Bem, olhei para o que escrevi antes e senti-me tentada a apagar. Mas é um disparate, porque já está dito e já houve pessoal que leu. E foi sentido! E, como disse o outro, "está dito, está dito!". Não sei se conhecem a anedota: um grupo de malfeitores no Oeste americano assalta uma diligência. No fim do assalto diz um deles: "Violem os homens e matem as mulheres! ... ... Oh! Ao contrário: matem os homens e violem as mulheres!". E ouve-se de dentro da diligência uma vozinha efeminada "o que está dito, está dito!".
Além de tudo, a minha ligação à net está lenta e tive que passar roupa a ferro! Tudo pequenas coisas que me deprimem! Mas isto passa tudo! Passa sempre! Só de vez em quando é que eu tenho a sensibilidade à flor da pele... o que é um erro!
Estou instável e nestas alturas é complicado aturar-me... infelizmente mais ainda para mim que para os outros! Neste momento já não estou assim, mas realmente não tenho inspiração (nem tempo) para mais. De modo que vou recorrer à última arma em caso de crise: fufas! Ainda pensei em pôr de novo o rabo do Sadeek, mas... tenho melhor! E não, não são as minhas mamas! É bem melhor! Ora vejam:
Não sei se sou ou não uma pessoa exigente. Há as duas opiniões entre quem me conhece, por vezes conforme as conveniências.
Ser exigente é querer mais do que o que se merece? Então eu não sou exigente: eu recebo o que mereço, e se é um erro isso é doloroso. Mas aceito, assumo e tento corrigir. Tento fazer um esforço para compreender onde errei e não voltar a errar. Pelo menos não ali.
Ser exigente é aceitar tudo? Não creio! Há coisas que eu não mereço e situações com as quais não pactuo seja de que modo for. É ser exigente aceitar algo que não mereço? Não creio! Sou exigente no sentido de tentar resolver as coisas, mas há coisas e pessoas que não querem ser resolvidas. E aí eu desisto. Toda a gente erra (eu incluída) porque faz parte da nossa natureza, mas chutar para canto não resolve: uma pessoa adulta assume os erros e continua em frente.
Odeio desistir das pessoas. Odeio desistir de situações, mas às vezes é a maior prova de coragem: largar algo que nos provoca dor. Já o fiz antes e sei o que dói. E dói muito. Hoje desisti de uma pessoa que me trouxe imensa felicidade a dada altura. Descobri que toda essa felicidade assentava num rol de mentiras que eu mesma desmascarei com grande estardalhaço quando se tornou impossível que essa pessoa assumisse o erro naturalmente. Fiz um esforço, vários esforços até para obter um pedido de desculpas dessa pessoa. Em vão... e se não há nada a perdoar, então eu não perdoo. E não sou eu que pressiono: eu não deixo é as coisas passarem em branco só para ter um conforto falso.
Hoje bloqueei uma pessoa dos meus contactos. Porque não o quero mais ver à minha frente. Porque eu não merecia o que ele me fez. Porque eu merecia mais e não me contento com menos que isso.
Eu não exijo menos do que o que mereço. Ele errou, mas o que fez tinha perdão, como tem quase tudo na vida. Eu perdoaria, mas ele não quer pelo que, por definição, não tem perdão.
Perdoem-me se o texto não faz grande sentido, mas neste momento não estou grandemente em condições de fazer sentido. Só de sentir. E sinto a dor de ter que desistir de alguém definitivamente. Porque definitivamente é muito tempo...
Há dias a Djinn colocou a música que lhe apetecia no blogue. No caso, "Beautiful" da Christina Agillera. Curiosamente era a música que eu estava a guardar para quando fosse adequado... mas ainda não é agora e ainda vai demorar.
Hoje a banda sonora que me apetecia colocar era "Don't give up" da Kate Bush e do Peter Gabriel, pelo refrão e pelo vídeo que me lembro da minha adolescência: a Kate Bush abraçando ternurentamente o bonzão do Peter Gabriel (ainda hoje, um pedaço mais gordo e mais velho é um bom pedaço de mau caminho) para lhe dar ânimo. A porra do azar é tal que nem a merda do vídeo está disponível.
Fica a ideia. Pela música, pela mensagem, pelo monte de coisas que me me saltam à cabeça, algumas das quais me impedem de dormir e me fazem chegar lágrimas aos olhos nas horas mais inesperadas. Mas eu não desisto...
Actualização: Cortesia do Requiem, que encontrou o vídeo num sítio onde (até agora) não foi retirado, cá está a musiquinha. Digam lá se não é ternurento! E se o Peter Gabriel não é bom todos os dias e não tem uma voz fenomenal!
Sou mais cinéfila que uma pessoa de música. Não tenho o filme da minha vida e não me obriguem a escolher 5 filmes que me marcaram porque a resposta é que nenhum deles me marcou. Eventualmente uma coisita por outra me lembra algo ou me dá uma lição.
Também não sou de ter frases célebres de filmes e aborrece-me coisas como fixar frases do estilo "we'll always have Paris" ou "you do know how to wistle, don't you? Just put your lips together and blow". Mas que merda é esta? O que é que isto quer dizer? Encontro mais significado no "now I understand the divorce" da Carrie quando viu a exiguidade do armário de sapatos da casa nova (que estava à venda por causa de um divórcio), mas isso é porque eu não sou bem apertada do juízo (se é que havia dúvidas).
Contudo, hoje duas frases me vieram à ideia de dois filmes altamente alternativos.
"It's not in your nature"
Disse o personagem que interpretava o Forrest Whitaker no "Jogo de lágrimas" (Crying game) a propósito de um terrorista do IRA se excitado com a fotografia da namorada dele. Algumas pessoas com o bom gosto e sorte de terem apanhado este filme sabem que a boazona da namorada do moço era uma mulher de tomates (literalmente)... mas enganava bem!
"Tu as l'option d'ètre intégre!"
(quem perceber mais de francês que eu que me corrija por favor se me enganei)
Sábias palavras da avó da Marjane no filme Persepolis (ver este post), que se aplicam a tudo e todos (mulheres de tomates incluídas).
Acho que toda a gente deve ver estes dois filmes, por estas lições de vida e pela qualidade dos filmes em si. OK, e também para distinguir um transsexual quando têm um à frente (é que aquilo estava muito perfeitinho, enganava qualquer um!).
Vendo ou não os filmes, permanecer fiel à sua própria natureza é essencial para se ser feliz e fazer os outros felizes. Claro que isto pressupõe reconhecer qual é a sua própria natureza. E em qualquer situação, ser íntegro! Nem quando apetece não ser e quando é a opção que mais custa!
Hoje, com grande dor fiz as duas coisas. É agri-doce porque a via mais fácil pareceria (e seria certamente) mandar ambos estes princípios às malvas. Mas mantive-me firme e sei que foi a melhor opção. Estou a sofrer, fiz sofrer, mas as coisas vão-se resolver e no fim vai haver gente feliz com lágrimas. Eu estou lavada em lágrimas, mas sei que (globalmente) fiz bem. Não se pode pedir mais! Fico sozinha, mas não fui contra a minha natureza e não perdi a integridade. E não perdi a fé nos outros nem (mais importante) em mim!
Estou só mas estou bem. Estou a sofrer que nem um animal mas estou estranhamente bem! E pus em palavras o princípios que norteiam a minha vida e espero manter até morrer bem velhinha. Nem que me custe muito... nem que fique sem mais lágrimas para chorar...
Não era esta a versão da música que me recordo, mas esta serve para ilustrar (tem ali um som metálico a mais, mas não faz mal). Ouçam a música que é linda!
Outra coisa que eu não tenho por hábito é prestar atenção às letras. Mas vou abrir uma excepção, porque estou tão sensível e por se encaixar quase que nem uma luva ao espírito do que me aconteceu.
"I know all there is to know about the crying game
I've had my share of the crying game
First there are kisses, then there are sighs
And then before you know where you are
You're sayin goodbye
One day soon I'm gonna tell the moon about the crying game
And if he knows maybe he'll explain
Why there are heartaches, why there are tears
And what to do to stop feeling blue
When love disappears
I know all there is to know about the crying game
I've had my share of the crying game
First there are kisses, then there are sighs
And then before you know where you are
You're sayin goodbye
Don't want no more of the crying game
Don't want no more of the crying game
Don't want no more of the crying game
Dont want no more of the crying game"
E digam-me lá se isto realmente parece um gajo! Mas é!
Fui ver o "Sexo e a cidade" bem disposta e saí a chorar. Chorei o caminho todo para casa e chorei em casa. Não era a reacção que eu nem a Sarah-Jessica Parker estivéssemos à espera, mas foi o que saiu. Como ela diz em vários momentos no filme, não era razão mas emoção. No meu caso razão e emoção apontam os dois para o mesmo sentido: o que não quero. E como resultado saí da sala a chorar, o que não é normal.
Vão ver o filme, que é excelente, merece ser visto e tem situações e trocadilhos bestiais. Quando eu estiver em condições sou capaz de o descrever como ele merece.
Mais ninguém teve a reacção que eu tive, o que reforça a minha tese de que sou maluca. Completamente. E começa a deixar de ter piada. Mas sou eu e sou velha demais para mudar ou para me aceitarem como sou. Eu incluída.
Eu sabia que devia ter ido ver o massacre da moto-serra ou outra coisa romântica parecida. Mas pensei honestamente que estava a salvo como "Sexo e a cidade". Já me enganei antes...
Aqui a Abobrinha está mais tipo cebola: quando se tira a casca faz chorar. Acho que mais abraços não adiantam (mas sabem bem). O que é preciso é tempo. Não sei quanto, mas.... bom, não interessa. Como ainda não estou em condições de ligar o badalhocómetro, deixo-vos com trivialidades que não interessam ao menino Jesus nem à vaquinha do presépio mas que servem para rir um bocadinho.
1. Os meus vizinhos têm muita confiança na minha capacidade de fazer manobras. Só assim se justifica que com um monte de garagens (boa parte delas desocupadas) deixem o carro em frente à minha, forçando-me a provar que nenhum homem me enganou com a treta dos 20 cm;
2. Tenho um kiwi dentro do carro há cerca de um mês. Por nenhum motivo especial;
3. A minha roupa não seca. Pode esse facto estar eventualmente relacionado com estar "estacionada" DENTRO da máquina de lavar há 2 dias, mas eu estou inclinada para acreditar que é uma cabala qualquer contra mim;
4. Óculos de sol disfarçam muita coisa, mas dão um bocado de mau aspecto quando usados no contexto errado;
5. Não jantar, mesmo que seja por esquecimento, dá fome;
6. Não sei porquê, os kiwis que tenho em casa (ao mesmo tempo que o irmãozinho gémeo que habita o meu carro) não amadurecem;
7. Os cartuchos de café da Nespresso têm uns nomes um bocado apaneirados;
8. O gasóleo está caro, não sei se se deram conta. Isso pode ter como consequência gastar-se mais dinheiro em tudo, incluindo andar de carro para as pequenas coisas do dia-a-dia e viagens de lazer;
9. Não passar a ferro tem como consequência ter a roupa engelhada. Esperar que ela se passe sozinha não parece ter qualquer efeito nesse engelhamento a não ser ter que se acordar mais cedo e passar a peça que se quer se ela estiver no monte. Claro que sair de casa com a roupa engelhada não é opção;
10. O lixo não se leva sozinho à rua. É estranho: ao fim de um tempo seria de supor que já se tivesse habituado;
11. Há, no geral, uma série de coisas que é preciso a pessoa se mexer para que aparentemente apareçam feitas. Lá está: aparentemente, porque fazê-las pode ser rotina mas não é milagre! Estas coisas fazem uma gaja perder a fé;
12. Há coisas em que é melhor não se mexer. Afastar-te, calar-se e estar quietinha. Pela lei de Murphy, a pessoa só se apercebe disso quando é tarde demais;
13. Um rolo de papel higiénico por dia para limpar os olhos de lágrimas parece um pouco excessivo. Mas eu sou excessiva, não sei se já deram conta;
14. Chorar, em excesso ou não, não parece ser solução para a maioria dos males. Fica o mistério: porque é que se opta por uma solução com um dispêndio de energia tão grande quando comprovadamente não adianta nada?
15. Às vezes apetece afastarmo-nos de tudo e todos. O que é possivelmente uma péssima ideia porque o motivo para isso são pensamentos que só falam alto quando têm espaço para tal. Mas o mundo está cheio de péssimas ideias.
Hoje sinto-me como este gajo quando descobriu que não tinha pés: I need a hug!
Sinto outras coisas em comum com ele, mas a boa disposição não é uma delas. E já nem tenho a desculpa da falta de luz (está um dia lindo!). Acho que de vez em quando tenho que ser um bocado mais... burra! Às vezes faz bem! Vou fazer o possível por não entrar de cabeça no lamechómetro, mas de qualquer modo estão avisados.