Tuesday, November 28, 2017

Mudbound

E conhecido o objetivo de um dia a Netflix dominar o cinema, e quem sabe conseguir o louro maior, ou seja, ganhar um oscar de melhor filme, ou pelo menos entrar nesta disputa. Ja em anos anteriores tinha tentado, mas desde Sundance que percebeu que pela primeira vez poderia ter nas maos um produto com qualidade para sonhar com entrar nas nomeaçoes principais. Este sonho começou na excelente receçao critica deste pequeno filme sobre o tema racial no pos guerra. Comercialmente e tendo em conta a forma de divulgaçao dos filmes da Netflix nao podemos perceber o valor concreto de um filme que em alguns paises vai ter lançamento em cinema.
A questão racial e principalmente o detalhe de um passado negro nesta questao é algo que sempre apaixonou o cinema, principalmente pela existencia de um grande numero de artistas da comunidade afro americana. Este filme e mais uma historia dura sobre a luta e sobre o racisma e a forma como o mesmo estava implementado de uma forma doentia. Em termos de base podemos dizer que o filme acaba por ser mais do mesmo, e por vezes com muito menos ritmo ou intensidade quando comparado com outros filmes da mesma tematica.
Talvez por isso me pareça que o filme é demasiado adormecido para ser uma obra prima, ou mesmo um filme que dislumbre. A primeira hora e meia acaba por ser algo previsivel, de um desenvolvimento historico que todos percebemos onde vai ter, que se desenvolve a um ritmo praticamente inexistente. E se este defeito do filme acaba por condicionar o seu resultado final, o mesmo permite que o excelente final do filme tenha um impacto maior, em meia hora de cinema de primeira linha, não só bem escrito com com total aproveitamente emocional das personagens muito bem interpretadas pelos seus autores.
Assim, embora me pareça um filme muito semelhante a outros para se poder dizer que é um candidato natural, podera a ultima meia hora vincar um filme que durante alguns momentos da sua duraçao se torna repetitivo e algo aborrecido. Mas como o que fica e o impacto final podera este facto levar o filme a uma luta que na minha opiniao me parece grande demais para o mesmo, ou seja a luta pelos premios.
EM termos de historia o filme fala de dois jovens de etnias diferentes que no pos segunda guerra mundial, regressam aos EUA onde as igualidades sentidas enquanto piloto desvanecem e tem novamente que estar nos seus lados de uma guerra racial.
EM termos de argumento podemos dizer que a historia é intensa do ponto de vista emocional, e bem desenhada, embora me pareça que repete alguns dos cliches tipicos dos filmes sobre a historia das lutas raciais pela igualdade. Em termos de personagens nem sempre o filme potencia as suas personagens em termos de dimensao.
A cantora Dee Rees tem uma realizaçao interessante, sem grande barulho escolhe sempre cenarios e capta a camara com uma intensidade que potencia a intensidade emocional das sequencias. Denota paixao, embora me pareça curto para altos voos.
Dai que me pareça que as maiores chances do filme em termos de nomeaçao possam ser as interpretaçoes, com destaque obvio para Johnatan Banks que nos da um dos melhores papeis secundarios do ano, num papel dificil de se gostar, mas cujo objetivo e cumprido em toda a linha. Nos mais novos Mitchel e Hedlund no final levam a interpretaçao para um nivel elevado mas pode ser infuficiente para a academia. SUblinha-se que em ambos os casos parece-me ser um upgrade nas carreiras de ambos.

O melhor - A ultima meia hora

O pior - Nem sempre o filme tem a intensidade que deveria ter

Avaliação - B-

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