Ainda me recordo quando
este realizador surpreendeu o mundo do cinema com o seu Maria Cheia
de graça que valeu a Catarina Sandina Moreno a nomeaçao para o
oscar. Anos volvidos e sem ter conseguido cumprir o que prometeu,
depois de passagens pela televisao surgiu este thriller com um optimo
elenco, mas que estreou quase sem qualquer visibilidade com
resultados criticos medianos e com comerciais praticamente
inexistentes principalmente se tivermos em conta que o mesmo nos tras
Shannon e Weisz como protagonistas.
Sobre o filme, podemos
dizer que se trata de um filme complicado, principalmente porque é
um filme pequeno, com sequências muito longas, que o torna
claramente aborrecido, e porque por outro lado o filme tem alguma
dificuldade em ser intenso, mesmo quando entra no seu climax. E por
isso parece-nos um filme sem grandes motivos de interesse, um filme
que nunca consegue passar ao espetador a intensidade da sua linhagem
narrativa que apenas parece um comboio em movimento lento destinado a
um filme pouco intenso.
E é facil perceber que
o filme poderia valer mais principalmente pelos seus executantes, por
uma premissa que poderia dar frutos se trabalhasse mais o passado da
personagem central, do que propriamente se interessar pelo aqui e
agora, e principalmente se o filme tivesse mais do que dialogos
situacionais. Isso faz o filme ser demasiado lento, sem chama, sem
intensidade e quando assim o é, acaba por se tornar aborrecido para
o espetador.
Porque condimento é
uma necessidade nos thrillers todos necessitam de surpreender, de um
objeto intenso que nos prenda ao ecra, aqui, ate a revelaçao que
surge a meio do filme, tudo parece demasiado desligado, no aqui e no
agora, não pensamos muito no futuro e não se aborda o passado mesmo
que ele seja relevante para tudo que ocorre depois
A historia fala de uma
mulher que depois de assumir diversas identidades ao longo do seu
passado, regressa ao seu ponto de partida de forma a interagir com um
dos amortes da sua vida, que entretanto formou uma nova familia.
O argumento pese embora
possa ter uma boa premissa tem obviamente falhas de intensidade e da
forma como o sentimento e transmitido ao espetador. A opçao por
sequencias muito longa esgota demasiado o que o filme tem para dar em
cada uma delas, e os dialogos não sao suficientemente fortes para
segurar o filme.
Na realizaçao Marston
e daqueles prodigios que nunca concretizou e aqui se percebe que
desistiu de arriscar, temos uma realização simples, muitas vezes
sem cor, sem arte que da a primazia aos bons executantes que não tem
nos outros complementos um acompanhamento ao nivel. Talvez por este
tipo de projetos e que o realizador acabou na televisao.
Weisz e Shannon sao
dois dos actores mais intensos da atualidade e aqui estao apagados
porque o filme nunca lhe exige mais. Fica a sensaçao que esta uniao
e desprediçada num filme tao cinzento.
O melhor – A mão de
obra.
O pior – As
sequencias longas sem conteudo
Avaliação - D+