Uma adolescente, com paralisia cerebral profunda, está presa em casa, no Marco de Canaveses, porque necessita de aspiração muito frequente de secreções e a escola não tem quem assegure a tarefa.
Carla Alexandra Madureira Silva, 16 anos, vive com os pais e três irmãos, na calçada de Lamas, na vila de Alpendorada. Vítima de várias complicações de saúde, alegadamente decorrentes de um parto complicado no Hospital de S. João, Porto, a jovem, no dizer dos pais, regista avanços e denota sinais de satisfação com o convívio em ambiente escolar.
A assistência à pequena Carla requer alguém com experiência e sobretudo com formação técnica na área da saúde. Para tal, o Agrupamento de Escolas de Alpendorada alega que fez um pedido especial ao Gabinete de Gestão Financeira da DREN, para que seja dada luz verde à contratação e colocação de um técnico de saúde - um enfermeiro - na referida escola. "Porém, até agora, não há resposta", disse (...) fonte do agrupamento.
Já o Ministério da Educação (...) pouco ou nada acrescenta. "A situação está a ser analisada pelos serviços, por forma a definir muito em breve uma solução para as especificidades da aluna", explicou, laconicamente, fonte do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
O ano letivo já começou há uma semana, mas a pequena Carla permanece em casa e ninguém sabe quando é que poderá regressar, em segurança, à EB1 do Cruzeiro.
"A escola recebe-a de braços abertos. Não nos responsabilizamos é pelo acompanhamento clínico. Não temos ninguém habilitado para fazer esse serviço. Se os pais quiserem vir cá sempre que for necessária a assistência, nós temos as portas abertas para a Carla", clarifica o Agrupamento de Escolas de Alpendorada.
Família sem meios
Os pais agradecem, mas asseguram que esta solução é manifestamente incomportável.
"A minha filha necessita de ser aspirada duas a três vezes numa manhã. Se aceitasse, não podia fazer outra coisa", desabafa, a mãe, Fátima Madureira, com os olhos banhados em lágrimas, reclamando a colocação de um enfermeiro na escola.
In: JN
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