Foi apresentado como uma das grandes apostas de verão dos estudios, e acabou por ser lançado muito com essa tagline sobre um filme futorista, inovador e original. Em termos criticos o filme passou com resultados positivos, embora sem serem o trampolim necessário a um impacto extraordinario. Do ponto de vista comercial os resultados foram desoladores, principalmente no terreno domestico, o que acaba por colocar em causa o trajeto e as ambiçoes do projeto, que também parece pensado para não ter sequencia.
Sobre o filme podemos dizer que temos uma grande produção, com meios e com um estilo de argumento que nos últimos anos ficou um pouco em desuso, no que diz respeito à forma de colocar homens contra maquinas, mesmo que nos dias de hoje isso seja uma clara realidade. O filme e tecnicamente interessante, fruto de ser uma grande produçao de estudio, mas enquanto objeto de entertenimento tem algumas dificuldades, a maioria das quais ligado a um argumento algo pesado.
Outro dos pontos que me parece que não permitem a simbiose com o publico e ser um filme rigido e demasiado preso a ação e intrigas, perdendo pouco tempo nas personagens e no seu historico relacional, acabando muitas vezes por tornar a intriga central confusa, desacelarando o ritmo o que acaba por ser nocivo para um filme com mais de duas horas.
Por tudo isto The Creator é um filme tecnicamente competente mas com diversas lacunas no que diz respeito a um argumento que quase sempre comunica de uma forma algo distante com o espetador. O lado emocional da ligação central acaba por ser o único ponto mais humano de um filme rígido, sem grandes mudanças de ritmo e acima de tudo pensado para ser um épico filme moderno que nunca consegue ser.
A historia segue um agente infiltrado numa luta pelo poder das maquinas com AI criadas no oriente com os humanos que regem o ocidente, mas que conduz a uma historia de paixão e reencontro entre pessoas e maquinas, numa luta de guerra por poder e definição de posiçoes.
Em termos de argumento a historia é algo confusa em muitos momentos, principalmente porque é algo circular nos procedimentos. Fica a ideia que em termos comicos o filme não arrisca nada e a empatia de ligação entre personagens acaba também por nunca fortalecer o filme para alem da historia do homem contra a maquina.
Edwards e um dos jovens valores do cinema de estudio atual, o qual tem conseguido alguns sucessos em algumas tarefas de hollywood. Aqui tenta um filme mais concetual, mas o resultado fica a meio termo. mesmo que em termos de produçao o filme seja impactante, fica a ideia que no restante falta risco e assinatura, e isso pode levar a uma carreira de mare media.
No cast eu confesso que não reconheço em Washington Jr um poder e carisma para liderar um filme desta dimensão, é repetitivo nos maneirismos, mas mais que tudo não é propriamente muito forte em transmitir sentimentos. Nos secundarios Watanabe funciona, e o maior destaque vai para a jovem Yuna Voyles, que domina as sequencias onde entra.
O melhor - O rigor tecnico de alguns momentos do filme.
O pior - O argumento e repetitivo e monotono
Avaliação - C