecimento extracurricular têm uma comissão de acompanhamento que analisará todas as eventuais propostas que surgirem nesse sentido. Só depois o ministério poderá avaliar e decidir", lê-se na resposta às perguntas colocadas pelo PÚBLICO. E dali não se arranca nem mais uma vírgula. Mas o presidente da Confap, Albino Almeida, garante que o processo está a ser negociado há um ano e está em fase avançada.
Para Daniel Sampaio, porém, a equação está posta ao contrário. "A escola não é feita para substituir a família", sustenta. Se persistirmos neste modelo, ou seja, na legitimação da ideia de que os pais não têm tempo para cuidar dos filhos, "estaremos a contribuir para que as crianças se transformem em adolescentes sem regras". Como os do filme de Gus Van Sant. "Não é um bom caminho", insiste, preconizando que os pais - "pelo menos um deles" - tem de poder chegar a casa mais cedo para estar com os filhos, "pelo menos até que estes tenham 15 anos".
Uma nova organização social é o que reivindica também a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). "Pobres pais e pobre sociedade em que se propõe que as crianças possam ficar doze horas enfiadas numa escola", reage Francisco Almeida, daquele sindicato, para quem o novo Código de Trabalho vem desregular ainda mais o já desregulado mundo laboral na relação que este tem que ter com a família.
"As bolsas de horas vão permitir que as pessoas possam fazer jornadas de trabalho intensivas durante um período e que compensem depois, o que traz óbvias dificuldades de conciliação do trabalho com a família", acrescentou, pondo-se a fazer contas: "Se uma criança fica doze horas na escola, dorme oito e gasta uma hora ou hora e meia nos transportes não tem tempo nenhum para estar com os pais: se assim for, haverá miúdos que não chegam a deitar-se no colo do pai".
Para Nuno Lobo Antunes o ideal seria que fosse diferente. Mas, "num tempo em que para os casais terem um mínimo de qualidade de vida é fundamental a existência de dois salários, e numa altura em que para se ser competitivo no mundo do trabalho tem que se dispor de mais horas do que as que seriam exigíveis, o alargamento do horário das escolas "é uma medida que resulta das necessidades e das circunstâncias do tempo actual".
Nada que ameace traumatizar as crianças. "A verdade é que imensa gente frequentou colégios internos, portanto muito mais longe da família, e não me parece que isso lhes tenha tirado capacidade de imaginação ou autonomia", desdramatiza, lembrando que, "em muitos lares, a escola ainda é o espaço mais saudável a que as crianças têm acesso".
A professora na Escola Superior de Educação de Coimbra, Lucília Salgado, não anda longe deste raciocínio. "O ideal era que os pais estivessem com as crianças, mas isso é uma utopia no cenário actual de falta de emprego em que as empresas não cedem nada e os pais têm que trabalhar o máximo de tempo possível para conseguirem sobreviver". Portanto, ou as escolas se adaptam ou "muitas crianças ficam ao deus-dará ou a ver televisão, já que a rua há muito que deixou de ser espaço de brincadeira".
No cenário actual, o importante é garantir que este alargamento não signifique mais trabalho. "Cinco horas de estudo chegam. O resto do tempo tem que obedecer à regra dos três D's: descansar, divertir e desenvolver", defende Lucília Salgado. Um tempo que "seja de aprendizagem mas com características lúdicas e sem stress escolar".
O investigador Manuel Sarmento, do Instituto de Estudos da Criança, também impõe condições ao aumento da permanência na escola. "As actividades têm que ser organizadas pelas escolas, em articulação com as autarquias, e numa lógica de articulação com a comunidade.
Por outro lado, é crucial que as cri-anças tenham autonomia para decidir o que querem fazer e que a supervisão a que ficam sujeitas não esmague as suas possibilidades de desenvolvimento enquanto seres sociais".

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Formação modular: uma via para os alunos com NEE?


Os alunos que beneficiam de currículo específico individual, após a frequência da escolaridade obrigatória, vêem-se privados de prosseguir estudos. Para além desta natural limitação, debatem-se (e debatemo-nos!) com o problema da inserção na vida activa e no mercado de trabalho.

Os Planos Individuais de Transição (PIT) foram criados visando essencialmetne o objectivo de transição da escola para a vida activa, para o mercado de trabalho, atendendo às especificidades de cada aluno. No entanto, há concelhos onde não existem instituições com valências que possam apoiar estes alunos e acompanhá-los posteriormente. Não existem Centros de Actividades Ocupacionais, Centros de Formação Profissional...

Na procura de respostas para estes alunos, deparei-me com a formação modular, regulada pela Portaria n.º 230/2008, de 7 de Março. Numa primeira leitura, fiquei um pouco entusiasmado porque vislumbrei uma forma de facultar alguma formação profissional certificada aos alunos que apresentam algumas limitações cognitivas.

A formação modular regula-se pelos referenciais constantes do Catálogo Nacional de Qualificações, podendo corresponder a unidades de formação de base, da componente de formação tecnológica, ou a ambas. Esta formação não pode exceder as seiscentas horas.

A conclusão de um percurso de qualificação através de formação modular exige a realização da formação prática em contexto de trabalho, sendo este de carácter obrigatório para o adulto que não exerça actividade correspondente à saída profissional do curso frequentado ou uma actividade profissional numa área afim.

Perante o articulado da referida portaria, fiquei com a sensação de que é possível, após a frequência da escolaridade obrigatória, manter os alunos com NEE mais algum tempo no sistema educativo e possibilitar-lhes uma formação profissional, ainda que ajustada às suas características.

Gostaria de contar com a colaboração de outros colegas sobre esta matéria, designadamente experiências que estejam a implementar! Para o bem dos nossos alunos!

A FAMÍLIA COM FILHOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS


A família hoje, como outrora, é o elo de ligação essencial e primeiro, entre o indivíduo, a natureza e a cultura.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Prioridades de Formação Contínua para 2009

Por despacho de 27-01-2009 do Secretário de Estado da Educação, foram definidas como prioritárias, para o ano de 2009, as acções de formação contínua destinadas ao Pessoal Docente dos estabelecimentos de educação e ensino não superior de acordo com as temáticas que se seguem:
a) Ciências de especialidade que constituam matéria curricular nos vários níveis de educação e ensino;
b) Projecto “Competências TIC” no âmbito do Plano Tecnológico da Educação;
c) Avaliação de desempenho.

O que fariam os deputados se regressassem à escola


Deputados que são professores comentam o estado actual da educação com críticas e sugestões à mistura. As opiniões estão num inquérito no "site" do Parlamento Global.
"Se fosse professor agora, o que faria?" A questão é colocada aos deputados professores que suspenderam a profissão por motivos políticos. É na Assembleia da República que a questão é colocada. As opiniões dividem-se. Critica-se o modelo de avaliação, afirma-se que a ministra da Educação não está receptiva ao diálogo, mas também há vontade e disponibilidade para colaborar. As respostas estão num inquérito conduzido pela SIC e Rádio Renascença e disponíveis no site do Parlamento Global. São cerca de 30 os deputados professores, a maioria do PS.
Deixaram os bancos da escola e agora sentam-se nas cadeiras do Parlamento. A avaliação de desempenho da classe docente foi, por diversas vezes, abordada nessa casa onde se aprovam ou chumbam leis. A Oposição tentou suspender o modelo proposto pelo Ministério da Educação, mas sem sucesso. Se voltassem à escola, os deputados professores sabiam o que fazer. "Não tinha dúvida nenhuma de que tudo iria fazer para impedir a continuidade deste modelo", responde a deputada independente Luísa Mesquita. Na sua opinião, o modelo é errado e não se pode copiar os que existem no estrangeiro. "As avaliações não podem ser adaptadas, não podem vir do Chile, da França ou de Inglaterra e ser adaptadas ao nosso país." É preciso, defende, ter em conta a realidade e fragilidades do modelo de ensino português. "Face a estas críticas permanentes, a senhora ministra cria um remendo aqui e um remendo acolá." Resultado? Instabilidade. "Não há espaço onde seja mais necessária estabilidade emocional - diria mesmo estabilidade comportamental - de todos os agentes do que a escola", conclui.
Honório Novo, deputado do PCP, saiu à rua no protesto que juntou 120 mil professores em Lisboa. "É uma política que divide os professores em castas, que promove a burocracia, a resma de papel, a perda inútil de tempo." "Estamos a tentar remendar um vaso, um copo, um balde que já tem muitos buracos - e mesmo que tapemos um buraco, ele não deixará de deitar água". O deputado apresenta duas soluções para o Governo "ver" o que todo o país já viu, ou seja, que o modelo "está condenado ao fracasso". "Das duas uma: ou compramos uns óculos ao Governo e à ministra ou abrimos-lhes os olhos forçosamente."
Júlia Caré, do PS, chegou a votar a favor da suspensão da avaliação, num projecto do PSD que foi chumbado. "Estaria muito preocupada com a situação presente e futura da escola pública." "A escola só pode reproduzir a sociedade onde está inserida. Ponto. E se não lhe são dados meios, quer em compreensão, quer em solidariedade... solidariedade já era óptimo". Teresa Portugal, do PS, já está na reforma e lembra que dar aulas tem também uma vertente artística. "É de uma enorme dificuldade ajudarmos a crescer aqueles que estão a crescer", sublinha. Cecília Honório, do BE, estaria ao lado dos que contestam a actual avaliação. "Desenvolveria todas as formas possíveis para boicotar esse processo de avaliação", garante. O colega de bancada, Luís Fazenda, defende que o modelo deve mudar e que o actual não deveria avançar "independentemente da realidade das escolas". Antes de tudo, sublinha, é preciso analisar as carências dos estabelecimentos de ensino para tentar superá-las. "Desde Abril que a ministra não tem condições para dialogar", comenta.
"Faria o que sempre fiz, actuaria pela minha própria cabeça", responde Agostinho Gonçalves do PS. "Os alunos chegam à escola mal-educados, repito mal-educados. A escola tem de ensinar, mas os pais também têm de educar." Ricardo Gonçalves, também do PS, defende que é preciso seguir outro caminho. "A escola tem de começar por encontrar soluções para se avaliar a si própria." Odete João, do PS, absteve-se quando o PSD apresentou a primeira proposta para a suspensão da avaliação. Em seu entender, o modelo tem "problemas ao nível da sua execução", nomeadamente na avaliação feita no pré-escolar e no 1.º ciclo. "Estou solidária com os professores, que, neste momento, atravessam um momento difícil", afirma.
A deputada socialista Fernanda Asseiceira lembra que não há modelos perfeitos, reconhece que o actual precisa de melhorias, que é preciso "limar arestas", e confessa que não gosta de ouvir termos como "braço-de-ferro" e "guerra aberta". Expressões que "impedem o diálogo". "Gostaria de ver este processo encarado de uma forma mais tranquila por todos". O que faria? Asseiceira daria o seu contributo "para que as melhorias fossem feitas". Alda Macedo, do BE, teria uma atitude diferente. "Se estivesse na minha escola do meu coração, rompia com este ciclo de individualismo e isolamento."
Comentário:
Pois... mas não se encontram nas escolas! Lamento que o texto não apresente o comentário de todos os deputados docentes, designadamente os que foram eleitos pelo círculo eleitoral do meu distrito! Mas...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ACOMPANHAMENTO E MONITORIZAÇÃO DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERENCIAL PROPOSTO PELA CIF - relatório final - Açores

A CIF constitui um sistema de classificação multidimensional e interactivo que permite descrever a funcionalidade do ser humano e as suas restrições, servindo ainda como enquadramento para organizar essa informação de maneira integrada e facilmente acessível.
A utilização da CIF como quadro de referência para a avaliação das necessidades educativas especiais não se restringe, contudo, à utilização de um novo instrumento de trabalho. Postulando que qualquer sistema pode afectar e ser afectado por qualquer um dos outros sistemas, o modelo biopsicossocial no qual a CIF se encontra ancorada, pressupõe uma abordagem sistémica, ecológica e interdisciplinar na compreensão do funcionamento humano, o que requer a implementação de dinâmicas de trabalho colaborativo entre os diferentes intervenientes no processo de avaliação/intervenção.
No âmbito do acompanhamento e monitorização do processo de aplicação do referencial da CIF foi-nos proposto, pela Direcção Regional de Educação dos Açores, a elaboração de um estudo visando caracterizar o trabalho desenvolvido pelos profissionais que no ano lectivo de 2006/07 participaram nas Oficinas de Formação sobre a aplicação da CIF.
Do estudo proposto resultou o presente relatório, estruturado em três partes, a primeira relativa a aspectos metodológicos, a segunda à apresentação dos resultados, e a terceira à síntese dos resultados e recomendações.
Comentário:
Da experiência que tenho da aplicação da CIF no ao contexto da Educação Especial, reconheço que ainda não vislumbrei vantagens significativas que justifiquem a sua aplicação! Pelo contrário, vejo imensas dificuldades na sua aplicação, imcompreensão por parte de alguns colegas, alunos excluídos dos apoios especializados sem que beneficiem de qualquer tipo de acompanhamento!
Nestes casos, argumentará a adminstração educativa que existe um conjunto de respostas educativas específicas ao dispor das escolas!
Isso é mais que evidente! Mas onde?! No "papel"!!
Mas não basta criar um atractivo e interessante ordenamento jurídico, definir soluções teoricamente adequadas para todas as situações, ter como objectivo sumptuoso responder e proporcionar respostas adequadas a cada aluno!
Na prática, onde estão criadas as condições para se implementarem tais medidas? Onde estão os recursos, sobretudo os humanos, para dar resposta às solicitações?
Demagia legislativa...

Multa de 1500 euros para jovens que colocaram no YouTube vídeo que troça de deficiente mental

A Agência Espanhola de Protecção de Dados vai punir com uma multa de 1500 euros um grupo de jovens que gravaram imagens de um deficiente mental e publicaram-nas no YouTube.
Este organismo impôs esta sanção, por uma sanção «grave», depois de o caso ter aparecido na comunicação social, que denunciava a captação e difusão através do YouTube de imagens em que vários jovens fazem troça de pessoas com deficiência física e mental.
As diligências da Agência concluíram que os autores cometeram uma infracção grave da Lei Orgânica de Protecção de Dados, pelo que se impõe uma multa monetária de 1500 euros aos autores da gravação e posterior publicação na internet dessas imagens sem o consentimento da pessoa filmada.
Trata-se, segundo infirmou a agência, da segunda sanção que este organismo impõe pela captação e difusão de imagens através de sites como o YouTube.

Pais querem escolas do 1.º ciclo abertas doze horas por dia e dizem que ME já deu luz verde

Algumas escolas do 1.º ciclo do ensino básico vão estar de portas abertas entre as 7h30 e as 19h, ainda este ano lectivo. A informação foi avançada por Albino Almeida, da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), segundo o qual o Ministério da Educação (ME) já deu luz verde para avançar com este alargamento de horário.
Ao PÚBLICO, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, disse apenas que o ME está "disponível para estudar a questão", mas Albino Almeida garante que a proposta anda há um ano a ser negociada e que o ministério "sinalizou a sua disponibilidade para avançar com o modelo".
O objectivo, segundo o responsável da Confap, "não é transformar as escolas em armazéns de crianças". Nem sequer reforçar a carga lectiva, roubando tempo para a brincadeira. "O que queremos é que as escolas funcionem numa lógica de centro educativo, deixando de estar exclusivamente centradas na instrução e com uma componente de apoio às famílias."
Na prática, o que a Confap propõe é que, entre as 7h30 e as 9h da manhã, as escolas ocupem as crianças com actividades lúdicas. As aulas deverão decorrer entre as 9h e as 15h30, com intervalo para almoço. A partir daquela hora e até às 17h30, decorrem as actividades de enriquecimento curricular, seguindo-se novo período de apoio à família "até às 19h ou 19h30". No período de férias lectivas, as escolas deverão igualmente assegurar actividades para as crianças.
Competirá às escolas definir as actividades a desenvolver, sendo que a proposta terá sempre que ser escrutinada. "Não aceitaremos propostas de mais Inglês ou mais Educação Física. Haverá um júri responsável e as propostas podem incluir canto coral ou folclore, visitas a museus, visionamento de filmes...", especificou o presidente da Confap, para quem se trata, aliás, de assegurar a sobrevivência da escola pública: "Esta coisa de despejar a matéria e depois esperar que, em casa, os pais tenham literacia suficiente e computadores para ajudar os filhos a perceber as matérias tem que acabar, porque o mundo mudou e as escolas têm que se adaptar." Claro que nenhum pai será obrigado a deixar o seu filho tanto tempo na escola. Aqueles a quem este prolongamento de horário e de oferta educativa convier terão de pagar uma quantia a definir consoante os rendimentos da família.
O investigador Manuel Sarmento, do Instituto de Estudos da Criança, não vê inconvenientes neste alargamento de horários. Desde que "o acompanhamento das crianças para lá do tempo lectivo seja fruto de um trabalho de articulação com a comunidade e não se centre demasiado nos interesses dos pais". E "porque é importante respeitar a autonomia das crianças", estas terão que "ter espaço dentro da escola para exercer as suas decisões".
Comentário:
Esta medida, aparentemente, pode ser aceite pela administração escolar, numa lógica, também, de utilização das instalações escolares, com benefícios para a comunidade.
No entanto, há muitos pormenores a definir: quem dinamizará as tais "actividades diferentes"? quem suportará os custos? salvaguardar-se-á a questão de a escola não se transformar num "depósito de crianças", desresponsabilizando os pais pela educação dos seus filhos? ...?
Tenho fé que o ME não esteja a ser seduzido pela tentação populista que normalmente precede as eleições legislativas! É matéria de substancial importância e com implicações directas no desenvcolvimento das crianças!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O sítio do PICO: um lugar de aprendizagem para crianças com paralisia cerebral

O sítio do PICO: um lugar de aprendizagem para crianças com paralisia cerebral.

Contributos pedagógicos da imagem no trabalho com dificuldades de aprendizagem

Contributos pedagógicos da imagem da imagem no trabalho com dificuldades de aprendizagem.

Simpósio: “Desafios Emergentes da Educação Inclusiva

O FEEI em colaboração com a Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial e a ONG “Cidadãos do Mundo” vai organizar no dia 7 de Março (sábado), no Salão Nobre da Faculdade de Motricidade Humana o simpósio “Desafios Emergentes da Educação Inclusiva”.
No período da manhã realizar-se-á uma mesa redonda para análise e debate do documento “Conclusões e Recomendações da 48ª sessão da Conferência Internacional de Educação (ICE)” realizada pela UNESCO em Genève em Novembro passado, cujos intervenientes são: o Prof. Dr. David Justino (Universidade Nova de Lisboa e Assessor da Presidência da República), a Dr.ª Ana Maria Benard da Costa (ONG “Cidadãos do Mundo” e a Dr.ª Ana Rosa Trindade (“Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial).
No período da tarde realizar-se-á uma mesa redonda sobre a profissionalidade em Educação Especial, tema que tem sido repetidamente sugerido em particular pela necessidade de encontrar um perfil profissional que se coadune com o actual processo de avaliação dos professores, cujos intervenientes são: a Profa. Dra. Amélia Lopes (FPCE- Universidade do Porto), o Dr. Jorge Humberto (“Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial) e a Dr.ª Ana Ferreira (Fórum de Estudos de Educação Inclusiva).
Como já vem sendo hábito a entrada é livre mas necessita de inscrição prévia para o Fórum de Estudos de Educação Inclusiva, Estrada da Costa – 1499-688 Cruz Quebrada
Telf: 21 4149156

Literatura e Literacia: Intervenção fonológica na dislexia


A PARIPASSU irá desenvolver no próximo dia 28 de Fevereiro de 2009, uma Acção de Formação sobre "Literatura e Literacia - Intervenção Fonológica na Dislexia".
Esta Acção será dinamizada pela Dra. Paula Teles, autora do Método Distema, método utilizado na intervenção psicopedagógica na reeducação da Dislexia.
A acção decorrerá no Auditório do Sport Operário Marinhense, como o plano enviado em anexo. Deverão inscrever-se até ao dia 20 de Fevereiro para os contactos referidos no boletim de inscrição.