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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

"Não escolham a extinção"

A United Nations Development Programme (UNDP) criou um vídeo para alertar para o investimento feito em indústrias poluentes em detrimento do investimento que poderia estar a ser feito para melhorar o ambiente e as condições sociais. Nesse vídeo, um dinossauro dirige-se à Assembleia das Nações Unidas para explicar o absurdo do investimento da Humanidade em negócios que destroem o ambiente, alertando para que os dirigentes políticos "não escolham a extinção".

Para saberem mais, consultem a campanha Don't choose extinction.






 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Ainda sobre os incêndios

Recentemente foi publicado na revista Algarve Vivo, o meu texto Incêndios: entre a tragédia e a oportunidade, em que defendo que uma das soluções possíveis passa por actuar simultaneamente em três níveis: individual, político e colectivo. No mesmo texto dou exemplos do que se pode fazer e do que já está a ser feito.

Créditos: Pixabay

terça-feira, 16 de setembro de 2014

UMA HISTÓRIA BELA E OUTRA MENOS BELA

Recensão primeiramente publicada na imprensa regional.



Hubert Reeves é um poeta do cosmos. Através da sua escrita de divulgação de ciência a poesia das poeiras das estrelas substancia o nosso pensamento. O distante torna-se familiar, o longe inspira-se com olhar deslumbrado. Do Big Bang até ao futuro, a sua escrita simples e cativante, aproxima-nos do Cosmos.

Foi assim ao longo de mais de uma dezena de livros de divulgação de ciência que nos ajudaram a deslumbrar e a aprender a história do Universo, que é também a de todos nós. Esses livros do astrofísico Hubert Reeves conheceram a edição portuguesa através da editora Gradiva, que os foi publicando na sua prestigiada e premiada colecção “Ciência Aberta”. O primeiro foi “Um pouco mais de azul” (número 2 daquela colecção), e o último “Onde cresce o perigo surge também a salvação” (número 205). E é este último livro de Hubert Reeves que importa visitar agora.

Esta edição portuguesa tem a tradução deste de Pedro Saraiva e a revisão científica de Carlos Fiolhais. O título, “Onde cresce o perigo surge também a salvação”, é a adaptação de um verso do poeta alemão Friedrich Hölderlin. E é o mote para a narrativa em que Hubert Reeves nos conta duas histórias: uma bela, e outra menos bela.

A bela, é a história deslumbrante de como o Universo evoluiu, desde as primeiras partículas, até à espantosa propriedade de a matéria se organizar na viva e se dotar de inteligência. Uma inteligência que nos permite contemplar o Universo e tentar compreendê-lo. Reeves conta-nos esta bela história com a escrita científica-poética a que nos habitou.

A história menos bela é sobre o efeito que aquela mesma inteligência humana teve sobre o planeta que a aninhou, causando a extinção de outras espécies, perda de biodiversidade que desequilibra perigosamente os ecossistemas. Inteligência que desenvolveu tecnologias poluentes que provocam alterações climáticas que fazem perigar a habitabilidade do nosso planeta para a vida. Hubert Reeves faz uma descrição impressiva do impacto da espécie humana sobre o planeta Terra.

Mas o nosso poeta do cosmos não se limita a apresentar estas duas histórias. Numa terceira e última parte do livro, apresenta-nos os esforços que têm sido desenvolvidos, desde há cerca de cento e cinquenta anos, para tentar conciliar as duas histórias e, com inteligência, tentar reverter os malefícios da acção humana sobre a Terra. Descreve-nos “o despertar verde” que tem permitido salvar várias espécies da extinção e restaurado a camada de ozono, entre outros aspectos marcadamente ecológicos. Fala-nos também da necessidade de uma “cosmoética” e apresenta-nos uma ética para a Terra.

É um livro para todos e que nos ajuda a refletir sobre a nossa história e o nosso lugar no Cosmos. Que nos sensibiliza para a importância de usarmos a mesma inteligência que criou a revolução industrial, para salvaguardar o futuro da vida no único planeta que conhecemos onde ela existe. É um livro escrito com confiança e esperança na beleza da nossa inteligência.


António Piedade

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

AQUILO QUE COMEMOS INFLUENCIA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Artigo primeiramente publicado na imprensa regional.



Dietas mais saudáveis e a redução dos desperdícios alimentares são parte de uma combinação de soluções necessárias para assegurar comida para todos e evitar desastrosas mudanças climáticas, segundo uma equipa de cientistas da Universidade de Cambridge.

Em 2050 existirão 9,6 mil milhões de humanos no planeta Terra. A disponibilidade de alimentos para alimentar esses milões de pessoas é um assunto actual e de preocupação global. O que será necessário fazer a nível agrícola e pecuário para responder às necessidades alimentares futuras?

Num artigo publicado recentemente na revista Nature Climate Change, investigadores da Universidade de Cambridge efectuam uma simulação que tenta responder àquela questão, mas mais sobre a perspectiva que envolve as mudanças climáticas resultantes do impacto da tendência actual e futura da dieta humana.

Segundo este novo estudo, a crescente ocidentalização das dietas da maior parte dos países de todo o mundo, em que se verifica um aumento desmedido no consumo de carnes e de alimentos muito processados, terá como impacto um aumento muito superior ao até agora estimado para a emissão de gases com efeito de estufa em 2050.

Os autores do artigo sublinham a necessidade de urgentemente repensarmos cuidadosamente o que comemos e impacto ambiental disso. O crescimento exponencial da população mundial associado à mudança dos gostos alimentares para uma dieta farta em carnes, exige um aumento considerável na produção agrícola, muito para além do que o agora é possível. Para satisfazer os novos apetites de uma população crescente é necessária mais terra cultivável, para criar mais pastagens, o que implica o aumento da desflorestação.

Segundo os autores deste estudo, se se mantiver a actual tendência alimentar, por volta de 2050 a extensão de terras cultiváveis ter-se-á expandido para mais de 42% e o uso de fertilizantes químicos aumentará acentuadamente em cerca de 45 % em relação aos níveis de 2009. E cerca de 10 % das florestas virgens do mundo desaparecerão nos próximos 35 anos.

Se assim se continuar, quando os nossos filhos forem adultos o mundo terá um clima diferente, com mais catástrofes ambientais, com uma maior perda de biodiversidade, com uma menor qualidade de vida para os então 9,6 mil milhões de habitantes humanos neste planeta, o único que conhecemos onde existe vida.

Para responder às necessidades alimentares baseadas no consumo de carne, uma acentuada actividade pecuária aumentará perigosamente os níveis de metano emitido para a atmosfera. Este gás é dez vezes mais potente a causar efeito de estufa do que o dióxido de carbono.

Todos os aspectos mencionados resultarão num aumento de 80% na previsão da emissão de gases com efeito de estufa em 2050, segundo os cientistas deste estudo, o que é muito superior ao estimado só para as emissões resultantes da actividade económica global. Aliás, estas terão de ser somadas àquelas, o que não agoira nada de bom para o ambiente.

Os autores também chamam a atenção para as consequências nefastas sobre o ambiente causadas pelo sempre excessivo desperdício alimentar verificado nos países desenvolvidos. Estes desperdícios, para além serem em si um mal social, obrigam a um gasto energético necessário ao seu tratamento o que também aumenta a emissão de gases com efeito de estufa.




Uma dieta mais equilibrada

É imperativo que encontremos formas de alcançar uma segurança alimentar sem expandir as culturas e as terras de pastagem. A produção de alimentos é um factor causador de perda de biodiversidade e um grande contribuinte para as alterações climáticas e poluição, pelo que as nossas escolhas alimentares são de um extrema importância e têm consequências não negligenciáveis”, diz Bojana Bajzelj da Universidade de Cambridge e primeiro autor do estudo.

No artigo, os cientistas apresentam uma composição para a dieta que consideram adequada para evitar as consequências da actual tendência alimentar. Sugerem uma dieta equilibrada composta por duas porções de 85g de carne vermelha e cinco ovos por semana, assim como uma porção de carne de aves por dia. “Não se trata de uma proposta para uma dieta vegetariana, mas sim para uma dieta que inclua carne em quantidades adequadas para uma dieta considerada mais saudável”, diz Keith Richards um outro autor do estudo.

Diminuir os desperdícios alimentares e moderar o nosso consumo de carne numa dieta mais equilibrada é assim considerado essencial para que possamos diminuir o impacto da dieta global sobre as alterações climáticas.

Pense pois no que come, não só para manter um bom estado de saúde, mas também para construir um futuro melhor em termos ambientais.

António Piedade 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ESTA “NOSSA CASA”

Texto que nos foi enviado pelo Professor Galopim de Carvalho e que agradecemos.

É nesta Terra, o Planeta Azul, envolto nos farrapos brancos das nuvens, que reside tudo o que temos: o ar que respiramos, a água que bebemos, o chão que pisamos e nos dá o pão. É só com isto que contamos para viver, nós, os nossos filhos e netos e as gerações que lhes possam suceder.

É, pois, fundamental, conhecer melhor esta “nossa casa” que nos transporta através da imensidão do espaço, à velocidade de 30 Km por segundo.

O nosso Planeta, velho de quase quatro mil e seiscentos milhões de anos, lar da biodiversidade, incluindo a humanidade inteira, não foi sempre como hoje o conhecemos. Esta nossa Terra é o resultado de uma longa e complexa evolução, e o homem é o fruto mais jovem dessa mesma evolução, numa cadeia imensa de interrelações em que participaram as rochas, a água, o ar e todos os seres vivos. A geologia mostra, com efeito, que a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, interagiram ao longo de milhões e milhões de anos. E o resultado dessa interacção é o mundo em que vivemos.


Na nossa sociedade, dita de desenvolvimento e em vias de globalização, em que o poder político se submete desavergonhadamente ao poder do dinheiro, em que se privatizam os lucros da produção, tantas vezes poluente, e se socializam os efeitos negativos dessa poluição, interessa ao cidadão conhecer melhor esta “nossa casa”, a fim de bem avaliar os problemas que se lhe põem no seu relacionamento com o ambiente natural.

O grau de complexidade da matéria a que chegámos foi crescente desde o início do tempo, isto é, nos cerca de 13 700 milhões de anos (com uma margem de erro de 200 milhões) de existência do Universo que julgamos conhecer. Das partículas primordiais passou-se aos átomos e, só depois, às moléculas, cada vez mais complexas. A partir destas, a evolução caminhou no sentido das células mais primitivas, que fizeram a sua aparição na Terra há mais de 3 800 milhões de anos, através de uma cadeia, inicialmente abiótica, de estádios progressivamente mais elaborados, onde o ensaio e o erro tiveram a seu favor 75% ou mais dessa enormidade de tempo.

Dos seres unicelulares mais rudimentares aos primeiros metazoários, surgidos há cerca de 600 milhões de anos (fauna de Ediacara, na Austrália), foi consumido mais cerca de 20% desse mesmo tempo. Restou, pois, pouco mais de 5% para que, numa nova cadeia de complexidade crescente e a ritmo cada vez mais acelerado, se caminhasse dos invertebrados primitivos à espécie humana.

Do nosso aparecimento no Planeta Azul (onde julgamos ocupar o topo da escala biológica) aos dias de hoje, foi um passo de apenas 0,0001% do tempo universal. Face à eternidade que falta cumprir a este nosso planeta, estimada em mais cerca de cinco a seis mil milhões de anos, a presença do Homem na natureza é ainda extraordinariamente curta, insignificante e, portanto, passível de erro e de extinção, como aconteceu no passado geológico com inúmeras espécies.

O Homem, feito dos mesmos átomos de que são feitas as estrelas, os minerais, as plantas, os outros animais e tudo o mais que existe, é matéria que adquiriu complexidade tal que se assumiu com capacidade de se interrogar, de se explicar e de intervir no seu próprio curso e no do ambiente onde foi “fabricado”. Ele é um estado muito avançado de combinação dessa mesma matéria, capaz de fazer aquilo a que chamamos Ciência, isto é, observar, descrever, relacionar, explicar, induzir, prever. O Homem, na sua possibilidade de adquirir conhecimento e de o transmitir, é a manifestação mais elaborada da realidade física do mundo que conhecemos, na qual foi consumida a totalidade do tempo do universo.

Assim, a Ciência, através do Homem, pode ser entendida também como expoente máximo da matéria que se questiona a si própria. Acreditamos (mas podemos estar enganados) que a natureza “pensa” através do cérebro humano e, assim, podemos aceitar que o Homem dá voz à natureza. Tais capacidades colocam-nos a nós, humanos, numa posição de grande vantagem entre os nossos pares no todo natural.

Podemos, então, perguntar «temos nós o direito de gerir a natureza em nosso proveito, sobrexplorando-a e agredindo-a como tem sido regra, sobretudo a partir da Revolução Industrial, no séc. XIX, e, com particular intensidade, nas últimas décadas?».

O nosso planeta, no quadro em que se nos apresenta hoje, é o resultado de um sem número de vicissitudes, muitas delas catastróficas (vulcanismo, colisões de asteróides e cometas, entre outras), sofridas ao longo da sua velhíssima história. Contudo, e em consonância com o geólogo inglês, James Ephraim Lovelock, na sua hipótese “Gaia”, divulgada em 1972, a Terra é um corpo que se auto-regula e, como tal, sempre soube encontrar resposta a todas essas agressões e vai, sem dúvida, continuar a fazê-lo. Os danos que lhe podemos causar, no mau uso que dela estamos a fazer, é mudar-lhe as condições que nos são favoráveis e que bem conhecemos, dando origem a outras, ainda desconhecidas, que nos poderão ser altamente adversas. Assim, ao atentar contra a natureza, o Homem está, certamente, a atentar também contra si próprio, contra a humanidade.

Numa ânsia desenfreada de lucro e de prazer, a civilização industrial incontrolada pode desencadear uma nova extinção em massa que, certamente, a vitimará a ela também. Porém, o planeta – e os geólogos têm consciência disso – irá prosseguir, mesmo sem a inteligência humana, e acabará por encontrar novos caminhos, em obediência apenas às leis da física, incluindo as do acaso, podendo voltar a ensaiar um outro ser inteligente ou, até, mais inteligente do que esta versão moderna do Homo sapiens, que somos nós. Para tal só necessita de tempo, de muito tempo, e isso não lhe irá faltar. À pergunta generalizada «perante quem deve o Homem prestar contas da maneira como decide articular-se com a natureza?» a resposta é, sem dúvida, «aos outros homens!». É, com efeito, à Sociedade, que cada um de nós tem de responder pelo poder de decisão e pela liberdade de acção que as nossas imensas capacidades nos conferem.

Se o Homem deu voz à natureza, a Sociedade deu-lhe ética e assume-se no direito de estabelecer regras entre os seus pares no usufruto deste vasto condomínio. Sendo certo que a capacidade de intervenção de cada indivíduo, como elemento consciente desta mesma Sociedade, está na razão directa das suas convenientes informação e formação, importa, pois, incrementá-las. E incrementá-las é facultar-lhe o acesso aos conhecimentos que, continuamente, a ciência nos vem revelando.

A. Galopim de Carvalho

Texto adaptado do livro do autor “COMO BOLA COLORIDA – A TERRA, PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE”, Âncora Editora, Lisboa, 2007.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Com petróleo seremos um país do terceiro mundo com as contas em dia!!

"Estamos a um passo de chegar ao petróleo. Ou ao gás...". 

convincente certeza é do subdirector da Direcção Geral de Energia e Geologia, e foi noticiada recentemente a propósito da aprovação, pelo actual governo, de um plano de exploração de hidrocarbonetos (petróleo e/ou gás natural) para a zona de Aljubarrota, apresentado pela empresa canadiana Mohave em parceria com a Galp. Segundo o título da notícia do Expresso: 

"Portugal a um passo de se tornar produtor de petróleo"

Apesar do optimismo do subdirector e do entusiasmo do Ministro Álvaro Santos Pereira, que contagiou os jornalistas do Expresso, segundo os responsáveis da Mohave, a probabilidade de que a exploração de hidrocarbonetos seja viável é de 30%, no máximo. Isto, para os padrões desta industria que lida com a incerteza, é considerado muito elevado. Convenhamos, que não é fácil saber o que há ou não há a 4000 metros de profundidade encarcerado dentro de rochas há milhões de anos. Segundo Arlindo Alves, director geral da Mohave em Portugal: 

"Se for gás é gás".

De qualquer forma, mesmo que se confirme esta possibilidade há uma diferença entre explorar hidrocarbonetos (em principio será gás natural, ou seja metano) e que isso seja um benefício para a sociedade. Veja-se como vivem na miséria as populações de muitos países ricos em petróleo, ouro ou diamantes. Aliás, para que não haja confusões, Luis Palha da Silva, vice presidente da Galp disse na ocasião:

"Este nosso projecto, tem sobretudo um interesse empresarial".

(parece que só não explicaram ao Álvaro)

Não sendo evidentes os benefícios para a generalidade do país de uma exploração de hidrocarbonetos (não digo que não sejam bons para os accionistas da Galp), há prejuízos evidentes para o ambiente e para a saúde. A concretizar-se, poderá ser necessário recorrer a uma técnica chamada fracking.

O fracking (ou Hydraulic fracturing) é uma tecnologia muito controversa usada para explorar gás natural a grandes profundidades, já banida em alguns países e estados americanos . Consiste em injectar um líquido a alta pressão, que tem como função abrir fracturas na rocha e libertar o gás natural aprisionado.




Esta técnica permite explorar vastas reservas de gás natural, que de outra forma seriam inacessíveis. Mas o impacto ambiental é enorme. É usada uma grande quantidade de água no fluído de fracking (aquilo que é injectado para rebentar com a rocha) em conjunto com uma série de substâncias perigosas. Muitas vezes, o conteúdo do líquido de fracking, não é revelado ao abrigo do segredo industrial, imagine-se! Há um grande risco de contaminação da água e de libertação de metano para a atmosfera (que é um gás de efeito de estufa). O filme Gasland (2010) aborda este assunto:



Não é certo o que vai acontecer. Mas o fracking é uma questão com a qual nos poderemos ter que confrontar, caso a empresa Mohave Oil considere viável a exploração de gás natural em Aljubarrota e Torres Vedras. É um processo ambientalmente criminoso, com várias restrições na UE, mas em que nós - probrezinhos - teríamos que pensar. E, continuaríamos pobrezinhos, já que a redistribuição de riqueza não é uma tendência dominante nestes tempos. Pobrezinhos como dantes, mas com um ambiente pior. Comparado com o fracking, a batalha de Aljubarrota parece um cafoné.

Enfim, um país que não aposta na retenção dos seus talentos, virado para o turismo e exploração do subsolo, com parca distribuição de riqueza. Se tudo correr bem, seremos um país do terceiro mundo com as contas em dia. E nem isso parece que estamos a conseguir.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

CIENTISTAS DE PÉ NO TEATRO VILLARET

SALVAR O MUNDO OU RIR A TENTAR

Sete cientistas das mais diversas áreas falam sobre o assunto de que menos percebem: ambiente. Um biólogo marinho queixa-se da quantidade de protector solar que gasta durante os picos de trabalho, a marquise como solução para o meio planeta que nos falta, a eficácia do speed dating com arroz hermafrodita, como a capacidade de planeamento pode prejudicar o desenrascanço e um tocante peditório para financiar o programa de reprodução de ideias ameaçadas em cativeiro. E fica a pergunta: será que estamos a deixar lixo suficiente para que os arqueólogos do futuro saibam como nós vivemos ou seremos sempre um mistério?

Direcção de texto: David Marçal | Direcção de actores: Romeu Costa | Interpretação: Bruno Pinto (biólogo), João Cruz (biólogo marinho), Joaquim Paulo Nogueira (cientista da comunicação), Leonor Medeiros (arqueóloga), Sónia Negrão (Agrónoma), Ricardo Sequeira

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

VIDEO: Aquecimento Esclarecido



Aquecimento Esclarecido já foi apresentado em Almada, Lisboa, Coimbra e Porto! Disponível para apresentações em escolas, sempre seguido de um debate com um especialista em alterações climáticas. Pedidos de informações por email.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Rap dos Oceanos, a reportagem possível

A primeira vez que o biólogo marinho e cientista de pé João Cruz apresentou o seu Rap dos Oceanos foi no Pavilhão do Conhecimento, na Noite Europeia dos Investigadores:


Mano quando vais p’ra praia e te estendes na areia
Já olhaste bem para o ambiente que te rodeia?
Não falo das miúdas que controlas de soslaio
Falo do oceano, que é grande comó raio.
Grande parte do nosso lixo vai p’ra lá direitinho
E afecta muito mais que um ou outro peixinho.
Sabes que esse saco de plástico não é biodegradável?
Mas há muito animal que o pode achar agradável
Pelo menos até o comer e morrer sufocado
É caso para dizer que o bicho ficou lixado.
As alterações climáticas também afectam os nossos mares,
Assim como muitas espécies são prejudicadas pelos sonares
Já há corais mais brancos que os dentes do Paulo Portas
E espécies migradoras até já se enganam nas rotas.
É melhor preocupares-te com tudo que se faz errado
E agires pra mudar como cidadão preocupado
Desde as emissões poluentes ao lixo no areal
Senão não há direito a praia nem a miúdas de fio dental.

Letra: João Cruz
Música: David Cruz

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ESTREIA: AQUECIMENTO ESCLARECIDO (é hoje!)


Hoje, estreia do espectáculo AQUECIMENTO ESCLARECIDO.

As datas e locais das primeiras apresentações são estas:

- 4 de Janeiro de 2012 Casa da Cerca, Almada (18h30)
- 5 de Janeiro de 2012, Teatro da Trindade, Lisboa (17h30)
- 6 de Janeiro de 2012, Jardim Botânico da Universidade do Porto (16h30)
- 7 de Janeiro de 2012, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (15h)

Duração aproximada de 35 minutos, seguido de um debate entre público, artistas e especialistas em questões climáticas.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ESTREIA: AQUECIMENTO ESCLARECIDO

(clique para ampliar)

Vai estrear já no início de Janeiro o espectáculo AQUECIMENTO ESCLARECIDO, , que em conjunto com o espectáculo sobre ambiente dos Cientistas de Pé, faz parte da concretização do Prémio Ideias Verdes 2010.

As datas e locais das primeiras apresentações são estas:

- 4 de Janeiro de 2012 Casa da Cerca, Almada (18h30)
- 5 de Janeiro de 2012, Teatro da Trindade, Lisboa (17h30)
- 6 de Janeiro de 2012, Jardim Botânico da Universidade do Porto (16h30)
- 7 de Janeiro de 2012, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (15h)

Duração aproximada de 35 minutos, seguido de um debate entre público, artistas e especialistas em questões climáticas.

A entrada, nestas sessões de estreia, é livre. No caso do Museu da Ciência de Coimbra ([email protected]) e da Casa da Cerca ([email protected] ) é necessária uma inscrição prévia por email.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Boa Álvaro!


Há uns valentes anos uma chuvada provocou uma derrocada para cima da linha dos eléctricos, na zona da Cruz-Quebrada. Temporariamente, o percurso foi assegurado por autocarros e o eléctrico passou a terminar o seu percurso em Algés.

O interrupção temporária da circulação dos eléctricos passou a definitiva quando se arrancaram parte dos carris que permitiam que estes pudessem dar a volta na Cruz-Quebrada. E agora o governo pretende acabar com a carreira de autocarros que os substituiu, com argumentos tecnico-tácticos absurdos tais como "a carris nunca teve concessão para essa zona".

Os eléctricos andaram décadas ilegais?

Estamos a falar de uma linha que serve não só a Faculdade de Motricidade Humana (entende-se que por serem desportistas talvez os seus alunos possam vir a correr ou de asa delta), como o Complexo Desportivo do Jamor (talvez quem não tenha carro deva fazer jogging à porta de casa, fazendo slalom entre os excrementos de canídeo e os carros estacionados no passeio) e um colégio com professores, funcionários e alunos. É também a carreira que serve o Estoril Open, mas nesse caso os espectadores mais pobres chegam de Mercedes e BMW topo de gama, que poderão continuar a estacionar em cima da paragem de autocarro, agora ainda com mais descontracção.

Quanto à VIMECA, empresa privada que segundo o gabinete do ministro Álvaro Santos Pereira faz a quase totalidade do percurso da carreira da Carris que se pretende extinguir, é apenas uma alternativa para quem quiser pagar um passe mais caro.

E assim se promove o uso do transporte público em Portugal.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PROJECTO SOBRE DESPERDÍCIO ALIMENTAR GANHA PRÉMIO IDEIAS VERDES 2011


O Prémio Ideias Verdes, promovido pela Fundação Luso e pelo Jornal Expresso, foi este ano atribuído ao projecto PERDA – Projecto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar”, da autoria de Sofia Guedes Vaz que tem como objectivos estudar e sensibilizar para o desperdício alimentar.

Um vídeo apresentado durante a cerimónia de entrega do prémio, que decorreu durante o Green Festival:

“Taste the Waste“ — the trailer from tastethewaste.com on Vimeo.

Segundo o anúncio do prémio:

O projecto premiado tem como objecto a investigação e sensibilização ambiental, centradas na análise do desperdício alimentar em Portugal, focando na sua dimensão social e ambiental. Visa estimular a mudança de comportamento, e prevê utilizar como ferramentas de trabalho e divulgação, um diário de bordo online onde cidadãos e investigadores podem deixar contributos, kits pedagógicos para professores e um livro científico. O estudo concentrar-se-à nos três grandes segmentos do sistema alimentar: produção agrícola,distribuição e consumo.

O trabalho será levado a cabo por sete investigadores, de institutos académico e áreas de estudo diferentes: Sofia Guedes Vaz, Graça Martinho e Ana Isabel Silveira da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Iva Miranda Pires da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas -UNL, Cláudia Soares da Universidade Católica, David Sousa e Susana Valente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

A temática da alimentação saudável e do desperdício alimentar é, sem dúvida, de grande actualidade, face às dificuldades económicas que as famílias portuguesas atravessam. A divulgação deste estudo (que se realizará no prazo de um ano) permitirá transmitir, de uma forma acessível e apelativa, o conhecimento científico e a sua aplicação no quotidiano nacional.

A Sofia Guedes Vaz, autora do projecto, é uma das Cientistas de Pé, projecto que venceu o mesmo prémio no ano passado, portanto uma bicampeã de Ideias Verdes!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

CIENTISTAS DE PÉ NA CASA DA CERCA

Uma mega-produção com um pôr do Sol verdadeiro e vista deslumbrante sobre Lisboa em cena, foi assim o espectáculo Salvar o Mundo ou Rir a Tentar na Casa da Cerca, em Almada:


Amanhã (quarta-feira) há mais: às 19h no Centro de Congressos do Estoril, na abertura do Green Festival.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O OZONO A NÃO PERDER


Hoje o químico Sérgio Rodrigues fala no Centro Ciência Viva Rómulo de Carvalho, no rés do chão do Departamento de Física em Coimbra, sobre os problemas do ozono, respondendo a todas as perguntas sobre o assunto: "O Ozono a não perder" . A não perder!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SALVAR O MUNDO OU RIR A TENTAR

O novo espectáculo dos Cientistas de Pé estreia este mês e o objectivo é claro (ver em cima).


Aqui ficam as datas e locais dos próximos espectáculos:

21 de Setembro (19h)
Casa da Cerca
Almada

23 de Setembro (22h)
Noite Europeia dos Investigadores
Pavilhão do Conhecimento
Lisboa

28 de Setembro (19h)
Green Festival
Estoril

Para mais informações:

http://cientistasdepe.pt/
http://www.facebook.com/CientistasDePe
http://twitter.com/CientistasDePe
http://cientistasdepe.blogspot.com/

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CIENTISTAS DE PÉ: SALVAR O MUNDO OU RIR A TENTAR


Os Cientistas de Pé, um projecto de stand-up comedy com cientistas, têm em preparação um novo espectáculo intitulado "SALVAR O MUNDO OU RIR A TENTAR", que irá estrear em Setembro. Em 2010 os Cientistas de Pé venceram o Prémio Ideias Verdes, atribuído pela Fundação Luso e pelo Jornal Expresso, cuja concretização é a criação deste novo espectáculo sobre ambiente.

Sinopse
Sete cientistas das mais diversas áreas falam sobre o assunto de que menos percebem: ambiente. Um biólogo marinho queixa-se da quantidade de protector solar que gasta durante os picos de trabalho, a marquise como solução para o meio planeta que nos falta, a eficácia do speed dating com arroz hermafrodita, como a capacidade de planeamento pode prejudicar o desenrascanço e um tocante peditório para financiar o programa de reprodução de ideias ameaçadas em cativeiro. E fica a pergunta: será que estamos a deixar lixo suficiente para que os arqueólogos do futuro saibam como nós vivemos ou seremos sempre um mistério?

Ficha técnica
Direcção de texto: David Marçal | Direcção de actores: Romeu Costa | Interpretação: Bruno Pinto, João Cruz, Joaquim Paulo Nogueira, Leonor Medeiros, Sónia Negrão, Ricardo Sequeira e Sofia Guedes Vaz

Enquanto não está pronto o novo espectáculo, podem ser vistas duas actuações completas dos Cientistas de Pé Bruno Pinto (biólogo) e Daniel Silva (informático) no site da Visão: aqui.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ambiente, Porquê Ler os Clássicos?

Informação recebida do Programa Gulbenkian Ambiente


Ambiente, Porquê Ler os Clássicos? é o novo projecto do Programa Gulbenkian Ambiente, em parceria com a Embaixada dos EUA, que propõe a reflexão e participação em diversas actividades (Programa de Actividades), cujo ponto de partida são livros que, desde o séc. XIX, contribuem para um movimento ambiental. O Programa Gulbenkian Ambiente seleccionou seis destes livros, por considerar que representam um amplo espectro de ideias e conceitos que têm perdurado e se têm mantido actuais desde que foram escritos. Escritos ao longo dos últimos século e meio, as mensagens destes seis livros foram, mas acima de tudo continuam a ser inovadoras, alternativas, revolucionárias. São CLÁSSICOS.

Uma das iniciativas inscritas neste projecto é o Clube de Leitores “Walden”

‘Walden ou a vida nos bosques’, escrito por Henry David Thoureau em 1875, relata a insatisfação com o modo de vida numa sociedade cada vez mais materialista e procura regressar a um contacto harmonioso com a natureza.

Se está interessado/a em participar, conheça o regulamento.
As inscrições estão abertas até ao final do dia 9 de Março de 2011.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Portas de Ródão

Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra:


Colóquio/Debate
9 de Fevereiro de 2011 | 15H00-17H30
Entrada livre

O tema das maravilhas naturais de Portugal esteve muito presente durante o ano de 2010. Serviu para sensibilizar a população para a questão da protecção da biodiversidade e geodiversidade do nosso país, dando a conhecer locais paradisíacos no nosso país que eram desconhecidos da maioria. O objectivo deste debate é sensibilizar o público em geral para a questão da gestão sustentável de um local simultaneamente uma área protegida e uma atracção turística.

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra apresenta este tema a partir de um debate que conta com a presença da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, que irá apresentar o exemplo da conservação do Monumento Natural das Portas de Ródão, a comunidade científica, representada pelo Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, que nos irão descrever a riqueza daquele local do ponto de vista geológico e biológico, e a sociedade civil, representada pelo Geopark Naturtejo.

Esta iniciativa faz parte do ciclo de debates Homem, Cidade, Ciência

Programa:

Jorge Gouveia
, Coordenador da proposta de classificação das Portas de Ródão como Monumento Natural

Pedro Proença Cunha, Departamento de Ciências da Terra da FCTUC

Carlos Neto de Carvalho e Joana Rodrigues, Geopark Naturtejo

Nelson Almeida, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR)

Sara Canilho
, Museu da Ciência (autora da tese Definição de temáticas científicas e propostas de valorização e divulgação no Monumento Natural das Portas de Ródão e suas imediações, para turismo científico)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O ANO DO MORCEGO


Se 2010 foi o Ano da Biodiversidade, 2011 será o Ano Internacional das Florestas, proclamado pelas Nações Unidas, a par do Ano Internacional da Química. Mas, além disso, o Programa para o Ambiente das Nações Unidas (UNEP) declarou que 2011-2012 seria o "Ano Internacional do Morcego", com o intuito de defender esse mamífero voador: ver aqui.

O FENÓMENO DA CONSCIÊNCIA É COMO O DA EXISTÊNCIA DO UNIVERSO - DAVID LODGE

Faleceu David Lodge, o polifacetado escritor britânico que manteve na ficção uma ironia finíssima e absolutamente corrosiva. A diversidade h...