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2011/02/01

Rede Social

Se há alguém que ainda não tenha percebido a importância das chamadas redes sociais e de outras aplicações resultantes do que se convencionou designar por Web 2.0, o melhor é que comece a abrir os olhos rapidamente. Já vai também sendo tempo de começarem a abrir os olhos todos aqueles que acham tudo isto uma futilidade ou que comentam —com ar ora pedante, ora ignorante— os seus efeitos.
É conhecido o papel que o Facebook, o Twitter, o Youtube ou o Flickr tiveram no conhecimento da situação interna do Irão depois da eleição presidencial de 2009. O efeito terá sido tão significativo que entre as primeiras medidas que os governos locais tomaram durante os recentes levantamentos na Tunísia e no Egipto, destaca-se o silenciamento da internet. Gato escaldado...
Perturbante e significativa é, por outro lado, a atitude da China, cujas autoridades, contam as notícias de hoje, bloquearam a palavra "Egipto" das pesquisas nos dois maiores portais do país e no Weibo, o equivalente chinês do Twitter. Não vão os protestos arranjar maneira de ultapassar a Rota da Seda e galgar a Muralha da China...
Há aqui uma lição qualquer que ainda não consegui perceber totalmente. Mas, querem ver que a cegueira e a tentação perante as "oportunidades de negócio" que as novas tecnologias da informação proporcionam, levaram as autoridades destes países, os "investidores"  e os "mercados" a esquecer o seu potencial de fogo?! Quando olhamos para estes acontecimentos, quando tentamos compreender as razões que levaram estes povos a revoltarem-se (desemprego, pobreza, alta do custo de vida, ausência de democracia interna, etc) e quando vemos a aparentemente contraditória expansão que as tecnologias da informação e comunicação têm nestes países, o negócio que geram e o papel que, ironicamente, adquirem nestes processos, só podemos concluir que alguém se distraiu e andou a brincar com o fogo.
Vá, vamos lá a abrir uma continha no Twitter ou no Facebook, vamos a despejar para lá conteúdos significativos e usar aquilo também como arma da cidadania. O Assange ajuda a explicar porque é que estas coisas são importantes...