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A mostrar mensagens de junho 29, 2014

Hipsters vs. Hippies

Que tempos estes...hipsters por todo o lado, autênticos vírus involutivos.  Murchos, os velhos hippies, outrora orgulhosos representantes da espécie, desaparecem como as pulgas das praias. Já nem as crianças lhes acham graça.

Ser óptimo é foda.

Falha-me qualquer parte de optimismo bíblico. Da grande travessia, da injunção animalesca que nos moldou as células, do sacrifício ideal à vontade de persistir. Falha-me. Falta-me qualquer parte boa de ser Homem. Não sou Homem...não sou Homem...não sou Homem, só me esmoreço sozinho. Que inveja tenho daquelas pessoas que sorriem sem motivo. Que se levantam do chão negro. Que congregam e lideram. Que destróiem o estreito túnel de visão dos desesperados com um piscar dos olhos. Que inveja tenho dos sinceros enamorados. Dos livres enganados, dos sujeitos activos, dos pássaros vivos destes dias azuis. Eu não sou Homem... não sou homem, não sou nada em ser passivo. Que inveja tenho dos que em tábuas perfeitas, feitas jangadas eternas, viverão melhor o que me faltará a mim, para sempre. Não seria tão belo despirmo-nos todos? Ficármos iguais finalmente? A mim falha-me tudo, até o lugar certo para o insucesso. Até a força para me vestir de alegria. Até a triste existência do pessimismo. At...

É assim que se apanham formigas.

Não são revistas literárias per se . Ou revistas só de imagens, só de banda-desenhada, só de arte pela arte, ou por aí fora. Poderão até ser revistas temáticas pela natureza de quem se agrega para as criar, mas que não se definam nunca, por passarem por meros panfletos artísticos glorificados, carregados daquela gosma hormonal dos egos enchidos num verbo nulo. Muito embora também as haja assim. Nem tampouco se poderão resumir a simples punhados de bom dinheiro deitado fora, ora impressos em papel couché e bem cosidos a arame, quando calha, ora mais iconoclastas, lavrando páginas ásperas em papel quase de merceeiro, ligadas por linhas de fio de ráfia. Algumas poderão até conter sucessões de imagens e textos soltos, desconexos, muitos até perturbadores, insanos, ainda que, sobre a ideia de se estar são nestes tempos, muitas vezes a insanidade de quem tem algo para dizer, fará sempre muito mais sentido, do que o ser correcto e direitinho que segue os cus dos Judas. No fundo, trata-se...
O teu rosto empobrece tudo o que escrevo, é como uma nuvem de verão, perfeita.

Não em chateiem que estou a escrever um Romance

Mais tarde ou mais cedo haveria de cair no ridículo de contar isto a alguém... Foi hoje!