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Releio e medito nos primeiros Livros da Bíblia, no Pentateuco.
Para além do muito que vou reaprendendo, que vou reflectindo, que vou percebendo da Fé que me move e que é uma continuidade desde o primeiro versículo ao último da Bíblia, encontro, de repente, uma semelhança, uma comparação, um simbolismo, (não sei o que lhe hei-de chamar), entre Moisés e a Igreja.
Naqueles tempos antigos foi Moisés que conduziu aquele povo ao encontro de Deus, segundo a vontade de Deus, de modo a levá-lo até à Terra Prometida.
E fê-lo perguntando a Deus, escutando Deus, intercedendo junto de Deus, aceitando a vontade de Deus e comunicando ao povo a vontade de Deus.
Comunicou àquele povo a Lei de Deus, indicou àquele povo o caminho que Deus tinha para ele, alertou aquele povo para os seus erros, para as suas idolatrias, para os seus desvios, e rogou insistentemente a Deus por aquele povo, sempre que o mesmo desprezava Deus e se afastava de Deus, ficando assim sujeito a todo o mal que lhe pudesse acontecer.
Deus ouvia-o nessas suas preces e perante o arrependimento daquele povo, restabelecia a Sua aliança com o povo e protegia-o de todos os males.
E percebe-se pela leitura e reflexão daqueles Livros, como Moisés sofreu pelos erros do povo e até pelos erros de alguns que estavam ao serviço de Deus nas celebrações e rituais do culto de então.
Mas Moisés continuou sempre a acreditar e o povo sempre viu nele essa fé inquebrantável que os conduzia no caminho.
E, para terminar, Moisés não entrou na Terra Prometida apesar de ter conduzido o povo até ela.
Quero perceber então, como a Igreja Militante, a Igreja que peregrina, a Igreja destes nossos tempos, tal como Moisés naquele tempo, também nos conduz ao encontro com Deus, o Pai, O Filho e o Espírito Santo, para nos levar até à Terra Prometida, ou seja, à vida eterna junto de Deus.
E a Igreja fá-lo, também, perguntando a Deus, escutando Deus, intercedendo junto de Deus, aceitando a vontade de Deus e comunicando a vontade de Deus.
E a Igreja comunica também aos seus peregrinos neste mundo, (que somos todos nós), a Doutrina ensinada por Cristo na Sua Palavra, indica o caminho que leva ao encontro com Cristo, alerta-nos para os erros que praticamos, para as idolatrias em que de quando em vez nos deixamos envolver, para os desvios “doutrinais” que praticamos para fazermos a nossa vontade, e roga por nós, oferece o Sacrifício do Altar por nós todos os dias e em todos os lados, dá-nos os Sacramentos, presença viva de Deus entre nós, para que assim, em comunhão com Deus e com os irmãos, estejamos protegidos do mal do mundo que nos quer fazer perder.
E a Igreja também alcança de Deus o perdão para aqueles que, arrependidos dos seus erros, os confessam, prometendo emendar-se, restabelecendo assim a relação de amor eterno com os homens que, por sua culpa, tantas vezes quebram.
E também a Igreja sofre com os nossos erros e com os erros de alguns daqueles que foram escolhidos para servir a Deus como ministros ordenados e se perderam nos vícios do mundo.
E a Igreja é depósito da Fé e é nEla que podemos confiar para nos conduzir por Deus, com Deus e em Deus.
E também esta Igreja Militante não “entra” na Terra Prometida, pois lá passa a ser a Igreja Triunfante, nessa Terra onde nada falta porque é “só” e “apenas” Amor de Deus.
Obrigado, meu Deus, por Moisés!
Obrigado, meu Deus, pela Igreja!
Marinha Grande, 28 de Março de 2023
Joaquim Mexia Alves