terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Caros amigos e amigas da Aldeia da Minha Vida,

Todos nós temos no coração aquela aldeia querida que, por razões diversas e em determinados momentos das nossas vidas, nos deixou simplesmente nas nuvens! Aqui na Aldeia da Minha Vida, ao longo de um ano e meio, foi possível conhecer a Aldeia dos sonhos doces de cada um de nós. A emoção foi a alma deste blogue. Chorámos, rimos, cantámos, rimámos, saboreámos, enfim houve uma profunda partilha de vivências, memórias, pensamentos, frustrações, alegrias, tristezas …Tudo à volta daquela aldeia que nos marcou no passado e nos tornou no que somos hoje. Aquela aldeia que nos viu nascer, crescer, aprender, trabalhar, enfim viver! Até ao dia em que a vida nos obrigou a fazer escolhas duras, mas necessárias, para seguir aqueles sonhos de criança. Pesando na balança o que será mais duro, a busca por uma vida melhor, pareceu a decisão mais acertada. Voar alto, bem longe para outro lugar, onde moram promessas, acabou por ser uma ida, sem volta.

Aquela aldeia que guardamos no coração deixa de ser a mesma, no dia em que decidimos partir, para não voltar. Nesse dia, ela ficou certamente mais pobre. Quanto mais o tempo passa, cresce a saudade e a vontade de voltar atrás reviver outra vez, aqueles momentos simples, inocentes, mágicos. Da aldeia nada resta, senão memórias de um tempo que não volta mais.

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Depois de tudo o que foi vivido aqui na Aldeia da minha vida, também este cantinho mudou. Todos vocês deram conta disso e por isso devo-vos uma explicação. Quero partilhar convosco o que vai na alma …

A vida, por vezes obriga-nos a fazer aquilo que mais dói. Mostra-nos que, por vezes, é preciso mudar quando se atinge o auge...São aquelas partidas que surgem quando menos se espera, quando tudo está perfeito. Alimentei a expectativa de que seriam apenas falsos alarmes. De nada serviu, senão adiar a hora da decisão. Infelizmente soube este mês e não queria acreditar no “veredicto”. As minhas suspeitas transformaram-se em certezas, nuas e cruas. Porque alguém muito especial vai precisar de mim e eu não sei como fazer. É a luz da minha vida que me pede mais tempo, dedicação e muita compreensão. Alguém que vive mergulhado num mundo diferente do nosso. Alguém que precisará muito de mim, até ao meu último sopro…

Como vocês sabem, este cantinho significa muito para mim, o que torna ainda mais dura a decisão que tenho que tomar. Chegou a hora de vos dizer que hoje escolho dedicar parte do meu tempo ao meu menino. A Aldeia da minha vida mantém-se aberta para consulta. Para quem quiser ler e reler os magníficos textos que estão arquivados neste livro virtual.

A partir de agora vou estar, apenas disponível na página do faceboock – Susana Falhas - onde podem fazer uma visitinha , sempre que quiserem. Podem também contactar-me via email : [email protected]


Nada mais me resta para vos dizer, senão desejar-vos, em meu nome e em nome da Olho de Turista,:

                  Festas Felizes, de preferência nas vossas aldeias, junto da vossa família e amigos!





Até sempre!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"A MINHA RUA"

Como se de um sonho se tratasse, tenho na minha mente ainda memórias, de um lugar que foi sem dúvida, um marco importante na história da minha aldeia, o tão conhecido ‘’ Sobreiro ’’.
Este sobreiro existiu mesmo junto à porta da casa dos meus avós maternos, Uma casa muito grande (tipo casa senhorial) que mais tarde foi dividida pelos meus tios e pela minha mãe, e que hoje é a minha casa de família, ou seja minha e dos meus irmãos deixada pela minha mãe.Mesmo ali em frente existiu um sobreiro que ficava à beira da estrada, em terra, que ligava Góis à aldeia da Cabreira e outras aldeias seguintes.

Debaixo deste sobreiro existia um banco grande em pedra para as pessoas que iam a pé à vila de Góis, e aquando ali passavam já cansadas de tantas horas, por vezes demoravam um dia a ir e voltar, a pé debaixo de sol quente, se sentavam para descansar à sombra do mesmo. Mas havia mais, a minha avó Jacinta era conhecida por ser uma mulher muito bondosa. Ela não podia dar muita coisa pois tinha 9 filhos para criar, mas tinha sempre uma caneca de água para dar aos que ali paravam para matar a sede, embora a tivesse de ir buscar bem longe em cântaros à cabeça, e também um bocado de broa para matar a fome, pois eram tempos muito difíceis.Se estava a chover muito e as pessoas vinham molhadas tinha a lareira acesa para enxugar as suas roupas e aquecer os seus corpos. Depois, já quentinhos, estes seguiam em direcção ás suas casas. A minha avó ficou conhecida pela ti Jacinta do Sobreiro.

O tempo foi passando e o sobreiro apodreceu. Mais tarde com as obras das ruas, o resto (o touco) do sobreiro foi destruído.Este local ficou conhecido pelo Sobreiro e mais tarde foi dado o nome àquela rua, a Rua do Sobreiro.

Quando a minha avó Jacinta partiu, a da minha querida mãe herdando a bondade da minha avó passou a fazer a mesma coisa, ajudava quem ali passava.

Já no meu tempo de juventude ali fiz um jardim mais a minha tia Hermínia. Já com a estrada alcatroada foi colocado um banco à minha porta onde as pessoas se sentavam, e ainda hoje se sentam, para conversar, a minha mãe vinha à porta perguntar se queriam alguma coisa. Muitas vezes ali se bebeu café da púcara quentinho e uma fatia de broa com o que havia para acompanhar.

No verão quando as pessoas, vindas de Lisboa visitavam a aldeia para passar férias, estas juntavam-se à noite, no local onde existiu o Sobreiro, colocavam mantas no chão e partilhavam até às tantas da madrugada as suas histórias de vida.

Nós os jovens da aldeia, e não só, ali nos juntávamos à noite para conversar, olhar as estrelas, tocar viola, concertina, escrever quadras para mandar nas cartas aos namorados, e outros, para namorar.

A minha história não é de nenhum autor conhecido da praça, mas conta a particularidade de um local, uma rua que ainda hoje está cheia de magia. A minha rua não é uma rua qualquer, sem passado nem história. É parte de mim. Se hoje sou feliz e tenho toda uma bagagem de vida, foi porque a minha rua promoveu minhas primeiras necessidades sociais, educacionais e fez-me crer em sentimentos verdadeiros.

Clique aqui para visualizar o slide show
Escrito por Eugénia  Cruz

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Rua do Mendo

Não tenho autores conhecidos na minha praça…mas já passei por ruas, cujo nome fez-me parar para pensar.

Hoje vou falar de uma Rua, bem romântica que me chamou atenção. É a Rua do Mendo, de Castelo Mendo ( Concelho de Almeida). O nome – Mendo- até é bastante vulgar , mas guarda um dos mistérios da Aldeia. Contam que “Meendus Menedi” era o alcaide da aldeia. Um jovem respeitado e estimado pela povoação, que terá dado o nome à terra e à rua. Mas na realidade, o que passou de boca em boca, de pais para filhos, foi a sua lendária história de amor: do Mendo e da Menda! É tão forte que ainda somos capazes de sentir e visualizar essa paixão na rua. Vejam como:

“(…) Duas figuras petrificadas, viradas de frente, uma para a outra, vivem incrustadas em casas e posições opostas. Separadas apenas por uma rua, apenas permite um olhar eterno e recíproco. “
 in: Aldeias Históricas de Portugal - Guia Turístico, edição Olho de Turista

Um cenário, um mistério, um amor impossível… enfim, uma história digna de ser lembrada, à boa maneira do Romeu e a Julieta, embora em versão portuguesa.


O Mendo em cima  e a Menda em baixo

Gostaram? Espero que sim. Brevemente vou partilhar convosco outras ruas com nomes e histórias interessantes! Até lá, estão à vontade para comentar este post e também e  falar da vossa rua...
Beijinhos e até breve!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Blogagem "Autores conhecidos da minha praça"


“Autores conhecidos da minha praça” é o tema da próxima blogagem que começa já amanhã! Na rua onde vive tem um nome de alguém muito conhecido, que o orgulha? Ou um nome esquecido na memória de quem lá vive, mas que mereceu tal honra? E as histórias que existem por trás de um nome… já pensou no motivo da escolha? Já passou por uma rua, com um nome que não lembra a ninguém?

Pois então têm oportunidade para comentar sobre a sua rua ou, se preferir, de alguém amigo, que tanto a intriga...

Vamos ter um novidade para este mês! De 10 a 30 de Novembro todos podem participar, comentando na nossa página do Facebook (Guia Turístico) ou pelo blogue da Aldeia da minha vida www.aldeiadaminhavida.blogspot.com

A Olho de Turista oferece uma prendinha para o comentário mais original e divertido da rede social!

São dois livros “Aldeias Históricas de Portugal- Guia Turístico",um para o melhor comentário do Facebook (Susana Falhas) e outro do Blogue da Aldeia da Minha Vida.

E porque já estamos a um passo do Natal…por que não oferecer magia nas Aldeias Históricas… a amigos e familiares !

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Olá amigos da aldeia e dos nossos castelos!

Em primeiro lugar, peço-vos desculpa só agora postar. Houve uma razão simples: depois do fim de semana prolongado, estive estes dias na Guarda a participar no 1º Festival Internacional da Memória Sefardita. Como podem imaginar, sobrou pouco tempo para outras coisas...mas penso que valeu a pena. Aprendi imenso! Como tal , aqui estou de alma lavada para estar um pouco convosco...virtualmente:

Chegámos ao fim de mais uma blogagem, com um tema bem convidativo “O meu castelo preferido” . Há quem sonhe viver um conto de fadas num castelo. Uma morada de príncipes e princesas e de valorosos cavaleiros. Um cenário romântico que desperta sentimentos, paixões e emoções... São tantos os castelos de pedra, cheios  de imponênciade e de magia do outro mundo! Mas realidade choca com o sonho quando entramos e pisamos o chão frio de pedra. Torna-se inevitável a busca de histórias de heróis e de heroínas afogadas num silêncio profundo. Descobre-se que deles nada resta, senão a petrificação do suor, do sangue, da coragem, da vida e da morte. Nestes belíssimos castelos vivem pedaços de uma alma lusitana, terrivelmente anónima, saudosista e esperançosa… por um futuro merecedor de tantos sacrifícios...

Bem acho que já chega de divagações e vamos directos ao assunto. Como estava a dizer, nesta blogagem foi possível ver o quanto são acarinhados muitos dos nossos castelos de Portugal. Mas antes de falar dos participantes quero deixar uma nota:

Não podemos esquecer os que ficaram de fora. Aqueles que infelizmente se encontram num estado lastimável de degradação e precisam urgentemente de intervenção, antes que seja tarde demais… Independentemente do tamanho do papel desempenhado, todos fazem parte da nossa identidade, da nossa cultura e acima de tudo, são nossos!

Agora vamos aos premiados:

João Celorico, teceu 34 pontos;
Flora Maria teceu 21 pontos
Cristina teceu 19 pontos

Quero agradecer a todos pela participação, e em especial ao João Celorico que, mais uma vez, brindou-nos com o seu talento nato! Os nossos castelos ganharam certamente mais dignidade com a sua poesia! Para arrematar esta postagem, que já vai um pouco longa, não podia deixar de publicar aqui um desses poemas da sua autoria. (Na qualidade de longroivense, é uma honra para mim ter um poema escrito por si,  caro João! )

“É Longroiva, não engana.
Um nome algo esquisito!
Se é a terra da Susana,
pronto, está tudo dito!

E foi aqui em Longroiva,
pelo menos é o que se diz,
que Isabel ainda noiva
se preparou para Diniz.

Antes das bodas reais,
ainda não era rainha,
foi às águas termais
e ficou bem lavadinha.

E a ansiedade era tanta
para agradar ao esposo!
Isabel, não era santa
e esposaram em Trancoso!

Consta, na voz povo, até
que provando sua devoção,
num acto de profunda fé,
oraram à Senhora do Torrão!

Esta não posso eu provar,
mas, nisto até acredito.
Porém, estou só a divagar.
Era um gesto… tão bonito!


Abraço, João Celorico”

E podes crer , amigo, a minha aldeia tem um nome esquisito, mas ainda antes de nascer Portugal, já lavrava sangue, por todos nós ;)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O meu castelo preferido...Óbidos



(…) Decidi levantar-me. Abri o postigo da janela e espreitei. Que linda paisagem. Parecia tirada de um postal. No meio do verde da natureza e de abundantes flores lilazes, avistava-se ao longe uma das muitas muralhas desse castelo medieval. Os turistas já tiravam fotos lá de cima, e eu aqui, a esta hora, ainda em pijama. Decidi juntar-me a eles, para não ficar em casa a pensar demais.

(…) Passei primeiro pela Praça da Igreja Matriz de Santa Maria. É curioso que esta igreja já "teve" duas religiões diferentes, pois embora a tradição faça remontar a sua fundação ao período visigótico, foi transformada em mesquita no período muçulmano e novamente sagrada por D. Afonso Henriques, logo após a conquista da vila em 1148.

Subo as escadas junto ao Telheiro e vou dar ao pelourinho, lindamente esculpido numa coluna de pedra, que apresenta as marcas de uma argola de metal onde, provavelmente, os condenados seriam expostos para humilhação pública.

Contém também as Armas Reais e as armas pessoais da rainha D. Leonor de Lencastre (mulher de D. João II), onde se observa uma rede. Estas armas de D. Leonor foram, durante muito tempo, o brasão da Vila de Óbidos e representam as redes que recolheram o corpo, já sem vida, do Príncipe D. Afonso, único filho varão herdeiro de D. João II, morto por afogamento no rio Tejo, junto à cidade de Santarém.

O pelourinho encontra-se por cima do bonito Chafariz da Praça de Santa Maria.

Ou seja: por todo o lado há monumentos, arduamente esculpidos, por mãos hábeis do passado... E que belas obras de arte nos deixaram...

Por todo o lado turistas enchem a vila, procurando visitar todos os históricos recantos e encantos da mesma. Os vários dialectos escutados, misturam-se aos nossos ouvidos; até parece que estou na Torre de Babel, com tanta diversidade linguística espalhada pelas ruas.

(…) Parece que tudo aqui tem magia...

(…) Ora se está fora, ora se está dentro do castelo, (…) monumento nacional e uma das sete maravilhas de Portugal...

(…) E então ao subir todas estas escadas que levam ao cimo da muralha, imagino como seria a vida no tempo da rainha D. Leonor, que chegou a residir neste castelo. Cá em cima, quase que dá vertigens olhar lá para baixo, pois há muitos caminhos estreitos, irregulares, sem protecção e onde sopra um vento forte. Com os vestidos rodados e rendados que usavam antigamente, decerto não viriam cá para cima, vou eu pensando, à medida que caminho mesmo encostada à ameia, não vá o vento levar esta "pena" pelo ar, lol... Com certeza o cimo das muralhas apenas pertencia aos vigias, sempre atentos aos inimigos...

Se este castelo falasse, tanto que teria para contar...

Ele foi originariamente edificado pelos árabes, no local que já tinha sido ocupado por lusitanos, romanos e visigodos, e no contexto da expansão do território português e reconquista cristã da Península Ibérica.

D. Afonso Henriques tomou este castelo por volta de 1148.

No reinado de D. Sancho I, foram executadas obras neste castelo, que resistiu aos ataques e se manteve fiel ao rei D. Sancho II, durante a crise que levaria à sua deposição e subida ao trono de D. Afonso III.

Uma particularidade deste castelo é que depois de ter sido entregue pelo rei D. Dinis, como dote, à Rainha Santa Isabel, viria a fazer parte do dote das rainhas seguintes, chegando a ser residência da rainha D. Leonor, esposa de D. João II.

D. Manuel I, é responsável por importantes melhoramentos no castelo e na vila, sendo dessa época a reconstrução dos Paços do Alcaide. O terramoto de 1755 causou muitos danos ao castelo, mas ainda viria a desempenhar a sua função durante as invasões francesas, contribuindo para a derrota do exército francês.

Este foi e continua a ser até hoje um importante e glorioso castelo, que mantém suas muralhas imponentes e nos dá tantas, e tão belas fotos...

Quem entre em Óbidos, parece entrar num portal do tempo da nossa História; parece entrar num local mágico que nos reporta ao passado glorioso que tivémos...

As suas ruas são estreitas e limpas, as casas mantêm a traça tradicional, caiadas de branco com barras ora azuis, ora amarelas e com a maior parte das varandas floridas e coloridas.

Muitas são as lojas dedicadas à famosa e tradicional ginjinha, que graças à influência do Festival Internacional de Chocolate, passou a ser servida em copos ou pequenas chávenas de chocolate.

O comércio da vila é também marcado pelas lojas de artesanato tradicional e contemporâneo, produtos regionais, bordados, mantas, doces e compotas, vinhos, entre muitos outros produtos...

(…) Por altura do Festival medieval (…) Óbidos ganha ainda mais beleza e alegria, pois vivem-se ilustrações vivas do modo de viver no Passado.(…) Começa a cair a noite e nem dei pelo passar do tempo, pois por aqui vagueei sem destino, e me "perdi" com gosto…(…)

Escrito por Cristina R. do Blogue Brisa do alto da serra


Nota: Nota: porque quando me ponho a escrever me deixo ir, a Susana pediu-me que cortasse algumas partes do texto, porque estava muito grande, e com razão. Daí que quem tiver paciência e quiser ler o texto na íntegra, pode visitar-me em: http://brisadoaltodaserra.blogspot.com/. Bem haja!

O castelo de Óbidos é sem dúvida o meu castelo preferido. Seria impossível falar do castelo, e não falar da vila que dentro dele nasceu...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um encantador Castelo...da Vila de Gois

Este mês o tema é “O meu Castelo Preferido ’’. Pensei de imediato falar de um dos vários castelos existentes em Sintra que já visitei, e onde moro. Mas, pensando melhor, porque não falar e dar a conhecer o pequeno mas encantador Castelo existente na minha linda Vila de Góis? Assim aqui fica uma pequena história deste castelo.

A capela do Castelo é uma construção manuelina coroada de merlões e composta de dois corpos desiguais abobadados sobre nervuras. Das paredes brancas, sobressai a cantaria. Sobre a porta, está representado um brasão de armas. Dentro da capela apenas é digno de nota o retábulo que contém a imagem de Nossa Senhora da Encarnação.

Esta capela foi construída no século XVI, por vontade de D. Luís da Silveira, 17º Senhor de Góis e 1º Conde de Sortelha. A capela sofreu, no entanto, uma série de transformações aquando da sua recuperação, na primeira metade de novecentos. Assume posição de destaque do alto do morro do Castelo, de onde pode apreciar-se bela vista sobre a Vila de Góis e as montanhas que a rodeiam. No seu interior, encontra-se a imagem de Nossa Senhora de Fátima, que é usada todos os anos na Procissão das Velas, que se realiza nos dias 1 e 31 de Maio: no dia 1 a imagem é transportada até à Igreja Matriz, no dia 31 a imagem regressa ao local de origem.

Diz-se que a Capela foi construída com os antigos materiais de uma fortaleza que ali existe.

Um local que a mim me diz muito pois ali passei, na minha juventude, bons momentos, onde namorei com o meu marido e mais tarde foi neste jardim que tirei as fotos do dia do nosso casamento, pois tem um jardim lindíssimo. A vista panorâmica sobre a linda vila de Góis, o Rio Ceira que passa a seus pés, de onde se pode ouvir as águas cristalinas descendo de pedra em pedra, a espada de S. Tiago, trabalhada na própria encosta da Serra do Rabadão. O Parque de Campismo que se encontra mesmo em frente à escadaria principal da Capela do Castelo, onde eu já tive o privilégio de passar uma noite num dos bangalows ali existentes. Ao acordar vinha à porta, que está virada para o castelo.

E assim aqui fica a minha pequena historia para a blogagem de Outubro.

Espreite aqui o slide show da Eugénia Cruz

Escrito por Eugénia Cruz do blogcortecega

domingo, 24 de outubro de 2010

Castelo de Manguinhos



“CASTELO DE MANGUINHOS ou PAVILHÃO MOURISCO, assim é conhecido o magnífico edifício localizado no bairro Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Idealizado por Oswaldo Cruz, o edifício é a sede da fundação de pesquisa científica que leva o seu nome e traduz toda a importância de Oswaldo Cruz para a ciência brasileira.

Em 1905, Oswaldo Cruz encarregou o engenheiro e arquiteto português Luís Moraes Júnior de construir ali um imponente edifício — que viria a ser o centro do conjunto arquitetônico de Manguinhos —, com base num desenho tosco que o sanitarista fez de próprio punho e lhe entregou. O prédio ficaria pronto em 1918, um ano depois da morte de Oswaldo Cruz.

O estilo arquitetônico então em voga era o eclético neomourisco. "É o mais bonito", justificava o diretor do instituto. Com quatro pavimentos, o Pavilhão Mourisco, também chamado Castelo de Manguinhos, tem cinqüenta metros de altura por 45 de largura. Em sua construção foram utilizados materiais nobres, trazidos de vários países europeus. As varandas, por exemplo, são revestidas de azulejos portugueses, e o piso, de mosaicos franceses. A escadaria principal, de ferro forjado, tem degraus em mármore de Carrara. O elevador, alemão, instalado em 1909, é hoje em dia o mais antigo em funcionamento no Rio de Janeiro.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1981, o Castelo de Manguinhos é uma das raras edificações em estilo neomourisco ainda existentes na cidade.

A referência decorativa à linguagem neomourisca dos edifícios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) veio do Palácio de Alhambra, localizado na cidade de Granada, Espanha. O acervo da biblioteca de Manguinhos possui desde 1906 um livro de Albert F. Calvert (1872-1946), editado no mesmo ano, no qual o autor transcreve os estudos do arquiteto britânico Owen Jones (1809-1874) sobre as experiências decorativas mouras de Granada, primeiramente publicados em 1837. Tal aquisição revela o esforço de Oswaldo Cruz em captar essa estética e em transmiti-la ao arquiteto da obra. De fato, a linguagem árabe usada por Moraes em Manguinhos segue fielmente os detalhes construtivos e decorativos apresentados no livro.

Texto de Flora Maria do blogue Flora da Serra

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Castelo favorito?!

Hum... isso é muito muito muitooo complicado… mas se calhar escolheria o Castelo de Almourol!

Não pelo castelo em si, mas pelas suas belas paisagens a qualquer altura do ano e do dia, pela sua localização invulgar, pelo menos pelo território português, pela beleza, mistério e magnistismo que o envolvem, que só quem visitou conhece…

Para ser visitado só lhe podemos aceder através de barco, pois este situa-se mesmo no meio do Rio Tejo. (Quando lá estava não podia deixar de pensar como será que os "escravos" da altura levaram para lá aquela pedra toda! :S). Acaba por ser um Castelo mais de defesa do que daqueles castelos onde viviam os Reis e as Rainhas, mas segundo percebi, chegou a ser usado assim tipo uma "casa de férias" para a Realeza
 
Aconselho todos a visitar, não só pelo Castelo, mas principalmente pela beleza natural que o envolve!

Escrito por: Tânia Barreira de “umolharviajante.blogspot.com”

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um castelo...na cidade de Ulisses.


Não! Não vou falar do meu castelo preferido (o de Almourol), apenas porque, infelizmente, o não conheço suficientemente bem. A verdade é que enchia de insondáveis pensamentos a minha cabecita de criança quando, de comboio, pouca-terra, pouca-terra, o avistava ali mesmo, no meio do Tejo, nas poucas viagens à minha terra natal.

Vou, então, falar do castelo que tenho mais à mão, ou seja, mais à vista.

Plantado numa das sete colinas desta Lisboa que eu amo, apesar de tudo, o castelo de S. Jorge, um dos maiores emblemas da cidade, lá está dominando a parte ocidental da cidade e tendo vista privilegiada do imenso estuário do Tejo, outrora pejado de pequenas embarcações, a remos ou de velas bandas ou enfunadas e onde os golfinhos vinham fazer as suas acrobacias.

Com um passado que remontará ao séc. VII a.C., foi abrigo de muitos povos, desde gregos, fenícios, romanos e visigodos. Também aqui estiveram Afonso II, das Astúrias, e Ordonho III, de Leão, nas suas lutas contra a ocupação muçulmana.

Testemunho de grandes momentos da nossa história, a tudo ele assistiu, sempre atento à entrada da barra e a possíveis ataques inimigos.

Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, em 1147, após um cerco de cinco meses, com a ajuda dos cruzados (uma frota da Segunda Cruzada) e, segundo a lenda, com a preciosa ajuda dum soldado, Martim Moniz, que terá dado a vida morrendo entalado na porta do castelo, impedindo o seu fecho. Verdade ou lenda, o certo é que lá está, para o perpetuar, a Praça de Martim Moniz, hoje em dia local de concentração multirracial e multicultural.

Devido às guerras sofreu de muita destruição, a última, pior que uma guerra, foi o terramoto de 1755. Mas, tal como as destruições, também as reconstruções se sucederam e, assim, são encontrados muitos vestígios de outras civilizações e também restos das muralhas que foram alargando o perímetro de defesa do castelo. Ainda podemos ver restos da muralha fernandina, mandada construir por D. Fernando I.

É este o Castelo que foi residência de Reis, que hoje é atracção de turistas nacionais e estrangeiros, orgulho da cidade e do país e que no dia 16 de Junho de 1910, por decreto de D. Manuel II, foi considerado Monumento Nacional. Foi apenas há 100 anos, para quem tem tantos séculos de vida!

Escrito por João Celorico, do Blogue Salvaterra e Eu

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Olá amigos!

Venho interromper um pouco... a festa dos castelos para convidar os amigos a visitar o blogue da nossa amiga Cristina...está uma surpresa muito agradável...

Um grande beijinho para todos!

 Blogue Brisa do Alto da serra

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um castelo...aquele...


Decorria o ano de 1973, os meus avós maternos vinham para Portugal, por vários motivos, um era o motivo mais importante, o meu bisavô estava velhote, doente e sozinho.


Vivíamos em Moçambique, mas as raízes do meu avô materno estavam em Penela.

Eu, nascida em Moçambique, na cidade da Beira, não me lembro, mas acho que nunca tinha visto um castelo de verdade. Só nas histórias (ou será estórias?). Bem…a verdade, verdadinha naquele castelo brinquei a ser tudo, desde princesa, a cavaleira, ao apanha ou ía para lá passear com o meu bisavô e apanhar grilos e ver a vista para as serras e para a freguesia.

E que visão!

Todos os cheiros eram muito intensos! As brincadeiras sempre fantásticas! E como havia (há) alguns vestígios de civilização mais antiga de gentes que por ali habitou, tudo era realmente fantástico!

Não me recordo de lendas, só me recordo dos sentimentos que aquele Castelo deixou dentro de mim. E da paisagem linda que dali se observa!!! E das grutas…

A casa dos meus avós ficava no sopé do Castelo, por isso, mesmo quando me deitava, aquele monumento parecia que entrava pela casa dentro. Eu viva-o do sótão, do jardim, da janela da cozinha…ele estava sempre ali e estava sempre a convidar-me para vivenciar as aventuras mais espectaculares! :)

Continuo-o a fantasiar com ele e enquanto escrevo estas linhas estou sorrindo…


Escrito por : Ana Paula Palma