O senhor Barbosa cuida da sua forma física com discreta aplicação, e quando se levanta faz ginástica respiratória para sentir que mesmo os muito solitários, ainda podem dizer coisas válidas: "Um, dois...um, dois...um, dois..." diz ele em vibrato, depois de ultimamente, ter começado a estranhar o seu corpo junto a si. Nasceram-lhe uns altos novos no dealbar das fronteiras mais susceptíveis a esse crescimento. Ali, no enclave acima da barriga, abaixo dos mamilos. - Quer isto dizer que engordara sem percepção estrita da origem da malfadada gordura aparecida. Ou por outras palavras, talvez fosse altura de começar a pensar em deixar de beber. Sorri mesmo assim. A sua colecção de garrafas vazias amontoa-se na estante, atrás dos livros. Sorri novamente. Porque nem sabe a razão de as esconder aí. (Ou em qualquer outro lado) O senhor Barbosa engraça-se com a ideia de ainda viver com a mulher e os dois filhos, e de lhes esconder os vícios como antes. Antes de começar a acordar soz...