Ao
mesmo tempo um sonho e um grito,
assim
foi Abril daquele iluminado ano:
de
mãos dadas, o presente e o infinito,
rompendo
as brumas do tempo insano.
Ao
sonho e ao grito juntou-se a esperança,
projecto
de liberdade com futuro:
da
árvore que é regada e por fim se alcança
pelo
esforço, o fruto então maduro.
Não
importavam as noites de chão pisado,
de
amargos frutos, rosas com muito espinho…
Era
em frente com a rabiça à testa do arado.
O
que foi a eito corre agora em desalinho,
porém,
Abril não morre; nunca está parado:
torce,
torna, não pereceu o povo nem o caminho.
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