Esta é a segunda parte da versão integral de uma entrevista com Luis Clara Gomes, do projeto Moullinex, que foi publicada em Dezembro no DN.
A Discotexas é uma plataforma que nasce aqui mas tem já uma dimensão europeia. Como nasce a editora? Moullinex é um dos seus pilares?
A editora é (ainda) uma brincadeira de amigos que nasceu quase inconscientemente. Pelo caminho já foi uma ideia, uma festa, um colectivo, uma promotora… Dado que estou envolvido no projecto desde a génese e nestes anos já fiz de tudo, desde A&R a colar cartazes, design de capas ou mastering de temas, não consigo imaginar-me sem ela, mas também sem nenhum de nós. Deixa-nos muito felizes fazer isto desta forma tão ingénua e apaixonada e ver que isso desperta interesse por aí - talvez por isso, e talvez isso se note na música que pomos cá fora...
Flora junta singles e apresenta temas novos. Cruzamos ecos de outros tempos, mas aqui não há nunca uma ideia de nostalgia.
Mais do que nostalgia, diria que há um respeito pelo que há a aprender no passado. Alguns temas são homenagens quase declaradas a artistas que admiro.
Porque é ainda hoje o ‘disco’ um espaço tão contagiante?
Acho que há algo de extremamente poderoso na combinação canção e música de dança. Ser tão contagiante fez com que fosse proibido falar de disco durante anos: arranjos complexos convivem com técnicas de estúdio aventureiras, instrumentais épicos casados com letras simples e repetidas. Música com várias camadas de percepção, feita para as minorias mas que a maioria adopta como sua também. Naturalmente, esta fórmula funciona.
Peaches é uma das presenças maiores no disco. Resultado de uma admiração maior?
Sem dúvida, admiro a Peaches por se manter tão relevante, nunca se repetindo, há já tanto tempo. Acho que o Maniac foi um desafio para ela também, e superou-o bem.
Como surgiu a ideia de revisitar Maniac, de Michael Sembello (da banda sonora de Flashdance) que ouvimos em nova versão em Flora? Era coisa pouco gourmet na altura... O tempo muda a forma como nos relacionamos com as canções?
Claro… Sou novo demais para me lembrar do que o Maniac significou quando saiu o Flashdance, por isso herdo dele uma nostalgia por um passado que nunca tive na verdade. Mas não creio que seja minimamente gourmet agora! Simplesmente escolhi-o porque a acho uma canção incrível - a Casablanca Records convidou vários artistas da Gomma a revisitar qualquer tema do seu catálogo, e este foi o que escolhi, entre Donna Summer, Kiss, Parliament/Funkadelic ou Giorgio Moroder - gente que admiro bem mais que o Michael Sembello - se calhar não toquei em nenhuma outras por respeito…
Depois de uma etapa em Munique e, de regresso a Lisboa, o que veio na bagagem dessa vivência na Alemanha? E o que explica um regresso numa altura em que ouvimos tantas histórias de gente a saír?
Em Munique encontrei-me rodeado de pessoas que conseguiam fazer aquilo que amavam e viver disso, e isso levou-me a tentar também. Acho que quando estás num ambiente que promove o teu potencial humano, seja artístico, humanístico, científico, ou qualquer outro, esse potencial é posto a trabalhar. Basta olhar para as as democracias de estado social escandinavas e contar o número de bandas por metro quadrado. Estará esta gente a viver acima das suas possibilidades? Por aqui o potencial não é menor que em qualquer outro lado, mas a fome existe. Assusta-me que tanta gente valiosíssima para reconstruir isto esteja a pirar-se - mas em algum momento os censuro, os motivos são mais que válidos. Adorei viver em Munique, mas gosto bem mais de Portugal. Regressei há três anos, e na altura, apesar de haver alguns indícios, a situação não estava como agora. O que tem a nossa classe política de diferente dos seus pares europeus? A nossa consegue ser ainda pior.
Mostrar mensagens com a etiqueta Moullinex. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Moullinex. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, janeiro 23, 2013
quinta-feira, dezembro 20, 2012
As canções de 2012: Moullinex
Uma das grandes surpresas do ano foi a estreia em álbum de Moullinex, que de resto nos deu o melhor álbum português do ano (ver em baixo). Aqui fica Take My Pain Away, uma das canções do álbum, entretanto também já editada em formato de single.
Os melhores discos de 2012 (N.G.)
É uma tradição que o Sound + Vision respeita anualmente. E a partir de hoje as listas dos melhores do ano vão surgir por aqui. Começamos pelos discos que mais marcaram um ano de muitas (e boas) edições discográficas. E os melhores são...
Depois da promessa sugerida no impressionante Learning, em 2012 Mike Hardeas confirmou em Put Your Back N2 It a visão e a personalidade de um autor que se encontrou a si mesmo num espaço pleno de verdade e personalidade. Sem perder as características, temas e demandas, a voz criativa do seu projeto Perfect Genius avançou e, para lá das fronteiras lo-fi, encontrou outra nitidez, fazendo deste seu segundo álbum o “grande” acontecimento discográfico pop/rock (e cercanias) do ano. Um ano que mostrou, sobretudo, interessantes casos de cruzamentos de linguagens, em discos que, aos poucos, definem o início do século XXI como um tempo de diálogos e cruzamentos. Vejam-se os casos de Gold Dust, onde Tori Amos revisita com um a orquestra as canções de 20 anos de discos e nelas encontra novos pontos de vista. Ou Rework onde, sob curadoria de Beck, uma série de músicos (de Amon Tobin a Johann Johansson) procuram olhares pessoais sobre momentos marcantes da obra de Philip Glass. Ou ainda Dr. Dee, onde Damon Albarn (depois da experiência de Monkey: Journey To The West), regressa ao espaço da ópera contemporânea, desta vez assinando aqui o seu primeiro disco a solo. Do balanço do ano destaque-se ainda a proeminência de Frank Ocean e Miguel, novas vozes que definitivamente se afirmam no espaço do R&B, também aqui em franco diálogo com outras referências (em ambos morando aquele olhar transversal que fez a diferença para Prince nos anos 80). De 2012 ficam ainda as memórias do melhor álbum dos Pet Shop Boys desde os dias de Behaviour, a “estreia” (sim, porque já tinha editado antes sob outro nome) de Lana del Rey – que criou uma “estrela” nos moldes dos tempos dos ícones de outrora -, das melhores electrónicas que ouvimos ao longo do ano em Fin de John Talabot e o belíssimo regresso (agora a solo) do ex-Blue Nile Paul Buchanan. A história discográfica do melhor do ano podia ainda juntar nomes como os de Patti Smith, St. Etienne, Andrew Bird, David Byrne com St Vincent, Brian Eno, Ombre, Grizzly Bear, Lemonade, Jack White, Beach House, Leonard Cohen ou Matthew Dear. Mas um Top 10 é um Top 10 e, assim sendo, aqui fica...
1. Perfume Genius, ‘Put Your Back N2 It’ (Matador Records)
2. Tori Amos, ‘Gold Dust’ (Deutsche Grammophon)
3. Pet Shop Boys, ‘Elysium’ (Parlophone)
4. Philip Glass, ‘Rework’ (Orange Mountain Music)
5. Frank Ocean, ‘Channel Orange’ (Def Jam)
6. Miguel, ‘Kaleidoscope Dream’ (Epic Records)
7. Lana del Rey, ‘Born To Die’ (Universal)
8. Damon Albarn, ‘Dr Dee’ (EMI Music)
9. John Talabot, ‘Fin’ (Permanent Vacation)
10. Paul Buchanan, ‘Mid Air’ (Essential Newsroom)
Nacional
Tirando o álbum da Sétima Legião, que é uma antologia de ‘memórias’, é curioso reparar que o melhor do ano editorial português ficou por conta de editoras independentes, acentuando uma tendência que se vem a acentuar nos anos mais recentes. Do panorama destaca-se claramente a estreia em álbum de Moullinex, um dos rostos centrais do catálogo da editora Discotexas, com um disco onde promove um franco (e compensador) diálogo entre a música de dança e o formato da canção, num espaço onde o presente sabe escutar ecos e grandes lições do disco sound, da soul, do funk e da pop. Sem dúvida, a grande surpresa do ano. A memória, além das canções da Sétima Legião (que viram a sua obra ser editada em formato remasterizado, mas ainda sem o tratamento arquivístico que justificava), mora ainda na abordagem de B Fachada, Minta e João Correia ao alinhamento do clássico Os Sobreviventes de Sérgio Godinho. O aprumar da visão de Norberto Lobo (cada vez mais um nome maior no panorama local), o encontro dos The Gift com o piano como voz maior na composição e os diálogos entre a raiz e a modernidade, em sede açoriana, pelo projeto O Experimentar são ainda notas maiores num ano onde convém ainda reter as propostas de DJ Ride, Gaiteiros de Lisboa e o coletivo Orelha Negra.(*)
1. Moullinex, ‘Flora’ (Discotexas)
2. Sétima Legião, ‘Memória’ (EMI Music)
3. B Fachada + Minta + João Correia ‘Os Sobreviventes’ (Mbari)
4. Norberto Lobo, ‘Mel Azul’ (Mbari)
5. The Gift, ‘Primavera’ (La Folie)
6. O Experimentar, ‘Sagrado e Profano’ (O Experimentar)
7. DJ Ride, ‘Life in Loops’ (Optimus Discos)8. Orelha Negra, ‘Orelha Negra’ (VC)
9. B Fachada, ‘Criôlo’ (Mbari)
10. Gaiteiros de Lisboa, 'Avis Rara' (D'Euridice)
Clássica
25 anos depois da sua estreia, a ópera Nixon In China regressou este ano aos palcos e, numa espantosa produção do Met, confirmou essa obra de John Adams como uma das peças maiores da história deste espaço de criação musical (dela falaremos na tabela dos melhores DVD e Blu-ray do ano). Mas de John Adams o ano recorda mais que apenas essa nova vida para a sua obra-prima. E o igualmente fundamental Harmonielehre, de quem havia uma gravação dos anos 80 dirigida por Edo de Waart, conheceu nova gravação, pela mesma San Francisco Symphony, numa direção de Michael Tison Thomas que se destacou claramente como o mais vibrante instante musical do ano discográfico nos domínios da música clássica. Do ano editorial destaca-se ainda a estreia em disco de Out Of Nowhere e Nyx, de Esa Pekka Salonen, parecendo cada vez mais certo que, se perdemos um maestro tão presente em palcos e gravações, passámos a contar com mais um valor maior no panorama da composição do século XXI. Tudo isto num mesmo ano em que Max Richer mostrou como uma editora (neste caso, a Deutsche Grammophon) pode ser também catalisadora de novas visões, ao propor um olhar diferente pelas Quatro Estações de Vivaldi no mais recente volume da série Re-Composed. Em tempo de assinalar os seus 75 anos, Philip Glass estreou duas sinfonias, tendo editado uma gravação da sua empolgante “nona” logo no início do ano. O melhor de 2012 passou ainda por obras para piano de Debussy por Alexei Lubimov e pela abordagem aos concertos para piano de Shostakovich por Menlikov. Simon Rattle gravou uma arrebatadora visão “completa” da nona de Bruckner e Gardiner completou o ciclo de gravações da obra orquestral de Brahms com um belíssimo Ein Deutsches Requiem. Notas ainda para Wagner’s Dream, editado ainda em vida de Jonathan Harvey e o inteligente programa, ao estilo de um recital, de Adès e Isserlis para, de obras de outros compositores, chegar aos Lieux Retrouvèes do primeiro.
1. John Adams, ‘Harmonielehre’ M. Tilson Thomas / San Francisco Symphony (SFS Media)
2. Esa Pekka Salonnen, ‘Out of Nowhere’ Salonen / Finnish Radio Symphony Orchestra (Deutsche Grammophone)
3. Claude Debussy, ‘Preludes’ – Alexei Lubimov (ECM)
4. Max Richter, ‘Recomposed – Vivaldi Four Seasons’, Daniel Hope
5. Philip Glass, ‘Symphony N. 9’ – Bruckner Orchester Linz
6. Anton Bruckner, Symphony N. 9’ – Simon Rattle / Berliner Philharmoniker
7. Thomas Adès ‘Lieux Retrouvées’ – T. Adès + S. Isserlis (Hyperion)
8. Johannes Brahms, ‘Ein Deutsches Requiem’ – J Eliot Gardiner / Orch Revolutionarie et Romantique
9. Dmitri Shostakovich, ‘Piano Concertos’ A. Menlikov / Mahler Chamber Orchestra, dir. Teodor Currentzis (Harmonia Mundi)
10. Jonathan Harvey, ‘Wagner’s Dream’ dir. Martyn Brabbis (Cypress)
(*) Uma lista originalmente publicada incluía o disco a solo de Manuel Fúria, que na verdade só será publicado em 2013.
1. Perfume Genius, ‘Put Your Back N2 It’ (Matador Records)
2. Tori Amos, ‘Gold Dust’ (Deutsche Grammophon)
3. Pet Shop Boys, ‘Elysium’ (Parlophone)
4. Philip Glass, ‘Rework’ (Orange Mountain Music)
5. Frank Ocean, ‘Channel Orange’ (Def Jam)
6. Miguel, ‘Kaleidoscope Dream’ (Epic Records)
7. Lana del Rey, ‘Born To Die’ (Universal)
8. Damon Albarn, ‘Dr Dee’ (EMI Music)
9. John Talabot, ‘Fin’ (Permanent Vacation)
10. Paul Buchanan, ‘Mid Air’ (Essential Newsroom)
Nacional
Tirando o álbum da Sétima Legião, que é uma antologia de ‘memórias’, é curioso reparar que o melhor do ano editorial português ficou por conta de editoras independentes, acentuando uma tendência que se vem a acentuar nos anos mais recentes. Do panorama destaca-se claramente a estreia em álbum de Moullinex, um dos rostos centrais do catálogo da editora Discotexas, com um disco onde promove um franco (e compensador) diálogo entre a música de dança e o formato da canção, num espaço onde o presente sabe escutar ecos e grandes lições do disco sound, da soul, do funk e da pop. Sem dúvida, a grande surpresa do ano. A memória, além das canções da Sétima Legião (que viram a sua obra ser editada em formato remasterizado, mas ainda sem o tratamento arquivístico que justificava), mora ainda na abordagem de B Fachada, Minta e João Correia ao alinhamento do clássico Os Sobreviventes de Sérgio Godinho. O aprumar da visão de Norberto Lobo (cada vez mais um nome maior no panorama local), o encontro dos The Gift com o piano como voz maior na composição e os diálogos entre a raiz e a modernidade, em sede açoriana, pelo projeto O Experimentar são ainda notas maiores num ano onde convém ainda reter as propostas de DJ Ride, Gaiteiros de Lisboa e o coletivo Orelha Negra.(*)
1. Moullinex, ‘Flora’ (Discotexas)
2. Sétima Legião, ‘Memória’ (EMI Music)
3. B Fachada + Minta + João Correia ‘Os Sobreviventes’ (Mbari)
4. Norberto Lobo, ‘Mel Azul’ (Mbari)
5. The Gift, ‘Primavera’ (La Folie)
6. O Experimentar, ‘Sagrado e Profano’ (O Experimentar)
7. DJ Ride, ‘Life in Loops’ (Optimus Discos)8. Orelha Negra, ‘Orelha Negra’ (VC)
9. B Fachada, ‘Criôlo’ (Mbari)
10. Gaiteiros de Lisboa, 'Avis Rara' (D'Euridice)
Clássica
25 anos depois da sua estreia, a ópera Nixon In China regressou este ano aos palcos e, numa espantosa produção do Met, confirmou essa obra de John Adams como uma das peças maiores da história deste espaço de criação musical (dela falaremos na tabela dos melhores DVD e Blu-ray do ano). Mas de John Adams o ano recorda mais que apenas essa nova vida para a sua obra-prima. E o igualmente fundamental Harmonielehre, de quem havia uma gravação dos anos 80 dirigida por Edo de Waart, conheceu nova gravação, pela mesma San Francisco Symphony, numa direção de Michael Tison Thomas que se destacou claramente como o mais vibrante instante musical do ano discográfico nos domínios da música clássica. Do ano editorial destaca-se ainda a estreia em disco de Out Of Nowhere e Nyx, de Esa Pekka Salonen, parecendo cada vez mais certo que, se perdemos um maestro tão presente em palcos e gravações, passámos a contar com mais um valor maior no panorama da composição do século XXI. Tudo isto num mesmo ano em que Max Richer mostrou como uma editora (neste caso, a Deutsche Grammophon) pode ser também catalisadora de novas visões, ao propor um olhar diferente pelas Quatro Estações de Vivaldi no mais recente volume da série Re-Composed. Em tempo de assinalar os seus 75 anos, Philip Glass estreou duas sinfonias, tendo editado uma gravação da sua empolgante “nona” logo no início do ano. O melhor de 2012 passou ainda por obras para piano de Debussy por Alexei Lubimov e pela abordagem aos concertos para piano de Shostakovich por Menlikov. Simon Rattle gravou uma arrebatadora visão “completa” da nona de Bruckner e Gardiner completou o ciclo de gravações da obra orquestral de Brahms com um belíssimo Ein Deutsches Requiem. Notas ainda para Wagner’s Dream, editado ainda em vida de Jonathan Harvey e o inteligente programa, ao estilo de um recital, de Adès e Isserlis para, de obras de outros compositores, chegar aos Lieux Retrouvèes do primeiro.
1. John Adams, ‘Harmonielehre’ M. Tilson Thomas / San Francisco Symphony (SFS Media)
2. Esa Pekka Salonnen, ‘Out of Nowhere’ Salonen / Finnish Radio Symphony Orchestra (Deutsche Grammophone)
3. Claude Debussy, ‘Preludes’ – Alexei Lubimov (ECM)
4. Max Richter, ‘Recomposed – Vivaldi Four Seasons’, Daniel Hope
5. Philip Glass, ‘Symphony N. 9’ – Bruckner Orchester Linz
6. Anton Bruckner, Symphony N. 9’ – Simon Rattle / Berliner Philharmoniker
7. Thomas Adès ‘Lieux Retrouvées’ – T. Adès + S. Isserlis (Hyperion)
8. Johannes Brahms, ‘Ein Deutsches Requiem’ – J Eliot Gardiner / Orch Revolutionarie et Romantique
9. Dmitri Shostakovich, ‘Piano Concertos’ A. Menlikov / Mahler Chamber Orchestra, dir. Teodor Currentzis (Harmonia Mundi)
10. Jonathan Harvey, ‘Wagner’s Dream’ dir. Martyn Brabbis (Cypress)
(*) Uma lista originalmente publicada incluía o disco a solo de Manuel Fúria, que na verdade só será publicado em 2013.
Labels:
Balanço do ano - 2012,
Debussy,
Frank Ocean,
John Adams,
Lana del Rey,
Miguel,
Moullinex,
Perfume Genius,
Pet Shop Boys,
Philip Glass,
Shostakovich,
The Gift,
Tori Amos
Subscrever:
Mensagens (Atom)