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Procuramos muitas vezes e em muitos livros respostas para as nossas inquietações, as nossas dúvidas, quando afinal, todas elas nos são respondidas num só Livro, ou melhor no Livro dos Livros, quando O lemos com os olhos do coração, o sentido do amor e no discernimento do Espírito Santo.
Muitas vezes me perguntei e pergunto, nos perguntamos, (tal como digo nos textos anteriores), sobre o “papel” de Maria na História da Salvação, para além obviamente de ser a Mãe de Jesus Cristo, feito Homem.
E afinal a resposta está ali tão clara, no Evangelho de São João, no episódio das Bodas de Caná.
«Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!»
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»
Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era - se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.» Jo 2,1-11
Maria tinha sido convidada e estava numa festa.
Não uma festa qualquer, mas uma festa de vida, umas bodas, um casamento.
Se há festa maior na vida dos homens, (pelo menos dantes assim era), é a festa do casamento.
Costuma até dizer-se, que o dia mais feliz das nossas vidas é o dia do casamento, logicamente para aqueles que contraíram Matrimónio.
É uma festa que celebra a união e essa união celebra a vida, porque a lógica da união do casamento é a consequente procriação, e o nascimento de novos seres é sempre festa de vida.
Por isso Maria, tendo sido convidada, estava numa festa, numa festa de vida.
A nossa vida deve ser uma festa, mesmo apesar das dificuldades e provações, porque temos Jesus Cristo connosco e Ele fez-se igual a nós, homem como nós, para nos «dar a vida e a vida em abundância». Jo 10,10
Primeira razão portanto, para convidarmos Maria para a festa da nossa vida, para que Ela esteja sempre presente na festa da nossa vida.
Maria estando na festa apercebe-se de que algo vai correr mal.
Aqueles olhos, aquele coração de Mãe atenta aos seus filhos, protegendo-os e ajudando-os, percebem que vai faltar o vinho!
E se falta o vinho na festa, falta a alegria, falta a abundância, (que o vinho significa), e a festa vai ser triste, vai deixar de ser festa.
Maria não vai ter com os noivos para lhes perguntar se precisam que Ela faça alguma coisa.
Não, Maria vai imediatamente ter com Jesus para o informar da falta do vinho, da falta de algo que coloca em causa a festa, a vida, uma informação que se revela um pedido de auxilio, pois Ela sabe no Seu coração que a Ele nada Lhe é impossível.
Ao convidarmos Maria para a festa da nossa vida, temos sempre connosco uma Mãe atenta aos pormenores da nossa vida, uma Mãe que mesmo antes de nos apercebermos das tribulações, das provações da nossa vida, já intercede por nós junto do Seu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor.
Uma Mãe que ao ser convidada para a festa da nossa vida se sente “autorizada” a desde logo, mesmo sem nos dar conta, pedir ao Seu Filho por nós.
Maria sabe que Jesus atende os seus pedidos, porque Ela só pede o que é da vontade do Seu Filho, por isso confiantemente diz aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser». Jo 2,5
Maria confia que Jesus fará o que Lhe pede, mas sabe também que cada um tem que fazer a parte que lhe toca.
Jesus podia dizer apenas aos serventes para servirem o vinho das vasilhas, porque Ele já teria operado o milagre, mas não o faz, pois é preciso que cada um se disponha a fazer a sua parte.
Foi preciso ir encher as vasilhas de água, e muita água, «duas ou três medidas cada uma» Jo 2,6 , significando a abundância que Cristo queria colocar naquela festa da vida, que quer sempre colocar na festa da vida de cada um.
Maria então, depois de interceder junto do Seu Filho pelas nossas dificuldades, coloca-nos na Sua presença, aponta-nos Jesus Cristo e diz a cada um de nós, «Faz o que Ele te disser».
Maria então, para além de nos fazer encontrar com Jesus, adverte-nos desde logo que é preciso fazer algo mais, que é preciso fazer a vontade do Senhor, porque só assim teremos «vida e vida em abundância».
A partir deste momento Maria deixa de estar na narração, embora obviamente Ela continue na festa, atenta a tudo e alegrando-se com os noivos porque a festa foi salva, porque eles fizeram o que o Senhor lhes pediu.
Maria tem então esta sublime missão de interceder por nós junto de Jesus, e de nos levar ao encontro do e com o Seu Filho, dando-nos um último conselho para esse encontro: «Faz o que Ele te disser».
Maria discretamente, humildemente, fica de lado, com certeza em oração contínua por nós, e deixa acontecer o encontro entre os filhos e o Único Mediador entre os homens e o Pai.
Podemos ir directamente a Jesus?
Podemos com certeza, e Ele acolhe-nos do mesmo modo.
Mas Maria prepara-nos para o encontro.
Começa por interceder por nós junto de Seu Filho, envolve-nos no amor, para que cheios de amor, possamos reconhecer o Amor, e ajuda-nos desde logo a percebermos que temos de fazer o que Ele nos pede, a Sua vontade, ensina-nos desde logo a dizer sim, o mesmo sim que Ela disse e transformou a Sua vida.
Aquilo que poderia ser uma tribulação, uma provação, o ser Mãe solteira naqueles tempos, transformou-se pelo seu sim, numa fonte inesgotável de vida para Si e para os outros.
Deixei para o fim de propósito a resposta de Jesus a Sua Mãe:
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Jo 2,4
Que me perdoem os exegetas da Bíblia, que tantas interpretações fazem sobre esta resposta, e com certeza interpretações certas e correctas, das quais eu não duvido.
Por eles, sabemos ainda de todos os simbolismos da transformação da água em vinho e, logo no início da narração, a menção ao terceiro dia, que somados aos quatro dias anteriores nos apontam o Génesis, e ainda a menção da «minha hora», pois é nessa Hora, (Jo 19,25), que Jesus nos dá Maria como Mãe.
Mas deixem-me então afirmar ou meditar, que foi por intercessão de Maria que Jesus operou o Seu primeiro milagre e logo numa festa de casamento, numa festa de vida, para poder dizer também, que Jesus nos deu um imenso e verdadeiro milagre, contínuo na humanidade, que é Maria Sua Mãe, que por vontade expressa dEle, é também nossa Mãe.
Muitas vezes me perguntei e pergunto, nos perguntamos, (tal como digo nos textos anteriores), sobre o “papel” de Maria na História da Salvação, para além obviamente de ser a Mãe de Jesus Cristo, feito Homem.
E afinal a resposta está ali tão clara, no Evangelho de São João, no episódio das Bodas de Caná.
«Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!»
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»
Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era - se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.» Jo 2,1-11
Maria tinha sido convidada e estava numa festa.
Não uma festa qualquer, mas uma festa de vida, umas bodas, um casamento.
Se há festa maior na vida dos homens, (pelo menos dantes assim era), é a festa do casamento.
Costuma até dizer-se, que o dia mais feliz das nossas vidas é o dia do casamento, logicamente para aqueles que contraíram Matrimónio.
É uma festa que celebra a união e essa união celebra a vida, porque a lógica da união do casamento é a consequente procriação, e o nascimento de novos seres é sempre festa de vida.
Por isso Maria, tendo sido convidada, estava numa festa, numa festa de vida.
A nossa vida deve ser uma festa, mesmo apesar das dificuldades e provações, porque temos Jesus Cristo connosco e Ele fez-se igual a nós, homem como nós, para nos «dar a vida e a vida em abundância». Jo 10,10
Primeira razão portanto, para convidarmos Maria para a festa da nossa vida, para que Ela esteja sempre presente na festa da nossa vida.
Maria estando na festa apercebe-se de que algo vai correr mal.
Aqueles olhos, aquele coração de Mãe atenta aos seus filhos, protegendo-os e ajudando-os, percebem que vai faltar o vinho!
E se falta o vinho na festa, falta a alegria, falta a abundância, (que o vinho significa), e a festa vai ser triste, vai deixar de ser festa.
Maria não vai ter com os noivos para lhes perguntar se precisam que Ela faça alguma coisa.
Não, Maria vai imediatamente ter com Jesus para o informar da falta do vinho, da falta de algo que coloca em causa a festa, a vida, uma informação que se revela um pedido de auxilio, pois Ela sabe no Seu coração que a Ele nada Lhe é impossível.
Ao convidarmos Maria para a festa da nossa vida, temos sempre connosco uma Mãe atenta aos pormenores da nossa vida, uma Mãe que mesmo antes de nos apercebermos das tribulações, das provações da nossa vida, já intercede por nós junto do Seu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor.
Uma Mãe que ao ser convidada para a festa da nossa vida se sente “autorizada” a desde logo, mesmo sem nos dar conta, pedir ao Seu Filho por nós.
Maria sabe que Jesus atende os seus pedidos, porque Ela só pede o que é da vontade do Seu Filho, por isso confiantemente diz aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser». Jo 2,5
Maria confia que Jesus fará o que Lhe pede, mas sabe também que cada um tem que fazer a parte que lhe toca.
Jesus podia dizer apenas aos serventes para servirem o vinho das vasilhas, porque Ele já teria operado o milagre, mas não o faz, pois é preciso que cada um se disponha a fazer a sua parte.
Foi preciso ir encher as vasilhas de água, e muita água, «duas ou três medidas cada uma» Jo 2,6 , significando a abundância que Cristo queria colocar naquela festa da vida, que quer sempre colocar na festa da vida de cada um.
Maria então, depois de interceder junto do Seu Filho pelas nossas dificuldades, coloca-nos na Sua presença, aponta-nos Jesus Cristo e diz a cada um de nós, «Faz o que Ele te disser».
Maria então, para além de nos fazer encontrar com Jesus, adverte-nos desde logo que é preciso fazer algo mais, que é preciso fazer a vontade do Senhor, porque só assim teremos «vida e vida em abundância».
A partir deste momento Maria deixa de estar na narração, embora obviamente Ela continue na festa, atenta a tudo e alegrando-se com os noivos porque a festa foi salva, porque eles fizeram o que o Senhor lhes pediu.
Maria tem então esta sublime missão de interceder por nós junto de Jesus, e de nos levar ao encontro do e com o Seu Filho, dando-nos um último conselho para esse encontro: «Faz o que Ele te disser».
Maria discretamente, humildemente, fica de lado, com certeza em oração contínua por nós, e deixa acontecer o encontro entre os filhos e o Único Mediador entre os homens e o Pai.
Podemos ir directamente a Jesus?
Podemos com certeza, e Ele acolhe-nos do mesmo modo.
Mas Maria prepara-nos para o encontro.
Começa por interceder por nós junto de Seu Filho, envolve-nos no amor, para que cheios de amor, possamos reconhecer o Amor, e ajuda-nos desde logo a percebermos que temos de fazer o que Ele nos pede, a Sua vontade, ensina-nos desde logo a dizer sim, o mesmo sim que Ela disse e transformou a Sua vida.
Aquilo que poderia ser uma tribulação, uma provação, o ser Mãe solteira naqueles tempos, transformou-se pelo seu sim, numa fonte inesgotável de vida para Si e para os outros.
Deixei para o fim de propósito a resposta de Jesus a Sua Mãe:
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Jo 2,4
Que me perdoem os exegetas da Bíblia, que tantas interpretações fazem sobre esta resposta, e com certeza interpretações certas e correctas, das quais eu não duvido.
Por eles, sabemos ainda de todos os simbolismos da transformação da água em vinho e, logo no início da narração, a menção ao terceiro dia, que somados aos quatro dias anteriores nos apontam o Génesis, e ainda a menção da «minha hora», pois é nessa Hora, (Jo 19,25), que Jesus nos dá Maria como Mãe.
Mas deixem-me então afirmar ou meditar, que foi por intercessão de Maria que Jesus operou o Seu primeiro milagre e logo numa festa de casamento, numa festa de vida, para poder dizer também, que Jesus nos deu um imenso e verdadeiro milagre, contínuo na humanidade, que é Maria Sua Mãe, que por vontade expressa dEle, é também nossa Mãe.
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