Volta e meia dá-me para ir lá atrás, um monte de mato muito verde, até luxuriante diga-se, quando os fios de sol lhe conseguem incidir a uma certa hora e algum encanto na sua tosca e desordenada florescência me chama a atenção, pintalgado aqui e ali por uma flor nem branca nem parda que parece espantar-se com a minha aproximação e ao chegar-lhe a mão para lhes tocar, encolhem-se como raízes melosas para logo desaparecerem no tufo.
Deixo-as em paz, volto à árvore, não me incomodam.
Estranha convivência.
Lembro-as de viço e próximas, de hastes esticadas ao tronco procurando de beber e de comer, com espaço bastante para crescerem e terem sol e sombra sem queimar ou gelar ou servirem de casulo amparadas num feixe a insectos de carapaça dura que as escavam em subterrâneos antes de caírem de uma só vez.
Curta a memória. Talvez não seja um monte de mato o que vejo, apenas restos de espinhas do que sobrou de um vasto pomar.
Sem comentários:
Enviar um comentário