De qualquer forma tenho um lugar à tua espera, arranjei palavras para ti e criei frases com sentido que deram resposta às minhas perguntas, não te consegues escapar, já sabes que conheço os contornos das tuas desculpas e até mesmo quando te peço para não arranjares desculpas e me dizeres a verdade que eu aguento, dois de igual é como somos, depois acabamos parvos por pensar um no outro e não aparecer, lugares à espera de uma marcação vazia na desculpa do outro e no adiar dos olhos e dos silêncios e dos atropelos falados ao mesmo tempo e da vez cedida do primeiro tu, não diz tu primeiro, acabamos no tempo finito das marés vazias e do galope surdo dos cavalos que sabemos serem pela poeira levantada e nunca vemos.
Era isto que precisava dizer-te.
Quando te encontrar, estivermos juntos e conversarmos, sentados como duas pessoas. Normais. Sem invenções mirabolantes de te sentir perto de mim quando não estás e conversar alucinadamente perguntas e respostas em lugares preparados no vago de um cenário que quero que seja. Como tu o fazes desse lado quando eu não estou.
E inconfessadamente, tentamos repetir, parvos, quando nos encontramos para tudo parecer perfeito. Normal.
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