domingo, 27 de maio de 2007

O ESPÍRITO SANTO

É uma luz, uma suavidade, um amor, um toque, uma carícia, um carinho, um calor, uma presença que se desenvolve dentro de nós e nos enche por completo.
Aquilo que era razão de viver e estava no exterior, deixa de o ser, para dar lugar a outra aspiração interior, para dar lugar a outra vivência, mais viva, mais vivida, mais sentida, mais cheia de uma graça que não conseguimos explicar.
O interesse que nos despertavam as coisas do mundo, as riquezas, a importância social, o nosso comportamento pensado e repensado, deixa de ser importante, deixa de ser um fim em vista, para dar lugar a uma procura constante da santidade, do bem estar espiritual, do testemunho dado na vida que continuamos a viver no mundo, para que os outros também possam ver e viver o que nós vivemos.
Como tudo é diferente!!! Como tudo se modifica!!!
Quando vivemos para as riquezas do mundo, queremos ter sempre mais que os outros e a maior parte das vezes desejamos egoisticamente que os outros não tenham aquilo que nós já temos. Agora começamos a viver para as riquezas de Deus e queremos que os outros tenham tudo o que nós já temos e tenham até mais, para nos poderem guiar e servir de testemunho.
Quando vivemos para conseguir o mundo, nunca temos tempo para nada, nem sequer para todas as coisas do mundo, quanto mais para Deus.
Agora começamos a viver para “alcançar” o Céu e assim temos tempo para Deus, para tudo e até temos tempo para o mundo.
Quando vivemos para nós próprios e por nós próprios, aos “sucessos”, que nos enchem de orgulho, sucedem-se as “derrotas” que nos provocam humilhação, (não humildade), que causam a solidão de quem vive apenas para si, convencido que é capaz de tudo sozinho.
Agora começamos a viver para Deus, para os outros, e assim os “sucessos” não são nossos, mas de Deus e de todos, (o orgulho não tem lugar), e mesmo que as coisas não corram bem, humildemente aceitamos como não sendo bom para nós aquilo que afinal desejávamos e instala-se a paz, a tranquilidade e nunca nos sentimos sozinhos.
Quando vivemos para a nossa vontade e para os nossos planos, e as coisas falham e os planos não resultam, muitas vezes desesperamos, atiramos para cima dos outros os nossos falhanços, sentimo-nos sós e derrotados, não aceitamos e fechamo-nos mais em nós próprios.
Agora que começamos a viver para cumprir a vontade de Deus e os Seus planos, quer na vida espiritual, quer na vida material, sentimo-nos mais acompanhados e quando as coisas falham, ficamos tristes é certo, mas aceitamos como fonte de crescimento a contrariedade, voltamo-nos para nós procurando saber onde nos afastámos da vontade do Senhor, humildemente baixamos a cabeça e com a força que nos vem dEle recomeçamos segundo a Sua vontade.
Quando vivemos baseados naquilo que na nossa cabeça pensamos que é bem e que é mal, o nosso crescimento é desordenado, os recuos são maiores que os avanços, a paz e a serenidade andam longe e praticamos muitas vezes coisas más, porque nos quisemos convencer que eram boas.
Agora que começamos a viver no que é o bem vindo de Deus, afastando o mal que Ele nos faz reconhecer, o nosso caminho é mais seguro, tem também avanços e recuos, mas os avanços são mais constantes, porque é constante a vontade de nos levantarmos depois de cairmos, a paz e a serenidade tomam conta de nós, porque é no coração que o Senhor coloca o conhecimento do bem e do mal.
Não é pela nossa cabeça, mas pelo amor que o Senhor coloca no nosso coração, que crescemos para o bem e morremos para o mal.
Antes a vida era difícil, muitas vezes sem esperança e desacompanhada.
Hoje a vida é difícil, mas vivida na esperança e na companhia daquEle que nunca nos abandona: Jesus Cristo.
Então assim entregues, Ele vem até nós e: é uma luz, uma suavidade, um amor, um toque, uma caricia, um carinho, um calor, uma presença que se desenvolve dentro de nós e nos enche por completo...

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Já publicado em 23.11.06

sábado, 26 de maio de 2007

OREMOS EM IGREJA: VEM ESPÍRITO SANTO

Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.

Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.

Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.

Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.

Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.

Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.

Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.

Vossos sete dons
concedei à almado
que em Vós confia:

Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O LOUVOR LIBERTA !

«A multidão amotinou-se contra eles; e os estrategos, arrancando-lhes as vestes, mandaram-nos açoitar. Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, lançaram-nos na prisão, recomendando ao carcereiro que os tivesse sob atenta vigilância. Ao receber tal ordem, este meteu-os no calabouço interior e prendeu-lhes os pés no cepo.
Cerca da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus, e os presos escutavam-nos. De repente, sentiu-se um violento tremor de terra que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as cadeias de todos se desprenderam.
Acordando em sobressalto, o carcereiro viu as portas da prisão abertas e puxou da espada para se matar, pensando que os presos se tinham evadido. Paulo, então, bradou com voz forte: «Não faças nenhum mal a ti mesmo, porque nós estamos todos aqui.» O carcereiro pediu luz, correu para dentro da masmorra e lançou-se a tremer, aos pés de Paulo e de Silas.
Depois, trouxe-os para fora e perguntou: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?» Eles responderam: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo tu e os teus.» E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, assim como aos que estavam na sua casa.
O carcereiro, tomando-os consigo, àquela hora da noite, lavou-lhes as feridas e imediatamente se baptizou, ele e todos os seus. Depois, levando-os para cima, para a sua casa, pôs-lhes a mesa e entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus.» Act 16, 22-34


«Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus», ou seja, Paulo e Silas perante a sua dificuldade nada pediam a Deus, mas louvavam-No por todas as coisas.
A Oração de Louvor liberta!!!
Esta é uma verdade que tantos estudiosos da Palavra, proclamam!
E esta libertação, não é muitas vezes a resolução do problema, mas sim o aceitar da vontade de Deus, louvando-O pela dificuldade, e por isso mesmo a “prisão” constituída por essa mesma dificuldade, deixa de existir.
Por isso Paulo e Silas não fogem a correr da cadeia, mas ficam ali mesmo, pois já não estão presos, nenhuma cadeia os pode prender, porque estão livres por graça de Deus.
Diz alguém que a Oração de Louvor toca, enternece o coração de Deus.
Livres pela Oração de Louvor, cheios da graça de Deus, ficamos prontos para proclamar a Palavra, «E o Senhor aumentava, (aumentará), todos os dias, o número dos que tinham entrado, (entrarão), no caminho da salvação.» Act 2, 47b

sábado, 12 de maio de 2007

A MÃE - 90 ANOS DE FÁTIMA

A Mãe tinha o filho nos braços e sorria embevecida, totalmente entregue àquela criança.
O Filho de Deus, o Messias!!
Era difícil compreender, abarcar tudo o que isto queria dizer, tudo o que lhe estava a acontecer, mas pensava no seu coração: «Se é a vontade de Deus, assim seja.»
O Menino!! O Menino parecia igual a todos os outros. Dormia em paz, enroscado nos seus braços, encostado ao seu peito de Mãe e como todos os recém-nascidos sorria numa calma perfeita, confiante na Sua Mãe.
Parecia-lhe tudo um sonho! Teria realmente visto o anjo? Teria realmente ouvido aquelas palavras?
Tudo no seu coração lhe dizia que sim e quando levemente embaraçada se lembrava que nunca tinha “conhecido” José, então tudo se confirmava e a verdade impunha-se ao seu coração.
Aquele Menino era verdadeiramente o Filho de Deus e o Seu Nome já estava decidido: Jesus!
Olhava para o Menino e sentia uma alegria indescritível, uma paz duradoura, uma confiança inabalável.
Não percebia bem porquê, mas ao olhar para o Menino nos seus braços, sentia que tinha toda a humanidade ao seu colo, sentia-se Mãe da humanidade.
Não entendia, mas guardava o sentimento no seu coração e pensava que sendo tudo vontade do seu Senhor, então tudo estava bem, e um dia, se fosse da vontade de Deus, iria perceber aquilo que agora não entendia.
Ao olhar o Menino sentia no seu coração que, embora nascido de si, não lhe pertencia só a si, mas a toda a humanidade desde sempre e para sempre.
Não percebia como este sentimento era tão intenso, mas também não se preocupava com isso, pois algo lhe dizia que isso era muito bom e seria fonte de alegria e salvação para muitos e que, para além disso, era a vontade do seu Senhor.
Chamou por José e disse-lhe: «Olha como é lindo, como dorme em paz. Tens de O proteger para que nenhum mal Lhe aconteça, pois pressinto que muitos Lhe hão-de querer fazer mal. Tudo o que disseres está bem para mim e obedecerei a tudo quanto quiseres fazer para salvaguardar a nossa Família.»
José disse-lhe a sorrir: «Não temas. Sabes tão bem como eu que o Senhor está connosco. Se obedecermos a tudo quanto nos diz, nada de mal acontecerá ao Menino, nem a nós.»
Jesus crescia forte e sadio, e nas coisas que ia revelando, fazia estremecer aquele coração de Mãe, tão cheio de amor.
Tanta coisa inexplicável para ela, mas nem um queixume, nem uma recriminação, apenas o coração aberto a tudo quanto lhe fosse dado a conhecer e a vontade enorme de ver crescer Aquele Menino, pois tudo lhe dizia que um dia Ele partiria e ela teria de sofrer, mas isso seria bom para a humanidade.
Nada queria para ela, pois sabia bem que vivendo na humildade tudo tinha, e nunca o mal poderia tocar aquela casa, nem abeirar-se da sua Família.
Vivia feliz e contente cuidando do seu Filho e tratando do seu esposo.
Um dia num casamento, apercebeu-se de que qualquer coisa corria mal e indo indagar acabou por saber que iria faltar o vinho.
Sem entender muito bem porquê, dirigiu-se ao seu Filho e disse-Lhe: «Filho, não têm vinho.»
Na resposta de Jesus e nos Seus olhos viu que apenas era preciso fazer a Sua vontade e foi isso mesmo que disse aos empregados: «Fazei tudo o que Ele vos disser.»
Descansada, soube no seu íntimo que a partir daquele momento não iria faltar mais vinho naquela festa e que o vinho iria ter uma importância decisiva na vida de Jesus e de todos os homens.
Continuava sem se preocupar em entender. Era a vontade do seu Senhor.
Jesus já Homem, disse-lhe então: «Mãe, vou partir para a missão que o Pai me entregou. Preciso de ti na sombra. Ainda te vou pedir muitas coisas e muitos sacrifícios.»
O seu coração de Mãe estremeceu. Não sabia porquê, mas aquele anúncio da partida do seu Filho, era o anúncio que mais temia.
Porquê, não entendia, mas tinha a esperança que aquela partida não fosse necessária, pois conhecia desde já no seu coração a dor que aquela missão comportava.
Mas como em tudo na sua vida até então, apenas disse: «Faça-se a vontade do meu Senhor.»
Quando disse esta frase percebeu talvez pela primeira vez, que se estava a dirigir ao próprio Filho, e entendeu como uma grande verdade, que a vontade do Pai era a vontade do Filho, e que a vontade do Filho era a vontade do Pai.
E então vieram dizer-lhe coisas do seu Filho!
E se muitas eram coisas boas e alegravam o seu coração de Mãe, outras eram más, terríveis e faziam-na ter pena sobretudo daqueles que as diziam, também porque não lhes podia explicar tudo o que se estava a passar, porque a verdade é que ela sabia que tudo estava bem e de acordo com a vontade do seu Senhor, só que ainda não sabia explicar porquê.
Tantas vezes na sombra, no meio da multidão, anonimamente, como ela gostava de estar, ouvia o seu Filho e estremecia o seu coração, não conseguindo entender porque é que Deus a tinha escolhido para ser Mãe dO Messias, dO Salvador.
Na sua humildade perguntava se seria digna de ser a Mãe de Jesus, mas no seu coração sabia que, por graça imensa de Deus, a sua purificação tinha sido completa, perfeita e assim tinha podido ser Mãe do Salvador.
Fazia-lhe falta José, aquele homem forte e seguro que, não tinha dúvida nenhuma, o Senhor tinha escolhido para estar a sua lado, para ser o pai terreno daquele Homem/Deus que tinha vindo pegar fogo à terra, com a promessa de que esse fogo nunca se apagaria.
À medida que se aproximavam de Jerusalém o seu coração ia ficando mais pequenino. Mas a certeza profunda de que a vontade de Deus estava a ser cumprida e ia até ao fim, alegrava-a por toda a humanidade, que já sentia pertencente ao seu seio.
Então tudo se desenrolou muito rapidamente!
Soube daquela farsa de julgamento e todo o seu ser sentiu a injustiça, estremecendo só de pensar no que aqueles homens iam fazer.
Apeteceu-lhe gritar forte e bem alto: «Parem homens, que estais a julgar o Filho de Deus! Quem sois vós para julgardes o Messias prometido!»
Mas ela sabia no seu coração que o seu Filho tinha de ser entregue aos homens para cumprimento da vontade do Pai, e também ela se devia entregar à vontade do Filho, cumprindo assim o que para ela estava determinado.
A coroa de espinhos, cada açoite, cada cuspidela, cada bofetada, cada troça, cada humilhação, cada injustiça, eram para ela espadas atravessadas no seu coração.
Mas calava e dava graças a Deus por aquele Filho obediente, que cumpria a vontade do Pai e Se entregava pela humanidade.
Queria correr para Ele, abraçá-Lo, lavar-Lhe as feridas, consolá-Lo, mas o seu coração dizia-lhe que o Pai estava com Ele e que Ele vivendo no amor, também por amor sofria e por amor Se entregava por aqueles por quem vivia essa paixão tão dolorosa.
Viu-O com a Cruz às costas e sentiu que se o Corpo dEle cedia, se o Corpo dEle sofria, o Seu Espírito exultava na obediência do amor.
Quis aproximar-se dEle, mas a humildade e uma entrega aos outros, levaram-na a ficar longe, permitindo que outros e outras dEle se aproximassem e tocando-O alcançassem as graças e os dons que ela sentia já lhe tinham sido dados.
Viu aquela mulher aproximar-se com uma toalha e dando graças a Deus pelo consolo que ela iria dar a Jesus com esse gesto, pediu-Lhe no seu coração de Mãe: «Meu Filho, deixa uma recordação, um sinal do Teu amor no sofrimento, a todos quantos ainda hão-de vir.»
Chegou por fim àquele monte para onde O quiseram levar.
Então, humilhação suprema, despiram-No e colocaram-No nu à frente de toda aquela gente.
Até onde ia o martírio para salvar o que até então estava perdido!
No seu coração apenas pensava: «O meu Filho está mais vestido que todos nós que aqui estamos, pois está coberto com o amor e a obediência ao Pai.»
Percebeu então que Jesus devia partir nu, livre de tudo o que representava o mundo, para chegar a Seu Pai apenas com o Corpo feito à Sua imagem e semelhança, tal como Deus sempre quis.
O som cavo do maço batendo nos cravos que trespassavam as mãos e os pés do seu Filho, abria-lhe feridas no coração, mas mais uma vez sentia sem entender porquê, que cada uma daquelas pancadas, significavam salvação para muitos dos que estavam perdidos.
Ergueram-No então e Ele ali ficou pendurado na Cruz, dominando toda aquela cena.
Olhou-O e nos Seus olhos apenas encontrou amor, perdão, bondade, misericórdia, e pensou: «Ó meu Jesus, aí na Tua Cruz, em vez de dominado como eles pensam que estás, pelo contrário, és vencedor e tão vencedor que até lhes perdoas o que Te estão a fazer!»
Ao lado de Jesus tinham colocado dois malfeitores em suplício, mais uma humilhação!
Apercebeu-se que Jesus virando a cabeça para um dos homens proferia algumas palavras que não entendeu. Teve no entanto a certeza de que o seu Filho tinha salvo mais uma alma perdida, porque o rosto do homem com quem Ele falou, se iluminou com uma luz suave e a tranquilidade transpareceu no seu rosto. Parecia que as dores lhe tinham passado!
Ouviu-O então chamar e logo acorreu para O ouvir.
Jesus disse então com voz terna e amorosa: «Mãe, fica com João. Eu to entrego como filho e nele Mãe estão todos os Meus irmãos que já existiram, que existem e que hão-de existir.»
Voltando-se para João disse-lhe: «João, Eu te entrego a tua Mãe e sendo tua Mãe, é Mãe de todos aqueles que como tu são, foram e hão-de ser feitos à imagem e semelhança de Meu Pai.»
Percebeu então todo aquele sentimento que lhe tinha tocado o coração quando tinha Jesus nos braços. Compreendia agora, que ao tê-Lo nos seus braços, tinha toda a humanidade.
Percebia porque sofria tanto no seu coração com todas as coisas que faziam ao seu Filho, porque sofria por aqueles que as faziam e não tanto pelo seu Jesus. Entendeu então que Jesus ia ser muitas vezes crucificado ao longo dos tempos e que seriam os seus filhos que o iriam fazer.
O seu coração chorou lágrimas de sangue e prometeu a si mesma, que de acordo com a vontade do seu Senhor, havia de visitar muitas vezes os seus filhos para lhes mostrar o caminho e os ajudar a amar acima de tudo o seu Irmão mais Velho, que por eles Se entregava.
Ouviu-O suspirar e sentiu que o Pai O chamava e Ele se entregava.
Tudo estava consumado!
Uma paz muito grande inundou todo o seu ser de Mãe.
Teve a certeza de que os filhos que agora viviam no seu coração, tinham a salvação ao seu alcance, porque Aquele que por amor tinha querido nascer dela, estava junto do Pai pedindo por todos eles.
E Àquele Filho o Pai nada podia negar!
Tudo em si vivia agora na espera ansiosa do terceiro dia, porque essa era uma certeza que habitava no seu coração.
Ela veria de novo Jesus, ressuscitado e vivo. Vê-Lo-ia, agora sim, partir definitivamente para o Pai, embora soubesse que Ele havia de permanecer para sempre entre os homens.
Ansiou pelo momento em que se Lhe pudesse juntar e pelos momentos em que por vontade do seu Senhor, viesse visitar os seus filhos na terra e avisá-los do amor que os aguardava no Céu.
Mas como em tudo na sua vida, apenas disse: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Sua palavra.»

domingo, 6 de maio de 2007

O MANDAMENTO NOVO

«Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.»
Jo 13, 34-35

Um mandamento novo!
É um mandamento novo, não porque é de agora, porque é recente, mas porque é o mandamento que «faz novas todas as coisas» cf Ap 21,5a
É novo porque é o oposto do velho, e o velho nada traz de novo.
E o velho não é o antigo.
Antigo é o que tem muito tempo, mas pode ser novidade; velho, (até pode ser recente), mas já não traz novidade.
E o amor é sempre novo.
O que ama, e o que é amado, é sempre novo no viver de cada um, porque é sempre descoberta na entrega de cada um ao outro.
É um mandamento novo também, porque agora afirma como deve ser o amor uns pelos outros: «como Eu vos amei.»
Não por interesse, para receber depois de dar, mas porque se ama, no amor perfeito de Cristo em nós.
O amor que é todo entrega, que é a dádiva de si próprio.
E assim neste mandamento novo seremos verdadeiras testemunhas, porque os outros «reconhecerão que somos Seus discípulos», que transmitimos a Boa Nova, não só com a Palavra, mas também com o testemunho de vida.

«Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o numero dos que tinham entrado no caminho da salvação.»
Act 2, 47