MARIANNE MOORE
PARA UMA AVE DE PRESAConvéns-me, pois nem sequer te tomo a sério,
e não ficas cega pela palha que rodopia
ao ser trazida de uma meda pelos ventos.
Sabes pensar e o que pensas dizes
com muito do orgulho e fria firmeza
de Sansão, e ninguém ousa deter-te.
O orgulho assenta-te bem, tão empertigada, ave colossal.
Nenhuma capoeira te faz parecer absurda;
às tuas garras atrevidas são fortes, contra a derrota.
(de
Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop, tradução de Maria de Lourdes Guimarães, Campo das Letras -
colecção o aprendiz de feiticeiro)