O cinema mais tradicional gosta de por vezes abordar as grandes paixões não só da literatura como dos proprios autores. Embora produzido o ano passado, esta ano saiu a luz um filme que retratatava a relação homossexual entre Vita Sckville-West e Virginia Wolf. Em termos criticos as coisas não foram muito felizes para este filme que dentro da mediania teve ligeiro pendor negativo. Comercialmente ao ser um filme tradicional, escrito naquilo que de mais tradicional é o cinema britanico teve dificuldades obtendo resultados rudimentares.
Sobre o filme eu confesso que para um filme neste estilo pausado e dissertativo funcionar o argumento tem que ser expecional e conseguir potenciar em termos de emoçao as personagens. Pois bem o filme nunca consegue e torna-se num filme extremamente aborrecido do primeiro ao ultimo minuto, usando e abusando de monologos e mais que isso de passagens literarias.
O filme ate poderia ter um epicentro funcional, concretamente uma relaçao proibida de figuras proiminentes e as suas consequencias ou as suas barreiras, mas o filme opta mais por entrar na meta analise dos sentimentos e torna-se ainda mais aborrecido. A adicionar a tudo isto uma pessima montagem sonora que acompanha com musica eletronica quase toda a duraçao do filme, mesmo que esta fosse totalmente despropositada do que estavamos a ver.
Com duas figuras iconicas surge um filme extremamente pobre, onde salva alguns momentos intensos da criaçao de Wolf e pouco mais. Numa altura em que este relacionamento certamente teria outros vertices de analise o filme fica pobre ao centrar-se apenas naqueles que menos cinematograficos deveriam ser.
A historia fala da aproximaçao de Vita Sackville e Virgina Wolf da forma como este contacto se transformou numa relação amorosa, e a forma como esta se desenvolveu durante um processo de criaçao literario da autora.
Em termos de argumento o filme e extremamente difuso, exagera dos monologos e isso corta e muito o ritmo do filme, mas principalmente da dinamica dual do casal. Fica a ideia que o filme nao quer ter mais impacto e quer ser mais intimista o que neste caso nao funciona.
Na realizaçao Button e uma realizador desconhecida que teve aqui o seu trabalho mais mediatico, se na forma como capta imagens das interpretes as coisas ate funcionam, e impensavel o registo sonoro do filme, que se torna irritante. Percebe-se a ligação ao cinema mais tradicional de inglaterra mas o toque proprio sonoro, nao funciona.
No cast penso que as escolhas para as interpretações sao funcionais. Arteton tem a sensualidade que o seu papel exige, e Debicki o lado mais secreto patente em Wolf, contudo o filme nao deixa crescer as personagens não lhe dando o palco para essas sequencias.
O melhor - As interpretes sao bem escolhidos
O pior - O filme torna-se extremamente aborrecido com monologos e dissertações
Avaliação - C-
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