Tu és tudo, que destino outro, terei eu, senão tu? Tu és o meu silêncio mudo, de mim, o mais profundo meu, o meu amor posto assim, a nú! Tu és quem traz, a esperança que persiste, a paz que me sacia. O pedaço em falta, que me perfaz, o coração que não desiste, em voltar a ser teu, um dia. Que vida esta, que destino, sonhar com um amor que já foi meu. Que tristeza tão grande é, não o ter. Tu és minha, eu desatino, eu enlouqueço neste céu, neste paraíso a esvanecer. Volta, volta, ama-me novamente. Tu és tu, e meu Deus, não há outro amor assim. Lavas-me a alma e tão intensamente, que julgo já, serem teus, os suspiros de amor que aspiro assim! Tu, criaste em mim vontade, deixaste-me, e fui pluma que voou. Longe da certeza de ter sido certo, fui voando errante, sem destino meu. Tu, deixaste em mim a dor da saudade. Fizeste-me ser volátil, o que hoje sou, ar passageiro que vagueia pelo céu aberto, esporo de uma vida que não cresceu.