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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro 7, 2012

Volto já...

Quem desiste de sonhar?

A noite passada sonhei com outra vida, e quando nestas longas noites de vigília, a sós com a tua sombra eu endoideço, mudar de vida nunca será uma meta perdida, quase como um ideal sagrado dos meus sonhos, descendo sorrateiro apenas porque lhe peço. Todas as noites a mesma fantasia, esbarrando-me do sono a paz qu'ele não sente. Todas as noites adormeço com esta mania, e acordo igual, suado e persistente.
A solidão não existe para o intelectual, para o homem que pensa e lê. Todos podem temê-la, menos ele o homem habituado a encontrar dentro de si o mundo.

A última tarde em que vivi.

  Vivo a voracidade de pequenos achados, deste jogo invisível de sonhos tão vívidos. E o único desejo a que não renuncio? Somente o de estar vivo, no outono, e sofrer a perseguição incessante da primavera. Ah, Vivo neste tempo, que o passado não tem mãos firmes que me agarrem. Sei de qualquer coisa que me nasceu no corpo,  cá dentro, onde se pôs à espreita. Mas vivia com medo de a saber ali,  usava a razão para me iluminar as noites,  e até desligava os olhos para sonhar. Certamente que, viajasse eu para dentro dos sonhos, onde só os loucos tem coragem de chegar perto, aí a encontraria, desperta e ansiosa. Certamente... Vivo agora, por milagre ou puro disparate. Quando acordei daquele penoso e difícil momento, em que decidi interromper o meu nascimento. Vivo já, antes que seja tarde para viver, no encontro do silêncio do mundo. Vivo ainda, insensatamente ignorando o prazer do próprio, ...

Tenho Fome!

Quem grande novidade vim eu aqui desabar: A escrita feita pela fome voltou a estar na moda!  Páginas e páginas de relatos invejosos arrasados por correntes de ar viciado. Mas não basta ter fome sabem? Não! - É preciso penar essa sofreguidão diante do mundo.  Não basta somente a linha funda e sinuosa de uma consciência livre, o pé-ante-pé imponderável deste infindável amor pelas palavras, não. Tudo isto tem de ser medido, registado e cartografado até à exaustão. Para quê fingir tendenciosamente com a alma tudo o que as mãos já deixaram bem claro na genuína espontaneidade de um papel inconsciente? E atentem, que não me refiro apenas às zonas densamente povoadas onde todos deixam marcas mas acabam por dizer tão pouco; Se ainda menos esta fome fosse vista neste pequeno lugar aqui, e se todos levantassem o olhar do brilho das luzes e conseguissem ver mais além, no solo agreste dos bem saciados, talvez encontrassem tímidas linhas de passos arrojados, caminhados por anónimos calc...