Alt-J: coreografia apocalítica

Está quase a chegar The Dream (11 fevereiro), quarto álbum de estúdio dos Alt-J (ou alt-J, de acordo com a grafia oficial), banda de Leeds que cultiva um som indie sempre tentado por alguns desvios surreais. Assim acontece no apocalíptico Hard Drive Gold, encenado em teledisco assinado pelo vocalista Joe Newman, com a colaboração da coreógrafa Darcy Wallace.

Jimmy Fallon recebe os Alt-J

São ingleses, de Leeds. Estrearam-se com An Awsome Wave, um dos melhores álbuns de 2012 (ano em que foram distinguidos com o Mercury Prize). Em 2014, os Alt-J (parece que passou a preocupação de escrever "alt-J") apresentaram This is All Yours [capa], confirmando as singularidades do seu som alternativo, habitado por um lirismo seco e contagiante. Por estes dias, foram recebidos por Jimmy Fallon, no seu The Tonight Show, oferecendo uma magnífica performance de Every Other Freckle, tema do segundo álbum.

alt-J — à espera do segundo álbum

Depois dos magníficos Adult Jazz, mais música de Leeds com os alt-J, cujo álbum de estreia, An Awsome Wave, constitui uma das memórias fortes de 2012. O seu segundo registo — This is All Yours — vai surgir em Setembro e tem, para já, um teledisco: Left Hand Free promete um rock festivo e introspectivo, habitado por variações de delicada textura.

Os melhores discos de 2012 (J.L.)

1. Patti Smith, Banga
2. Fiona Apple, The Idler Wheel...
3. Dan Deacon, America
4. Frank Ocean, Channel Orange
5. Bob Dylan, Tempest
6. Bruce Springsteen, Wrecking Ball
7. alt-J, An Awsome Wave
8. Spiritualized, Sweet Light, Sweet Light
9. Divine Fits, A Thing Called Divine Fits
10. Angel Haze, Reservation

Memórias contraditórias do ano musical: por um lado, tenho consciência de que não tive possibilidade de escutar na íntegra — ou com a devida atenção — alguns álbuns que continuam a despertar-me, no mínimo, uma aguda curiosidade (os Pet Shop Boys, por exemplo, ainda estão em lista de espera...); por outro lado, num rápido balanço, deparo com uma lista francamente impressionante de assinaláveis proezas musicais em que, além dos incluídos neste sempre instável top, poderia citar a experiência “antiga” de Leonard Cohen (Old Ideas), The Roots (Undun), Bobby Womack (The Bravest Man in the Universe), Jack White (Blunderbuss) ou The Walkmen (Heaven), a par da tocante frescura de alguns magníficos “novatos”, incluindo a prodigiosa Angel Haze, com direito ao top dos “grandes”. Dos outros mais ou menos estreantes, vale a pena ficar com um breve ‘Top 5’:

I. Lianne La Havas, Is Your Love Big Enough?

II. Tame Impala, Lonerism

III. Jessie Ware, Devotion

IV. Now, Now, Threads

V. THEESatisfaction, Awe Naturale

Last but not least, este foi também o ano em que saíu a maravilhosa antologia de Amy Winehouse, At the BBC. Aqui fica uma memória, tão longe, tão perto.