quinta-feira, 22 de abril de 2021

DE NOVO, ABRIL


Ao mesmo tempo um sonho e um grito,

assim foi Abril daquele iluminado ano:

de mãos dadas, o presente e o infinito,

rompendo as brumas do tempo insano.

 

Ao sonho e ao grito juntou-se a esperança,

projecto de liberdade com futuro:

da árvore que é regada e por fim se alcança

pelo esforço, o fruto então maduro.

 

Não importavam as noites de chão pisado,

de amargos frutos, rosas com muito espinho…

Era em frente com a rabiça à testa do arado.

 

O que foi a eito corre agora em desalinho,

porém, Abril não morre; nunca está parado:

torce, torna, não pereceu o povo nem o caminho. 


 

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