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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

«Este é um texto» disse Testori «voluntariamente obsessivo e claustrofóbico, uma serpente que come a cauda e continua a crescer, como uma ténia, um texto que afirma que o teatro é o lugar em que se joga o desafio da existência.»

Giovanni Testori (1923-1993)

Giovanni Testori nasceu em 1923, em Novate, nos arrabaldes de Milão, e dizem as wikipédias, «in una família de fervente fede cattolica». E ele também católico, fé sangrando de dúvidas e intransigência, carne, desejo, sexo, tensões e arrependimentos, poeta, cronista, historiador de arte, romancista, dramaturgo, pintor também, foi inventando no teatro, na poesia, uma sua língua espaventosa e reles, esplendorosa, blasfema e ansiosa, língua confessa e dos arrependidos, a tumultuosa, macerada língua daqueles homens sujos, descalços, caídos na terra empoeirada, nus, frementes.

Tradução: Miguel Serras Pereira / Apresentação: Jorge Silva Melo

ISBN: 978-972-37-1622-1

{brevemente nas livrarias}

Publicados em 1993, no ano da sua morte, estes Três Prantos centram-se nas personagens (ou só vozes?) de Cleópatra, Herodíades e Maria, são monólogos em verso, lamentos de amor de Cleópatra que chora António, de Herodíades que arde de desejo pelo Baptista que a recusa, e pranto antiquíssimo de Maria, que Testori reinventa, carnal, retirando-a do cheiro das velas, e vendo abrir os braços ao perdão, maneira que tem o céu de se abrir. E será neste último pranto que a trilogia se encontra, na esperança, na redenção, na aceitação do sacrifício aqui na terra.

Jorge Silva Melo, na «Apresentação».


Herodíades, de Giovanni Testori, estreia na próxima quarta-feira, dia 11 de Janeiro, e vai estar no Teatro da Politécnica (Artistas Unidos) até ao próximo dia 21.  

Tradução
Miguel Serras Pereira Com Elmano Sancho Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Fotografias Jorge Gonçalves (Vídeo com Leandro Fernandes Imagem José Luis Carvalhosa Montagem Miguel Aguiar) Produção Vânia Rodrigues e Andreia Bento Encenação Jorge Silva Melo M16 

ATENÇÃO AOS HORÁRIOS | 4ª às 21h00 | 5ª às 19h00 | 6ª às 19h00 | Sáb às 19h00 - 8 ÚNICAS REPRESENTAÇÕES e lotação muito limitada. Reservas | 961960281.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

«Diapsalmata», de S. Kierkegaard

978-972-37-1516-3
Parte de um livro e desse sempre incerto labirinto de espelhos que é a obra de Kierkegaard, os Diapsalmata exprimem uma visão da vida — marcada essencialmente pela melancolia. Essa visão da vida não se apresenta numa narrativa consequente e linear. Trata-se de um conjunto de «quadros», em forma de iluminações bruscas, cintilações fragmentárias e dispersas, onde se condensa uma dor das coisas todas, um fascínio e, ao mesmo tempo, uma tristeza por tudo ser como é — em suma, um amor infeliz pela própria vida e inquietação, por todo o lado, a latejar.

«Afinal a dignidade humana ainda é reconhecida na natureza; visto que, quando se querem manter os pássaros longe das árvores, se levanta qualquer coisa que se pareça com um homem; e até a remota semelhança que um espantalho tem com um homem é suficiente para infundir respeito.» - S. Kierkegaard