Tudo começou pela falta de combustível, pela poupança de energia, nos idos de vinte, o do século, e vai daí, achou-se por bem manter a medida que afinal olhar ao futuro nunca fez mal a ninguém e mais que não fosse por uma questão económica ao menos o reflexo ecológico sempre terá uma patada mais leve.
Mas francamente, há relógios e nomeadamente o biológico, que se desacertam nesta corda de aperto e desaperto e por muito que se racionalize a necessidade, o corpo é que paga.
E bem vistas as coisas - ou talvez não, que não se vê, embora se diga que pesa 28 grs. - também a alma se condói deste viver e reviver.
Ou viver e emendar? Ou perder a oportunidade?
É que depois de já ter respirado, falado, retorquido, quiçá em cenário dramático, trocada por sósia procurada por espionagem internacional, com o atraso de 60 minutos terei de reviver o pesadelo de novo num déjà vu infernal?!
Ah! Mas isso é no horário de Inverno!
Que até o sangue aquece na guelra, está tudo explicado, pois então!
Mas e com o DST (Daylight Savings Time)?
Em que o desvio de 1 hora avançada parece apardalar os sentidos e que alguma coisa que ficou suspensa, nem se percebendo bem o quê, talvez um lenço que voou numa brisa e num instante passou o tempo sem se esperar por ninguém, nem pelo relógio, nem pelo pulso que constantemente se vigiou e num ápice pareceu esconder-se clonado de hora antiga...
Ai alma, ai corpo.
Eu chego lá, deem-me tempo, e eu chego lá.