Há-de parecer um convite, mês rasgado até parecer que não tinha fim e afoito ainda intrometer-se na semana como se fora visita de casa, daquelas que vão passando logo para o cómodo confortável e instalam-se sem a barreira dos pés compassados que se pedem no gesto da mão ainda à porta, transfigurações de tranca invisível que separam a segurança dos que habitam e dos que tentam ser parte.
Chegou sem ter partido, um 31 sem fazer ruído e a deixar burburinho de contas mas a mexer na cabeça, será que há bebida de jeito para servir e biscoitos, e bolachas, ou figos secos, ou outra coisa de entreter a boca para remoer conversa até se achar uma frase perfeita e não se deixar passar do átrio da entrada, afinal já chega, outro tempo e a esta hora e neste dia, tão fora de propósito, nada a calhar, quem sabe mais logo, para o no Ano seguinte talvez, andamos todos tão cansados que nem nos apercebemos que já acabou e tudo o que se avista é o reflexo do que pudemos ter.