LUÍS BRITO PEDROSO
MANHÃ
Caminho pelo granito de mil cidades e pergunto-me:
será que a manhã acabou?
Durante a manhã não importa em que cidade estamos.
Apenas aquela que vemos
Durante a manhã não sabemos sequer que existimos
Vivemos uma extensão do sonho
do sono
Mas parece que a manhã está a findar
Ao pisar essa pedra pensei:
preciso de um lugar onde me possa esconder do fim
da manhã
Onde não possa ser detectado pelo meio-dia
e tudo o resto demore mais a chegar
Espero pela noite mas vou visitando a madrugada.
(de O Meu Nome e a Noite, Papiro editora, 2007)
19 de Dezembro – Piaf e O’Neill
Há 2 horas
2 comentários:
Maravilha!!
andei arredado destas lides cibernéticas algumas semanas... fico contente por ver aqui publicado este poema que escrevi há quase dez anos!
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