Thursday, November 30, 2023

The Creator

 Foi apresentado como uma das grandes apostas de verão dos estudios, e acabou por ser lançado muito com essa tagline sobre um filme futorista, inovador e original. Em termos criticos o filme passou com resultados positivos, embora sem serem o trampolim necessário a um impacto extraordinario. Do ponto de vista comercial os resultados foram desoladores, principalmente no terreno domestico, o que acaba por colocar em causa o trajeto e as ambiçoes do projeto, que também parece pensado para não ter sequencia.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma grande produção, com meios e com um estilo de argumento que nos últimos anos ficou um pouco em desuso, no que diz respeito à forma de colocar homens contra maquinas, mesmo que nos dias de hoje isso seja uma clara realidade. O filme e tecnicamente interessante, fruto de ser uma grande produçao de estudio, mas enquanto objeto de entertenimento tem algumas dificuldades, a maioria das quais ligado a um argumento algo pesado.

Outro dos pontos que me parece que não permitem a simbiose com o publico e ser um filme rigido e demasiado preso a ação e intrigas, perdendo pouco tempo nas personagens e no seu historico relacional, acabando muitas vezes por tornar a intriga central confusa, desacelarando o ritmo o que acaba por ser nocivo para um filme com mais de duas horas.

Por tudo isto The Creator é um filme tecnicamente competente mas com diversas lacunas no que diz respeito a um  argumento que quase sempre comunica de uma forma algo distante com o espetador. O lado emocional da ligação central acaba por ser o único ponto mais humano de um filme rígido, sem grandes mudanças de ritmo e acima de tudo pensado para ser um épico filme moderno que nunca consegue ser.

A historia segue um agente infiltrado numa luta pelo poder das maquinas com AI criadas no oriente com os humanos que regem o ocidente, mas que conduz a uma historia de paixão e reencontro entre pessoas e maquinas, numa luta de guerra por poder e definição de posiçoes.

Em termos de argumento a historia é algo confusa em muitos momentos, principalmente porque é algo circular nos procedimentos. Fica a ideia que em termos comicos o filme não arrisca nada e a empatia de ligação entre personagens acaba também por nunca fortalecer o filme para alem da historia do homem contra a maquina.

Edwards e um dos jovens valores do cinema de estudio atual, o qual tem conseguido alguns sucessos em algumas tarefas de hollywood. Aqui tenta um filme mais concetual, mas o resultado fica a meio termo. mesmo que em termos de produçao o filme seja impactante, fica a ideia que no restante falta risco e assinatura, e isso pode levar a uma carreira de mare media.

No cast eu confesso que não reconheço em Washington Jr um poder e carisma para liderar um filme desta dimensão, é repetitivo nos maneirismos, mas mais que tudo não é propriamente muito forte em transmitir sentimentos. Nos secundarios Watanabe funciona, e o maior destaque vai para a jovem Yuna Voyles, que domina as sequencias onde entra.


O melhor - O rigor tecnico de alguns momentos do filme.

O pior - O argumento e repetitivo e monotono


Avaliação - C



Tuesday, November 28, 2023

Saw X

 Depois de diversos anos em que tivemos novos filmes repetindo tudo e mais alguma coisa no horror de Jigsaw, bem como uma prequela tipo Spin Off, eis que surge um filme que encaixa entre o primeiro e o segundo filme, que tenta revitalizar as figuras que melhor funcionaram no que a serie diz respeito. E o que é certo e que pelo menos criticamente as coisas não correram mal, com avaliações positivas, uma das melhores da saga junto com o primeiro. Por sua vez do ponto de vista comercial, todo o desgaste da saga parece ter desaparecido com resultados proximos do primeiro embora toda a inflaçao de intervalo, mas existiu uma mudança relativamente ao trajeto descendente que o filme vinha a ter.

Saw X e um filme para alem dos jogos mortais, tenta contextualizar um pouco a personagem de John Kramer na sua luta contra o tumor, mas com todos os atributos de malvadeza que todos lhe conhecemos, embora sempre com o sentido de justiceiro. Na primeira parte o filme é demasiado lento, e tenta ter um contexto demasiado explicado para a saga em si. Na segunda fase o filme volta ao tipo comum da saga, com muito sangue, muito horror e um twist mais que esperado.

Assim parece que é um filme que vai se conjugando com tudo que a saga foi seguindo, excluindo o primeiro filme que conseguiu surpreender pela sua originalidade, tudo o resto foi jogos de sadismo puro com muito sangue, twist previsiveis e uma moralidade questionável. Sem duvida Saw alimentou os filmes de terror nos ultimos vinte anos, mas confesso que nem as boas criticas deste filme entusiamaram-me, ja que me parece mais do mesmo, com vinte minutos de introduçao totalmente dispensaveis.

Ou seja para quem gosta do sangue e exagero total de Saw, temos mais um capitulo proximo em todos os niveis do que ja foi feito, com as personagens de sempre e os valores morais de sempre. De resto muito pouco de novo. Tentamos conhecer mais Kramer, mas pouco ou nada explica sobre o seu prazer de provocar dor, e o resto apenas pequenas referências ao que ja fomos vendo dos mais de dez filmes ja feitos.

O filme regressa atras no tempo num Kramer ainda vivo, a tentar encontrar soluçao e esperança para o seu problema de saude, ate ao momento em que aceita um tratamento inovador, que mais não é do que uma burla financeira, que o vai levar a vingança de todos nos seus ja famosos jogos mortais.

O argumento do filme tem uma introduçao desnecessaria, numa humanização da personagem central que tem tanto de impossivel como despropositada. Nos jogos temos originalidade em alguns momentos, mas o twist final e totalmente previsivel o que acaba por dar um final algo frouxo ao filme.

Na realizaçao deste projeto iniciado por Wan temos Greutert um habitue nos filmes de terror de estudio que ja tinha estado em alguns projetos Saw, que acaba por seguir as linhas mais tradicionais do produto sem grandes inovações ou tentativa de alterar o percurso natural da saga.

No cast temos Bell na personagem da sua vida, que acaba por ser a sua carreira, com mais ecra e mais momentos de presença, e de resto uma serie de desconhecidos que apenas ali estão para gritar. O filme tenta dar alguma presença a Synoove Lund, mas acaba por ser mais do mesmo.


O melhor - E fiel ao percurso


O pior - Os primeiros vinte minutos tentam levar o filme para um caminho sem grande sentido


Avaliação - C-



Leo

 Num ano em que a Netflix prepara-se para mais uma luta pelos Oscares que a partida parece perdida, eis que surgem os seus outros tiros para outro tipo de categorias, neste caso em disputa para melhor animaçao, com esta produçao de Adam Sandler sobre os animais de estimação/mascote de turmas. Leo estreou sem grande impacto comercial na aplicação, mas criticamente, numa altura em que a animação tem sentido diversas dificuldades em ditar as suas leis, este filme conseguiu resultados consistentes nas avaliações externas.

Sobre o filme, Leo é quase o contrário do que estamos habituados a ver em Sandler, temos uma comedia pacata, com muito valor sentimental e moratório, com diversos easter eggs, que nos dão um interessante e competente filme de animação, que merece sublinhando, não fugindo aos cliches dos filmes dos mais pequenos, e com muitas referências particulares, o filme consegue ser ao mesmo tempo empático com o espetador e cómico para os mais pequenos.

A todos os níveis o filme é interessante nas suas metáforas, todas elas centradas num bonacheirão lagarto idoso, que fruto de ter passados diversos anos a observar menores acaba por ajudar aluno a aluno nas suas características individuais a ultrapassar os problemas, o filme tem tudo o que uma historia para crianças deve ter, principalmente o efeito espelho muito presente.

Por tudo isto Leo, é na animação mais tradicional um dos filmes mais funcionais do ano, com o humor de Sandler moderado, e com um valor moral muito forte fica a clara ideia que é um filme a ver e aprender, com muitos bons apontamentos a transmitir, original na abordagem, algo longo em face da faixa etária que quer abordar, mas que nos faz passar um bom tempo em família, um dos pressupostos fundamentais no sucesso de qualquer filme de animaçao.

A historia fala de um lagarto e uma tartaruga à muitos anos mascotes de uma escola, que acabam por receber uma nova turma, com diversos alunos a passar por momentos conturbados típicos da idade, os quais sofrem com a chegada de uma professora nova com métodos classicos.

Em termos de argumento o filme é muito bem escrito, quer no plano comico e de entertenimento mas acima de tudo na capacidade que o filme acaba por ter de transmitir valores e pedagogia, sempre interessante. Fica a ideia que os momentos musiciais poderiam ser mais diversificados, mas penso que o seu amadorismo é pensado para fazer o filme e o seu registo funcionar.

Na realizaçao a batuta foi entregue a um colaborador do sucesso de Hotel Transylvania, filme com a mesma produçao deste, mas que o filme trabalha bem no plano comico, embora com uma formula muito proxima das produçoes standart das produtoras maiores. Não e o plano que melhor registo trás.

Sobre o cast de vozes, efetivamente Sandler encaixa bem no estilo pausado que a personagem quer ter, e Burr é a companhia ideal, num filme que, no entanto, sublinha mais pelo argumento e pela historia do que propriamente pelo cast de vozes.


O melhor - A pedagogia do filme.

O pior - Algo longo demais.


Avaliação - B



Monday, November 27, 2023

Sound of Freedom

 Pode um pequeno filme independente colocar-se em luta com os grandes blockbusters do ano, pese embora pessimas criticas, a resposta é positiva e traduz-se neste particular filme, que o buzz a volta tornou quase o mesmo numa discussão politica extremada como tudo que atualmente acontece nos EUA. Adotado carinhosamente pela extrema direita americana, apostada em transformar o filme em box office star, o certo é que em termos economicos o filme brilhou, mesmo que imagens de salas esgotadas vazias tenham sido vazadas, levando a discussão para o plano de extremismo em redes sociais. Criticamente o filme foi um fracasso total, que o levou a um odio generalizado em face do que politicamente o filme se tornou.

Sobre o filme e colocando todas as polemicas e questões colaterais, podemos dizer que temos um mediocre filme serie B, sobre um heroi de ação sempre com a lagrima no canto do olho, num filme sobre uma realidade forte, mas que para alem disso pouco ou nada distancia dos filmes de Chuck Norris dos anos 80 com a exceçao de termos menos luta e muito mais lagrimas no alegado heroi. De resto interpretaçoes sofriveis, dialogo inexistente e previsibilidade maxima, se o filme e uma adaptaçao real, isso a discusssão fica fora do objeto artistico embora o contamine.

Não obstante de todas estas fraquezas a forma como o filme se tornou um statement policito acaba por ser surpreendente ao qual não é indiferente os cinco anos em que ficou barrado por razões desconhecidas, mas que encaixam bem na medicridade do filme. De louvar essa capacidade de influenciar do filme, pese embora para isso o filme apenas aborde uma tematica esteticamente complicada de uma forma simples e direta.

Ou seja ninguem consegue perceber muito bem no que este filme se tornou. O sucesso fez dele algo que nunca é, já que em termos artisticos e um sofrivel filme de serie b, previsivel, exagerado, muitas vezes pessimo nos detalhes, com um tema sempre forte e emotivo, mas pouco mais. O extremismo de ideias pode ser bem patente na forma como o filme se tornou amado e odiado ao mesmo tempo.

A historia segue um ex agente dos serviços de informaçao americano que desiste da sua profissao para seguir e tentar soltar uma serie de menores escravos sexuais na america do sul, colocando em risco a sua vida pela sua convição moral.

O argumento e quase inexistente para alem da historia, alegadamente real que tem por base. Independentemente da base real, ou não da historia o filme e mal montedo com um excesso de esteriotipos de serie b, uma personagem central completamente indefinida para alem das lagrimas e um unico objetivo o choque emocional.

Na realizaçao Alejandro Monteverde era um desconhecido que teve um projeto indie que poderia facilmente ir parar a uma prateleira de videoclub que viu um filme com todos os defeitos de uma produçao pequena ir parar as bocas do mundo. Teve a fama e o preço da mesma, num filme demasiado extremado para ser bom alicerce para alguma coisa.

No cast Caviezel depois de encarnar jesus na Paixao de Cristo tornou-se num ator algo complicado, colecionando falhanços de segunda linha, e opiniões politicas exageradas. O filme e muito ele, acima de tudo no comentário final, numa interpretaçao que explica o desaparecimento dele enquanto ator, e que fica ainda mais patente quando partilha cenas com um Bill Camp sempre em forma.


O melhor - Um tema pouco assumido no cinema.

O pior - A polemica e o extremismo num filme tão mediocre


Avaliação - C-



Sunday, November 26, 2023

WIsh

 A aposta da Disney para este final de ano vai ao encontro das historias magicas mais femininas que resultaram com Frozem e Moana. Aqui temos um filme sobre desejos, sob a forma de musical, que ao contrario de outras abordagens os resultados foram dececionantes a toda a linha, criticamente uma mediania com tendência negativa foi so inicio do que o descalabro comercial provocou que deve provorar um terramoto principalmente nos EUA nos estudios maioritarios, porque os resultados foram do pior que me recordo para a distribuidora.

Sobre o filme temos o tradicional filme feminino de natal da Disney, uma personagem com sonhos, valores morais fortes, e amigos por todo o lado que tenta colocar em causa a liderança do lider supremo que vende sonhos, e depois temos tudo o que a disney nos habituou, amizade, musica e muita cor e sonhos, o que esta tudo em dose certa, embora fique a total ideia de uma repetiçao continua de ideias e pouco ou nenhum valor cultural.

A ideia que o filme vende e que perde desde logo acaba por ser a forma como o filme descreve culturalmente a questão da ilha no mediterraneo, fica a ideia que o filme poderia ser mais detalhado, ter mais humor, mais personagens, porque fica a ideia que a maior parte deles nao existe em deterimento de momentos musicais repetitivos, esteticamente interessantes mas pouco mais. O filme ganha um caracter mais epico com o excelente momento musical de Knowing What i Know Now, um dos melhores momentos musicas que me recordo da DIsney que merecia se calhar um filme mais diferenciado.

No final penso que o filme é competente sem ser brilhante, onde apenas o momento musical acima indicado vale mesmo a pena, porque de resto falta diferença sendo um filme que procura o que de melhor funcionou nos filmes anteriores semelhantes replicando, mas sinceramente falha muita originalidade, embora a competencia tecnica ali esteja. O exagero musical pode tornar-se aborrecido para os mais pequenos.

A historia segue uma jovem que aspira ser ajudante do rei, alguem que em troca dos desejos das pessoas, potencia a possibilidade de no futuro os realizar, o provoca o esquecimento do mesmo. O filme acaba depois por levar a jovem a uma odisseia que a leva a perceber que os objetivos do rei nao sao os melhores.

EM termos de argumento a historia tem boas intenções, moralmente forte, mas em termos de procedimento o filme e algo repetitivo e algo copiado de formulas de sucesso recentes e anteriores da disney, algo que acaba por ser a maior critica feita ao filme. 

Na realização do projeto a liderança ficou a carga da dupla de sucesso que trouxe Frozen e os seus capitulos e a presença de magia e o lado feminino esta bem presente mas a demasiado proximidade com o projeto inicial acabou por não ajudar, porque fica a ideia de alguma preguiça em novas abordagens.

NO cast de vozes Debose e uma otima escolha pela competencia musical, e os momentos de musica acabam por ser vivos muito por culpa da força vocal da atriz. De resto competencencia e pouco mais.


O melhor - O momento musical Knowing What i KNow Now

O pior - Ja vimos este filme com roupa diferente


Avaliação - B-



Saturday, November 25, 2023

A Haunting in Venice

 Branagh depois de muitos anos a dedicar-se a adaptações cinematograficas de Shakespeare eis que mudou o foco para Agatha Christie mais concretamente para as aventuras de Poirot, um dos mais famosos detetives do mundo. Pese embora nenhum dos filmes, que já vai no terceiro episodio tenha sido um sucesso pleno, o realizador tem conseguido chamar aos seus filmes elencos de primeira linha e criticas razoaveis, sem ser propriamente entusiasmantes. Do ponto de vista comercial, filme apois filme os resultados tem sido a todos os niveis mais debilitados, contudo este filme acabou por ter alguns registos razoaveis principalmente em termos worldwide.

Sobre o filme para quem viu os anteriores, este não tem muita novidade com exceção de Veneza profunda, o resto temos um caso, um conjunto de personagens num mesmo espaço, e seguimos Poirot com as suas particularidades e ir procurar desvendar o caso, num tipico filme de quem matou quem, com os maneirismos exagerados que Branagh deu a personagem e um ritmo lento, onde apenas as paisagens de veneza no principio e no fim parece dar vida a um filme algo cinzento.

No que diz respeito a resoluçao para quem conhece o livro parece claro que a resoluçao deste enigma não tem o impacto ou a surpresa dos anteriores e isso acaba por ser mais facil encaminhar o espetador para soluçao, ainda para mais porque o leque de personagens não e propriamente elevado. Fica a ideia que o filme esconde demasiado todas as personagens para os maneirismos do seu protagonista, que nada acaba por entregar ao filme.

Resultado um medianissimo filme de investigação tradicional, onde ressalta mais o local do mesmo do que a historia e os seus personagens. Nao consigo perceber até onde ira este tipo de cinema do realizador, o qual é mediano, segue linhas particulares mas o resultado é algo sem sabor, algo que foi comum aos tres filmes independentemente da quantidade de personagens e atores que consegue ir buscar.

O filma fala de um convite endereçado ao famoso Poirot, para participar numa sessão medium que pode colocar em causa tudo o que o mesmo acredita, o que terá por trás o misterio de uma morte, que conduz a outras durante a sessão.

O argumento e uma historia conhecida de Christie, não das mais surpreendentes, mas que acaba por ter os elementos todos de suspense importantes a fazer este tipo de projeto resultar. O filme nem sempre tem o equilibrio entre personagens e o ritmo baixo, o que deixa tudo no epicentro final.

Branagh e um realizador consistente que apenas recentemente, em Belfast deu alguma assinatura ao seu percurso, porque tudo o resto parece tarefas de grande estudio, com meios e pouco mais. Aqui o que de melhor potencia é a cidade de Veneza e as suas belezas.

No cast eu confesso que acho a encarnação de Barnagh como Poirot exagerada, cheia de maneirismos e pouco empática, ficando os secundarios neste filme demasiado escondidos, principalmente Yeoh vinda de um oscar, mas parece um projeto de uma pessoa do primeiro ao ultimo minuto.

O melhor - Veneza

O pior - O ritmo demasiado baixo para um filme policial e curto


Avaliação - C



Thursday, November 23, 2023

Rustin

 Alguns anos depois de Selma se ter tornado num dos filmes mais aclamados pela comunidade afro americana como representativo da luta pelos seus direitos, eis que a Netflix com a chancela e produção do casal Obama lança um novo biopic, desta vez centrado na figura de Bayard Rustin o organizador da conhecida marcha da liberdade. Em termos críticos o filme resultou com avaliações muito positivas, que tem colocado o seu protagonista Colman Domingo nas odds para a possibilidade de melhor ator. Comercialmente um tema mais pesado e acima de tudo a falta de figuras de primeira linha poderão ter colocado de lado algum valor comercial ao filme.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo acaba por ser um biopic culturalmente afro americano do primeiro ao ultimo minuto, quer na banda sonora quer na temática, mas que também não coloca de lado outros pontos de Rustin como a sua homossexualidade e mesmo a segregação interna que existia entre os próprios associados a orientação sexual. Neste particular a historia de Rustin é interessante mas fica a ideia que o filme não potencia para além de ela mesma, dando todo o espaço para Domingo brilhar, o que o faz.

Fora isso temos alguns elementos curiosos como todos os avanções e negociações pela referida marcha, embora seja um filme mais biopic do que propriamente sobre o acontecimento. E certo que o filme quer mais falar sobre a controvérsia em torno da figura do que propriamente sobre ela, e isso resulta num curioso mas pouco impactante biopic de segundo nivel, que tem o seu epicentro no que vai ser mais sublinhando, ou seja a interpretação central.

Assim mais um tiro de partida da Netflix na temporada dos prémios, num filme que acaba por ser simples nos processos, mas que mais uma vez acaba por ser competente naquilo que é um filme sobre tal acontecimento. Pode na historia ficar, e vai ficar atrás de Selma, mas a historia acaba por ser bem interpretada e os outros pontos são nuances culturais que ficam.

A historia segue Rustin e a sua ligação próxima com Martin L. King e a forma como a mesma com aproximações e recuos acaba por conduzir à marcha da liberdade, mesmo que a sua figura tivesse sido bastante controversa em face da homossexualidade e um caracter demasiado extrovertido.

No argumento o filme e competente a contar a historia e o momento do personagem, sem nunca tirar coelhos da cartola, onde me parece que o filme sofre de ser demasiado academico, com apenas alguns rasgos culturais, que chegam pela banda sonora. Os dialogos sao os esperados, os temas diversificados, mas se calhar ja os vimos todos melhores tratados noutros filmes que documentam períodos historicos.

A realizaçao a cargo de C Wolfe, tem na banda sonora e no ritmo de blues constante a assinatura do realizador um pouco no seguimento do seu filme anterior tambem da netflix. Esta a construir uma carreira consistente, com uma agenda de temas muito politica que lhe poderá levar ao sucesso ja que muitas vezes e um espaço para realizadores mais associados ao lado comico ou ação de serie b.

No cast Domingo tem tido algumas das melhores criticas do ano, e a nomeaçao ao oscar e possivel, por este papel consistente, dinamico, estudado nos maneirismos, que normalmente chamam a atenção, ainda para mais ao interpretar uma figura tão particular. O filme é dominado do primeiro ao ultimo minuto por ele, so perdendo espaço para os pouco mais de cinco minuntos em Wright rouba algumas cenas.


O melhor - Colman Domingo, é muito competente na construçao da personagem.

O pior - Ja vimos estes temas melhor tratados ou pelo menos de uma forma mais creativa


Avaliação - C+



Tuesday, November 21, 2023

Blue Beetle

 Numa altura em que a DC pouco a pouco se tenta organizar com o seu naipe de super heróis de forma a dar vida a um universo paralelo, a semelhança do que a Marvel fez com tanto sucesso, eis que temos um super herói com base mexicana, que foi pensado inicialmente para ser lançado diretamente na aplicação Max, mas que com o tempo e com algumas boas avaliações criticas conduziram a que o filme acabasse por ter lançamento nos cinemas, em pleno verão. Criticamente as coisas até funcionaram, algo que esteve na base na forma como foi repensada a estratégia de divulgação. Por sua vez comercialmente os resultados ficaram muito longe do expetável, se calhar porque a falta de figuras comercias de primeira linha acabaram por condicionar o impacto comercial do filme.

Sobre a historia podemos dizer que temos uma espécie de filme cómico que funciona no plano mais familiar das vivências dos emigrantes a procura do sonho. São as dinâmicas da família que acabam por ser o apontamento que melhor funciona ao longo de todo filme e sempre num contexto humorístico. No que diz respeito ao restante o filme é um claro serie b de ação com uma intriga central extremamente previsível, mas mais que isso, acaba por quase colocar de lado o filme em si para dar espaço as suas piadas.

Em termos de efeitos especiais e de produção temos também um filme de segunda linha, pese embora a chancela da WB, fica a clara ideia que o filme usa efeitos mas estava mais pensado para o pequeno ecra. Isso faz com que o filme seja competente sem ser arriscado ou brilhante, como se de uma tarefa simples se tratasse, e quando assim é, fica a ideia que é funcional mas pouco mais.

Ou seja um super herói de segunda divisão que resiste ao fracasso total, mas que sobra o humor na base da escolha de um jovem mexicano na cultura americana e a ligação familiar para dar esse impacto humorístico. Sem isso teríamos apenas uma ação sem sabor, com uma vilã monocórdica e os atalhos típicos do cinema serie b de ação de grande estúdio.

A historia fala de um jovem mexicano, acabado de se graduar, mas sem grandes expetativas quanto ao seu futuro que acaba por de um momento para o outro ver um estranho besouro azul entrar no seu corpo, dando-lhe super poderes muito desejados por uma ceo de uma empresa de tecnologia a qual tenciona vender como arma ao estado americano.

O argumento em termos de linhas gerais é o basico no cinema de ação, uma vilã mal construida, um heroi inusitado, e uma serie de sequencia ate a luta final. O filme funciona melhor na particularidade do heroi do povo, oriundo do mexico, com a sua familia como apendice, que fornece alguns dos bons momentos comicos do filme.

Na realizaçao do projeto Angel MAnuel Soto um Portoriquenho, que ate ao momento era apenas um realizador de projetos locais que tem aqui a possibilidade de realizar uma grande produçao de estudio com muitas referências as suas bases. O filme funciona em termos de tarefa mas pouco mais. Pode ter sido o trabalho de um dia.

No cast o filme opta por Mariduena como protagonista, depois de ja ter funcionado comercialmente em Cobra Kai e aqui o filme resulta, o ator da a personagem a inocencia e a quimica com o espetador que o filme necessita. Em termos comicos as adições Lopes e Barraza dão força ao filme, e Saradon perde por uma personagem demasiado unidirecional. A escolha de Marquezine so funciona pelo lado exotico, ja que a atriz tem muitas dificuldades.


O melhor - O lado comico do filme.

O pior - A historia de base claramente serie B


Avaliação - C+



 


Monday, November 20, 2023

Dashing Through de Snow

 Todos os anos, as aplicações de Streaming apostam em Novembro e inicios de Dezembro para potenciar ao maximo o espirito natalicio com filmes associados a quadra, em termos familiares. A aposta da Disney este ano foi uma comedia afro americana de Story com alguns dos seus colaboradores habituais, numa reediçao de uma aparição do pai natal. Em termos comerciais o filme poderá ter o reflexo comercial esperado dentro do publico alvo, sendo que criticamente as coisas dificillmente tinham instrumentos para correr bem.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma comedia, com alguns pontos que tem como unico objetivo, esteticamente informar que podemos ter ainda mais espirito natalicio, e pouco mais, ja que em termos de argumentos temos uma especie de Conto de Natal mal idealizada em termos de historia e ainda pior em termos de produçao e interpretaçao, numa tentativa de dar um "black christmas" em todos os segumentos que o filme acaba por ter, o que é forçado.

Sobra assim uma comédia de segunda linha, quase sempre longe de funcionar em qualquer ponto, seja em humor, seja naquilo que é uma historia confusa, que acaba por terminar numa conclusão parva e estapafurdia. Claro que o Natal e uma mina de ouro para as aplicações, e como a maior parte dos apontamentos já estão gastos sobra estes restos que pouco ou nada acrescentam em termos de cinema.

Resulta apenas uma comédia onde apenas sobram e tem o seu sublinhando os apontamentos natalícios, e exagerados, sendo que no restante tudo parece fora de sitio, fica a ideia que o filme quer ser uma comedia irreverente, mas também fica a ideia que as peças nunca se encaixam em ponto nenhum. Quando assim é surge hora e meia de musicas de natal e uma das historias mais fora de tom que me recordo sobre o tema.

A historia fala de um individuo que não gosta do natal, que de repente na noite maior do ano acaba por junto com a sua filha se ver envolvido numa aventura de um alegado pai natal, o qual tem características distintas daquelas que todos nos percecionamos relativamente a tal personagem.

O argumento quer ser uma comedia, um filme de natal e de ação e acaba por não ser funcionalmente nada, porque a ação parece sempre um remendo, o ambiente natalício existe mas fica sempre demasiado irreverente e comicamente o filme é um autentico tiro ao lado.

Na realização Story e alguém que se dedicou a comedia étnica, com algumas falhas quando teve filmes de produção maior. Aqui acabou por regressar a base. Nota-se as preocupações associadas ao ambiente natalício, mas mais nada, já que tudo o resto é os tipicos registos de comedia afro americana de serie b.

No cast temos um Ludacris que obviamente não é, nem nunca será bom ator, não funciona como comédia nem na ação. Acaba por Howery ser melhor com o lado mais descontextualizado, mas mais próximo nos parâmetros do que o filme quer ser., em termos comicos.


O melhor - Alguns apontamentos do ambiente natalício


O pior - A falta de graça


Avaliação -D+



Saturday, November 18, 2023

Fingernails

 Numa fase em que os titulos que irão concorrer ou que tinham alguma expetativa na temporada de premios começam a sair, eis que surgem em aplicações de streaming alguns projetos que não tiveram a receção critica esperada, ficando assim fora da corrida. Foi o que aconteceu com este projeto da Apple, que acabou por ter um reconhecimento critico moderado que não permitiu que fosse uma aposta serie neste tipo de batalha. COmercialmente, pese embora tenha algumas personalidades conhecidas, mais associadas ao cinema independente, estas são insuficientes para ancorar comercialmente o filme.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme lento que tenta se debruçar sobre o amor, numa sociedade algo distante, onde surgem escolas e avaliações sobre as relações que definem o futuro da mesma. O filme no seu desenvolvimento e curioso, dando a conhecer as vicicitudes do contexto onde aquela sociedade vive, tao proxima da nossa com as nuances fundamentais ao desenvolvimento original, narrativo do filme.

O problema do filme acaba por ser o processo lentificado para um caminho que e obvio desde o primeiro filme, nota-se a preocupaçao em tentar levantar algum nevoeiro daquilo que o filme vai desaguar, mas nesse particular o filme acaba por ser apenas curvatorio para o trajeto claro que acaba por ter. Essa falta de ritmo acaba por tornar as personagens demasiado lineares e mesmo a riqueza da mensagem final não permita que o filme tenha o impacto que a sua mensagem poderia ter.

Por tudo isto podemos dizer que Fingernails, tem uma boa ideia, que acaba por ser pouco potenciado no formato que o filme adquire a todos os niveis, quer no espaço demasiado dado aos casais que vão passando pelas mãos dos protagonistas, quer na falta de algum arrojo no lado estetico do filme, acaba por levar a que o filme seja totalmente lentificado e longe do impacto que o cast e o tema poderiam ter.

O filme fala de uma jovem, numa relaçao estavel com o namorado que começa a trabalhar numa escola de amor, que potencia relaçoes, tendo em vista uma positividade maxima entre os elementos num teste que se baseia nas unhas dos membros, tudo se torna mais inquieta quando se aproxima e apaixona pelo seu colega de trabalho.

Em termos de argumento a ideia e o corpo essencial do filme é original, diferente e com uma mensagem significativa. Isso nao faz com que o argumento seja brilhante, pela lentidão, pela falta de trabalho das personagens, principalmente as secundárias, e dialogos monordicos.

Na realizaçao o projeto e do realizador grego Nikou, um realizador europeu com algum sucesso em festivais menores que tinha aqui o seu projeto de expansão, com um elenco de primeira linha e uma historia que poderia ter impacto, mas o filme fica demasiado preso a alguns pontos mais independentes, que acabam, por não permtir o seu impacto maior.

No cast o filme tem um elenco de primeira linha, de atores reconhecidos, Buckley nos ultimos anos teve todo o impacto de uma das atrizes mais aperciadas pelo cinema independente, que aqui está algo circular. Amir e bom ator, mas tambem fica a ideia que não cresce na sua personagem e Allen Wright e totalmente desprecidado num personagem inexiste.

O melhor - O resultado moral que o filme expressa

O pior - O ritmo totalmente lento do filme


Avaliação - C+



Thursday, November 16, 2023

Oppenheimer

 Nolan é sem duvida um dos realizadores da atualidade mais amados, dai que cada filme seu seja um acontecimento, e que faz com que um Biopic, batalhe em pleno verão com um comercial Barbie pelo filme mais visto do ano, levando ainda a uma unanimidade critica que parece estar a conduzir o realizador para mais uma presença nos premios finais. Os resultados deste filme dificilmente poderiam ser melhores que os obtidos, mesmo tendo uma duração de três horas.

Sobre o filme o primeiro elogio que o mesmo pode ter é que as três horas passam a correr, e isso e do melhor que se pode dizer para um filme com esta duração, fica ainda a ideia que o filme facilmente poderia ter mais, porque consegue ser um biopic sobre personagens, contado em diversos momentos, com muitos dilemas morais, que consegue ser historico, impactante, de ter ação, e no final nos prender com uma disputa argumentativa de primeira linha, que faz o filme ser a todos os niveis completo.

Obvio que fica a ideia que algumas personagens deveriam ter mais tempo, que as conhecemos pouco para o destaque ou a posiçao que o filme quer que as mesmas tenham, fica a ideia que poderia existir uma serie de ramificações sobre historias paralelas, que tornam tudo ainda maior. O filme é um objeto unico na escrita e na realização, encaixando um elenco sem paralelo que torna tudo de classe mais elevadas que vimos em Hollywood.

Poderá não ser o filme mais original ou impactante de Nolan, mas e talvez o mais maduro, e um dos mais completos, pelo seu significado. E sem duvida um dos maiores e melhores biopics que me recordo sem nunca o ser, ao tentar ser um debate sobre aquele feito que continua nos nossos dias. A forma como o filme e moralmente discutivel sem lados bons e maus e unico, e torna-se num filme para a historia que merece todo o destaque que teve.

O filme fala sobre Oppenheimer, e sobre o seu crescimento na comunidade cientifica e a forma como foi captado para liderar o projeto manhattan que conduziu a formulação da bomba atomica, mas tambem a forma como o proprio pais reagiu ao posterior assumir de posiçao do mesmo.

O argumento e interessantissimo, a organizaçao do filme em diversos momentos temporais, faz com que o filme tenha um ritmo aluciante, com altos e baixos, que seja mais que os feitos, para um debate de posiçoes e de moralidade, com personagens muito bem construidas e acima de tudo dialogos de primeira linha.

Nolan fez o impensavel, com uma capacidade de ir em busca de tudo, tecnica quando tem de ser e estetica no restante dá-nos uma das obras maiores dos ultimos anos, no seu filme talvez mais maduro. E o ponto de rebuçado e obra mais global do realizador que talvez obtenha o reconhecimento numa altura em que os seus ultimos filmes, principalmente Tenet tinha ficado algo longe do sucesso.

No cast, incrivelmente preenchido temos um dos pontos fortes do filme, Murphy mesmo com muitos tiques de Shelby, constrou uma personagem intensa, com diversos momentos, num dos melhores papeis do ano. O contra balanço com Downey Jr e incrivel, tendo este o papel mais vistoso do filme, mas não podemos desleixar outros papeis muito fortes como Blunt, Damon, Pough e Safdei a um nivel de excelencia que são a rede aos interpretes maiores.


O melhor - A forma como tudo esta a um nivel de excelencia

O pior - Poderia ser maior. LOL


Avaliação - A



Wednesday, November 15, 2023

The Blind

 No seguimento de ecludir do cinema cristão, eis que surgiu o biopic sobre uma das familias religiosas mais conhecida dos EUA, num filme que serviu acima de tudo como uma plataforma para vender as ideias da famosa familia e dos seus seguidores. O filme estreou com algum mediatismo nos EUA, apesar das criticas totalmente indiferentes ao formato, comercialmente o filme teve resultados significativos de acordo com o mediatismo na historia.

Sobre o filme e logico que o cinema cristão e marcado por argumentos rudimentares, actores de segunda linha e abordagens simplistas que pouco capitalizam os seus projetos, sendo este mais do mesmo. Um conjunto de cliches de fé, mal realizado, com alterações das personagens sem qualquer contexto, que nos levam para um terreno de cinema de segunda linha que rapidamente nos leva a cabeça para bem longe do filme que estamos a ver.

Claro que mensagem deste tipo de filme e sempre positiva, sobre a redenção das pessoas, a reconstruçao, ainda para mais com base numa historia real que inspirou algumas pessoas nos EUA. Mas se retirarmos o filme desse facto muito cultural pouco sobre no filme, ja que o mesmo não trás nada de novo em nenhuma das suas vertentes e parece apenas mais folheto de propaganda.

Com o sucesso deste estilo de cinema e cada vez uma maior procura deste tipo de mensagem o numero de filme e o aumento da sua divulgação vai ser cada vez mais frequente nos cartazes dos cinemas principalmente nos EUA. ISto leva a um cinema de desgaste rapido, propaganda, mas que em termos de objetos artisiticos se tornam totalmente nulos.

O filme fala sobre um jovem pobre que consegue se reunir a mulher que sempre gostou, e que leva para uma serie de desilusões recentes que acaba por levar a uma entrega a deus e a um renascer na forma de vida.

O argumento e obsoleto, ja vimos isto, muito mais trabalhado, uma serie de ditos religiosos levados a um filme cheio de cliches das personagens e dialogos que acaba por saber a muito pouco num cinema de segunda linha onde o argumento reflete mesmo isso.

Na realizaçao Hyatt e um devoto do cinema religioso, saindo daqui do cinema mais epico para o lado mais atual, embora com os mesmos defeitos dos filmes anteriores. Pouco ou nenhum risco, tudo demasiado maquinado, e acima de tudo um trabalho de passagem temporal muito irreal. Nao e territorio para carreira de grandes realizadores.

Um cast totalmente consitituido por desconhecidos, que continuaram neste dark side, porque em filmes como estes a propaganda costuma ser contraria aos filmes em si. Tudo muito forçado, onde não ajuda um argumento que nada serve as personagens, mas apenas a mensagem.

O melhor - A mensagem destes filmes e sempre positiva

O pior - CInematograficamente e uma nulidade


Avaliação - D



Tuesday, November 14, 2023

If We Were the Last

 Numa altura em que é normal que as aplicações de streaming com menos visibilidade comecem a tentar surpreender com produtos arrojados, saltou a vista este curioso filme romantico espacial, estreado na Peackock, potenciado por criticas interessantes. Comercialmente a forma de divulgação está longe de ser entusiasmanete e este curioso filme poderá ter passado desprecibido à maioria das pessoas.

Sobre o filme podemos dizer que mais que brilhante, é curioso, principalmente na dinamica espacial, exagerada, com pouco rigor, mas que leva o filme para o ponto de comedia e criatividade que quer ter, levando para uma discussão entre formas de ver diferentes daquele momento com muita assinatura de género. Esse ponto acaba por ser o que de melhor o filme tem, com sequencias insolitas de comedia mas tambem potenciando a quimica relacional do casal.

No segundo segmento o filme torna-se mais normal, mais parado, no momento em que os personagens regressam a terra e as suas vidas o filme perde a creatividade e o arrojo e torna-se algo previsivel. Podemos dizer que o filme tinha de concluir a historia que quer contar, mas parece claro que o epilogo e demasiado longo e corta muitos dos aspetos mais arrojados que o filme tinha tido até então.

Por tudo isto e uma comedia interessante, original, bem encaixada no duo de protagonistas, que não consegue ser equilibrada entre partes e isso torna o filme algo frouxo na fase final. Esse ponto não retira a força e a criatividade da primeira parte do filme, e por sinal a mais longa onde o filme acaba por encontrar e bem o seu espaço para ser diferente e engraçado.

A historia fala de dois tripulantes de uma nave espacial que ficam presos sozinhos durante três anos numa nave à deriva no espaço, até começam a aproximar-se e colocar a hipotese de se envolverem sexualmente pensando que não regressariam as suas vidas e relações, até que tudo muda.

O argumento sofre do mesmo mal de que todo o filme, é desiquilibrado entre partes. Engraçado, original, e intenso na fase inicial, e no desenvolvimento, no final torna-se demasiado convencional e pouco original, sendo mesmo previsivel. Também o humor se vai dissipando com o passar do filme.

Na realizaçao o projeto de Kristian Mercado é originalmente amador, principalmente nas sequencias do espaço, mas acaba por ser isso que da a assinatura do filme, que se perde com o regresso a terra. Fica claro a ideia de coragem e alguma criatividade que num filme mais crescido pode ter outro impacto, a seguir.

No cast podemos dizer que foi um ano interessante para Zoe Chao, principalmente pelo sucesso e dinamica em Beef aqui bem continuado. A dupla funciona na quimica do casal, sem que isso necessite de interpretaçoes de primeira linha. O casal funciona e o filme ganha o lado emocional com essa particularidade.


O melhor - A primeira hora de filme.

O pior - Uma conclusão previsivel e muito longe da irreverencia do filme.


Avaliação - C+



Nyad

 É conhecido que principalmente em Novembro a guerra pelos premios começa com as diferentes produtoras a posicionar os seus produtos meticulosamente. Nos últimos anos um dos players mais forte tem sido a netflix com um plano de lançamentos quase semanais. Nyad foi um dos primeiros filmes a ser lançado com um elenco de primeira linha, uma historia de resiliência unica, mas criticamente ficou pelo razoavel que principalmente como filme vai impedir grandes louros. Comercialmente o filme ficará rapidamente ultrapassado por titulos mais fortes da aplicação em todas as vertentes.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme que mais que se centrar na personagem, centra-se na resiliência e no feito que a mesma acaba por fazer em idade avançada. Concretamente o filme quer demonstrar a forma como a personagem assumiu o feito como o designio de uma vida, colocando de lado alguns dos artefactos mais comuns dos filmes biográficos, ja que começa numa fase quase final da sua carreira.

O filme vale acima de tudo pela historia e pela forma fisica com que Benning constrou a sua personagem fisicamente intensa. Os maneirismos e a simbiose com Foster faz com que o filme acente num clima de grupo interessante e que coloque o espetador dentro do grupo, num filme quase sempre mais emocional do que detalhado principalmente nas sequencias de alto mar.

Por tudo isto Nyad e uma boa historia, num filme que nunca tenta ser artistico, mas sempre objetivo, bem interpretado. Não e um filme de primeira linha mas acaba por ser competente naquilo que quer ser, não tendo receio de se aproximar do publico mesmo que isso lhe tire alguma maturidade ou realismo.

A historia segue Nyad ja em idade avançada e a forma como ela acabou por reabrir o sonho de bater o record de maratona em aguas livres, num designio desumano, onde o clima de grupo e ligação entre personagens tornou o feito ainda maior.

Do ponto de vista de argumento a historia por si só e muito forte, mas e transposta para o ecrã com simplicidade com a adição de diversos elementos que fazem do filme um bom objeto de entertenimento mais do que propriamente um filme com uma mensagem e com uma maturidade de primeira linha.

Na realização o projeto foi assinado por uma dupla associada a documentarios de façanhas individuais e o filme vai buscar muitas imagens reais, demonstrando essa ligação proxima à realidade factual. Esse paralelismo acaba por ser uma assinatura de um filme que me parece que não tem grande arte mas que funciona.

Acaba por ser o cast, o parametro em que o filme mais se destaca principalmente pela capacidade da dupla de protagonistas ter conseguido interiorizar todos os maneirismos das suas personagens. Nao surpreenderia que o filme obtivesse nomeaçoes de interpretaçao principalmente Benning, numa entrega fisica impressionante.


O melhor - Os feitos de Nyad e a sua personalidade.

O pior - O filme torna-se demasiado entertenimento e perde algum realismo da historia


Avaliação - B-



Sunday, November 12, 2023

Quiz Lady

 Numa altura em que todas as produtoras e as aplicações de streaming acabam por começar a organizar o lançamento dos seus projetos com ambiçoes para premios eis que surgem tambem pequenos filmes de produtoras menores que tem como objetivo ir preenchendo espaços. Podemos dizer que esse foi o objetivo desta comedia simples, lançada pela hulu com duas das figuras de maior reconhecimento em comedia do cinema oriental. Quiz Lady tem um estilo muito proximo do humor de estudio com avaliaçoes medianas e comercialmente poderá preencher alguns furos na aplicação enquanto se aguarda os lançamentos maiores.

Quiz Lady acaba por ser o filme previsivel em face dos seus atores e autores, uma comedia simples, maioritariamente fisica, que nem sempre funciona em termos de valores comicos, mas que também acaba por nao ter propriamente muitas ambiçoes para alem disso. O caracter circular da comedia e acima de tudo ir procurar sempre as personagens na area de conforto dos seus interpretes acaba por ser o percurso natural de uma comedia de segunda linha, que não e propriamente convicente no seu objetivo central.

Por tudo isto uma comedia pouco interessante sobre o mundo dos Quiz e com algumas aproximaçoes a algumas questões de emigraçoes mas que não se leva a serio, acabando por cair em demasiados esteriotipos do cinema de comedia de estudio fisico, mas longe de surpreender ou mesmo se fazer sublinhar.

A historia segue duas irmãs as quais tem que tentar pagar uma divida da mãe de forma a resgatar o canideo que as une, e que leva a que apostem naquilo que uma de melhor tem, que e saber as respostas num continuo concurso de perguntas.

O argumento e o expetavel para um cinema de segunda linha, personagens esteriotipadas com o unico objetivo de funcionarem nas personagens que o filme quer, mas o filme falha porque a mensagem esta longe de ser interessante e comicamente ja vimos projetos muito mais bem aproveitados do que este, num filme com ambiçoes demasiado curtas.

Na realizaçao Yu e oriental e joga com esse ponto na forma como faz o filme histerico e algo fisico na realizaçao. Ela que tem aqui a passagem para a longa metragem depoius de diversas colaboraçoes em series de sucesso mas não e propriamente um filme ancora para qualquer carreira pela sua simplicidade e mesmo por pouco ou nada arriscar.

O filme procura que as personagens sejam em tudo os esteriotipos dos seus atores, principalmente nos quatro centrais. Oh e a que mais tem palco, mas fica sempre associada a algum histerismo, e o resto e percorrer tempo sem risco ou qualquer tipo de diferenciaçao.


O melhor - Não tenta ser mais que uma comedia para passar tempo.

O pior - Muitas vezes nao e competente neste objetivo


Avaliação - C-



Thursday, November 09, 2023

Voleuses

 E conhecida a forma como a Netflix tem apostado num cinema mais internacional com algumas produções que saem fora da esfera de Hollywood, para se tornar mais europeia, com o patrocinio de algumas figuras principais do cinema de outros lados. Este ano surgiu esta comedia de ação, realizada e protagonizada por Melanie Laurent, que acabou por ter os mesmos problemas do que a maioria das maiores produções da Netflix, com resultados criticos negativos, sendo que comercialmente as coisas acabaram por funcionar melhor, principalmente no mercado europeu.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma comedia de ligação entre personagens, com um humor particular que funciona muito melhor do que propriamente as sequencias de ação em que o filme e confuso, e acima de tudo parece fazer atalhos narrativos que tornam alguns dos momentos dificeis de compreender. Por tudo isto fica a clara sensação que o filme funciona muito melhor como comedia do que na ação.

No que diz respeito à quimica das personagens e o ponto que melhor funciona, as diferenças das duas personagens centrais, e principalmente a irreverência da personagem de Adéle, acaba por alimentar a ligação do publico ao filme pela irreverência e pelo lado mais surpreendente que o filme acaba por ter. Este particular não disfarça as dificuldades da historia de base, ou mesmo na intriga de ação onde o filme e quase sempre pobre.

Ou seja, algo muito habitual nas comedias de estúdio francesas, as mesmas funcionam bem com um humor característico, que acaba por surpreender que não está tão habituado ao registo, mas que o complemento em termos narrativos fica muito aquém do funcional, ficando a ideia de que novamente a Netlix acaba por ter uma ideia interessante que quase nada consegue fazer crescer

A historia fala de duas ladras, com uma qumica pessoal muito elevada as quais tem um ultimo trabalho a fazer antes da reforma, com a aquisição de um terceiro elemento. Numa missão na Córcega com muitos perigos a ligação entre elas tem de ultrapassar estas dificuldades.

O argumento do filme tem um lado em que é obviamente funcional, que se trata do humor europeu e recorrente que o filme adota, que provoca situações insolitas e engraçadas, mas falha na narrativa de suspense central em que claramente algo deixa de funcionar e deixa o espetador totalmente desligado do epicentro do filme.

Na realizaçao Laurent junta os papeis de atriz, onde tem tido os seus maiores sucessos com a realização onde tem alguns filmes de estudio mas pouco ou nada imponentes. Aqui parece claro que o filme não consegue ser artistico ou fazer com que o seu produto seja mais que as suas piadas, e isso acaba por ser redutor.

No cast Laurent sabe o que faz funcionar na sua forma suave de comunicar e caracteriza assim a sua personagem. O filme depende, acima de tudo, do lado humoristico de Adele, que demonstra aqui uma versatilidade interessante que poderia ser bem utilizada fora do cinema francês muito repetitivo.


O melhor - O lado humoristico do filme.

O pior  - A intriga acaba por ser quase sempre desconetada

Avaliação - C



Tuesday, November 07, 2023

The Nun II

 Cinco anos depois do universo Conjuring ter tido mais um capitulo sobre o terror da freira eis que surge a sequela, num universo de terror criado por James Wang que tenta com os seus braços ganhar dinheiro para os seus produtores, em filmes que apenas conduzem entre si diferentes encarnações do mal, sendo a freira uma das mais mediaticas. Este segundo filme em termos criticos seguiu as pisadas do seu antecessor com avaliações negativas, sendo que comercialmente os produtos continuam a vender bem o que quer dizer que não vai ficar por aqui.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme que vai buscar os dois elementos basilares do primeiro filme, o que acaba por ser a consistencia necessaria narrativa minima que uma sequela deve ter, contudo no que diz respeito a historia em si, a mesma é quase inexistente e temos apenas um conjunto de personagens fechada num espaço e uma encarnação do mal a criar imagens de terror fortes, mas com uma consistencia narrativa proxima de zero.

A ideia que fica e que o filme tem imagens assustadoras, embora não faça em momento algum o espetador saltar da cadeira, preferindo o lado grafico, acima de tudo potenciado pela imagem de terror significativo que a Freira Maldita consegue ter. De resto muito pouco principalmente pensando que o universo Conjuring tem diversas pontas narrativas que neste filme nem sequer sao abordadas.

Como muitos titulos de hollywood, principalmente no que diz respeito a terror temos o desgaste completo de um franchising logo no segundo filme. A ideia que a imagem assusta e verdade, mas isso não deveria colocar de lado a tentativa de fazer um filme com uma historia consistente ou pelo menos algo com um corpo fixo, porque temos dificuldade em recolher alguma coisa de significativo numa historia tao rudimentar como esta.

A historia segue duas freiras, uma delas depois de ja ter tido contacto com o espirito maligno, que ve que o mesmo regressou a uma escola de noviças, apostada em levar a cabo a tomada de poder do mal naquele meio.

O argumento e simplesmente inexistente, as personagens são meros figurantes de um espetaculo visual sem corpo narrativo que o une, e ficamos na duvida do final que o filme quer ter. Num filme que faz parte de um universo cinematografico de terror, soa a muito pouco o que a historia trás.

Na realização do projeto substabeleceu estes spin off do original em alguns homens de sua confiança entre os quais Chaves, que ja teve a seu cargo um dos filmes da base central. E indiscutível que o mesmo saiba gerir bem as imagens, talvez pelo seu passado nos videoclipes, mas como centro estrutural fica muito a desejar.

No cast muito pouco de revelante o filme tem com personagens pouco construidas que esperam a chegada da figura central, ou seja o espirito visualmente interessante, e que tem os poucos bons momentos dos seus interpretes nessa interpretaçao fisica. O terror nao e um filme de grandes interpretaçoes e este não foge a regra.


O melhor - Esteticamente tem bons momentos.

O pior - O argumento, a historia não existe


Avaliação - D+



Monday, November 06, 2023

Spider-Man: Across the Spider Verse

 Quando foi anunciado que existiria  um filme de animação sobre o universo aranha mais complexo, muitos pensaram que viria mais do mesmo, contudo acabariam por ficar surpreendidos em toda a linha pela originalidade, pela magnitude e o impacto que o filme teve. A sua continuidade não deixou creditos por mãos alheias e voltou a surpreender pela positiva, com resultados criticos de primeira linha que o tornaram no filme mais bem avaliado da primeira metade do ano. Comercialmente Morales voltou a funcionar sendo talvez um dos objetos de super herois que melhor conseguiu conciliar as duas vertentes.

SObre o filme como ja tinhamos dito no primeiro filme nenhum filme conseguiu trazer tão bem o ambiente de comic para o cinema como este filme, numa animação muito original, irreverente que nos conduz para um livro de banda desenhada, arrojado, adulto, sem nunca perder o norte da historia que o norteia, e que acima de tudo esta associado à criação do heroi, temos tudo para ter a mais original e diferente triologia do cinema de animaçao de adulto, ainda para mais com um super heroi bastante mediatico.

Este novo filme moda o foco, passando do epicentro de Morales, para nos dar um pouco do nascimento da aranha fantastica e da ligaçao com o personagem central, e nisso o filme é funcional em todas as vertentes, comico, original, com momentos de originalidade creativa, e acima de tudo a capacidade de fazer com sentido tratar diferentes realidades paralelas que encaixam bem entre elas com originalidade e ambição e que fazem ao mesmo tempo um filme adulto como uma justa, talvez a mais justa homenagem da animação a base dos comic books originais.

Por tudo isto este e um competente segundo capitulo de uma saga que promete ficar na historia pelo risco, rebeldia e originalidade. Falta o terceiro capitulo para perceber como tudo vai acabar, e fica o amargo neste filme por a conclusão não existir e ser apenas um preludio para o seguinte, mas se seguir o caminho podemos ter aqui uma das maiores obras de animação do cinema, com uma ponte ao nivel com este segundo filme.

A historia segue as aventuras de Miles Morales como homem aranha através do spider verse agora a ter de discutir entre o seu mundo e um lugar no mundo metaverso, onde ja se encontra a sua paixão. Num paralelo de realidades Miles vai ter de fazer escolhas que poderáo colocar em causa todos os mundos.

O argumento do filme segue a todos os niveis a toada do primeiro filme na orignalidade dos mundos que váo aparecendo mas acima de tudo no humor. Na historia de base, semelhante nos tres filmes o filme alonga-se um pouco e aqui parece ser apenas uma ponte aproveitando o que ja vimos nos anteriores com alguns dilemas morais bem criados, mas so a conclusao do filme, que vira no seguinte podera realmente determinar o caminho deste filme.

Na realizaçao a equipa de realizadores volta a reunir-se para um trabalho que segue a toada de originalidade e criatividade do primeiro filme, que rendeu um oscar aos envolvidos e pelo caminho parece direcional facilmente para o segundo da tipologia. O trabalho neste filme mantem o elevado nivel altissimo do primeiro naquela que artisticamente deve ser a melhor obra de animaçao que ja vimos, que terá o seu impacto final quando tiver terminada.

No cast de vozes a maior parte dos elementos do elenco repetem os seus pontos, com novos acrescimentos onde funciona principalmente Schwartzman como Spot. O filme tem um elenco infidavel fruto das diferentes realidades, mas muitos deles apenas dão nome ao projeto sem um aproveitamento efetivo da sua presença.


O melhor - A arte tecnica estetica do filme.

O pior - Talvez demasiado longo para um filme intermedio


Avaliação - B+



Friday, November 03, 2023

Pain Hustlers

 Numa altura em que parece que a Netflix colocou em toda a linha a crise dos opioides em cima da mesa, depois de uma serie surge agora um filme com um realizador que ficou associado a saga Harry Potter, e com um elenco de primeiro nivel, acabou por ser uma das apostas comerciais da produtora para este Outono. Comercialmente o filme não funcionou, sendo o seu estilo irreverente influenciado pelo Lobo de Wolf Street não agradou principalmente a critica e o filme acabou por se diluir na biblioteca da netflix.

Sobre o filme é obvio que a crise dos opioides que assola os EUA e um tema muito relevante e tem tudo para ter atenção o problema e que o filme e demasiado irreverente por um lado mas que não detalha quase nada das personagens e mesmo no que diz respeito a uma abordagem mais complexa do problema, servindo as duas horas com maneirismos e exageros, longe de abordar a serio a tematica do filme, o que acaba por desaproveitar o elenco e principalmente o tema.

E obvio a influencia de Lobo de WOlf Street mas o ritmo e a rebeldia com que Scrocese preencheu o seu filme aqui é gasta de uma forma inoqua ja que nunca o filme utiliza isso para potenciar numa narrativa serie. No final o twist torna-se previsivel do primeiro ao ultimo minuto e fica a ideia que nunca conhecemos nenhum personagem apenas o seu boneco.

Mais uma vez a Netflix desaproveita os pontos que são colocados ao seu serviço, num filme com um todos os ingredientes para funcionar, mas são gastos numa receita copiada, mas com muita pouca qualidade principalmente comparado com o filme que serve de guião. Aqui tudo é histerico e inofensivo e no fim acaba tudo por nunca ser capaz de ter o impacto que o filme a determinada altura pensa que vai ter.

A historia fala de dois delegados de propaganda médica de uma empresa de opioides que entram na loucura da prescrição de forma a um enrequicimento sem precedentes mas que coloca em causa todos os valores morais em face das replicações que tal medicamente acaba por ter.

O argumento do filme pouco ou nada potencia uma historia e uma polemica com muitas arestas e muito debate por fazer. O filme prefere perder tempo numa irreverencia e excentricidade dos personagens mais do que entrar no debate, ou mesmo entrar numa discussão sobre o proprio tema. O filme nao tem personagens bem trabalhadas e o estilo descontraido acaba por não ser porpriamente o que melhor encaixa no estilo do filme.

Na realizaçao Yates tem um percurso interessante na tarefa Harry Potter mas depois não tem capacidade para potenciar a carreira fora da saga. Aqui o risco é grande mas a copia de um projeto que funciona quando não consegue se aproximar e um tiro no pe. Novamente não temos um projeto minimamente competente e assim vai sendo diluido a funcionalidade da saga Harry Potter.

No cast Blunt acaba por ser o unico elemento que mantem algum nivel no projeto. Constroi bem as personagens nos diversos momentos, quer de venda do produto quer no drama familiar, mas e mal acompanhada desde logo por um Evans algo monocordico na comedia, e por um Garcia que se limita a estar presente nesta fase da carreira.


O melhor - A crise de opioides e um excelente tema.

O pior - QUe o filme desaproveita por completo num LObo de Wolf Street de baixa qualidade


Avaliação - C-



Wednesday, November 01, 2023

The Burial

 A Amazon Prime lançou o seu primeiro filme com objetivos criticos este ano de forma a sentir o pulso de uma temporada de premios que tudo tem para ser intensa. Este filme sobre um dos debates juridicos mais acesos entre grandes e pequenas empresas acabou por surgir com algum impacto critico, embora pareça insuficiente para o manter a tona ate a temporada de premios. Por sua vez comercialmente a Amazon, principalmente em lançamentos originais ainda parece um peixe pequeno num mar de tubarões.

O filme e um tipico filme sobre um julgamento em que nos apresenta os players e os seus maneirismos, sendo um filme que toca muitos assuntos neste debate, como as minorias, a diferença de capacidade economica, que acaba por tornar o filme algo intenso na paixao do debate, mas ao mesmo tempo algo monocordico e parecido com outros que ja vimos, acaba por ser detalhado na discussão, e transmitir uma impactante historia real, mas fica a ideia que em termos de cinema ja vimos isto mais ou menos da mesma forma.

O filme não e propriamente arriscado na sua formula concetual, alias o filme tem um ritmo pausado de avanços e recuos quer no debate quer na ligaçao entre as duas personagens centrais, mas não arrisca nada visualmente e em conceito, sendo um filme basilar que pela duração algo longa nem sempre consegue controlar bem os seus ritmos, e isso torna-o por vezes algo monotono, na fase de desenvolvimento principalmente, embora o impacto final da resolução tenha a intensidade que o filme quer.

Ou seja um filme simples, e basico que conta uma boa historia, sem grandes adereços, com alguns esteriotipos na construção das personagens centrais, mas isso não retira, o merito da historia que conta e da forma detalhada com que o faz. E um filme interessante mas esta longe de ser um filme de primeira linha,

A historia fala de um idoso proprietario de uma funeraria que é alvo de uma jogada de uma grande companhia, e decide mover uma ação judicial contra a grande firma, contratando para isso um mediatico advogado afro americano conhecido pela publicidade individual.

A historia e interessante e tem diversos pontos que merecem ser sublinhandas e acaba por dotar o filme desses temas sempre impactantes. O ritmo do filme e os dialogos acabam por ser mais intensos do que propriamente muito bem escritos, mas o filme atinge o seu primeiro objetivo que e dar publicidade a historia e aos seus pontos morais,

Na realizaçao deste projeto temos Maggie Betts depois do sucesso critico de Navitate tem aqui um filme em que me parece que a realizadora arriscou pouco, principalmente tendo em conta o sucesso que o anterior filme dela acabou por ter. Este e eficaz mas pouco mais, e o risco e o que diferencia o potencial dos realizadores.

No cast Foxx tem um papel interessante, intenso, embora com os maneirismos que pautaram a sua carreira, encaixa bem no que o filme quer dele. Ao seu lado temos um Lee Jones numa idade avançada com o lado rigido que quebra que foi sempre uma das suas melhores vertentes e o filme usa, embora fique a ideia que temos mais Lee Jones do que a personagem em si.

O melhor - A historia e o que a mesma significa

O pior - Poderia ter mais risco na abordagem e no ritmo da narrativa


Avaliação - C+