O rosto marcado pelas rugas indesejadas,
não porque te desmereçam, ficam-te bem,
são sinais e os sinais são células amarguradas
que a longa vida expõe por inexorável desdém.
O mesmo digo das varizes, dão-te um ar maduro
e traçam nas tuas pernas curiosos arabescos,
quem sabe se engodos do passado ou do futuro,
sejam imaginação na estatuária ou inocentes frescos.
Definham as peles e as tranças, já matizadas,
pendem nos ossudos ombros, outrora de marfim
e eu que tudo enxergo, em tudo vejo águas passadas,
vou dando conta que todas as mazelas estão em mim.