Desde Gone Baby Gone que Afleck o realizador conseguiu um espaço proprio na criaçao de um cinema de autor, que conduziu a todo o reconhecimento que nunca conseguiu e provavelmente nunca conseguira como actor. Mais de que isso acabou por criar alguma expectativa relativamente a sua carreira uma vez que a surpresa do seu primeiro filme assim o indicava. The Town era um filme complicado no terreno que ele melhor se move decidiu fazer um filme de policias e ladroes à moda antiga. Mas ao contrario das vozes da derrota Afleck saiu novamente vencedor de todo o jogo, com mais uma vez um bom consenso critico que gostou da sua abordagem ao qual pela primeira vez reuniu um interessantissimo resultado de bilheteira.
The Town e mais do que um grande filme ou uma obra de excelencia um filme completissimo, principalmente na forma como cria o contexto citadino onde ocorre proximo da realidade de Boston, e depois na forma como com realismo faz a dualidade entre a Policia os ladroes. Nao e um filme de lados completamente separados, nao tem a moratoria do lado bom nem do lado mau, e um filme de pessoas na luta pelas suas causas mesmo que nos aproximemos mais de umas do que outras.
Tudo isto conduz o filme para uma obra de eleiçao e nao fosse alguns aspectos cliches que Afleck ainda parece trazer da sua carreira de actor estariamos muito perto da obra perfeita. Estes pontos menos positivos parecem desde logo na composiçao da sua personagem demasiado pulida para um terrivel criminoso, demasiado pensada para a dimensao romantica do filme, quando um realismo nesta traria o filme para um patamar mais forte.
Por outro lado o Happy ending e percebido que realisticamente o final do filme e praticamente impossivel, ficando claramente superior uma conclusao com uma moratoria de outro tipo de excelencia.
Por filme algum descuido a determinados momentos da dinamica amorosa, claramente acessoria ao longo de todo o filme, mas que poderia ter algum maior detalhe a determinados momentos.
Contudo tudo isto sao promenores num filme que vence pela dinamica dual da preparaçao dos ilicitos contrapondo com a dualidade da investigação, um pouco no jogo do gato e rato.
O filme fala de um grupo de jovens que se dedica a assaltos a bancos, num destes acaba por se apaixonar pela refem o que leva a aproximaçao desta. Depois e a luta pelo amor, por nao ser apanhado pela policia e acima de tudo pela redençao dificil de alcançar
Em termos de argumentos temos bons momentos quer no realismo com que a maioria das personagens sao criadas, contrapondo com a forma com que todo o guiao e montado sem grandes tiques, num argumento que aposta em dialogos fortes nos momentos mais intensos.
Afleck nao e um realizador de grandes imagens mas dentro de um contexto que conhece sabe tirar o melhor que pode as sequencias lhe dar, e isso acaba por se tornar bastante positivo e forte na contextualizaçao do filme.
QUanto ao cast, penso que com excepçao de ele proprio que parece pouco aproveitado a personagem com um actor tao limitado, tudo lhe sai as mil maravilhas, Hall tem a seduçao e sinceridade que a sua personagem exige, Hamm e de longe dos melhores investimentos de todo o filme a rigidez que ja demonstrara em Mad Men e ainda mais requintada neste papel. Lively tem a ingenuidade e o histerismo para a sua personagem e Renner como bad boy e claramente dos melhores actores do momento, numa forma muito conseguida
O melhor - O realismo da investigação policial
O pior - A personagem central
Avaliação - B+