ELES não guiam carros
eles não se EMPURRAM uns aos outros isso faz transpirar
apesar de teres prometido a volta ao mundo em comic books
eles não ouvem música isso faz sangrar em rímel
eles não escolhem CAMINHOS são cobras cegas
eles não se exercem isso é pesado são guizos
eles não se cantam dormem SÓZINHOS por tons
eles não têm cheiro isso marca lã pelos lugares
eles não se andam a questionar por aí nas janelas
eles não têm casa são lâmpadas DE azul a desemaranhar
eles não se EXPOEMam eles têm a PELE fina a desgastar
eles não são esCRAVOs eles fedem a verde em gotas
A Clavícula interior do sono
não entres mais. agora. basta de
pétalas nocturnas. basta. Nasceram
nocivas as trinta mulheres de
olhos radiais tenho um requiem
e plumas brancas para te ver arfar. recorto
os recortes recortados da
parcela que falta
para o meu ombro. caule aquático
.canta-me uma balada. das sete saias
. ou quase nada. se(m)_te(r) tons
dó menor e uma cegonha
poisada como pedúnculo. sabes o que é um pedúnculo? sabes
o que é a nervura de um lenço? segue
cega-me
as glândulas com os guizos
e um castiçal contínuo e desiquilibrado
inquilina fotografias cheias
de ar
de reservatórios de crianças - voltagens de astros.
cospe o bosque completo do umbigo
que na seiva volumosa dos ovos asfixia cobras
corporais geralmente verdes
geralmente longas
mas também abissais alcançam por dentro
poemas colectivos do projecto poético
Debaixo do Bulcão poezine
Número 33 - Almada, JUnho 2008