sexta-feira, 21 de setembro de 2007

SACRÁRIOS VIVOS...

Os sacrários são normalmente peças de muita beleza exterior, mesmo aqueles que primam pela simplicidade.
No entanto o seu interior é, normalmente, apenas constituído por paredes nuas, sem qualquer decoração.
Assim poderemos dizer, que os sacrários são muito belos por fora, mas despidos de beleza por dentro.
No entanto tudo se transforma quando no sacrário está Jesus Cristo Sacramentado!
Podemos afirmar então, que a maior beleza do sacrário está no seu interior, e que já não interessa sequer aquilo que ele é por fora.
Aliás os sacrários têm um fim, que é conterem, guardarem dentro de si, Jesus Cristo Sacramentado.
E sabemos que eles estão a cumprir essa missão quando há uma luz, sempre acesa, que nos diz que ali está Jesus Cristo Sacramentado.
Se assim não for, a luz está apagada e os sacrários para nada servem, a não ser para decoração, para museus, e não nos suscitam mais nada, a não ser a apreciação da sua beleza, ou a falta dela.
Enfim não nos detemos neles, e nada acrescentam às nossas vidas!
Nós somos muitas vezes assim, como os sacrários!
Arranjamo-nos exteriormente, não só cuidando do aspecto do corpo e do que vestimos, mas também tantas vezes aparentando uma maneira de ser que nada tem a ver connosco, (com o que nós realmente somos), e no interior somos apenas paredes nuas, sem qualquer beleza, sem luz, porque não nos preocupamos em ser amor para nós e para os outros, porque em nós não mora Jesus Cristo, fonte do Amor.
Podemos conversar com quem quisermos, mas as nossas conversas são apenas palavras, não deixam rasto, nada acrescentam às vidas que por nós passam.
No entanto, quando nos abrimos a Ele, e deixamos que Ele faça em nós morada, o aspecto exterior conta pouco ou nada, porque a expressão que transmitimos é a beleza do amor, há uma luz acesa em nós, e as conversas que possamos ter, o testemunho de vida, deixa sempre uma impressão indelével, que leva muitas vezes os outros a deterem-se e pensarem nas suas próprias vidas.
Tal como os sacrários também nós temos um fim!
Esse fim é sermos sacrários vivos, ou seja, enquanto os sacrários na igreja “apenas” contêm Jesus Cristo Sacramentado, mas estão ali, estáticos, sem nada nos transmitirem de si próprios, nós poderemos ser sacrários vivos, ou seja, levarmos Jesus Cristo aos outros, transmitirmos tudo o que Ele faz em nós, dar testemunho da Sua presença viva em nós e no meio de nós.
Os sacrários na igreja podem “conter” Jesus Cristo Sacramentado, mas não mudam, são sempre do modo como foram feitos.
Nós se formos sacrários vivos vamos sendo moldados, aperfeiçoados, pela presença de Jesus Cristo em nós, e essa mudança reflecte-se em nós e de nós para os outros.
Enquanto nos sacrários na igreja, a luz indica a presença de Jesus Cristo Sacramentado no seu interior, em nós, quando somos sacrários vivos, a luz é o Próprio Jesus Cristo que brilha em nós
!

Faz do teu coração um Sacrário vivo, onde more sempre Jesus Cristo!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ATÉ JESUS SENTIU ADMIRAÇÃO!


Lucas 7,1-10.
«Quando acabou de dizer todas as suas palavras ao povo, Jesus entrou em Cafarnaúm.
Ora um centurião tinha um servo a quem dedicava muita afeição e que estava doente, quase a morrer.
Ouvindo falar de Jesus, enviou-lhe alguns judeus de relevo para lhe pedir que viesse salvar-lhe o servo.
Chegados junto de Jesus, suplicaram-lhe insistentemente: «Ele merece que lhe faças isso, pois ama o nosso povo e foi ele quem nos construiu a sinagoga.»
Jesus acompanhou-os.
Não estavam já longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por uns amigos: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu tecto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.»
Ouvindo estas palavras, Jesus sentiu admiração por ele e disse à multidão que o seguia: «Digo-vos: nem em Israel encontrei tão grande fé.»
E, de regresso a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.»

Onde está a minha fé? Será forte a minha fé? Serei eu capaz de acreditar como este centurião?
É que ele não faz a coisa por menos:
Compara as ordens que ele dá aos seus soldados, gente habituada a obedecer, com o poder que Jesus tem de dar ordens às doenças e as mesmas obedecerem, ficando os doentes curados!
É espantosa esta fé que acredita que Ele nem precisa de ver o servo para o curar, porque nesta fé também está implícito que o centurião acredita que Jesus tudo sabe, tudo vê, de tal modo que nem precisa de explicar nada sobre a doença!
E depois a humildade de reconhecer que não é digno da presença de Jesus na sua casa, mas ao mesmo tempo a confiança na misericórdia, na compaixão de Jesus, perante aqueles que sofrem!
E depois ainda esta certeza “radical” de fazer o pedido: «Diz uma só palavra e o meu servo ficará curado»!
Não há outra hipótese!
Ele ficará curado, porque ele não duvida que Jesus vai dizer a palavra, porque não duvida da compaixão de Jesus!
Perante esta fé, até Jesus ficou admirado!
Perante esta fé, Jesus apenas disse no Seu intimo: «Faça-se aquilo em que acreditas!»
Onde está a minha fé? Será forte a minha fé? Serei eu capaz de acreditar como este centurião?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

QUERES QUE TE FAÇAM, FAZ TU PRIMEIRO!

Lucas 6,27-38.
«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam.
A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica.
Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames.
O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.
Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam.
Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto.
Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus.
Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.
A medida que usardes com os outros será usada convosco.»

O Evangelho de hoje é de uma beleza indescritível!
É também dos ensinamentos de Jesus Cristo, aquele que se torna mais difícil a cada um de nós viver.
O modo como muitas vezes somos educados, o modo como as pessoas à nossa volta se comportam no dia a dia e nós também tantas vezes, o modo como o mundo nos quer ensinar a individualidade e a importância do eu, o modo até como certas “espiritualidades”, “religiosidades” enaltecem o individuo na sua pretensa “capacidade” de sozinho tudo conseguir, o modo como a sociedade enaltece como “inteligentes” os que não olham a meios para atingir os seus fins, e como “fracos” os que se preocupam em não “pisar” ninguém, o modo como nos achamos possuidores das coisas, como propriedade individual e não como algo que o Senhor nos deu para nos servirmos a nós e aos outros, tornam a vivência deste ensinamento de Jesus Cristo uma extraordinária prova.
Reparemos numa grande diferença!
Antes aprendemos: «Aquilo que não queres para ti, não o faças aos outros» Tb 4, 15.
Agora é-nos dito: «O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.» Lc 6, 31.
Por isso Jesus Cristo nos diz muito claramente:
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição.» Mt 5, 17
E esta perfeição exige de nós uma missão, um empenhamento, uma vivência!
Já não podemos “ficar sentados” a viver as nossas vidas, não fazendo nada pelos outros, esperando que também eles nada nos façam.
Temos sim de nos entregarmos, de ajudarmos, de darmos não só o que nos é dado em bens materiais, mas também o que o Senhor por Sua graça vai derramando nas nossas vidas: A Fé, o Amor, a Confiança, a Esperança, a certeza de que Ele está sempre connosco, enfim, a Boa Nova!
Ainda por cima a recompensa é infinita, é eterna, porque é o Pai, que está nos Céus, que no-la vai dar!
Maior que tudo o que nos possam retribuir neste mundo por algum bem que façamos, é esta promessa de Jesus Cristo Nosso Senhor:
«Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. » Lc 6, 35b

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

BEATA MADRE TERESA DE CALCUTÁ

«O seu trabalho piedoso com os pobres espalhou-se por todo o mundo e levou milhares de irmãs e voluntários a aderirem à congregação. O que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz - que recebeu em Oslo em Dezembro de 1979.
Na altura, no discurso que fez, afirmou: "Não é suficiente dizer 'Eu amo Deus', mas não o meu vizinho. [Ao morrer na cruz] Deus tornou-se o faminto, o nu e o sem abrigo. A fome de Jesus é aquilo que temos de encontrar e aliviar. Cristo está nos nossos corações, Cristo é o pobre que encontramos, o sorriso que damos e que recebemos".
Contudo, três meses antes, numa carta enviada ao padre Michael Van Der Peet, confessou: "Jesus tem um amor muito especial por si. [Mas] para mim - o silêncio e o vazio é tão grande - que olho e não vejo - Escuto e não ouço. A língua mexe-se [na oração] mas não fala...Quero que reze por mim".
O conteúdo desta e outras cartas formam o livro, lançado hoje nos EUA, da autoria do padre Brian Kolodiejchuk. A obra revela que a madre Teresa duvidou da existência de Deus durante 50 anos (e mesmo assim continuou ao seu serviço). Muitos desconheciam-no. Até agora.»
Diário de Noticias de 4 de Setembro
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Entendi mal, ou este é mais um “brilhante” texto que nos quer levar a pensar, a acreditar, que a Beata Madre Teresa de Calcutá “duvidava” da existência de Deus!!!
É que é realmente espantoso como se retira de cartas como esta, essa certeza de que Madre Teresa “duvidava” da existência de Deus, quando para mim elas revelam uma fé inquebrantável, a fé daqueles que acreditam sem verem.
Só quem se entrega totalmente aos caminhos de Deus, pode saber o que é a aridez da oração, o deserto da solidão, a aspereza da falta de consolação…
E no entanto, a oração é constante, a certeza de que Ele está connosco é total, embora não O sintamos, não O vejamos, não O ouçamos…
E no entanto a consolação é consolar, porque é verdade que “mais vale consolar, do que ser consolado”…
Já li algumas obras sobre madre Teresa e sempre me impressionou essa força extraordinária de alguém que viveu o deserto, a aridez e nunca deixou de acreditar na presença de Deus nos outros, nunca deixou de acreditar que «o que fizeres aos mais pequeninos é a Mim que o fazes…»
E agora, (perante um livro que ainda não li), mas que, (escrito por quem se empenha na canonização de madre Teresa), só pode mostrar-nos essa incrível luta de fé de uma mulher, que não tendo experiências místicas profundas como outros Santos, querem fazer-nos pensar que madre Teresa “duvidava” da existência de Deus.
Teresa de Calcutá, perante o terrível deserto e aridez em que Deus a quis provar, (e ninguém é provado acima das suas forças), continuou a orar, a construir, acreditando sem margem para dúvidas que Ele, o Cristo amado, estava ali, nos outros, com ela e nela.
Quantas vezes eu me perguntei, quantas vezes cada um de nós que acredita, se perguntou, ou melhor Lhe perguntou: «Estás aí Senhor? Conheces-me? Amas-me? Posso contar conTigo?».
E mesmo assim, ou até por causa disso, ainda se entregou mais, ainda orou mais, ainda fez mais, porque a fé não é algo que se compra, que se venda, é um dom, uma graça que o Senhor coloca nos corações abertos para Si.
Diz-nos o Papa Bento XVI sobre madre Teresa: «Por um lado, temos de suportar este silêncio de Deus, em parte também para poder compreender nossos irmãos que não conhecem Deus.»
Realmente, muitas vezes os nossos irmãos afastados da fé não compreendem, como podemos nós acreditar em algo que não vemos, que não palpamos, e também nós por vezes não entendemos como não vêm eles aquilo que para nós é óbvio.
Assim neste “silêncio de Deus”, vivendo esta experiência, talvez possamos nós entender melhor e dar a conhecer melhor aos outros esta presença de Deus nas nossas vidas, este amor de Deus por cada um, seja ele qual for.
Um dos maiores Santos da Igreja, Pedro, fez mais que duvidar de Deus, negou a Deus e no entanto acabou por entregar a totalidade da sua vida pelo Deus que tinha negado!
“Não é preciso ver para acreditar, mas é preciso acreditar, para ver”, e isso que se passou com Tomé, e tantas vezes com cada um de nós, foi a vida de madre Teresa:
Porque acreditava, via, sentia Cristo nas suas irmãs e irmãos necessitados, por isso lhes entregava a sua vida, porque sabia que a estava a entregar ao Senhor, ao seu Deus de infinito Amor.
Tudo o mais são interpretações, mais ou menos “maldosas”, de quem não “vê, porque não acredita”.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

PRÉMIO



A Fa, (Partilhas em Fa Menor), decidiu atribuir este prémio, a este blogue, resultado seguramente da sua simpatia pelo "Que é a Verdade?"
Sirvo-me das suas palavras para explicar o significado do mesmo:
"Este prémio é uma tentativa de reunir os blogues que são adeptos aos relacionamentos "inter-blogues" fazendo um esforço para ser parte de uma conversação e não apenas de um monólogo"- é este o perfil schmoozed.
Schmooze: (Verbo) fofocar, jogar conversa fora, trocar idéias. (Substantivo) conversa, bate-papo.
Agradeço reconhecido, até porque entendo que os blogues, (pelo menos os cristãos e católicos), servem para isso mesmo: A relação entre pessoas, o testemunho de vida, de vivências, a discussão amiga sobre aquilo que cada um vive e sente.
Só assim, para mim, fazem sentido.
Não nomeio ninguém, porque todos aqueles que me visitam e eu visito, (são mais do que 5!!!), seguem esta prática de relacionamento entre pessoas.
Grato pelo prémio, apenas prometo à Fa, empenhar-me mais!
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Quis o António, (A Partilha ), atribuir-me também este prémio, do que só agora tive conhecimento.
Agradecido, repito as palavras acima e prometo-lhe, tal como fiz à Fa, cada vez mais empenho, entrega e testemunho da vivência da Fé que o Senhor, por Sua bondade, me quis conceder.