Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2019, Revista Cult
…
9 pages
1 file
verve, 2011
Nós gregos caídos em desgraça, que imaginamos a vida semelhante a um sonho, ou estamos vivos e foi a vida que morreu?" Mulher 6: ou estamos vivos e foi a vida que morreu?" Mulher 3: e foi a vida que morreu?" 8 Homem 2: "Muita coisa pode acontecer entre o cálice e o lábio." Coro: TSSSSSSSSSSSS. O maluco Homens 1, Homem 2 e Coro. Homem 1: "Saudações, maravilhosos meninos norteamericanos chamados a lavar a lepra hereditária irrompendo na sala quando o pai e a mãe viam televisão com uma saudável, perfeita apunhalada, com um golpe de ferro na cabeça (...) Saudações, jovens heróis, assassinos de um tempo proxeneta. Legítima defesa, rapazinho, estão tentando te estuprar, te encurralam (...
valores, adoção de uma ideologia qualquer, o que o leva a assumir, de má-fé, o sentido anacrônico da liberdade, a prática da violência naturalizada. Seus sentimentos de opressão e inferioridade passará a ser atribuído ao exterior-e não a si mesmo, à dificuldade de auto-afirmação-, quando ele passará a verse como dominado, culpando o outro por suas frustrações, pelos seus fracassos, pela sua impotência diante do mundo de que faz parte, daí o assassinato, no seu plano aparente, surgir como ato de vingança, rebeldia: "A obsessão ia desaparecer. Tive um deslumbramento. O homenzinho da repartição e do jornal não era eu. (...) Pessoas que aparecessem ali seriam figurinhas insignificantes" (RAMOS, 2009, p. 238) O assassinato de Julião Tavares é determinado pela livre escolha de Luís da Silva, tomada no sentido de tentar afastar os angustiantes sentimentos de opressão e inferioridade, por meio de um ato de vingança, porém, não surtirá o efeito desejado. Há também uma motivação não consciente, relativa ao conflito edipiano, o medo da castração simbólica, quando o Outro, o duplo, não aparece na sua faceta ideológica, de dominante degradado (opressor, superior), mas sim na sua faceta psíquica, enquanto imagem do pai castrador, cuja narrativa digressiva, enquanto forma de auto-análise, irá trazer a tona. Luís da Silva, na sua condição de subalterno funcionário público, e de articulista de jornal, revela certa admiração pelos tempos passados, o tempo que ele alcançou ainda menino, da rústica sociedade nordestina, a sociedade patriarcal-já em fase de decadência-, como se nela estivesse a autêntica forma de liberdade, da qual ele se vê como que destituído, ao assumir a auto-imagem do dominado. É como se na transição da aristocracia rural nordestina, da qual o avô, o velho Trajano, fazia parte, para a nova classe, a burguesia, composta de comerciantes, industriais, políticos e profissionais liberais, ocorresse a perda do lugar que ele se atribui de direito (dada sua origem aristocrática), embora não de fato, o lugar do dominante, do livre, praticante da violência naturalizada. A crise existencial de Luís da Silva, sua crise de identidade, além do fator de ordem psicológica, a dificuldade de auto-afirmação, decorre do fator ideológico, seus valores arcaicos, que o tornam alguém, de certa forma, descontextualizado em relação ao mundo citadino de que faz parte. Como funcionário público, escritor, nem pertencente à burguesia, nem as classes mais baixas, os miseráveis, e cultuando as formas de vida do passado, a figura do avô e de criminosos, ele não se identificando com nenhum desses dois pólos opostos da sociedade: "Os 12 vagabundos não tinham confiança em mim. Sentavam-se, como eu, em caixões de querosene, encostavam-se ao balcão úmido e sujo, bebiam cachaça. Mas estavam longe. As minhas palavras não tinham para eles significação." (RAMOS, 2009, p. 140) Nesse sentido, Luís da Silva, aquele que seria predestinado, pela sua origem aristocrática, à posição de dominante, de superior, aquele que seria descendente do velho Trajano, chefe político local, nos seus tempos áureos, acaba por ocupar a posição do sem lugar social na nova sociedade, sentindo-se igualmente distante das classes altas (burguesia), como também das classes mais baixas (proletariados e mendigos). Se Luís da Silva não se identificava com os mais ricos por não possuir a posição social deles, a linguagem também o afastava das classes mais baixas, dos mais pobres, não se vendo como inferior, tampouco como superior. Sendo assim, a antipatia para com Julião Tavares, a imagem do dominante degradado, que se contrapõe ao dominante autêntico (o avô, o velho Trajano), seria devido ao fato de Luís da Silva ver no rival o usurpador do seu lugar de direito, o lugar de dominante, usurpação esta que se consuma, aos seus olhos, com a perda da mulher desejada para aquele-a traição de Marina. Luís da Silva, ao negar o sentido existencial da liberdade, a liberdade de escolha, a necessidade de auto-afirmação perante o outro (e não sobre este), parece ver como negativa a passagem da arcaica sociedade rural nordestina (onde prevalecia a lei do mais forte) para a vida urbana, da sociedade de direitos. Para ele seria como se houvesse uma degradação, a perda de uma liberdade autêntica, tolhida pela instituição da justiça, isto é, a referida liberdade ilimitada, a prática da violência naturalizada, seja como forma de opressão, seja como forma de rebeldia, como se verá no capítulo I desta dissertação. Se eu matasse Julião Tavares, o guarda-civil não levantaria o cassetete: apitaria. Chegariam outros, que me ameaçariam de longe. O guarda-civil não tem coragem. Se tivesse, não olharia os automóveis horas e horas, junto ao relógio oficial: ocupar-se-ia devastando fazendas, incendiando casas, deflorando moças brancas, enforcando proprietários nos galhos do juazeiro. (RAMOS, 2009, p. 195) Na citação acima, o guarda-civil é visto sob o ponto de vista de Luís da Silva, a partir do seu valor anacrônico, a prática da violência naturalizada como expressão da autêntica liberdade. Para ele, o guarda civil seria tolhido na expressão dessa liberdade, seria um ser acovardado, submisso à forma de vida citadina, sem coragem, incapaz de 13 rebelar-se. Ambos, o guarda de trânsito, como também Luís da Silva, sob o ponto de vista deste último, seriam covardes, respeitadores da lei, submetidos à rotina do trabalho nas cidades, diferentes dos senhores de terras, tal como o avô, o velho Trajano, nos seus tempos áureos, que impunha a sua vontade pela força, como também diferentes dos cangaceiros, que não se dobravam às determinações da justiça, da lei, da ordem, rebelando-se contra a opressão dos fazendeiros, tal como fizera Lampião. Seu Ivo, silencioso e faminto, vem visitar-me. Faz agrado ao gato e ao papagaio, entende-se com Vitória e arranja um osso na cozinha. Não quero vê-lo, baixo os olhos para não vê-lo. Fico de pé, encostado à mesa da sala de jantar, olhando a janela, a porta aberta, os degraus de cimento que dão para o quintal. Água estagnada, lixo, o canteiro de alfaces amarelas, a sombra da mangueira. Por cima do muro baixo ao fundo vêem-se pipas, montes de ciscos e cacos de vidro, um homem triste que enche dornas sob um telheiro, uma mulher magra que lava garrafas. Seu Ivo está invisível. Ouço a voz áspera de Vitória e isto me desagrada. Entro no quarto, procuro um refúgio no passado. Mas não me posso esconder inteiramente nele. Não sou o que era naquele tempo. Falta-me tranqüilidade, falta-me inocência, estou feito um molambo que a cidade puiu demais e sujou. (RAMOS, 2009, p. 24) Pode-se afirmar que Luís da Silva sente de forma negativa a passagem do antigo "município sertanejo" para o anonimato da cidade (Maceió), atribuindo a esta transição certo sentimento de perda de liberdade, de inferioridade. O personagem do romance que, aos olhos de Luís da Silva, espelha a sua auto-imagem de dominado, de oprimido e inferior, é a do mendigo seu Ivo, aquele que é incapaz de se rebelar. Daí, além do sentimento de compaixão para com o mendigo, Luís da Silva sentir repulsa, pois aquele seria o exemplo daquilo que este não quer ser, isto é, um covarde, medroso, impotente, incapaz de se rebelar por meio da violência naturalizada, tal como os cangaceiros faziam no passado. Há, no romance, personagens relacionados ao passado da infância de Luís da Silva, que destoam deste perfil do mendigo seu Ivo, por expressarem liberdade ilimitada, por meio da prática da violência naturalizada, seja como forma de dominação, tal como o caso do avô, o velho Trajano, seja como forma de rebeldia, tais como as figuras de criminosos: Chico Cobra, Fabrício, Cirilo da Engrácia etc. Na citação acima, há uma auto-avaliação de cunho moral do protagonista, o qual se vê como degradado por um modo de vida citadino, faltandolhe "tranqüilidade", submetido ao regime disciplinar do trabalho, à vontade do chefe,
Revista Mundos do Trabalho
A partir do conceito de “geografia insurgente”, discuto como o trabalho marítimo foi moldado por trabalhadores de diferentes realidades étnicorraciais, durante a reorganização dos mundos do trabalho na Amazônia, especialmente nas províncias do Pará e Amazonas, nos anos seguintes ao término da Cabanagem (1835-1840). Os tripulantes desse período conseguiram inverter lugares de subalternidade a que estavam destinados, valendo-se da apropriação de terras, barcos e águas para o trânsito humano, ideias e aspirações de liberdade. Veremos como o trabalho marítimo propiciou uma dinâmica de deslocamentos que servisse a projetos de autonomia de vida, de tripulações que misturavam indígenas, negros e mestiços, independentemente de sua condição jurídica. O recorte temporal diz respeito ao período posterior à rebelião até meados dos anos 1870, quando levas de migrantes alteraram a composição da marinhagem fluvial. O conjunto de fontes são relatos de viajantes do norte-atlântico, que informam as r...
Análise do romance "Em Liberdade", de Silviano Santiago, considerando a intertextualidade com a obra de Graciliano Ramos e os contextos históricos com os quais a narrativa dialoga.
Para meus pais, Nabih e Ermelinda: por tudo. Para meus avós, Norival e Ilka: porque suas histórias sempre embalaram meu interesse pela história.
Sobre as concepções de liberdade, 2018
Sobre as concepções de liberdade a partir da leitura de “Da liberdade dos antigos contraposta à dos modernos”,de Benjamin Constant; de “Virtude e Terror”, de Maximilien de Robespierre; de “Sobre a liberdade” de John Stuart Mill; e de “A questão judáica” de Karl Marx; além da utilização em segundo plano das reflexões traçadas em sala de aula
Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (RESAFE), 1969
Partindo do aporte sartriano, compreendemos a educação como totalização que se traduz em projeto pedagógico que visa educar para a liberdade pela liberdade, desde que esta seja uma finalidade que se realize nas condições sócio-históricas e existenciais da práxis individual e coletiva. Assim sendo, a educação contém, como tessitura, a revolta, isto é, o poder (através do educador, do educando e das instituições) de protagonizar, sem quaisquer tipos de retraimentos e coerções, valores dos projetos pedagógicos e, entre estes, a efetivação da liberdade.
Esta é a segunda, da série de três entrevistas realizadas com Nikolas Rose, na qual nós exploramos aspectos importantes de sua ampla produção acadêmica. A primeira parte teve como eixo central questões sobre o Estado, Políticas Públicas e Saúde e suas relações com o conceito de governamentalidade. Na presente edição nós discutimos o papel dos saberes e práticas psi no governo das condutas e a pesquisa genealógica. Na última entrevista teremos a oportunidade de refletir com Rose sobre suas investigações recentes em torno das Ciências da Vida, Biomedicina e Neurociências.
Administracion moderna reyes ponce
Crítica y Resistencia. Legados de Bolívar Echeverría frente a la crisis civilizatoria., 2024
Perspektif, 2020
“Celebración de lo imperfecto”, 2024
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia
Industrial & Engineering Chemistry Product Research and Development, 1980
Journal of Economics and Business Research, 2018
International Journal of Current Microbiology and Applied Sciences, 2016
Techne Series: Research in Sloyd Education and Craft Science A, 2016
Makara Journal of Science, 2016
Applied Mathematical Modelling, 2019
مجلة إدارة و بحوث الفتاوى, 2015
Journal of Clinical Oncology
Journal of Managerial Psychology, 2003