domingo, 27 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Alma de bailaria
Autora: Mônica Caetano Gonçalves
Há sempre uma bailarina
Na alma feminina.
Desde bem pequenina
Sonha a menina,
Muito antes de entender
O que é ser Mulher
Muita força é exigida
Para na ponta dos pés deslizar
Pelos palcos da vida...
Sem perder a beleza
De sua delicadeza...
Sem se desequilibrar
E no ritmo dançar.
Seja um ‘Pas de deux’ ou ‘Solo’
Para seu consolo
Vence as dores
Dos esforços e desamores
Sempre a sorrir,
Ao interpretar a dança
Da esperança
No porvir!!!!
Autora – Mônica Caetano Gonçalves – Belo Horizonte/MG
Publicações da autora: (http://monicaemversos.blogspot.com.br/) e também semanalmente no Jornal "O Pioneiro" (Linhares- ES) e na Revista CAPITA Global News (Colatina - ES), além de poemas no site Poetas Trabajando e crônicas eventuais no site Debates Culturais.
domingo, 20 de outubro de 2013
Avalanche de amor
Autora: Sonia Biasus
A volúpia de nosso amor
Rompe barreiras com esplendor
Estremece céu, terra e o mar
Uma verdadeira explosão em pleno ar.
Uma tempestade de beijos
Invade com loucura nossos corpos
Ardentes de paixão e desejos
Provocando uma avalanche de amor.
Levando-nos ao delírio
À transcendência total
E provamos algo sem igual
O êxtase transcendental.
Corpos
suados...
Realizados...
Transformados...
Imensamente
feliz!
Autora: Sonia Biasus
Blog: http://soniabiasus.blogspot.com/(poesias e textos literários de minha autoria)
Blog: http://sb-assessoriapedagogica.blogspot.com/(postagens da escola)
Blog: http://writermontblanck.blogspot.com (Me conta um conto?(conteúdo infantil)
Blog: http://http://transtornodohumoroubipolaridade.blogspot.com/ (informativo)Cronista/colunista: www.revistasemlimites.com.br
Colaboradora do blog:http://gandavos.blogspot.com/
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Publicação autorizada pela autora
Anjo disfarçado de pessoa
Autora Sonia Biasus
Ei...Você
está vendo ali?
Onde?
Ali...
O
que é?
Olhe
bem...
Estou
olhando....Mas o que é?
Um
anjo!
Anjo?
Mas anjos não existem.
Existem
sim, ali está um deles.
Não,
não é um anjo.
É
sim!
Por
que diz que é um anjo?
Porque
é um anjo, olhe bem nos seus olhos.
Que
tem seus olhos?
Olhe
bem dentro deles.
Está
bem, deixe-me ver então.
Ah!
Você tem razão, é um anjo.
Sim
um lindo anjo disfarçado de pessoa!
Olhe
mais uma vez em seus olhos.
Está
bem...
E
então? Que você vê nos olhos deste anjo?
Hum....vejo meus olhos refletidos neles.
Ah! Finalmente...
Que
foi?
Finalmente
você viu o anjo disfarçado de pessoa...
VOCÊ!
Autora: Sonia Biasus
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Publicação autorizada pela autora
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
As núpcias de Ritinha
Autora: Meire Boni
Mas o destino se
encarregou de interromper o aprendizado. A madrinha morreu , e Ritinha passou a
viver em um mundo de homens, e era com eles passava a maior parte de seu tempo.
Ajudava na lida com o gado, na roça e ainda nas tarefas domésticas. No tempo livre era mais um dos vários
moleques da fazenda.
O tempo passou e quando as
primeiras chuvas da primavera chegaram,
Riitinha estava trepada nas grimpas de um pé de jabuticabas quando percebeu que havia sangue escorrendo
pelas pernas. Procurou por um ferimento, não encontrou nada. Sozinha, desceu
rapidamente, e já em terra firme se examinou, e quando percebeu a origem do
sangramento, abriu a boca a chorar. Não
sei se por falta de lágrimas ou por
entender que o choro não faria o
sangue parar, ela fechou a boca e em
soluços pediu ao Divino Pai Eterno que
não a deixasse morrer daquilo. Correu
para o banheiro e ficou lá emburrada.
Já desconfiado do que se
tratava o emburramento da filha, o pai tratou de chamar a mulher do vizinho
para acudir a menina. A mulher interveio, e conseguiu fazê-la abrir a porta e
lá dentro mesmo deu uma aula rápida sobre o assunto. Ritinha de olhos inchados,
apareceu na hora da janta , e nos dias
que se seguiram os irmãos notaram seu andar
um tanto estranho, mas pensaram que se
tratava de alguma sequela do acidente que a pobre sofrera no pé de jabuticaba.
Ritinha agora era uma
mocinha. Mas apesar disso, ainda
mantinha semblante e atitudes de menina.
Na véspera de completar quinze anos seu pai lhe chamou na sala, depois
do jantar. Estava lá um homem que
Ritinha já tinha visto algumas vezes na fazenda. Era José, filho de um conhecido
da família. Foi assim que Ritinha soube
que seu destino já havia sido traçado pelo seu pai, muito antes dela
adentrar-se naquela sala.
Foi através de um aviso,
não de uma pergunta que Ritinha que a
mão de Ritinha foi entregue: “Rita de Cássia, minha fia, este é Zé, fio do
compadi Mané, ele vei pidi sua mão, eu
consenti, só falta agora acertar a data, modi o’cêis casá.” Ela
assentiu, e foi chamada a retirar-se. Até
que achou que seu pai falou muito, em seus quase quinze anos de vida, nunca ouviu
o velho lhe dirigir mais que uma frase por vez.
Manteve sempre a cabeça
baixa, mas antes de sair, só deu uma
olhada no tal do Zé, este era todo
sorriso.
Desde acontecimento até o casamento se passaram menos que trinta
dias. Zé arrumou tudo bem depressa, a pedido do sogro: “Minha fia não teve mãe, a
madrinha morreu, e aqui tem homi demais. Ela
pricisa casá logo, ou vai virá machi e fema.”
E tudo correu dentro dos
conformes, tirando o fato de Ritinha ter se casado inocente de tudo.
Já casada e instalada em sua casa cheirando a nova, Ritinha
entrou para o quarto, tirou o vestido de noiva, vestiu sua camisola e se
deitou. Estava muito cansada, só pensava nos presentes, queria abri-los o mais
rápido possível, mas combinou com Zé que
deixariam para o dia seguinte. Até que
ela gostava dele, nas poucas vezes que se encontraram, sempre foi muito gentil e educado. Mas estava
com medo de ficar a sós com ele. “Ele me olha de um jeito...parece que tá me
vendo pelada! Curuizz!”
Quando Zé entrou no
quarto, ela ainda estava acordada, mas fingiu dormir. Percebeu que ele já havia
tirado sua roupa de noivo, que tinha tomado banho, pois cheirava a sabonete e a
pasta de dente. Ele se deitou ao seu lado e foi chegando perto. Na medida que ele chegava, ela se afastava. De
olhos fechados e ressonando de mentira, Ritinha chegou tanto para o lado que
acabou por cair da cama. Fez um barulhão. “Ritinha, meu amor, você se machucou?” Ela
fingindo acordar naquele instante: “Que
nada, sonhei e assustei! É melhor a gente ir dormir, estou muito
cansada!” Zé emburrado, resolveu ir dormir no sofá.
Três dias se seguiram, ou
melhor, três noites, e nada. Toda noite, quando Zé se aproximava, Ritinha
inventava uma desculpa, e ele acabava no sofá. A paciência
se esgotou na quarta noite. Na primeira tentativa, quando Ritinha
recuou, Zé esbravejou “Ritinha, o que tá
acontecendo com você? Nóis casó tem quase uma semana e ocê num deixa eu triscá nem
no seu cabelo? Eu tive paciência até
hoje, mas assim num dá né? Sou um homem casado e quero o que é meu por
direito!” Quando Zé parou de falar, Ritinha abriu o berreiro.
Zé, sem saber o que fazer,
ameaçou: “Tá bão, hoje num vou mais triscá n’ocê, mas se amanhã de noite num
acontecê nada, vou devorvê ocê pro seu pai... Bem que a mamãe me avisou, que
fia criada sem mãe num dá muié que presta! Amanhã..” Disse isso, pegou seu travesseiro e foi
dormir na sala de novo.
No outro dia, quando
Ritinha se levantou, Zé já havia saído. Ficou
em casa amanhã inteira pensando em uma saída.
Sabia que o pai não a aceitaria de volta, teria que dar um jeito naquela
situação. Mas o que deveria fazer? Tinha uma ideia muito vaga sobre a coisa,
nunca teve uma amiga, com quem conversasse. “Não sou chucra, tenho educação.
Estudei, sei lê e escrevê. Sempre cozinhei e até sei bordá e costurá. Como a sogra falou isso de mim? Que eu num presto porque num tive mãe? Eu presto
sim! Veia iscumungada, eu presto mais que ela! O que Zé quer fazer comigo é feio e eu acho mei nojento! Será
que todo mundo que é casado faz isso? Meu pai fez com a minha mãe?”
Como sempre fazia em
momentos de desespero, Ritinha se pôs a rezar e a pedir ajuda a todos os santos
que sabia o nome. Criou coragem e tomou uma decisão.
Quando Zé chegou, ela já o
esperava no quarto. Antes que ele fizesse alguma coisa, ela mandou que se
sentasse. Ele se sentou, e ela falou: “Zé, você tá certo, eu não deveria ter
feito isso! Sei que te devo e vou pagar. Pensei que ocê num fosse cobrá, mas já que
cobrô. Mas antes, quero que ocê me responda uma coisa.” Zé,olhou para Ritinha
que se mantinha de pé, com as mãos na cintura: “Pode falar, Ritinha!” E ela
soltou: “Oiá Zé, o’cê sabe que num tive mãe, que num tive ninguém pra me
ensiná essas coisas, intão como eu vou
sabê fazê... Mas é verdade que todo
mundo que é casado faz isso?”
“É verdade Ritinha”
“Até sua mãe e seu pai?”
Zé engoliu seco “É, eu
acho que eles ainda faz!”
“O’cê vai tê paciência de
me ensiná?
“Mas é claro, eu amo
o’cê!”
“Num tem outro jeito,
tem?”
Ele balançou a cabeça
negativamente. E ela acrescentou:
“Então hoje,quando ocê vié
num vou chegá pra lá!”
No outro dia, Zé chegou
mais tarde no trabalho, e quem passasse lá por perto notaria que toda a roupa
de cama recém lavada, secava no varal.
Tempo depois quando Zé foi
visitar sua mãe:
“E sua muié, Zé, tá
aprendendo a ser muié casada?”
“Tá sim, mãe! O que ela
num sabe, eu ensino. E num é que ela aprende direitinho, tem umas coisa que já
ta fazendo mió do que eu ensinei!”
Autora: Meire
Boni - Bela Vista de Goiás/GO
Publicação autorizada pela
autora
O matador de assombração - Autora: Meire Boni
Tião
passava sempre por aquela estada, ele nunca tinha visto nada, mas no fundo tinha
um certo receio daquele lugar.
A
estrada nasceu do calor das patas dos bichos que zigue-zagueavam acompanhando a margem do riacho buscando o
melhor lugar para tomar água fresca.
Seguia rasgando duas serras ao meio. De certa altura em diante, ganhava
a companhia de um riacho, que nasce lá no alto e vem serpenteando. Em um mesmo lugar, a estrada é
cortada pelo riacho e por uma cerca. Havia
uma velha ponte e uma velha porteira.
O
único barulho que quebrava aquele silêncio, como uma faca afiada era a batida
da porteira. Por causa do desnível do terreno, a força da gravidade se
encarregava de fechá-la. Era só abrir, passar, soltar e esperar. Geralmente eram
três batidas, a primeira, um estrondo que podia ser ouvido a quilômetros de
distância, depois outra menos forte, ia diminuindo até voltar ao seu estado
inicial.
O
lugar que não tinha um aspecto agradável durante o dia, a noite se tornava
assustador. Muitas histórias estranhas o cercavam. Há os afirmam terem visto
bolas de fogo saindo do rio e desaparecendo por detrás da serra. Outros juram terem
ouvido vozes, choros e gritos vindos de debaixo da ponte. Até uma mulher, que
aparece sentada na ponte de quatro metros de altura, balançando as pernas e molhando os pés nas
águas do riacho lá embaixo.
Era
um dia de seca, chovia fuligem do céu,
pois uma grande queimada ainda ardia lá no alto da serra. Tião estava na
cidade, como era de costume, tinha
ficado até tarde na jogatina e na bebedeira, pegou seu cavalo que de tão ensinado
já sabia o caminho de casa, e seguiu pela velha estrada. O álcool agia em Tião
como um escudo, era só beber que ele ficava metido a valente. Era acostumado a
passar naquela estrada, falava nas rodas de conversa que tinha vontade de se
encontrar a tal da mulher de pernas compridas, dizia isso enquanto batia a mão
em seu trinta e oito na cintura.
O
único barulho que se ouvia era o que o casco do cavalo fazia ao tocar o chão
batido e o estalar da vegetação que era
engolida pelas labaredas no cume da morro. Tião passou pela ponte, pela
porteira e a soltou. O barulho estrondoso de sua da batida ecoou serra
acima. Antes da segunda batida, Tião ouviu
um barulho anormal. Alguma coisa descia a serra em sua direção. Antes que a
porteira batesse pela terceira vez, arrancou
o revólver da cintura e esperou até que o barulho chegasse mais perto. Nada se
via. Não havia como mirar, acertar ou
errar era questão se sorte. Não dava
para esperar mais, Tião apontou em direção ao barulho e descarregou sua munição em seja lá o que
for que já estava a poucos metros dele,
bem a sua frente.
Estava
tão escuro que não fazia diferença ficar de olhos abertos ou fechados. Ele
preferiu a segunda opção. Cavucou a espora em seu machador, queria sair dali o
mais rápido possível. Depois dos tiros pode ouvir o barulho de alguma coisa
tombando. E se houvesse outros? Não tinha mais munição, só lhe restava rezar o
Credo e correr. Assim o fez.
Chegou
em casa muito assustado, o efeito do álcool já tinha passado, e a coragem
também.
Ao
clarear do dia, quem passou por aquela estrada pode ver um enorme tamanduá
bandeira caído, com uma ferida mortal na cabeça. O danado estava fugindo do fogo, e se assustou
com a batida da porteira.
Autora: Meire Boni - Bela Vista de Goiás/GO
Publicação autorizada pela autora
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Boi fantasma salvou da morte o carreiro
Autor: Geraldinho do Engenho
Esta estória ocorreu há
muitos anos, quando a agricultura era praticada com as ferramentas
rudimentares. E a força motora se restringia a base da tração animal. No tempo
dos coronéis.
Em uma mega fazenda, havia muitos bois, vários carros e carreiros. Dentre eles,
Maneco, um mulato de fala mansa que tratava os animais com muito carinho.
Desaprovando os métodos usados pelos demais colegas na jornada de trabalho, ele
criticava a crueldade no uso de ferrão e chicote para tanger os bois na labuta
diária nos carretos.
Enquanto seus colegas massacravam os bois para transpor os obstáculos, nos
atoleiros e nos aclives, deixando-os sangrando, picados de ferrão na maior
crueldade, apenas conversando com os animais ele realizava sua tarefa com toda
facilidade. Seu procedimento e sua critica irritava seus colegas. Enciumados
vez por outra se queixavam ao patrão. Querendo uma punição para o colega.
A resposta sempre à mesma. -- Desde que sua tarefa seja executada, não importa
os métodos usados por ele, dizia o patrão.
A afinidade entre o carreiro e os animais, se tornou admirável chamando a
atenção e cobiça de vários vizinhos, fazendeiros, querendo contratar Maneco.
Ele sempre afirmava, jamais deixaria aquela fazenda, por fidelidade ao patrão e
apego aos bois.
Ao término da tarefa diária o carreiro acariciava cada animal, que o retribuía lambendo-lhe as mãos. Todos carinhosos, mas o boi malhado parecia mais afetivo, acompanhava o amigo até seu casebre, que situava a margem da estrada cortando a pastagem, onde eles viviam. Pela manhã ao despertar, Maneco deparava com o malhado à sua porta, já a sua espera, seguiam juntos, como dois seres humanos pasto afora, juntando os demais bois.
Ao término da tarefa diária o carreiro acariciava cada animal, que o retribuía lambendo-lhe as mãos. Todos carinhosos, mas o boi malhado parecia mais afetivo, acompanhava o amigo até seu casebre, que situava a margem da estrada cortando a pastagem, onde eles viviam. Pela manhã ao despertar, Maneco deparava com o malhado à sua porta, já a sua espera, seguiam juntos, como dois seres humanos pasto afora, juntando os demais bois.
Certo dia malhado não apareceu. A noite anterior fora tomada por um temporal
muito forte e a chuva torrencial prosseguiu por vários dias interrompendo as
atividades na fazenda. Passada a chuva, ao retomar sua atividade Maneco não
encontrou seu fiel companheiro. Avisado, o patrão colocou toda a peonada no seu
campeio, e nada, nem sinal. Vários dias de busca, sem nenhum sucesso. Triste e deprimido o carreiro nem se alimentava mais, naquela busca
incansável. Por fim desistiu. Abatido, como se a perda fosse humana,
entrou em profunda depressão. O patrão tentava reanimá-lo de todas as formas,
em vão, sem resultados. Na cidade em cujo município situava a fazenda, residia
um amigo do patrão, sabedor da estória, querendo ajudar o carreiro, solicitou
ao amigo seu empréstimo. A lhe pastar serviços em seu sitio, nas proximidades
da cidade. Seriam apenas alguns dias. Tudo arranjado entre amigos. A finalidade
era reabilitá-lo de sua depressão.
Tudo combinado lá se foi Maneco com sua trochinha apanhar a jardineira que o
conduziria até a cidade. Caminharia cerca de dois quilômetros, atravessaria o
ribeirão até à estradinha mal conservada por onde trafegava a famosa
jardineira.
Qual não foi sua surpresa, ao chegar à ponte, bem na entrada la estava o seu
amigo, o boi malhado. Feliz da vida jogou sua trochinha de lado e correu a
abraçá-lo. Recebeu uma cornada, caindo a vários metros distantes. Mugindo e
babando, malhado parecia louco. Impedindo sua passagem. Amedrontado Maneco
correu até a fazenda, avisou ao patrão. Julgando ser hidrofobia, lá se foram
armados para abatê-lo. Mas encontraram apenas os vestígios do animal. Saíram
pasto afora a procura dispostos a eliminá-lo a fim de evitar a disseminação da
raiva. A esta altura, o carreiro já nem mais lembrava da viagem, aliás,
nem queria mesmo. Naquela incansável busca, avistaram certo numero de urubus
sobrevoando muito além, onde havia uma cratera enorme provocada pela chuva.
Dirigiram até lá. Sabe o que encontraram? - O boi malhado morto há vários dias
em adiantado estado de putrefação.
Boquiabertos ninguém aceitava aquele fato, imaginado terem sido tomados por uma
loucura coletiva, Voltou á ponte, e confirmaram os vestígios e rastos do animal
muito visíveis.
No dia seguinte desvendaram o mistério. Proveniente da cidade chega um
mensageiro a cavalo, a mando do amigo, convocando o coronel a irem resgatar
Maneco. A jardineira caiu dentro do rio bem próximo à cidade, ao estourar um
pneu, e ninguém se salvou. Somente ele, o Maneco, que a esta altura já havia
ganhado até missa encomendada pelo amigo da cidade.
Acredite se quizer!... Escrevi o que deu na teia!
Geraldinho do Engenho - Bom Despacho/MG
Publicação autorizada pelo autor
domingo, 6 de outubro de 2013
Somos pessoas sozinhas
Autora: Sonia Biasus
Nascemos, somos uma só.
Depois que viemos ao mundo precisamos
de aluguem para nos conduzir.
Começamos a caminhar e lá está a mão
que precisamos para caminhar.
Adolescentes, achamos que já podemos
seguir sozinhos...doce ilusão, mal sabemos que ai precisamos mais ainda de uma
mão para nos guiar.
Enfim crescemos...em tamanho...
espiritualmente...parece que ai não precisamos de mais ninguém, somos uno,
fortes e nossas pernas podem, muito bem, nos conduzir onde queremos ir.
Outro engano...precisamos de
“muletas” para nos conduzir novamente e atribuímos isso à outras pessoas, que
podem ser amigos, parentes ou até mesmo um Ser que nos dê um pouco de atenção.
Mas o que se percebe é que lutamos
para nos manter em pé e andando por nossa conta e, no entanto, não conseguimos.
Tentamos, caímos, levantamos ,
tentamos outra vez e lá vamos nós... cambaleando é bem verdade, mas caminhamos
sozinhos.
E ai surge o vazio, vazio este que
nos faz refletir: Somos pessoas sozinhas realmente? Acredito que tentamos ser,
mas as respostas sempre nos conduzem ao que realmente queremos.
Posso estar sozinha em um
determinado tempo, porém não todos.
Vamos precisar sempre de
“muletas” para andar, quer seja amigos, parentes ou um animalzinho.
Esta é a verdade de nossas vidas,
NÃO NASCEMOS PARA SER SOZINHAS.
Autora: Sonia Biasus
Blog: http://soniabiasus.blogspot.com/(poesias e textos literários de minha autoria)
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