Vê, vê!
Vê tu próprio!
Que a tua incoerência vê-se.
Não pelo teu pensar.
Porque não basta pensar.
Podes pensar-te o que não é.
E podes ainda pensar que realmente acreditas
e pensas em algo que não crês
Podes dar-te as voltas que quiseres que só
te enganarás a ti próprio.
E se queres que te diga a verdade
não acredito que o faças por muito tempo.
Porque és esperto demais para isso.
Ou pelo menos julgas-te esperto e dizes que aterraste.
Ou pelo menos julgas-te esperto e dizes que aterraste.
Sei que não queres que eu diga,
que denuncie a tua fraqueza, a tua faceta de mentiroso.
Sei que não queres que eu diga
que és um incoerente, um fraco, um nulo de personalidade, um modas.
Mas quero que o admitas
e vás para casa pensar.
Que a tua ideologia são os teus actos
ligados com um pensar coerente. Age.
Osório
Debaixo do Bulcão poezine
Número 6 - Almada, Novembro 1997